quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ARTIGO DE OPINIÃO: É A ECONOMIA QUE DEVE SE ADAPTAR À SUSTENTABILIDADE, NÃO O CONTRÁRIO - BACKER RIBEIRO FERNANDES- COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: É a economia que deve se adaptar à sustentabilidade, não o contrário
    

  Deveríamos garantir aos nossos filhos, pelo menos, a mesma qualidade de vida que temos hoje e que já não é tão boa assim

 Segundo Gilles Lipovetsky, importante filósofo contemporâneo, as preocupações do porvir planetário e os riscos ambientais assumiram posição primordial no debate coletivo. Nos últimos anos, quando despertamos para as revelações alarmantes a respeito do aquecimento global, o termo sustentabilidade ganhou a importância merecida na mídia, governos e empresas. Sustentabilidade virou uma febre. As empresas são sustentáveis, o negócio é sustentável, tudo é sustentável. Mas o que é ser sustentável? Que conceitos norteiam as gestões estratégicas das organizações?
        Ser sustentável hoje, provavelmente, é viabilizar o negócio desde que não impacte em mais custos, tecnologias mais caras. O que todos precisam entender é que há urgência em equilibrar a balança do tripé da sustentabilidade (triple bottom line), a economia não deve pesar mais que o social e o ambiental. Caso isso não ocorra, a natureza cobrará o seu preço.
        Em 1987, foi publicado o relatório Nosso Futuro Comum (Our Common Future), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que fazia duras críticas ao modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, ressaltando os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório apontava para a incompatibilidade entre o desenvolvimento e os padrões de produção e consumo vigentes. Cunhou-se a célebre frase: “Desenvolvimento sustentável é satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
        Ou seja, deveríamos garantir para os nossos filhos, pelo menos, a mesma qualidade de vida que temos hoje e que já não é tão boa assim. As gerações futuras, agora com 24 anos (1987 a 2011), perguntam quais medidas foram cumpridas e se é este o futuro que construímos para eles. Devemos mesmo adotar esse conceito? A resposta é não! Os resultados mostram que falhamos e que sustentabilidade é garantir hoje a qualidade do meio ambiente, da vida, gastar o que for preciso para as gerações presentes.
        Não há um limite mínimo para o bem-estar da sociedade assim como não há um limite máximo para a utilização dos recursos naturais. Como citou Jeffrey Sachs, professor de Economia e diretor do Instituto Terra da Universidade Columbia, “o mundo está rompendo os limites no uso de recursos, se a economia mundial cresce a um patamar de 5% ao ano significa, neste modelo de desenvolvimento, que continuaremos produzindo grandes impactos no meio ambiente, nosso planeta não suportará fisicamente esse crescimento econômico exponencial, se deixarmos a ganância levar vantagem, o crescimento da economia mundial já está esmagando a natureza”.
        Se continuarmos com um modelo de desenvolvimento como o que temos atualmente, em 2050, quando se estima que seremos 9 bilhões de habitantes, teremos uma dívida ecológica de 24 meses, tempo necessário para ela se recompor, mesmo assim, não se tem a certeza se o planeta aguentará uma pressão deste tamanho.
        Há um grande equívoco que preciso deixar claro quando se fala em desenvolvimento. É comum falar em desenvolvimento sob o prisma do crescimento da economia, e o Brasil está entre os dez países mais ricos do mundo, mas o relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mostra o Brasil na 73ª posição entre 169 países. De acordo com o relatório, aproximadamente 8,5% da população brasileira vive abaixo da linha da pobreza, ou seja, 17 milhões de brasileiros vivem com menos de R$ 60 por mês. Além da má distribuição de renda, doença crônica no desenvolvimento do Brasil, a saúde e a educação são o que mais pesa na pobreza do país.
        Como diria o professor Sachs, “se a ganância vencer, a máquina do crescimento econômico depredará os recursos, deixará os pobres de lado e nos conduzirá a uma profunda crise social, política e econômica”. Precisamos propor uma mudança no paradigma da sustentabilidade, o desenvolvimento sustentado necessita incluir o homem nesse processo, numa gestão que inclua as pessoas, tecnologias sem o pressuposto econômico, fontes renováveis e práticas sustentáveis. Como citou Rachel Carson em seu livro Primavera Silenciosa, “o homem é parte da natureza e sua guerra contra a natureza é inevitavelmente uma guerra contra si mesmo… Temos pela frente um desafio como nunca a humanidade teve, de provar nossa maturidade e nosso domínio, não da natureza, mas de nós mesmos”. A mensagem está dada.
              Backer Ribeiro Fernandes é Relações Públicas e doutorando em
Ciências da Comunicação.
Entendendo o texto:

