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domingo, 3 de dezembro de 2023

HISTÓRIA: O SEGREDO DA COBRA - SHENIPABU MIYUI - COM GABARITO

 História: O Segredo da Cobra

        Aconteceu assim:

        A mãe e o pai do menino saíram para tirar mudubim. O menino ficou com o avô em casa, flechando cobra pequena para amansar. Ele ficou flechando e a cobra foi crescendo, levantando devagarzinho.

        ─ Ah, o menino quer me matar! Eu vou é criar ele.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPS0kPtie7VuYH8BZTKzzSu_5r_Yj81m8Th9w0J4W8A9NcIZ1ukrJUTtprwP42ehqQ6KPCmpLO9WXgy_Ty3MIczJLFxsYuuL9062F1VjwN2kG9aPLvcY_3CfxepDQrWEWNHog3RLrwj4FERUUmiprPUw8PcPKlGyjZeA9BI7rAljF5aUDf8T2WkWHtepg/s320/IGARAP%C3%89.jpg


        A cobra carregou o menino, descendo no igarapé. Lá ficou à ruma.

        Chegaram o pai e a mãe do menino, caçaram ele e não encontraram. Caçaram a cobra que tinha descido no igarapé.

        ─ Pronto, então a cobra engoliu o menino.

        Já era tarde quando a cobra chegou com o menino. Então, disse:

        ─ Bem, menino, você quer me matar? Vamos matar o Jaminawa, né? Chama Kukuxinawa. O Kukuxinawa é valente para matar. Vamos embora!

        A cobra matou cutia e comeu. Na manhã seguinte foi baixando igarapé, igarapé, igarapé. De tarde, disse:

        ─ Vamos dormir aqui!

        No dia seguinte, matou namhu e comeu mais o menino. Dormiu. Quando o dia amanheceu, partiu de novo, mais ele. E o menino ia crescendo a cada dia. E eles foram baixando, baixando até chegar na boca do igarapé.

        ─ Chegamos no rio grande. Agora está perto para matar um Jaminawa, Kukuxinawa. Eles andam de noite, assim como lanterna.

        ─ Vamos ficar aqui. E vamos fazer flecha para matar.

        E foram ajeitando flecha e prepararam arpão para matar. Três dias passaram até ajeitarem flecha.

        ─ Agora nós vamos matar Kukuxinawa.

        Eles baixaram devagarinho e pararam para dormir. Kukuxinawa, diz, que vem passando de noite mesmo, caçando de noite mesmo. Dormiram em cima do uricuri novo, sentados, atrepados no pau.

        ─ Não conversa, senão Kukuxinawa nos mata de manhã.

        ─ Vamos embora. Vamos matar Kukuxinawa.

        Chegaram lá. Kukuxinawa estava dormindo de dia. Todos nus. Mulher mijando assim, com o filho nu. Outro bocado, todos pinicando. Eles ficaram espiando. De dia mesmo, pois diz que Kukuxinawa não enxergava como de noite.

        ─ Como nós fazemos?

        ─ Deixa. Quando dormirem, nós matamos.

        Os Kukuxinawa deitaram e dormiram. Então, a cobra e o menino mataram eles com cacete e com flecha. Mataram tudinho.

        O menino já estava um homão. Cresceu, cresceu... E ficou homem.

        ─ Bom, você já está matando gente. Agora nós vamos subir no outro igarapé. Nós vamos por aqui, subindo, subindo, subindo, bem na cabeceira.

        Passaram perto da boca e depois seguiram uma perna do igarapé.

        ─ Agora, nós vamos matar rancho para levar para sua mie.

        Ficaram no tapiri, matando veado, anta, porco... todos os bichos que passaram. Então muquiaram, muquiaram bem as carnes.

        ─ Agora, vamos fazer uma peira para levar as carnes dentro.

        Fizeram uma peira bem grande.

        ─ Cadê todas as carnes muquiadas? Onde você botou?

        ─ Está tudo aqui.

        ─ Você não pode com o peso.

        A cobra botou a peira nas costas e saíram andando, andando. Até que chegaram num campo bem perto da casa da mãe do menino.

        ─ Bem, vou deixar você aqui. Agora eu dou ao meu filho um arpão para matar caça. Vou ensinar o segredo. Você não vai contar para ninguém. Vou ensinar só para você. Faz assim como eu estou ensinando, mesmo! Pegue assim!

        ─ Tá.

