sábado, 3 de agosto de 2024

RELATO: ESCOLA ANTIGA - RACHEL DE QUEIROZ - COM GABARITO

Relato: ESCOLA ANTIGA

             Rachel de Queiroz

        Isto se passava lá pela década de 1920. 

        Toda tarde, ao encerrar as aulas, naquela escola do Alagadiço, em Fortaleza, se dava a sabatina da tabuada. (Vocês sabem o que é? É a tabela das quatro operações, com números de um a dois algarismos). As crianças decoravam a tabuada em voz alta, cantando assim:

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoJ_ISPIK_sohLGsl9SW6jg8lCVth76jcw3iU3-VIUMzAK3F5MPjOgNJyYZLPSoKQ5RVXyw-hVIa_eUDjKUn205R38vwg5D56qlgwOllJfJeSlDnnO1b_dU4u5osriw6usYa9bN3zv14kgU5ZronOXyAlh80FPnPcE19te5kPyqwuACYll0rPf3v9o1Hc/s320/TABUADA.jpg


        “Duas vezes um, dois. Duas vezes dois, quatro. Duas vezes três, seis”, etc, etc. Na hora da sabatina, os alunos de toda a classe formavam, de pé, uma roda, com a palmatória à vista, na mão da professora. Somar e diminuir era fácil, mas, quando chegava a tabuada de multiplicar, era um perigo. A casa do sete, por exemplo, era a mais difícil: “Sete vezes seis, sete vezes oito” – já sabe, o coitado que errava, a professora mandava o seguinte corrigir e, se ele acertasse, tinha direito de dar um bolo de palmatória na mão do que errou. Doía como fogo.

        Sempre havia os sabidinhos que decoravam tudo e davam bolo nos outros. Mas recordo um grandalhão chamado Alcides que não acertava jamais. Mas não chorava nunca, podia levar vinte bolos, mordia os beiços e aguentava firme. Quando chegava em casa, estava com as palmas inchadas e tinha que botar as mãos de molho na água de sal.

        Algum tempo depois, inaugurou-se a chamada “ESCOLA NOVA”. Acabaram com a tabuada, com a sabatina e com a palmatória.

        Acho que foi boa ideia.

                Escola Antiga. Rachel de Queiroz. In: Memórias de menina. Rio de Janeiro, Editora José Olympio, 2003, @ by herdeiros de Rachel de Queiroz. p. 7-8.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 80-81.

Entendendo o relato:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Bolo: no texto, quer dizer pancada dada na mão aberta.

·        Escola nova: movimento do início do século passado que defendia uma escola pública e gratuita para todos.

·        Palmatória: pequena peça circular de madeira com cinco orifícios dispostos em cruz e com um cabo, com a qual se castigavam pessoas, de escravos a escolares, batendo-lhes com ela na palma da mão.

·        Sabatina: prova para medir o conhecimento sobre alguma coisa.

02 – Em que década se passa o relato "Escola Antiga" de Rachel de Queiroz?

      O relato se passa na década de 1920.

03 – O que é a sabatina da tabuada mencionada no texto?

      A sabatina da tabuada era uma atividade diária em que as crianças decoravam e recitavam em voz alta a tabela das quatro operações matemáticas, especialmente a tabuada de multiplicação.

04 – Como as crianças decoravam a tabuada?

      As crianças decoravam a tabuada cantando em voz alta, por exemplo: “Duas vezes um, dois. Duas vezes dois, quatro. Duas vezes três, seis”, etc.

05 – O que acontecia durante a sabatina quando um aluno errava uma resposta?

      Quando um aluno errava uma resposta, a professora mandava o aluno seguinte corrigir. Se ele acertasse, tinha o direito de dar um golpe com a palmatória na mão do aluno que errou.

06 – Qual era a parte mais difícil da tabuada para os alunos, segundo o texto?

      A parte mais difícil da tabuada para os alunos era a casa do sete, por exemplo: “Sete vezes seis, sete vezes oito”.

07 – Quem era Alcides e qual era sua característica marcante durante as sabatinas?