01 – O texto lido é iniciado pela apresentação de uma ideia defendida pelo filósofo Gilles Lipovetsky.

a)   Qual ideia é apresentada ao leitor?
A preocupação com o futuro e com os riscos ambientais presentes de forma intensa na sociedade.

b)   Ele é apresentado pelo articulista como “um importante filósofo contemporâneo”. Ao fazer essa apresentação, qual efeito pretende-se obter em relação ao leitor do texto?
Ao reconhecer a importância do filósofo, é possível despertar ainda mais o interesse do leitor sobre o assunto tratado no artigo de opinião e fazer com que o leitor pressuponha que Backer Fernandes (o autor) concorda com o filósofo.

02 – Ainda no primeiro parágrafo, é apresentada uma relação de causa e consequência a partir de revelações sobre o aquecimento global.
a)   De acordo com o articulista, o que essas revelações causaram?
O Termo sustentabilidade ganhou importância na mídia, nos governos e nas empresas.

b)   Qual é a consequência desse fato?
A consequência é a de a sustentabilidade ter virado uma mania, e muitos – empresas, produtos, entre outros – passaram a se promover como “sustentáveis”.

03 – O articulista, Backer Ribeiro Fernandes, questiona a utilização, generalizada, do conceito de sustentabilidade.
a)   Transcreva a frase apresentada pelo articulista que dá início a esse questionamento.
“As empresas são sustentáveis, o negócio é sustentável, tudo é sustentável.”

b)   Fernandes encerra o primeiro parágrafo com perguntas relacionadas à sustentabilidade. O que essas perguntas sugerem ao leitor?
As perguntas sugerem que o conceito não está bem definido e que haverá uma investigação e reflexão sobre o que é, de fato, sustentabilidade.

04 – Nos dois parágrafos seguintes, o articulista apresenta a ideia vigente sobre o que e sustentabilidade.
a)   De acordo com as informações presentes nessa parte do texto, qual é a definição corriqueira sobre o que é “ser sustentável”?
Ser sustentável é viabilizar o negócio desde que não impacte em mais custos, tecnologias mais caras.

b)   De acordo com Fernandes, qual é a condição para que algo possa ser considerado sustentável?
A economia não deve pesar mais que o social e o ambiental.

c)   Elenque as diferenças entre o conceito apresentado por Fernandes e a ideia, mais relacionada ao senso comum, sobre “ser sustentável”.
Na definição defendida por Fernandes, deve-se priorizar a qualidade do meio ambiente e da vida, não importando o quanto isso custe. Na concepção mais geral sobre ser sustentável, o fundamental é não ter custos que inviabilizem algo.

05 – Leia a definição a seguir e responda ao que se pede.
      Paradoxo [...] Aquilo que é estranho, contraditório, absurdo [...].
Dicionário didático. 3. ed. São Paulo: SM, 2009. p. 595.

a)   Qual situação apresentada no artigo de opinião pode ser considerada paradoxal?
O fato de o Brasil estar entre os dez países mais ricos do mundo, mas o relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mostrar o Brasil na 73ª posição entre 169 países.

b)   De acordo com o texto, o que pode provocar essa situação paradoxal?
A forma como desenvolvimento é entendido: mais no sentido econômico, sendo desconsiderado, por muitos, o aspecto social.