        ─ Não vai dizer para ninguém, senão eu tomo de volta o arpão e você fica panema.

        ─ Tá.

        ─ Eu vou ficar por aqui, escutando. Não vou sair daqui.

        ─ Tá.

        ─ Quer levar tua carne? Pode levar. Entrega a tua mãe.

        O menino pegou a peira e carregou nas costas até sua mãe.

        ─ A mãe dele andava chorando, chorando, já com a cara inchada. Chorava, chorava.

        Mamãe, mamãe!

        ─ Você não é meu filho. Eu quero meu filho mesmo.

        ─ Sou eu mesmo, mamãe!

        ─ Não, filho de outro eu não quero. Eu quero meu filho mesmo. Não sei onde foi o meu filho. Estou com saudades.

        E continuou chorando de tarde, chorando. Pouco mais, a mãe virou e disse:

        ─ E ele! Meu filho, onde você andou? Como apareceu assim, meu filho?

        ─ Ah, mãe, foi cobra que me carregou. Eu fui com ela matar Kukuxinawa e matei.

        ─ E mesmo!?

        ─ Eu trouxe carne pra senhora poder comer.

        Diz que trouxe tanta carne que a mãe dele admirou. Guisou toda a carne e, todos que quiseram, comeram. Com dois dias de festas, acabou a carne.

        ─ Bem, mamãe, eu vou matar mais caça.

        ─ Vai.

        ─ Vi um rastro de anta e de porco.

        Matou de arpão. Matou seis porcos. Não andava muito não. Só no rastro mesmo, fazendo feito folha.

        ─ Mamãe, matei porco e anta.

        ─ Então teu pai vai buscar. Eu não vou. Vou só preparar a carne.

        Então o cunhado dele, diz que era o cunhado dele, foi mais ele buscar anta, veado, porco.

        O cunhado disse:

        ─ Rá, rá!! Como eu não sou feliz assim para matar veado, anta, rá, rá!

        Mangou do menino, o cunhado dele.

        O pai do menino viu:

        ─ Como foi que você matou tanta caça?

        ─ Como foi? Foi que a cobra me deu urucum para ficar feliz.

        ─ Foi?

        ─ Foi.

        ─ Então, corno a gente faz?

        ─ A gente passa o urucum e urna ruma de folha e mata com arpão.

        ─ Então me ensina, tá? Vamos embora.

        ─ Vou ensinar.

        Ele foi na frente. Lá, encontrou rastro de anta. Passou o urucum. E, cheio de folha no corpo, atirou o arpão. A anta não morreu, não. A cobra já tinha levado dele o segredo do urucum.

Organização dos professores indígena do Acre. Shenipabu Miyui. História dos antigos.

Entendendo a história:

01 – Quem ficou responsável pelo menino quando seus pais saíram?

      O avô ficou responsável pelo menino enquanto seus pais estavam fora.

02 – Qual foi a ocorrência da cobra quando viu que o menino estava flechando?

      A cobra decidiu criar o menino, em vez de matá-lo.

03 – Para onde a cobra levou o menino?

      A cobra levou o menino para o igarapé.

04 – Quem procurou e encontrou o menino?

      Os pais do menino procuraram por ele e resgataram a cobra no igarapé.

05 – O que a cobra propôs ao menino quando finalmente o trouxe de volta?

      A cobra fez com que eles matassem Jaminawa, chamando Kukuxinawa, um caçador valente.

06 – Como a cobra e o menino mataram os Kukuxinawa?

      Eles os mataram com cacete e flecha enquanto os Kukuxinawa dormiram durante o dia.

07 – O que a cobra ensinou ao menino antes de se separarem?

     A cobra ensinou ao menino o segredo do arpão e do urucum para caçar.

08 – Qual foi a ocorrência da mãe quando o menino voltou depois de ter sido carregado pela cobra?

      Inicialmente, a mãe não conheceu o menino e decidiu que era ele. Depois, ficou emocionado ao ver que era seu filho.

09 – Como o menino conseguiu caçar tanta carne depois que a cobra partiu?

      Usando o conhecimento da cobra sobre o urucum para atrair a caça e o segredo do arpão para caçar.

10 – Por que o pai do menino não teve sucesso ao tentar usar o urucum para caçar?

      A cobra havia levado embora o segredo do urucum, então quando o pai o usou, não teve sucesso na caçada.

