terça-feira, 6 de agosto de 2019

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - PRONOME DE TRATAMENTO - COM GABARITO



Tira cozinheiro Cuca e o general Dureza

Entendendo a tira:
01 – Observe a expressão facial de Cuca. O que ele demonstra ao general?
      Ao sorrir, o cozinheiro demonstra ao general satisfação em servi-lo.

02 – O cozinheiro Cuca está servindo seu superior. Qual pronome de tratamento indica essa relação hierárquica?
      O pronome “senhor”.

03 – Qual é o tipo de linguagem utilizada pelo cozinheiro?
      Linguagem formal.

04 – Por que esse tipo de linguagem foi empregado por Cuca?
      Cuca usa um tratamento formal para dirigir-se ao general de modo a indicar que respeita as relações de poder.

MENSAGEM ESPÍRITA: A ÁGUA NA COLÔNIA "NOSSO LAR" - ANDRÉ LUIZ/MÉDIUM FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER - PARA REFLEXÃO

Mensagem Espirita

A ÁGUA NA COLÔNIA “NOSSO LAR”

   Na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a importância da água. Em “Nosso Lar”, contudo, outros são os conhecimentos. Nos círculos religiosos do planeta, ensinam que o Senhor criou as águas. Ora é  lógico que todo serviço criado precisa de energias e braços para ser convenientemente mantido. Nesta cidade espiritual, aprendemos a agradecer ao Pai e aos seus divinos colaboradores semelhante dádiva. Conhecendo-a mais intimamente, sabemos que a água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui, ela é empregada sobretudo como alimento e remédio. Há repartições no Ministério do Auxílio absolutamente consagradas à manipulação de água pura, com certos princípios suscetíveis de serem captados na luz do Sol e no magnetismo espiritual. Na maioria das regiões da extensa colônia, o sistema de alimentação tem aí suas bases. Acontece, porém, que só os Ministros da União Divina são detentores do maior padrão de Espiritualidade Superior, entre nós, cabendo-lhes a magnetização geral das águas do Rio Azul, a fim de que sirvam a todos os habitantes de “Nosso Lar”, com a pureza imprescindível. Fazem eles o serviço inicial de limpeza e os institutos realizam trabalhos específicos, no suprimento de substâncias alimentares e curativas. Quando os diversos fios da corrente se reúnem de novo, no ponto longínquo, oposto a este bosque, ausenta-se o rio de nossa zona, conduzindo em seu seio nossas qualidades espirituais.
                                                     André Luiz
(extraído do livro “NOSSO LAR” – edit FEB)
Médium – Francisco Cândido Xavier