c)   Que relação pode ser estabelecida entre a situação paradoxal apresentada e a sustentabilidade?
Embora o Brasil seja um país muito rico, muitas pessoas ainda vivem em condições muito difíceis. A ideia de sustentabilidade, defendida no artigo, inclui um modelo de desenvolvimento voltado para todas as pessoas.


terça-feira, 27 de novembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): BIBI FON-FON - EVELYN HEINE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Bibi Fon-Fon Meu carro eu buzinei - (EVELYN HEINE)

              Apresentação na escolinha CRESCER em Betim

Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava vermelho, o carro eu parei
Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava verde, o carro acelerei

Quando está no amarelo é sinal de atenção
Motorista cuidadoso nunca entra em contra mão
Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava verde, o carro acelerei

Coloquei uma primeira como um bom motorista
Puxei uma segunda e alinhei ele na pista
Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava vermelho, o carro eu parei

Dirigindo com cuidado, vou seguindo o meu caminho
Sempre estou acompanhado, nunca viajo sozinho Bibi

Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava verde, o carro acelerei
Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava vermelho, o carro eu parei

"Olha aí motorista, dirija sempre com atenção!"

Quando tem um cruzamento
Sempre olho pros dois lados
Dou um toque na buzina
E atravesso com cuidado

Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava vermelho, o carro eu parei
Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava verde, o carro acelerei

Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei
O farol estava verde, o carro acelerei.

Entendendo a canção:

01 – Qual o assunto tratado no poema?
      O trânsito.

02 – A que público interessa esse tipo de texto?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Quem é o autor do poema?
      Evelyn Heine.

04 – O texto Bibi Fon-Fon, meu carro eu buzinei, está escrito em prosa ou verso? Justifique.
      Está escrito em verso.

05 – Quantas estrofes têm o poema.
      Possui 09 estrofes.

06 – Quantos versos têm o poema?
      Possui 29 versos.

07 – Há rimas no poema? Quais?
      Gente / inteligente – Paisagem / bagagem – Simão / sinalização – Vão / sinalização – Vão, caminhão, contramão / contramão, confusão / fechado, lado / celular, parar / atenção, estação.

08 – Como o autor retrata o trânsito no primeiro verso?
      São retratadas brigas de motoristas no trânsito.

09 – Quais são as atitudes retratadas no poema como negativas?
      Andar na contramão, falar no celular e trocar a estação do rádio.

10 – Segundo o poema para que serve a sinalização?
      Para organizar o trânsito.

11 – Que conselho o motorista pode retirar do poema?
      É necessário dirigir com atenção.


POEMA: OU ISTO OU AQUILO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: Ou Isto ou Aquilo                   
             Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol,
Ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
Ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
Estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
Ou compro o doce e gasto o dinheiro.


Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
E vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
Se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
Qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Ou isto ou aquilo, Editora Nova Fronteira, 1990 - Rio de Janeiro, Brasil

Entendendo o poema:
01 – Em vários poemas de Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles obtém efeitos muito “sugestivos” extraídos de “relações paronomásicas” (§ 2) – o que se observa, por exemplo, nos seguintes versos:
a)   “Ou se tem chuva e não se tem sol / ou se tem sol e não se tem chuva!”
b)   “Com seu colar de coral / Carolina / corre por entre as colunas / da colina.”
c)   “No último andar é mais bonito: do último andar se vê o mar. / É lá que eu quero morar.”
d)   “Arabela / abria a janela. / Carolina / erguia a cortina. / E Maria / olhava e sorria: / Bom dia!”
e)   “Esta menina / tão pequenina / quer ser bailarina.”

02 – Do que trata o poema?
      Trata-se de uma dúvida, o que fazer, isto ou aquilo.