 

 

 

HISTÓRIA: FUMAÇA DO TABACO - SHENIPABU MIYUI - COM GABARITO

 História: Fumaça do Tabaco

        Tekã Kuru, um jovem como nós, fez um rapé de tabaco muito forte, o mais forte que tinha. Então, ele tomou o rapé. Pegou o canudo de taboca, botou o tabaco na mão e aspirou. Ficou bêbado e passou um ano na rede, ali deitado. Por isso que hoje em dia o tabaco é forte. Passou um ano curtindo.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW3ovBkmNzm18zScvW4mVr8VZoI0Sttg7s0fowMtAGcznw3Py76G8vecR92asMpP7zQ2TJMSKlmCq6dGqu2Z2k4gKbvypimiE5J3_88ZBsn6CzixjV2JRLeudzcKl298tznnA3xn24DCSvbNDyW-LsW2M1yKiGhk6Iw1xqb3V_BoBBtjHJYXh5EGNrjFo/s1600/FUMA%C3%87A.jpg


        Tekã Kuru tinha uma esposa. Enquanto ele ficou de porre de tabaco, sua mulher sempre andava para lá e para cá. Até que começou a namorar com outro cara. Ela começou a ir muito ao roçado. Às vezes, quando voltava, trazia um nambu. Botava na caçarola de barro e caía depois na rede. Fazia que dormia e ficava rosnando como se tivesse pesadelo.

        A mãe dela perguntava:

        ─ O que é que minha filha tem?

        Pegava no punho da rede e balançava. A filha fingia que acordava e fazia que era encantada. Mandava sua mie abrir a panela. A velha abria e encontrava o nambu.

        A filha fazia que estava estudando o estudo para se pajé. Toda vez que vinha do roçado, aparecia com um macaco, um jabuti e todas aquelas caças.

        Parece que um dia, depois de um ano dentro da rede, o marido não suportou mais. Levantou, pegou sua arma, flecha e borduna e caminhou atrás da mulher.

        Encontrou a mulher conversando com outro cara. Tekã Kuru então empurrou a lança nas costas do homem, furou também a mulher. Bateu depois com a borduna até que matou os dois.

        Quando chegou em casa, a velha estava esperando a filha.

        ─ É, minha sogra, parece que tua filha tá morta.

        A velha correu para o roçado e lá encontrou os dois caídos.

        Enquanto isso, Tekã Kuru sumiu. Acompanhou ele como sua nova mulher uma prima. Foram andando, andando no mundo, até chegarem em outra aldeia na casa de uma irmã dele. Atou sua rede e contou para a irmã que tinha matado sua mulher. Passou ali uns três meses. Depois, seguiu para outra aldeia, onde morava outra irmã. Ela estava viúva. Seu marido tinha sido comido por um encantado. Nesse dia, Tekã resolveu partir uma lenha para ajudar sua irmã, que lhe disse:

        ─ Não, meu irmão, não parte essa lenha não, porque o bicho vem e come a gente.

        O irmão não se importou. Pegou o machado e começou a abrir a lenha.

        A lenha afastava-se sozinha, O homem tentou três vezes abrir a lenha, até que apareceu um homem encantado. Ele pegou a borduna, bateu e firmou com a lança, até matar o encantado.

        Passado ti m mês, foi para outra aldeia e encontrou outra irmã viúva.

        ─ Irmão, eu não tenho mais marido. Ontem, a onça comeu ele.

        O irmão resolveu pegar essa onça. Perguntou a que horas que ela atacava. A irmã Contou tudinho. Chegava de noite, às doze horas. Quando a pessoa estava dormindo na rede, pegava ela de surpresa e comia.

        Então, o Irmão mandou cercar tudinho. Cercou a casa da irmã e mandou ficar lá na rede a mulher dele e a irmã viúva. Ele ficou na porta esperando até as doze horas. Quando quis dar no sono, ele escutou a onça esturrar. Pegou a flecha. Quando viu o vulto do bicho, apertou a flecha e flechou a onça. A onça caiu morta.

        Passaram-se mais dois meses. Tekã Kuru seguiu para outra aldeia, onde tinha outra irmã. Esta, toda vez que tinha um filho, o gavião real levava para seu ninho, numa samaúma grande no mato. Pegava o menino na hora que ela ia dar banho no terreiro.

        O irmão resolveu pegar o gavião real para salvar seus sobrinhos. Mandou buscar barro e fez uma boneca grande, tipo um menino. Cortou cabelo, colocou no boneco e quando viu o gavião real chegando no pau da samaúma mandou a irmã banhar o boneco no terreiro, como fazia com os filhos.