CONTO: O SAPATEIRO E OS DUENDES - IRMÃOS GRIMM - COM QUESTÕES GABARITADAS

CONTO: O sapateiro e os duendes
                Irmãos Grimm


         Era uma vez um sapateiro que trabalhava duro e era muito honesto. Mas nem assim ele conseguia ganhar o suficiente para viver. Até que, finalmente, tudo o que ele tinha no mundo se foi, exceto a quantidade de couro exata para fazer um par de sapatos. Ele os cortou e deixou preparados para montar no dia seguinte, e deixou preparados para montar no dia seguinte, pretendendo acordar de manhã bem cedo para trabalhar. Apesar de todas as dificuldades, tinha a consciência limpa e o coração leve, por isso foi tranquilamente para a cama deixando seus problemas aos cuidados dos céus, e adormeceu. De manhã cedo, depois de dizer suas orações, preparava-se para fazer seu trabalho, quando, para seu grande espanto, ali estavam os sapatos, já prontos, sobre a mesa. O bom homem não sabia o que dizer ou pensar deste estranho acontecimento. Examinou o acabamento: não havia sequer um ponto falso no serviço todo e era tão bem-feito e preciso que parecia uma perfeita obra de arte.
                Naquele mesmo dia apareceu um cliente e os sapatos agradaram-lhe tanto, que teria pago um preço muito acima do  normal por eles; e o pobre sapateiro, com o dinheiro, comprou couro suficiente para fazer mais dois pares. Naquela noite, cortou o couro e não foi para a cama tarde porque pretendia acordar e começar cedo o trabalho, pois, quando acordou pela manhã, o trabalho já estava acabado. Vieram então compradores que pagaram generosamente por seus produtos, de modo que ele pôde comprar couro suficiente para mais quatro pares. Ele novamente cortou o couro à noite, e encontrou o serviço acabado pela manhã, como antes; e assim foi durante algum tempo: o que era deixado preparado à noite estava sempre pronto ao nascer do dia, e o bom homem prosperou novamente.
                Certa noite, perto do Natal, quando ele e a mulher estavam sentados perto do fogo conversando, ele lhe disse, “Gostaria de ficar observando esta noite para ver quem vem fazer o trabalho por mim”. A esposa gostou da ideia. Eles deixaram, então, uma lâmpada ardendo e se esconderam no canto do quarto, por trás de uma cortina, para observar o que iria acontecer. Quando deu a meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus que se sentaram na bancada do sapateiro, pegaram o couro cortando e começaram a preguear com seus dedinhos, costurando, martelando e remendando com tal rapidez que deixaram o sapateiro boquiaberto de admiração; o sapateiro não conseguia despregar os olhos do que via. E assim prosseguiram no trabalho até terminá-lo, deixando os sapatos prontos para o uso em cima da mesa. Isso foi  muito antes do sol nascer; logo depois eles sumiram depressa como um raio.
                No dia seguinte, a esposa disse ao sapateiro, “Esses homenzinhos nos deixaram ricos e devemos ser gratos a eles, prestando-lhes algum serviço em troca. Fico muito chateada de vê-los correndo para cá e para lá como eles fazem, sem nada para cobrir as costas e protegê-los do frio. Sabe do que mais, vou fazer uma camisa para cada um, e um casaco, e um colete, e um par de calças em troca; você fará para cada um deles um par de sapatinhos”.
                A ideia muito agradou o bom sapateiro e, certa noite, quando todas as coisas estavam prontas, eles as puseram sobre a mesa em lugar das peças de trabalho que costumavam deixar cortadas e foram se esconder para observar o que os duendes fariam. Por volta da meia-noite, os anões apareceram e iam sentar-se para fazer o seu trabalho, como de costume, quando viram as roupas colocadas para eles, o que os deixou muito alegres e muito satisfeitos. Vestiram-se, então, num piscar de olhos, dançaram, deram cambalhotas e saltitaram na maior alegria até que finalmente saíram dançando pela porta em direção ao gramado, e o sapateiro nunca mais os viu: mas enquanto vive, tudo correu bem para ele desde aquela época.

                               (Irmãos Grimm. Contos de fadas. Tradução C elso M. Paciornik. São Paulo, Iluminuras, 2002).
Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 9º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.54 a 57.
ESTUDO DO TEXTO

1)   O conto popular retrata os seres mágicos presentes no imaginário das pessoas.
a)   Cite um momento do conto em que isso fica evidente.
Quando deu a meia-noite, apareceram dois anõezinhos nus que se sentaram na bancada do sapateiro.

b)   Que semelhanças e diferenças ele têm com as pessoas do conto?
Eles têm aparência humana, mas são muito pequenos e vivem nus, não estão adaptados à vida em sociedade.

2)   Quem ajudou o sapateiro?
 Quem ajudou o sapateiro foram dois anõezinhos, que confeccionaram sapatos para eles.

3)   É possível saber quando se passa essa história?
        Não. Como todo conto de fadas, é uma narração atemporal, indicada pela expressão “Era uma vez”.

    4) Os personagens do texto são:
          (A) o sapateiro e a mulher.
          (B) os duendes e o sapateiro.
          (C) os duendes e a mulher.
          (D) o sapateiro, a mulher e dois anõezinhos.

 5)  O lugar onde a história acontece é:
      (A) a casa do sapateiro.
      (B) na floresta.
      (C) na casa dos duendes.
      (D) em uma sapataria.

 6) As características que indicam que o sapateiro era do bem é:
     (A) é preguiçoso e desonesto.
     (B) trabalha muito mas é desonesto.
    (C) trabalha muito e é honesto.
    (D) trabalha muito, mas não tem coração puro.

7) Como o sapateiro conseguiu comprar o couro?
    (A) com o dinheiro da venda do sapato que os duendes fizeram.
    (B) com o dinheiro da venda sapato ele vez.
    (C) com o dinheiro da venda dos sapatos que a esposa dele vez.
    (D) com o dinheiro da venda dos sapatos que a uma loja comprou.

8) O sapateiro e sua esposa descobriram que os anõezinhos os ajudavam na época do:
    (A) Ano novo.
    (B) do seu aniversário.
    (C) nas vésperas do Natal.
    (D) nas vésperas das férias escolares.

9) O que aconteceu com o sapateiro, depois que os anõezinhos os visitou?
    (A) tudo correu bem depois que o sapateiro morreu.
   (B) enquanto viveu, tudo correu bem para o sapateiro.
   (C) enquanto viveu, tudo correu bem para os anõezinhos.
   (D) enquanto viveu, tudo correu bem para a esposa do sapateiro.