03 – Analise as proposições abaixo.
I - Enquanto Cecília Meireles apresenta uma série de alternativas para se seguir, Rubem Alves nos propõe uma maior reflexão para um plano de vida.
II - No poema Ou isto ou aquilo, observa-se o emprego de verbos que necessitam de complementação.
III - O emprego de duas expressões com sentido indefinido no título do poema de Cecília Meireles apresenta-nos a dificuldade de se tomar uma decisão.
IV - Quando Cecília Meireles diz que “É uma grande pena que não se possa / estar ao mesmo tempo em dois lugares!”, remete-nos a uma certeza de que é muito simples tomar uma decisão na vida.
Estão corretas apenas as proposições
a) I, II e IV.
b) I, III e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e III.

04 – Sobre os versos de 1 a 4 do Texto é INCORRETO afirmar que o/a(s):
a) ocorrências do termo ou na posição intermediária, nos versos, estabelece uma relação de alternância.
b) ocorrência do termo ou na posição inicial, no verso 1, estabelece a ideia de escolha que percorre todo o texto.
c) uso de verbos no presente indica condições rotineiras e não ações presentes.
d) uso do ponto de exclamação indica a surpresa do eu-lírico ao constatar a situação.

05 – Sobre o poema de Cecília Meireles, pode-se afirmar que:
a) há dois momentos marcados pela mudança das pessoas do discurso.
b) a ocorrência do termo se em todo o poema estabelece sempre a mesma relação de condição.
c) os recursos literários mais empregados pela autora são assíndeto e aliteração.
d) o esquema rítmico do poema é composto por rimas, versos curtos e assonâncias.

06 – Onde o texto: “Ou Isto ou Aquilo”, foi publicado? Quando?
      Foi publicado na Editora Nova Fronteira, em 1990.

07 – Na frase: “Ou guardo o dinheiro e não compro o doce”. O que você faria?
      Resposta pessoal do aluno.




CONTO: CONSTRUINDO PONTE - MARCELO ACKERMANN - COM QUESTÕES GABARITADAS

Conto: CONSTRUINDO PONTE

        Certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um rio, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro.
        Durante anos, ao final de cada dia, percorriam uma estreita, porém comprida estrada, que corria ao longo do rio para poderem atravessá-lo e desfrutarem um da companhia do outro.
        Apesar do cansaço, faziam-no com prazer, pois se amavam. Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
        Numa manhã, o irmão mais velho ouviu bater à sua porta. Ao abri-la, notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro em sua mão.
        -- Estou procurando por trabalho, talvez você tenha um pequeno serviço aqui e ali.
        -- Sim! Claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do riacho. É de meu vizinho, na realidade meu irmão mais novo. Brigamos muito e não mais posso suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você me construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não mais precise vê-lo.
        -- Acho que entendo a situação. Certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.
        Como precisava ir a cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu.
        O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra, ao mesmo tempo que o fazendeiro retornava. Porém, seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca. Em seu lugar estava uma ponte, feita de tábuas de madeira e troncos de árvore, ligando um lado do riacho ao outro.
        Era realmente um belo trabalho, mas, enfurecido, exclamou:
        -- Você é muito insolente em construir esta ponte após tudo que lhe contei.
        No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao erguer seus olhos para a ponte mais uma vez, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo com seus braços abertos. Cada um dos irmãos permaneceu imóvel de seu lado do rio, quando, num só impulso, correram um na direção do outro, abraçando-se e chorando no meio da ponte. Emocionados, viram o carpinteiro arrumando suas ferramentas e partindo.
        -- Espere, disse o mais velho, fique conosco mais alguns dias. Tenho muitos outros projetos para você. E o carpinteiro respondeu:
        -- Adoraria ficar. Mas tenho muitas outras pontes para construir.
        Quantas vezes um carpinteiro desses se torna bem-vindo e necessário em nossas vidas!!!
                                                                                           Marcelo Ackermann.
Entendendo o conto:
01 – Onde se passa a história? Como viviam os irmãos antes da desavença?
      Passa na fazenda deles. Mesmo cansado do serviço diário, eles atravessavam o rio para desfrutarem um da companhia do outro.