        Assim a irmã fez. Quando viu o gavião voando para pegar a criança, soltou a boneca e o bicho se atracou com o menino, mas não pôde carregar. Pregou os dois pés e ficou enfiado no barro liguento. O irmão veio e meteu o pau, matou o gavião real.

        Passaram mais dois meses e o irmão resolveu passear em outra aldeia onde estava sua outra irmã.

        ─ Não, não vá, não! Lá no meio cio caminho tem um pica-pau que, quando começa a cantar, ninguém conseguiu sobreviver ao seu canto.

        O homem foi assim mesmo. Quando o pica-pau chegou voando, cantando, foi morto pela sua borduna.

        Chegou assim na casa de sua irmã. Passados uns meses, resolveu seguir viagem para outra aldeia, visitar urna outra irmã.

        ─ Não, não vá, não! No meio do caminho tem uma casinha que faz escurecer, quando alguém vai chegando lá.

        Ele assim mesmo decidiu ir. Seguiu seu caminho e quando chegou no ponto que sua irmã falava, escureceu. Ele ficou lá debaixo da casinha, atou a rede, convidou sua mulher para deitar, acendeu um pedaço de sernambi para alumiar e escondeu a luz debaixo de urna panela. Quando deu base de doze horas, ele ouviu bater de cima para baixo, descendo, um bicho que comia gente. O bicho vinha descendo e, quando chegou pertinho da casa, o homem abriu a panela, clareou a escuridão e meteu a flecha no animal que caiu, “pof”, no chão.

        Conseguiu chegar na casa de sua outra irmã que disse espantada:

        ─ Como é que você vem chegando aqui? Ali ninguém nunca passou. Ali some mesmo!

        O irmão descansou lá uns dias e resolveu continuar seu caminho para visitar outra irmã.

        Chegou em outra aldeia, onde encontrou sua irmã viúva, o marido morto por um macaco. Mais uma vez o irmão conseguiu salvar a vida de sua família, matando o macaco preto com uma flechada certeira no peito.

        Continuou sua viagem para outra aldeia e enfrentou desta vez um caboré encantado que conseguiu abater com a sua borduna.

        Desta aldeia, seguiu viagem para outra aldeia para visitar uma outra irmã. No caminho, enfrentou um bicho encantado com metro e meio de braço, de dois braços. Bateu no calcanhar e então o bicho esmoreceu. Ele meteu o pau, derrubou ele. Matou e continuou o caminho até a casa da irmã.

        ─ Como é que você chegou, meu irmão?

        ─ Matei o rapaz, matei o animal!

        Após uns tempos, seguiu viagem, como de costume, para outra aldeia. Mas, antes, ouviu conselho de sua irmã:

        ─ Não vai, não! Lá tem uma pessoa que come fígado de gente.

        Assim mesmo o homem viajou. Chegando lá, encontrou sua irmã e seu cunhado animados esperando por ele. Atou sua rede e deitou.

        O cunhado disse:

        ─ Tua irmã vai cozinhar umas bananas. Vamos tomar um banho. Tem um igarapezinho que dá muito bodó. Daquele bodó amarelinho. Vamos pegar um bocado para comer com banana.

        Os dois cunhados foram então para o igarapé tomar banho. O irmão sempre com cuidado, observando o cunhado que levava um pau. O homem levou sua borduna e, enquanto mergulhava, continuava olhando com cuidado o seu cunhado.

        Em plena claridade do sol, o cunhado pegou o pau para bater nele, mas Tekã Kuru desviou e o cara errou. Tekã foi em direção ao cunhado. Aguentou a borduna e derrubou ele, que foi bater no chão. Pinpinou ele de borduna. Ele começou a gritar. Sua mulher chegou, viu a cena e ficou olhando, esperta. Depois, pegou na saia, começou a dançar, dançar e cantar na língua:

        ─ He, he, he, he...

        Depois Tekã mandou sua mulher matar sua própria irmã, por ser a esposa do homem que já estava morto, o que comia fígado.

        A mulher foi e matou sua cunhada. E os dois continuaram sua viagem.

        Tekã matou assim todos os animais e até a sua irmã e o seu cunhado, aquele que comia fígado. Enfrentara, até então, todos os perigos.