      Alcides era um aluno grandalhão que nunca acertava a tabuada. Sua característica marcante era que, apesar de levar muitos golpes de palmatória, ele nunca chorava e suportava a dor com firmeza.

08 – O que mudou com a inauguração da "ESCOLA NOVA"?

      Com a inauguração da "ESCOLA NOVA", acabaram com a tabuada, a sabatina e à palmatória, trazendo um novo método de ensino que a autora considera uma boa ideia.

 

 

 

E-MAILS: BABÁ DE DRAGÃO - FRAGMENTO - COM GABARITO

 E-mails: Babá de dragão – Fragmento

               De: Eduardo Smith-Pickle

               Para: Morton Pickle

               Data: Domingo, 31 de julho

               Assunto: Seu dragão

                Anexo: Cocô nos sapatos

      

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi36Bry9sxOQ77lh8GsD4a8aECiwu3XwZ82Y7bgIOzQ-A8qrdB33OXUz5KENzZP8izUc3oTfArphC-UUJioAKoA0GyHX3NNJ35uGpJTldMkct-xKYRpbmz2-gNZ2Z9wJVc-9fIQOlAtzejZx4oDYLieNfBoLK612Z0-D6X4Rh6rwBPkE8tgcWf3yqVp6Xc/s320/DRAGAO.png 

 

        Querido tio Morton,

        É melhor você pegar um avião agora e voltar pra cá. Seu dragão comeu Jemima.

        Emily adorava aquele coelho!

        Eu sei o que você está pensando, tio Morton. Nós prometemos cuidar do seu dragão por uma semana. Eu sei que prometemos. Mas você não disse que seria assim.

        Emily está no quarto dela agora, chorando tão alto que a rua inteira está ouvindo.

        Seu dragão está sentado no sofá, lambendo as garras, todo cheio de si.

        Se não vier busca-lo, a mamãe vai ligar para o zoológico. Ela disse que não sabe mais o que fazer.

        Eu não quero que o dragão fique atrás das grades. E aposto que você também não. Mas não tenho como impedir minha mãe de fazer isso. Então, por favor, venha busca-lo.

        [...]

        Edu.

Josh Lacey. Babá de dragão. Ilustrações de Garry Parsons. Tradução de Alexandre Boide e Claudia Affonso. São Paulo: Escarlate, 2015. p. 7 e 9.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 37.

Entendendo o e-mails:

01 – Quem escreveu o e-mail e para quem foi enviado?

      O e-mail foi escrito por Eduardo Smith-Pickle e enviado para seu tio, Morton Pickle.

02 – Qual é o principal motivo pelo qual Eduardo pede que seu tio volte para casa?

      Eduardo pede que seu tio volte para casa porque o dragão dele comeu o coelho de Emily, deixando-a muito triste e chorando.

03 – Como Eduardo descreve a reação do dragão após comer o coelho de Emily?

      Eduardo descreve o dragão sentado no sofá, lambendo as garras e todo cheio de si, demonstrando que o dragão está satisfeito e sem remorso pelo que fez.

04 – O que a mãe de Eduardo ameaçou fazer se Morton não vier buscar o dragão?

      A mãe de Eduardo ameaçou ligar para o zoológico para que eles venham buscar o dragão, pois ela não sabe mais o que fazer com ele.

05 – Como Eduardo expressa seus sentimentos em relação ao dragão ser levado para o zoológico?

      Eduardo expressa que não quer que o dragão fique atrás das grades e acredita que seu tio também não quer isso, mostrando preocupação com o bem-estar do dragão.

 

 

  

POEMA: O PASSARINHO E O ESPANTALHO - MARCIANO VASQUES - COM GABARITO

 Poema: O passarinho e o espantalho

             Marciano Vasques

Quando se aninha
num coração de palha
um passarinho,
o seu canto se espalha aquecido,
e o espantalho,
com a alma repleta de voos,
desperta querendo gorjear.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH9EpQOM5OEZmyLWJeglRj6_d7f0INFSNY3bTJYWqODnu9ukRIFIlBLCg3RTEDFdZ9dwFb8qHH82yAnYZbW30Z_fB6Bf7sqZ16ovpuq8xPOreFzJGSvUh8yUJ4ehVF5SJIceBIS22KOanQxAnWP31XLM_rcHDXIyi0I2ynTw4E940DyyjMDDuRjMJH6dk/s320/PASSARINHO.jpg



Espigas o saúdam.
Amarelos brincam ao redor
do seu vulto esfarrapado.