10) Você conhece outras histórias de duendes?
       Resposta pessoal


domingo, 4 de agosto de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): VACA ESTRELA E BOI FUBÁ - PATATIVA DO ASSARÉ - FAGNER - COM GABARITO

Música(Atividades): Vaca Estrela E Boi Fubá

Patativa do Assaré                              

Seu doutó me dê licença pra minha história contar.
Hoje eu tô na terra estranha e é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar.
Eu tinha cavalo bão, gostava de campear.
E todo dia aboiava na porteira do currá.

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.

Eu sou fio do Nordeste , não nego meu naturá
Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar,

Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá
Quando era de tardezinha eu começava a aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.
Aquela seca medonha fez tudo se trapaiar,
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão esturricou, fez os açude secar
Morreu minha Vaca Estrela, se acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.

Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar,
As água corre dos óio, começo logo a chorá
Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá
Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô ô Boi Fubá.

 Patativa do Assaré. Vaca Estrela e Boi Fubá. Em: A Terra é naturá. Epic/CBS,1980.

Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 9º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.61.
Entendendo a canção

1)   Na primeira estrofe da canção, é revelada uma transformação na vida do boiadeiro.
Que transformação é essa? Quais versos comprovam sua resposta?
O boiadeiro teve de sair do local em que morava e perdeu seu gado. Os versos que comprovam essa resposta são o segundo e o terceiro.

2)   Qual o termo dessa estrofe está em desacordo com a norma-padrão? Como essa palavra é registrada na norma-padrão?
O termo é “naturá”. Natural.

3)   Qual é o efeito de sentido produzido ao usar esse termo dessa maneira?
O efeito é o de reproduzir o modo de falar do boiadeiro.

4)   Procure no dicionário significado das palavras: medonha, tangeu e aboiar que estão no texto.
Medonha = que produz muito medo.
Tangeu = tocar os animais, fazendo-os caminhar.
Aboiar = trabalhar cuidando de bois.

5)   Na letra, o eu lírico retrata um espaço. Que espaço é esse?
O sertão do Nordeste brasileiro.

6)   É possível estabelecer relação entre o uso das palavras (questão 4) e o espaço retratado na canção? Justifique.
Sim, pois é provável que as palavras sejam comuns na fala da população, ou ao menos de parte da população, dessa região do Brasil.


POEMA: CANÇÃO DA GAROA - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

POEMA: CANÇÃO DA GAROA
              
    Mário Quintana

Em cima do telhado
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater:
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.

E chove sem saber porquê
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...
Mário Quintana. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna.1984.
Fonte: Livro: JORNADAS.port – Língua Portuguesa - Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho – 6º ano – Editora Saraiva. p.245.
ENTENDENDO O POEMA
1)   Há um som que se repete no poema todo. Qual é?
O som representado pelas letras im/in.

2)   Que efeito causa a repetição desse som?
Uma cadência que tenta reproduzir o som do barulhinho da chuva no telhado.

3)   De que trata o poema?
Trata das situações em que nos encontramos num dia de chuva.

4)   No verso:
“Pirulin lulin lulin.....”
Que figura de linguagem encontramos?
Onomatopeia.