        Um dia, em uma de suas viagens, um conhecido seu matou um urubu para ele comer. Pelou o urubu bem peladinho e convidou Tekã para comer. Dizia que era um gostoso mutum. No começo, Tekã recusou, mas o cara insistiu. Até que ele, valentão, aceitou de comer o urubu. Rasgou a carne bem lá de dentro, tirou um pedaço e comeu. Disse que amargava m oito. Sentiu então q mie ia finalmente morrer.

        ─ Mulher, dessa vez vou cair.

        Passado um mês, Tekã Kuru, que comeu fígado de urubu, morreu.

Organização dos professores indígena do Acre. Shenipabu Miyui. História dos antigos.

Entendendo a história:

01 – Por que Tekã Kuru ficou um ano na rede após tomar o rapé de tabaco?

      Ele ficou bêbado e imobilizado devido à forte experiência de estupro, passando um ano em um estado de torpor.

02 – O que aconteceu com a esposa de Tekã Kuru enquanto ele estava "de porre de tabaco"?

      Ela começou a namorar outro homem e trouxe animais do roçado, fingindo ficar encantada quando confrontada pela mãe.

03 – Como Tekã Kuru reagiu ao descobrir a traição da esposa?

      Ele matou tanto a esposa quanto o homem com quem ela estava envolvida.

04 – Para onde Tekã Kuru foi depois de matar sua esposa e seu amante?

      Ele melhora para outras aldeias, visita suas irmãs e enfrenta desafios para proteger suas famílias.

05 – Quais perigos Tekã Kuru imaginou durante suas viagens para salvar suas irmãs?

      Enfrentou desde animais encantados até pessoas perigosas, incluindo um que comia fígado humano.

06 – Como Tekã Kuru derrotou o gavião real que levou seus sobrinhos?

      Ele usou uma estratégia com uma boneca, enganando o gavião para que este ficasse preso no barro.

07 – Por que Tekã Kuru acabou sendo envenenado e morreu?

      Ele comeu fígado de urubu, pensando ser mutum, o que acabou sendo fatal para ele.

08 – Quais foram as ações finais de Tekã Kuru antes de sua morte?

      Ele continua a jornada, enfrentando perigos e eliminando ameaças até ser envenenado pelo urubu.

09 – Qual foi o destino de Tekã Kuru ao longo de suas viagens?

      Ele desafiou, desafios e perigos em várias aldeias, protegendo suas irmãs e familiares, mas acabou encontrando sua morte devido ao envenenamento.

10 – Como essa história reflete elementos da mitologia e tradições indígenas?

      A história envolve elementos míticos, desafios, ações heroicas e consequências ligadas à cultura e à moralidade indígena, representando a jornada e os confrontos do protagonista dentro desse contexto.

 

 

domingo, 29 de outubro de 2023

HISTÓRIA: O COELHINHO QUE NÃO ERA DE PÁSCOA - RUTH ROCHA - COM GABARITO

 História: O coelhinho que não era de Páscoa 

              Ruth Rocha

        Vivinho era um coelhinho. Branco, redondo, fofinho. 

        Todos os dias Vivinho ia à escola com seus irmãos.

        Aprendia a pular, aprendia a correr... 

        Aprendia qual a melhor couve para se comer.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwp2utkmwkg3Qj864hB43IHOZe3e9aA_nhnyaTsty80yZhkVphRB2dt_5JQYk8V-gxR-AlRuBV-o7nfPMp3191DFymJJy2lqqap0Cz0t2YPyls_K8R8SXOvjfQA1j-k1a7wc0ms9pfS1ZafSPij3u63AIefnItyJaRWueou-YWrkYFwLVW-eDQJBovLEQ/s320/COELHO%20BRANCO.jpg
 

        Os coelhinhos foram crescendo, chegou a hora de escolherem uma profissão.

        Os irmãos de vivinho já tinham resolvido:

        -- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu pai.

        -- Eu vou ser coelho de Páscoa, como o meu avô.

        -- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu bisavô.

        E todos queriam ser coelhos de Páscoa, como o trisavô, o tataravô, como todos os avôs. Só Vivinho não dizia nada.

        Os pais perguntavam, os irmãos indagavam:

        -- E você Vivinho, e você?

        -- Bom – dizia Vivinho – eu não sei o que quero ser.

        Mas sei o que não quero: Ser coelho de Páscoa.

        O pai de Vivinho se espantou, a mãe se escandalizou e desmaiou:

        -- OOOOOHHHHH!!!

        Vivinho arranjou uma porção de amigos: O beija-flor Florindo, Julieta a borboleta, e a abelha Melinda.