Campos acordam em festa
com o orvalho anunciando
que o dia está sorrindo.

Quando o Sol se espreguiça
e o passarinho vai embora,
o espantalho se entristece com o ninho vazio
no peito, mas o dia gorjeia em seu lugar.

Marciano Vasques. O passarinho e o espantalho. Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro: ICH, ano 29, nº 285, dez. 2016. Quarta capa.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 110.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o efeito do canto do passarinho no espantalho?

      O canto do passarinho aquece o coração do espantalho, fazendo com que ele se sinta com a alma repleta de voos e desperte querendo gorjear.

02 – Como os elementos da natureza reagem à presença do espantalho?

      As espigas saúdam o espantalho, e os amarelos brincam ao redor do seu vulto esfarrapado.

03 – O que simboliza o despertar dos campos em festa?

      O despertar dos campos em festa simboliza a alegria e a renovação que o orvalho da manhã traz, anunciando que o dia está sorrindo.

04 – Como o poema descreve a transição do amanhecer para o dia?

      O poema descreve o Sol se espreguiçando, e o passarinho partindo, deixando o espantalho triste com o ninho vazio no peito, mas o dia gorjeando em seu lugar.

05 – Qual é a reação do espantalho quando o passarinho vai embora?

      O espantalho se entristece com o ninho vazio no peito quando o passarinho vai embora.

06 – O que substitui o canto do passarinho quando ele se vai?

      Quando o passarinho vai embora, o dia gorjeia no lugar do canto do passarinho.

07 – Qual é a mensagem central do poema?

      A mensagem central do poema é a transformação e o impacto positivo que a presença de algo ou alguém especial pode trazer, mesmo que temporariamente, aquecendo e despertando uma nova vida e alegria.

 

 

POST: UMA CASA, MIL OLHARES - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Post: Uma casa, mil olhares – Fragmento

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI29mOlMbC0Jggg_zZDeqDVETNJ6YcsKmTUsd4aZrOV0-E9NjpjFO875iDnccROeGn4fEtuhbSJ-cKgr8_HA1C8cdj1AWx_P74aMIOA4jjTLwx7Wmbfh8waiA4PUfp3fjjgCqtbDTzWiA9ou0Ob9auOL5TDoB8ThudoHY_45GHLpV09rLwggxjIJTCctQ/s320/casa.jpg


        Hoje fui numa exposição muito legal chamada Uma Casa, Mil Olhares, no Shopping Eldorado.

        A exposição é uma casa sustentável, aonde cada ambiente representa uma década e explica um problema ambiental.

        [...]

        No fim, a gente se senta e fala sobre coisas como o que é sustentabilidade, como ser mais sustentáveis no dia-a-dia e coisas do tipo. Depois da conversa, as crianças tem uma oficina para fazer brinquedos reciclando.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRcyBX-knby2TNPKXu9h5TzV4pvS5uFESle5ZOKLxiVuaEDGywKr_5eXx1q4oPbKPg2vavS8i8YMGdw8LaRyosTiVlkZqrrmzBJuYlo2zb7f18wJsIg5ZmVy3tWogNc6oA3CC6FuvtwnHGO5fjVc_N8ghv0v4DraCv2nbjUrOK8DNgtVXrSQvDw7Z9fBE/s320/crian%C3%A7as.jpg

        Como era sobre sustentabilidade e reciclagem a oficina, e isso é exatamente o que eu estou estudando na escola, eu acabei usando muita coisa que aprendi na escola (uma das instrutoras disse que eu sabia de tanta coisa que queria que eu fosse funcionário dela! Já pensou?)

        Tinham outras crianças na exposição, (do jeito que estou falando parece que só tinha eu e meu irmão!) mas eram pequenas e o assunto era mais novo para elas do que para mim e para o @giorgiosns.