CONTO: OS DOIS PAPUDOS - RUTH GUIMARÃES - COM GABARITO

CONTO: OS DOIS PAPUDOS

           
                    Ruth Guimarães

        Vivia numa povoação um alegre papudo, estimado de todos, muito folgazão e boêmio. Não o impedia o papo de soltar grandes risadas. Pouco se lhe dava que o achassem feio, ou o chamassem de papudo. A verdade é que o tal papo o incomodava, mas o que não tem remédio remediado está, filosofava ele. E vamos tocar viola, e vamos amanhecer nos fandangos, viva a alegria, minha gente, que se vive uma vez só.
        Certo dia, foi ao povoado vizinho, a uma festa de casamento, levando embaixo do braço a inseparável viola. Demorou mais que de costume, bebeu uns tragos a mais, porém não deixou de voltar para casa, pois era tão trabalhador quanto festeiro, e tinha que pegar no serviço no outro dia bem cedo.
       Havia luar. Num grande estirão avistava a estrada larga, as touceiras de mato. Passava o gambá por perto dele, e o tatu, roncando, e voava baixo, silenciosamente, a corujinha campeira. O papudo não sentia medo. Andava em paz com Deus e com os Homens. Os animais, que adivinham nele um homem de coração compassivo, também não tinham medo dele.
       De repente, ao virar numa curva, viu embaixo da figueira brava, ramalhuda, uma roda de anões cantando. Todos com capuzes vermelhos, cachimbo com a brasa luzindo, a barba branca comprida, descendo até a altura do peito.
        -- O que será aquilo?
       Por um instante teve algum temor. Mas era tarde para fugir. Os foliões já o tinham visto. E, se se tratava de festa, isto era com ele. Saltou decidido para o meio da roda, empunhando a viola.
       -- Eu também sei cantar.
       Enquanto pinicava as cordas, prestava atenção às palavras dos dançarinos. Eles entoavam:
      Segunda, terça
      Quarta, quinta...
      E tornavam ao começo:
      Segunda, terça
      Quarta, quinta...
      E assim sempre, numa musiquinha muito cacete. Acostumado aos desafios, a improvisar, o papudo esperou a sua deixa. Assim que os anões começaram:
      Segunda, terça
      Quarta, quinta...
      Ele emendou:
      Sexta, sábado
      Domundo também.
      A roda pegou fogo. Os pequenos duendes barbudos gostaram da novidade. Rodopiavam cantando numa animação delirante, e foi assim a noite toda. E o papudo tocando e dançando.
      De madrugada, ao primeiro cantar do galo, a roda se desfez. O mais velho deles, e que parecia o chefe, perguntou-lhe:
       -- Que é que você quer, em paga de ter tocado para nós?
       -- Eu até que me diverti com esta festa - replicou o papudo.
       -- Mas peça qualquer coisa.
       -- Posso pedir seja o que for?
       -- Pode.
       -- Eu queria - disse ele, meio hesitante - queria me ver livre deste papo, que me incomoda muito.
      Um anãozinho agarrou o papo com as duas mãos, subiu pelo peito do papudo, firmou bem os pés, deu um arrancão.
      O papudo fechou os olhos.
      -- Agora eles me matam.
      De repente sentiu o pescoço leve. Abriu os olhos. Os anõezinhos tinham sumido. Não ouviu mais nada. Meio cinzento, despontava o dia.
       "Sonhei", pensou ele. "Bebi demais naquele casamento."
       Passou a mão pelo pescoço, estava liso, sem excrescência nenhuma.
       "Agora fiquei mais bonito", pensou também, muito satisfeito.
       E aí deu com o papo jogado em cima do cupim.
       Agarrou a viola e foi para casa.
       Imagine-se a sensação que não foi, o papudo amanhecer, sem mais nem menos, sem o papo.
      -- Que milagre foi esse? - perguntavam.
      Papudo ria, papudo cantava, continuava folgazão como sempre, mas não contava a aventura, de medo que o chamassem de louco, e não acreditassem.
      Esse moço tinha um compadre, que também era papudo.
      E tanto apertou o amigo, e tanto falou:
      -- Eu também quero me ver livre desse aleijão. Quero ficar bonito, e arranjar uma namorada. Você não é amigo.
      Foi assim, até que o moço lhe contou tudo.
      O outro encarou, incrédulo.
      -- Verdade?
      -- Verdade.
      -- O anão falou que você podia pedir o que quisesse?
      -- Falou.
      -- E você em vez de pedir riquezas, pediu para ficar sem o papo?
      -- Ora, pobreza não me incomoda, mas o papo incomodava.
      -- Mas você é louco. Você é um burro. Pedisse riqueza. Quem é rico, que é que tem o papo? Quem se incomoda com papo? Eu, se fosse rico, me casaria com uma mulher bonita, do mesmo jeito.     Você é bobo. Onde é esse lugar, onde você encontrou os fantasmas?
      O outro preveniu:
      -- Compadre, você vai lá com esganação, vai ofender os anõezinhos, e ainda se arrepende.
      -- Nada disso. Você o que é, é um egoísta. Está formoso, que se danem os outros.
      Aí o moço encolheu os ombros e falou:
      -- Sua alma, sua palma. Vá lá, depois não se queixe.
      Ensinou onde era, o compadre invejoso agarrou a viola e foi, noite alta, direitinho como o outro tinha feito. Também era noite de luar. Também dançou a noite inteira, cantando. Ao primeiro cantar do galo a roda se desfez.
      -- Que é que você quer, em paga de ter tocado para nós?
      O papudo deu uma piscadela maliciosa para o anão e falou, esfregando o indicador e o polegar, no gesto clássico, que significa dinheiro:
      -- Eu quero aquilo que o meu compadre não quis.
      Um anãozinho foi ao cupim, tirou o papo do outro que estava lá, e grudou em cima do papo do invejoso.
      E assim, por sua louca ambição, ele ficou com dois papos.