        -- Onde é que já se viu coelho brincar com abelha?

        -- Os irmãos de Vivinho diziam.

        Os pais de Vivinho se aborreciam:

        -- Um coelho tem que ter uma profissão. Onde é que nós vamos parar com essa vadiação?

        -- Não se preocupem – Vivinho dizia – Estou aprendendo uma ótima profissão.

        -- Só se ele está aprendendo a voar – os pais de Vivinho diziam.

        -- Só se ele está aprendendo a zumbir – os irmãos de Vivinho caçoavam.

        Vivinho sorria e saía, pula, pulando para se encontrar com seus amigos.

        O tempo passou. A Páscoa estava chegando.

        Papai e Mamãe Coelho foram comprar os ovos para distribuir.

        Mas as fábricas tinham muitas encomendas. Não tinham mais ovinhos para vender. Em todo lugar a resposta era a mesma:

        -- Tudo vendido. Não temos mais nada...

        O casal Coelho foi a tudo que foi fabrica da floresta. Do seu Antão, do seu João, do seu Simão, do seu Veloso, do seu Matoso, do seu Cardoso, do seu Tônio, do seu Petrônio, seu Sinfrônio. Mas a resposta era sempre a mesma.

        -- Tudo vendido seu coelho, tudo vendido...

        Os dois voltaram pra casa desanimados.

        -- Ora essa. Isso nunca aconteceu...

        -- Não podemos desapontar as crianças...

        -- Mas nós já fomos a todas as fábricas. Não tem jeito, não...

        Os irmãos do coelhinho estavam tristes:

        -- Nossa primeira distribuição... Ai que tristeza no coração!...

        Vivinho vinha chegando com Melinda.

        -- Por que não fazemos os ovos nós mesmos?

        -- É que nós não sabemos.

        Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos. Não sabe fazer!

        -- Pois eu sei – disse Vivinho – Eu sei.

        -- Será que ele sabe? – Disse o pai?

        -- Ele disse que sabe – disseram os irmãos.

        -- Ele sabe, ele sabe – disse a mãe.

        -- E como você aprendeu? – perguntaram todos.

        -- Com meus amigos. Eu não disse que estava aprendendo uma profissão? Pois eu aprendi a tirar o pólen das flores com Julieta e Florindo. E Melinda é a maior doceira do mundo. Ela me ensinou a fazer tudo o que é doce...

        A casa da família Coelho virou uma verdadeira fábrica. Todos ajudavam: Papai Coelho, Mamãe Coelha e os coelhinhos... e os amiguinhos também: Florindo o beija-flor, a borboleta Julieta e a abelha Melinda, a maior doceira do mundo.

        E era Vivinho quem comandava o trabalho.

        E quando a Páscoa chegou, estavam todos preparados. As cestas de ovos estavam prontas.

        E os pais de Vivinho estavam contentes.

        A mãe de Vivinho disse:

        -- Agora, nosso filho tem uma profissão.

        E o pai de Vivinho falou:

        -- Cada um deve seguir a sua vocação...

Ruth Rocha.

Entendendo a história:

01 – Qual era a cor do coelhinho chamado Vivinho?

      Vivinho era branco.

02 – O que os irmãos de Vivinho decidiram ser quando cresceram?

      Os irmãos de Vivinho decidiram ser coelhos de Páscoa, como seus pais, avós e bisavós.

03 – Qual era a decisão de Vivinho em relação à sua profissão?

      Vivinho não queria ser um coelho de Páscoa.

04 – Quem eram os amigos de Vivinho na história?

      Os amigos de Vivinho eram: Florindo o beija-flor, Julieta a borboleta e Melinda a abelha.

05 – O que Vivinho aprendeu com seus amigos?

      Vivinho aprendeu a tirar o pólen das flores com Julieta e Florindo, e Melinda a ensinou a fazer doces.

06 – O que a família Coelho fez quando não encontrou ovos para distribuir na Páscoa?

      A família Coelho decidiu fazer os ovos eles mesmos.

07 – Quem comandou o trabalho de preparação dos ovos de Páscoa na história?

      Vivinho comandou o trabalho de preparação dos ovos de Páscoa.