        Mas você sabe o que é ser sustentável? Vamos ver:

        Sustentabilidade é existir no mundo de forma harmônica, sem destruir tudo que existe. (profundo esse pensamento, né? ;-))

        P.S. essas fotos são da oficina com reciclagem!

UMA CASA, mil olhares. Ver para crescer, 20 jul. 2011. Blog. Disponível em: http://verparacrescer.blogspot.com.br/2011/07/uma-casa-mil-olhares_20.html. Acesso em: 20 out. 2017.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 15.

Entendendo a post:

01 – Qual era o tema da exposição "Uma Casa, Mil Olhares"?

      O tema da exposição "Uma Casa, Mil Olhares" era a sustentabilidade, abordando diferentes problemas ambientais através de uma casa sustentável, onde cada ambiente representava uma década e explicava um problema ambiental.

02 – O que acontecia no final da exposição?

      No final da exposição, os visitantes sentavam-se para conversar sobre sustentabilidade e formas de ser mais sustentável no dia a dia. Após a conversa, havia uma oficina para as crianças, onde elas podiam fazer brinquedos reciclando materiais.

03 – Como o autor do post se sentiu em relação ao que estava estudando na escola em comparação com a oficina?

      O autor do post sentiu que o que estava estudando na escola era diretamente relevante para a oficina sobre sustentabilidade e reciclagem. Ele mencionou que conseguiu usar muito do que aprendeu na escola e uma das instrutoras até disse que ele sabia tanto que ela gostaria que ele fosse funcionário dela.

04 – Quem mais estava na exposição com o autor e como ele descreveu a participação deles?

      Além do autor e de seu irmão, havia outras crianças na exposição. O autor observou que, embora houvesse outras crianças, elas eram menores e o assunto era mais novo para elas do que para ele e seu irmão.

05 – Como o autor define sustentabilidade?

      O autor define sustentabilidade como "existir no mundo de forma harmônica, sem destruir tudo que existe," refletindo um pensamento profundo sobre a importância de viver de maneira que não prejudique o meio ambiente.

 

 

 

 

CONTO: NOITE DE TERROR - (FRAGMENTO) - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Conto: Noite de terror – Fragmento

           Tatiana Belinky

        [...]

        Papai e mamãe tiveram de sair por algumas horas, à noite, e nos deixaram sozinhos no quarto, eu, como de costume, tomando conta dos meus irmãos. O que parecia fácil, especialmente porque, quando eles saíram, os dois meninos já estavam dormindo, o maior numa das camas junto comigo, e o menor no berço, tudo na santa paz. Só que, uma hora depois que eles saíram, o caçulinha acordou chorando. Fui ver o que havia – e era que o pequerrucho, decerto por causa da excitação daquele dia movimentado, fez xixi no berço, e não fez pouco: o berço ficou encharcado e eu tive que tirá-lo de lá. Troquei-lhe a fralda e coloquei-o junto conosco, na nossa cama. Ficou meio apertado, mas enfim, tudo bem, ele adormeceu logo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnwdaeY9QkgKhqlCqNnHpW6PPC2XBiWyhjbq-dXwEyBaSdAp_3AsKH2tgpR0pW0HdY3ZjYtfQMNX5NVscJtsbHreH_URAHaPQBGVWlNKDDlnnhdVOeA2ol9iQXdQ-8evVDLAtOZIaX7Q_jLnl6iAL38-Tp3fBEKTSn2ec6gJh2-EqBuXpJ8brjERnUf-0/s1600/IRMAOS.jpg


        Mas a paz não durou muito, e logo logo ele fez xixi de novo, molhando o lençol debaixo de nós três. Que fazer? Peguei o maninho no colo, chamei o maior, e fomos os três para a cama grande, de papai e mamãe. "Quando eles chegarem, vão dar um jeito em tudo", pensei. E cansada, adormeci também, junto com os dois – só para ser novamente acordada, “nadando" no lençol novamente encharcado pelo inesgotável caçulinha...