                                                 GUIMARÃES, Ruth (org.). Lendas e fábulas do Brasil, 4. ed. São Paulo: Cultrix, 1972.

Fonte: Livro - Para Viver Juntos - Português - 6º ano - Ensino Fundamental- Anos Finais - Edições SM - p.50 a 53..
Entendendo o conto:



01 – Em que lugar ocorre a história que você leu? Copie trechos do texto que justifiquem sua resposta.
      Em um povoado rural. “Num grande estirão avistava a estrada larga, as touceiras do mato”.

02 – O conto trata de dois homens que tinham uma característica que os diferenciava das outras pessoas.
a)   Que característica era essa?
Os dois homens eram papudos.

b)   A característica dessas personagens tem muita importância para o desenvolvimento do enredo. Que conflito ela desencadeia?
Os dois homens querem se livrar do papo que possuem, pois o papo é considerado um defeito físico.

c)   Havia alguma reação dos amigos e conhecidos em relação à característica das personagens? Que reação era essa?
Pode-se perceber no primeiro parágrafo que todos chamavam uma das personagens de papudo e o achavam feio, mas ele não dava atenção a isso.

d)   Ao longo do conto, pode-se perceber uma oposição entre as duas personagens principais. Qual é a diferença entre elas?
Um era alegre, de bem com a vida; o outro, ganancioso.

e)   O conto fala da transformação das personagens. Quem favorece a transformação delas?
Os duendes da floresta, seres mágicos que cumprem desejos.

03 – No final do conto, as características das duas personagens principais se modificam.
a)   Que mudanças o texto aponta em cada uma?
O primeiro homem fica livre do papo. O segundo tem seu papo duplicado.

b)   Por que essas mudanças ocorreram?
Porque os duendes atenderam aos pedidos conforme o entendimento deles.

04 – De que maneira a festança com os duendes colaborou para a transformação dos papudos?
      Durante a festa, os duendes divertiam-se muito e quiseram retribuir a alegria recebida. Por isso satisfizeram o desejo dos homens.

a)   Como eram as festas descritas na história? O que acontecia nelas?
Tinha muita bebida, canto, dança e se estendiam até a madrugada.

05 – Releia o seguinte trecho:
        “Por um instante teve algum temor. Mas era tarde para fugir. Os foliões já o tinham visto. E, se se tratava de festa, isto era com ele. Saltou decidido para o meio da roda, empunhando a viola.”

a)   Quem eram os foliões aos quais o trecho se refere?
Os duendes.

b)   Que estratégia a personagem usou para se defender dos foliões?
Usou sua viola, tocando e alegrando o ambiente.

c)   Como se caracteriza, no texto, o ambiente onde se passa a ação?
Repleto de alegria e de elementos mágicos.

06 – O que a expressão “Vivia numa povoação um alegre papudo” indica sobre a narrativa?
      O início do texto, com o tempo verbal de “vivia”, indica que a história ocorreu em uma época passada, não determinada.

07 – Quanto tempo duraram os fatos narrados na história?
      Não é possível determinar o tempo exato de duração dos acontecimentos, mas é possível supor que foram duas noites. No conto popular, não há marcas exatas de duração temporal do acontecimento.

08 – Quais outras expressões de tempo aparecem no texto?
      “Certo dia”; “por um instante”; “e assim sempre”; “de madrugada”; “ao primeiro cantar do galo”.

09 – Que efeito a ausência dessas expressões pode causar na narrativa?
      Se as expressões forem omitidas na narrativa, o leitor terá dificuldade em compreender a sequência dos acontecimentos.

10 – Leia o trecho a seguir, retirado do conto Os dois papudos.  
         "Enquanto pinicava as cordas, prestava atenção às palavras dos dançarinos. Eles entoavam: Segunda, terça Quarta, quinta".

a)    Identifique uma expressão utilizada nesse trecho que faça referência a uma das ações realizadas pelo papudo.
Enquanto pinicava as cordas.

b)    Considerando a situação apresentada no conto, o que essa expressão significa?
Tocando um instrumento de cordas.

c)    Reescreva a frase em qual a expressão é utilizada, substituindo-a pelo significado indicado na resposta anterior.
Enquanto tocava instrumentos de cordas...

d)    Após a reescrita, qual mudança é possível observar na frase?
Mais clareza de sentido.

e)    Por que será que, ao recontar a história, essa expressão foi usada?
Apenas para melhor identificar o tipo de texto.

f)      Qual é a relação entre o uso dessa expressão e o fato de o texto ser um conto popular?
Porque melhor identifica a linguagem não padrão.