 

HISTÓRIA: A FAMÍLIA DO COELHO TIBÚRCIO - CAMILA FARIAS - COM GABARITO

 História: A família do coelho Tibúrcio

              Camila Farias

        Dia lindo campo verdinho, folhas fresquinhas e cenouras deliciosas. Ah! Se tem algo a que Tibúrcio não resiste, são as cenouras…

        E não é por gula, não! É que Tibúrcio tem muita energia. Tibúrcio possui dentões engraçados, que crescem muito. Por isso, faz o que mais gosta na fazenda! Então, vai mais uma cenoura?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWI39EtJbF0865LGdoWRlCen8I8cmxH63zdMKFqlw7HPvvoJ4yt9Np6N5AOxjawMWuvwqfNVXQotnA8CgVtRVYG2lDSLOeme4RgOR_fgTYuxIlq0sD09zd4pUD0x9dBNkAV0BY1jkLlhl7Ih7vxFYkt4VLhyU0i14DDnEZtq_AWNE2FOxwoxfHw7qV0ho/s1600/COELHOO.png


        Tibúrcio tem muitos amiguinhos na fazenda. Ismael e Matias sempre chegam atrasados para o almoço. Mas eles nunca brigam. Os coelhos estão sempre com seu nariz tremendo, principalmente quando farejam alguma coisa boa. E têm tantos amigos na fazendo, como os patinhos, os pintinhos, os passarinhos, as borboletas e tantos outros, que nem dá pra enumerar.

        Certo dia, Tibúrcio encontrou uma coelhinha para acasalar. Ela era muito linda e se chamava Isolda. Meses depois, Isolda fez sozinha um ninho magnífico. Estava muito feliz, porque ia dar à luz seus primeiros filhotinhos.

        Tibúrcio e Isolda sabem que precisam ficar atentos aos filhotes. Hei! Cuidado com o pato, coelhinho! Uma bicada machuca… E muito! Tibúrcio e Isolda se tornam os coelhos mais felizes. Eram oito lindos filhotes para cuidarem, todos saudáveis e brincalhões. Que responsabilidade!

        Mas os filhotes de coelho crescem tão depressa, que Tibúrcio e Isolda nem precisam se preocupar com eles por muito tempo.

        Ouvem e sentem o cheiro tão bem, de longe, que Tibúrcio nunca consegue fazer surpresa ao trazer uma deliciosa cenoura para eles.

        Uma coisa é certa: os filhotes pegaram a mania de Tibúrcio: jamais largam suas cenouras preferidas!

Camila Farias.

Entendendo a história:

01 – Quem é o protagonista da história e qual é sua característica marcante?

      O protagonista da história é o coelho Tibúrcio, e sua característica marcante são seus dentões engraçados que crescem muito.

02 – Quais são os amigos de Tibúrcio na fazenda?

      Tibúrcio tem muitos amigos na fazenda, incluindo Ismael, Matias, patinhos, pintinhos, passarinhos, borboletas e outros animais.

03 – Como Tibúrcio se sente em relação às cenouras?

      Tibúrcio adora cenouras porque elas lhe fornecem energia, não por gula.

04 – Quem é a coelhinha que Tibúrcio encontra e o que acontece depois?

      Tibúrcio encontra uma coelhinha chamada Isolda, e meses depois, ela dá à luz oito filhotinhos.

05 – Qual é a responsabilidade que Tibúrcio e Isolda têm após o nascimento dos filhotes?

      Tibúrcio e Isolda têm a responsabilidade de cuidar dos oito filhotes de coelho, garantindo que eles cresçam saudáveis e felizes.

06 – Por que Tibúrcio não consegue fazer surpresa ao trazer cenouras para seus filhotes?

      Tibúrcio não consegue fazer surpresa ao trazer cenouras para seus filhotes porque eles ouvem e sentem o cheiro muito bem de longe, então sempre sabem quando ele está chegando com as cenouras.

07 – O que os filhotes de Tibúrcio têm em comum com ele?

      Os filhotes de Tibúrcio têm em comum com ele o gosto por cenouras, assim como seu pai Tibúrcio. Eles nunca largam suas cenouras preferidas.

 

HISTÓRIA: A ABELHINHA JULITA - A VIDA NA FAZENDA - COM GABARITO

 História: A abelhinha Julita

              A vida na fazenda

        No começo da primavera, quando as flores começam a se abrir, a abelhinha Julita sai para buscar o néctar. É para fazer o mel, um alimento muito nutritivo.