        Não havia outra cama para a gente ir, mas também não dava pra ficar naquela molhadeira, e tivemos de descer, ficar no chão mesmo. Mas aí aconteceu mais um terrível imprevisto: nem bem pisamos no assoalho. Era uma barata, mas uma barata "tropical", enorme, de um tamanho nunca visto! As baratinhas europeias que eu conhecia eram pigmeus perto daquela, insetos meio nojentinhos, porém miúdos, pouco maiores que as unhas das minhas mãos. Mas aquela ali era do tamanho de uma ratazana, ou assim me pareceu, e acho que não ficaria mais apavorada se visse uma tarântula ou uma cobra na minha frente.

        De um pulo, com o pequeno no colo e o maior atrás, voltei para a cama encharcada... Era muita desgraça junta! E sentada sobre o lençol "xixizado", com os meus irmãozinhos dos lados, entreguei os pontos e comecei a chorar, assustando os dois, que também abriram o bué.

        E foi assim que nossos pais nos encontraram um pouco depois: os três sentados sobre o lençol empapado de xixi, chorando em desafinado uníssono. E o pior foi que papai e mamãe, em vez de ficarem horrorizados, penalizados e solidários, desataram a rir “às bandeiras despregadas", para a minha grande raiva e humilhação. “Os adultos às vezes não entendem nada", pensei comigo, magoada. Mas logo esqueci o "doloroso" episódio – ou não? Por que será que o contei agora?

Tatiana Belinky. Onde já se viu? São Paulo: Ática, 2005. p. 56-57.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 90-91.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Pigmeu: indivíduo de baixa estatura.

·        Tarântula: espécie de aranha.

·        Abrir o bué: abrir o berreiro, chorar bem alto.

·        Às bandeiras despregadas: sem parar.

·        Episódio: acontecimento.

02 – Por que os pais tiveram que sair e deixar os filhos sozinhos?

      Os pais tiveram que sair por algumas horas à noite e deixaram os filhos sozinhos no quarto.

03 – O que aconteceu quando o caçula acordou pela primeira vez?

      O caçula acordou chorando porque tinha feito xixi no berço, molhando tudo. A narradora trocou a fralda dele e o colocou na cama junto com ela e o irmão maior.

04 – Qual foi a solução encontrada pela narradora após o segundo incidente de xixi?

      Após o caçula fazer xixi de novo e molhar o lençol, a narradora pegou o caçula no colo, chamou o irmão maior e foram para a cama dos pais.

05 – O que aconteceu quando os irmãos desceram para o chão?

      Quando os irmãos desceram para o chão, encontraram uma barata enorme, o que os assustou muito e os fez voltar para a cama molhada.

06 – Como os pais encontraram as crianças ao retornarem para casa?

      Os pais encontraram as crianças sentadas sobre o lençol molhado de xixi, chorando.

07 – Qual foi a reação dos pais ao verem a situação das crianças?

      Em vez de ficarem horrorizados, penalizados ou solidários, os pais começaram a rir muito da situação, para grande raiva e humilhação da narradora.

08 – Como a narradora se sentiu após a reação dos pais e o que ela concluiu?

      A narradora ficou magoada e pensou que os adultos às vezes não entendem nada. Ela reflete sobre o episódio, questionando por que se lembrou de contar essa história.

 

CONTO: A CASA MAL-ASSOMBRADA - LORENA MARIN - COM GABARITO

 Conto: A casa mal-assombrada

        O senhor e a senhora Berg procuraram uma casa durante muito tempo. A que possuíam já havia ficado pequena, agora que tinham três filhos.

        O senhor Berg estava lendo um jornal, quando viu um anúncio que lhe chamou a atenção:

        “PRECIOSA MANSÃO DO SÉCULO XIX, MOBILIADA. SEIS DORMITÓRIOS. TRÊS BANHEIROS MODERNOS. COZINHA. MORDOMO. GARAGEM E PISCINA. PREÇO EXCELENTE”