        Julita é uma abelhinha operaria. Ela vive numa colmeia junto com milhares de amiguinhas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio8p4w3hSuFGWW97JRG1Ui3bbvRrBh8gfBFznYQSWOM0sB9x1F1RHl4fcc6W_T6PxmxSkS-rBip_LvYYLWzo4oMw6nXmKfrJl94wsDo3OkMvXkxn1IhSpz4AiT2DoByFIrDIIZOgSxmuybSyZfmSKRVUeqE-gIXAkdrN96THDHOHa7HjzBeDrz8NANdbM/s320/ABELHINHA.jpg


        Dentro da colmeia, suas amiguinhas operarias trabalham o dia todo para depositar o néctar dentro de favos de mel.

        Toda feliz, Julita cai com suas amiguinhas e pousa nas flores mais lindas do campo. Ela recolhe o néctar e o pólen, que ficam bem no centro dessas flores.

        Antes de o dia se pôr, a abelhinha Julita e milhares de amiguinhas voltam para a casa, a colmeia. Até aí, elas já fizeram muitas idas e vindas e estão muito cansadas e com muito soninho. Essas abelhinhas são mesmo muito espertas. Elas fazem suas colmeia dentro de árvores ou em lugares secos, na mata, bem protegidos da água da chuva.

        Julita e suas amiguinhas fabricam o favo com uma cera especial, para servir à abelha mais importante da colmeia: a rainha. A rainha deposita seus ovinhos, que se tornarão novas abelhinhas. Tudo graças a Julita, que fez pequenas células de cera virarem uma caminha com capricho.

        Julita gosta muito de suas amiguinhas. Um dia, ela foi bem longe, para além do rio e do vale, e encontrou três abelhinhas que aviam se perdido. Então, Julita ensinou a elas o caminho de volta. A abelha-rainha ficou muito feliz com Julita e a premiou, dando-lhe um dia inteirinho de folga. Julita adorou. Assim, pode ajudar na produção da geleia real!

        Foi assim que Julita participou do nascimento de muitas abelhinhas. Dentro da célula comum, existe uma larva, que é bem pequenininha. Julita precisou alimentá-la durante um tempo para ela crescer. Depois, foi preciso fechar a célula. Aí, aconteceu a transformação da larva em abelha operaria.

        Existem larvas que são alimentos pela geleia real, um mel muito puro e fortificante. Elas vão se desenvolvendo até se transformarem em abelhas grandes. A geleia real é o alimento das rainhas. Elas voam pelos campos quando saem da célula. Julita ficou muito contente e orgulhosa por ter criado outras abelhinhas.

        A abelha-rainha, quando nasce, escolhe um dia ensolarado para voar pelo campo. E todos os zangões saem para namora-lá. Essa rainha é mesmo muito importante! Quando a rainha volta, é a época mais importante da colmeia. Três dias após de ser fecundada, ela passa a pôr seus ovos como a antiga rainha fazia. Enquanto isso, as amiguinhas de Julita continuam os seus trabalhos de operarias, recolhendo pólen e néctar para fabricar cera e mel.

        Pegar o pólen e o néctar é o que as amiguinhas de Julita mais amam fazer. E a maior paixão de Julita é a natureza. Num dia maravilhoso de primavera ou de verão, lá vai ela de flor em flor, sempre com muita alegria e vontade de trabalhar.

A vida na fazenda.

Entendendo a história:

01 – Qual é a tarefa principal da abelhinha Julita na colmeia?

      A tarefa principal da abelhinha Julita na colmeia é coletar néctar e pólen das flores para fazer mel.

02 – Onde Julita e suas amiguinhas constroem suas colmeias?

      Julita e suas amiguinhas constroem suas colmeias dentro de árvores ou em lugares secos na mata, bem protegidos da água da chuva.

03 – Por que a abelhinha Julita fabrica favos de cera na colmeia?

      Julita fabrica favos de cera na colmeia para servir à abelha-rainha, que deposita seus ovos neles.

04 – O que acontece dentro das células comuns da colmeia?

      Dentro das células comuns da colmeia, as larvas se desenvolvem e se transformam em abelhas operárias.

05 – Qual é o alimento das larvas que se transformarão em rainhas?

      As larvas que se transformarão em rainhas são alimentadas com geleia real, um mel muito puro e fortificante.

06 – O que a rainha faz três dias após ser fecundada?

      Três dias após ser fecundada, a rainha começa a pôr ovos, da mesma forma que a antiga rainha fazia.

07 – Qual é a maior paixão de Julita na história?

      A maior paixão de Julita na história é a natureza, e ela adora voar de flor em flor para coletar néctar e pólen, sempre com alegria e vontade de trabalhar.