        Pegou o telefone e ligou para o número indicado. Instantes depois, uma voz um tanto assustadora atendeu. Mesmo assim, combinou com a pessoa em questão que iria visitar a casa na tarde do dia seguinte.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiK3EGW28kzrrWuZnzBsJbCVzSbnpc39jb2kMLeynPP7EKGh3zPb9e3DOCQirHDdLbx1NJqB1ITLTMQxFvtRQudRYO6b301-aCOk5lMslS97ae7WKOsTFJBqq1zGnloWBICB5Fb5S4sOySLirbLWagyN7ztpiTzWZ9DzZXEEyXcprn3ThBSF5whdpHAW0/s320/CASA.jpg

        No sábado às 18h em ponto, a família Berg, assombrada, esperava que alguém abrisse o portão da casa. A residência era tão imponente com suas torres e tinha aspecto tão arrasador que as três crianças se abraçaram às pernas de sua mãe. Um mordomo trajado de terno preto abriu a porta, que emitiu um rangido de dar arrepios. Era um homem muito alto, magro e de pele amarelada, quase dor de cera.

        Sua voz ressoou como um eco dentro de um buraco fundo:

        -- Queiram entrar, por favor.

        No interior da casa, a família percebeu que os móveis eram muitos antigos e exalavam um cheiro muito forte de mofo.

        -- A decoração está um pouco fora de moda – observou o senhor Berg.

        No entanto, preferiu não fazer mais comentários quando o mordomo lhe lançou um olhar de poucos amigos.

        Mas, por incrível que pareça, o preço do aluguel era muito baixo, e o casal decidiu aluga-la. Na semana seguinte, já haviam se mudado.

        O quarto das três crianças ficava ao lado do sótão e, para eles, aquilo parecia uma grande aventura. Os pais ficavam em um quarto amplo, mobiliado com uma cama de dossel. Tudo no dormitório era vermelho: as cortinas, os lençóis da cama, as rosas dos papéis de parede, a colcha e o tapete.

        Na hora do jantar, o mordomo lhes serviu a comida em uma imponente sala de jantar toda preta. Foi difícil para a senhora Berg comer num ambiente tão lúgubre, mas seu marido esfregava as mãos, pensando no bom negócio que havia feito.

        Quando foi dormir, a mãe trancou a porta de seu quarto com chave assim como a de seus filhos. Não gostava nada, nada, da aparência fúnebre do mordomo.

        No meio da noite, começaram a ouvir vozes ao longe, que soavam como choros e risos histéricos.

        Pela manhã, os três irmãos decidiram bisbilhotar no sótão. Era uma maravilha, com muitos tesouros escondidos em velhos baús empoeirados. Os meninos se vestiram com chapéus e roupas velhas. Enquanto se divertiam, provando altas botas de mosqueteiro, uma velha cadeira de balanço que estava em um canto começou a balançar sozinha.

        -- Quem está aí? – Perguntou o irmão mais velho com voz trêmula.

        Ninguém respondeu. De repente, a porta de um velho guarda-roupa bateu com força. As três crianças ficaram paralisadas de susto. Queriam sair daquele lugar, mas o medo não as deixava mover-se. Uma sombra escura deslizava pela parede.

        -- Socorro! – gritaram os três irmãos em coro.

        Os pais ouviram os gritos dos filhos e subiram as escadas de quatro em quatro degraus.

        Tentaram abrir a porta do sótão, mas ela estava trancada por dentro.

        Os meninos também tentaram abri-la, mas não conseguiram. As mãos dos pobres garotos sangraram de tanto bater na porta tentando sair.

        Nessa hora, a mãe sentiu que alguém atrás dela a olhava fixamente. Quando se virou, deu um grito horripilante.

        Um monstro de mais de dois metros, com o rosto tão branco como a neve e caninos grandes afiados aproximava-se devagar.

        A mulher retirou um crucifixo da corrente ao pescoço e, com as mãos trêmulas, mostrou-a ao vampiro. Este deu um grito surdo e recuou.

        Nesse instante, o senhor Berg conseguiu entrar e resgatar seus filhos. Toda a família desceu as escadas como se a morte os perseguisse. Saíram da mansão e não pararam de correr até chegar a uma cidade vizinha. Nunca mais voltaram para pegar suas coisas.

        Um dia, o senhor Berg estava tomando café e lendo o jornal quando viu um anúncio que o chamou sua atenção. Seus cabelos arrepiaram e ele quase engasgou quando leu:

        “PRECIOSA MANSÃO DO SÉCULO XIX, MOBILIADA. SEIS DORMITÓRIOS. TRÊS BANHEIROS MODERNOS. COZINHA. MORDOMO. GARAGEM E PISCINA. PREÇO EXCELENTE”.

Lorena Marín. A casa mal-assombrada. In Lorena Marín. Os melhores contos fantásticos. Tradução de Fernanda Sucupira, Michelle Neris da Silva e Márcia Lígia Guidin. São Paulo: Girassol, 2016. p. 67-81.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 46-49.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Dossel: cobertura feita de tecido bordado e rodado de franjas usadas em tronos, leitos e altares.

·        Lúgubre: fúnebre, sombrio.

·        Fúnebre: que se refere à morte; macabro, funério, tétrico, lúgubre.

02 – Por que o senhor e a senhora Berg estavam procurando uma nova casa?

      Eles estavam procurando uma nova casa porque a que possuíam havia ficado pequena, agora que tinham três filhos.

03 – O que chamou a atenção do senhor Berg no anúncio do jornal?

      O senhor Berg ficou interessado pelo anúncio de uma preciosa mansão do século XIX, mobiliada, com seis dormitórios, três banheiros modernos, cozinha, mordomo, garagem e piscina, com um preço excelente.

04 – Como foi a primeira impressão da família Berg ao chegar na mansão?

      A primeira impressão da família Berg foi de assombro, pois a residência era imponente, com torres e um aspecto arrasador que assustou as crianças.

05 – Como era a aparência do mordomo que os recebeu na casa?

      O mordomo era um homem muito alto, magro, de pele amarelada, quase cor de cera, e sua voz ressoava como um eco dentro de um buraco fundo.

06 – Qual foi a observação do senhor Berg sobre a decoração da casa?

      O senhor Berg observou que a decoração estava um pouco fora de moda.

07 – Por que o casal Berg decidiu alugar a mansão, apesar das primeiras impressões?

      O casal Berg decidiu alugar a mansão porque o preço do aluguel era muito baixo.

08 – O que os irmãos encontraram no sótão durante sua exploração?

      Os irmãos encontraram muitos tesouros escondidos em velhos baús empoeirados e se divertiram provando chapéus e roupas velhas. No entanto, ficaram assustados quando uma cadeira de balanço começou a se mover sozinha e uma sombra escura deslizou pela parede.

09 – Como os pais reagiram ao ouvir os gritos dos filhos?

        Os pais subiram as escadas de quatro em quatro degraus para socorrer os filhos, mas encontraram a porta do sótão trancada por dentro.

10 – O que aconteceu quando a mãe dos meninos sentiu que alguém a observava?

      Quando a mãe dos meninos se virou, deu um grito horripilante ao ver um monstro de mais de dois metros, com o rosto branco como a neve e caninos grandes e afiados se aproximando.

11 – Como a família Berg conseguiu escapar da mansão mal-assombrada?

      A mulher usou um crucifixo para afastar o vampiro, enquanto o senhor Berg conseguiu resgatar os filhos. Toda a família desceu as escadas correndo e fugiu da mansão até chegar a uma cidade vizinha. Nunca mais voltaram para pegar suas coisas.

 

POEMA: UMA ASSOMBRAÇÃO DA SEGUNDA DIVISÃO(FRAG.) - JONAS WORCMAN DE MATOS E JOSÉ SANTOS - COM GABARITO

 Poema: Uma assombração da segunda divisão

[...]

De linho são seus lençóis,

de seda, seus cachecóis.

[...]
só querem luxo e riqueza
essas tais assombrações.
Esse não é o meu caso,
pois não tenho tradição.
Dizem que sou fantasma
da segunda divisão.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq5ets52mfBMYwoMbMtsoaTfB12x6US8dSuZlr_YecLabnRGcEpFAcppDYEf7pxlKhVstwleWYQgVyo2hCf1zOOi_A7vrR3kescyEN_STlYNoZ6QP2V-IDGEagtKBzKXEdn3YTKbpHfObVbw8M-IhKTnXXzP4NqM-8a30P1LFt0Y07K2K8OmUjO2dl5pE/s320/ASSOMBRA.png


Jonas Worcman de Matos e José Santos. Uma assombração da segunda divisão. In: Jona
Worcman de Matos e José Santos. A casa do Franquis tem. São Paulo: FTD, 2008. p. 24.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 60.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema principal do poema "Uma assombração da segunda divisão"?

      O tema principal do poema é a diferença entre as assombrações de primeira e segunda divisão, destacando a questão do luxo e da riqueza comparada à simplicidade e falta de tradição da segunda divisão.

02 – O que representam os lençóis de linho e os cachecóis de seda no poema?

      Os lençóis de linho e os cachecóis de seda representam o luxo e a riqueza das assombrações de primeira divisão, contrastando com a simplicidade e a ausência de tais luxos para as assombrações de segunda divisão.

03 – Como o eu lírico se diferencia das outras assombrações?

      O eu lírico se diferencia das outras assombrações por não possuir luxo, riqueza ou tradição. Ele se identifica como uma "assombração da segunda divisão", destacando sua simplicidade e falta de status.

04 – Qual é a atitude do eu lírico em relação à sua condição de "fantasma da segunda divisão"?

      O eu lírico parece aceitar sua condição de "fantasma da segunda divisão" com uma certa resignação e até orgulho, contrastando sua simplicidade com a ostentação das assombrações de primeira divisão.

05 – Qual mensagem o poema transmite sobre a ostentação e a simplicidade?

      O poema transmite a mensagem de que a ostentação e a riqueza não são necessárias para definir a identidade de uma assombração. Ele valoriza a simplicidade e sugere que não ter luxo ou tradição não diminui o valor de uma assombração, apenas a coloca em uma "divisão" diferente.

 

PIADA: A MENINA E O FANTASMA - COM GABARITO

 Piada: A menina e o fantasma

A menina diz ao pai:
-- Papai, estou com medo de fantasmas.
O pai pergunta intrigado:
-- Isso não existe. Quem disse essa besteira?
A menina responde:
-- O jardineiro.
O pai sai puxando a filha assustado e diz:
-- Corre, minha filha!
A menina, não entendendo mais nada, pergunta:
-- Por quê?
E o pai já correndo apavorado responde:
-- Não temos jardineiro!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd29fI-kysh4fnR7fYdYHqZcgFxkmExhZCqjnehnxKrHZDsYE8y68lOMWhngH34fgnZ_GvsN8ZUgbPe0sNNh-UC2W5KRY9g4HGNJWAnqnr8YzELfnS_BK7V2ucuvKLLQDL1OMP5S6LygbtCGDCpny61cbOMIIXm2vTlfsL6xIrZ18Bs0eP4ubyQd7j0uU/s1600/JARDINEIRO.jpg


A menina e o fantasma. Disponível em: https://brisaseducativas.wordpress.com/2017/09/21/piadas-2/. Acesso em: 31 out. 2019.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 72.

Entendendo a piada:

01 – Qual é o tema principal da piada "A menina e o fantasma"?

      O tema principal da piada é o medo de fantasmas e a surpresa final, que gera humor ao revelar que a família não tem jardineiro, implicando que o "fantasma" poderia ser real.

02 – O que a menina diz ao pai no início da piada?

      A menina diz ao pai que está com medo de fantasmas.

03 – Qual é a reação inicial do pai quando a menina diz que tem medo de fantasmas?

      O pai reage intrigado e diz que fantasmas não existem, perguntando quem disse essa besteira.

04 – O que o pai faz quando descobre que foi o jardineiro quem falou sobre os fantasmas?

      O pai sai puxando a filha, assustado, e diz para ela correr.

05 – Qual é a reviravolta no final da piada?

      A reviravolta ocorre quando o pai, ao ser questionado pela filha sobre o motivo de correr, revela apavorado que eles não têm jardineiro, insinuando que a figura que mencionou fantasmas poderia ser o próprio fantasma.