02 – O texto não relata o motivo que levou os irmãos a adentrarem em conflito, apenas “um mal entendido”. Portanto, invente uma situação que levaria os irmãos a entrarem em desavença observando o desenrolar da narrativa.
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Como ficou a rotina dos irmãos após a discussão ocorrida entre eles? Você ficaria intrigado com um familiar seu após um mal entendido? Por quê?
      Ficaram semanas num total silêncio. Sim. Porque nenhum amor e companheirismo acaba assim a toa.

04 – De acordo com o texto qual foi a esperança para o fim do conflito entre os irmãos?
      Que eles conseguissem fazer as pazes.

05 – Na visão do irmão mais velho, qual seria a solução para amenizar a desunião entre eles? Você acha correta a atitude do homem em mandar realizar essa obra? Justifique sua resposta.
      Construir uma cerca bem alta ao longo do rio para não mais ver o irmão.

06 – O que o carpinteiro resolveu fazer desobedecendo assim a ordem de seu patrão? Como foram os esforços empregados pelo carpinteiro? Você acha correta sua atitude? Por quê?
      Construiu uma ponte sobre o rio. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia, medindo, cortando e pregando. Resposta pessoal do aluno.

07 – No princípio da chegada do homem que ordenara o tipo de trabalho ao carpinteiro, o que ele exclamou enfurecido ao observar o belo trabalho?
      “-- Você é muito insolente em construir esta ponte após tudo que lhe contei.”

08 – O que torna a história emocionante?
      A união dos irmãos novamente, abraçando e chorando no meio da ponte.

09 – Um dos irmãos ainda convidou o carpinteiro para realizar outros serviços na fazenda, porém ele respondeu: “... tenho muitas outras pontes para construir.” Na realidade, o que o carpinteiro ainda tinha para fazer?
      Tinha que construir novas pontes, onde iria trazer paz e harmonia a outras pessoas.

10 – Que lição podemos tirar dessa linda história: “Construindo ponte”.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Vale muito mais fazer o bem e promover a paz e o amor.


CRÔNICA: VISTA CANSADA - OTTO LARA RESENDE - COM QUESTÕES GABARITADAS

Crônica: Vista cansada
            Otto Lara Resende


        Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
        Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
        Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
        Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
        Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
                                                                           (Otto Lara Resende)
Entendendo a crônica:
01 – O título do texto é "Vista cansada". A que tipo de cansaço esse título faz referência? Justifique sua resposta com uma frase tirada do texto.
      O título do texto faz referência ao cansaço dos costumes, nos traz a mesmice de sempre que muitas das vezes nos cegam. "Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver." 

02 – Em que frase da crônica o escritor diz que foi preciso jogar luz sobre a nossa indiferença, a banalização do olhar?
      “Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver.”

03 – Responda com base nesse trecho e nos argumentos apresentados ao longo da crônica: Otto Lara Resende defende que cada coisa deve ser olhada como se fosse vista pela última ou pela primeira vez? Justifique sua resposta. 
      Deve ser olhada com atenção, como se fosse sempre uma novidade. Pois, caso contrário acabamos por banalizar as coisas e achamos que são como todas as outras. E muita das vezes perdemos uma bela paisagem, uma boa companhia. 

04 – Em vez de tratar apenas do olhar banalizado, o cronista apresenta, no último parágrafo, alternativas que mostram ao leitor outros modos possíveis de enxergar as coisas. Quais são essas
alternativas?
      Como o olhar de uma criança que se encanta com tudo o que vê, que tem vontade de mostrar a todos a descoberta. O autor deixa a dica, nos mostra que há sempre muitas coisas para se admirar e podem estar no nosso quintal, por exemplo. 

05 – Ao apresentar a consequência desse olhar banalizado, o cronista usa um termo que revela sua opinião sobre esse problema. Destaque esse termo do último parágrafo do texto e explique-o.
      O autor nos mostra que ao nos acostumarmos com nossa rotina, banalizamos o que está ao nosso redor, e por consequência a indiferença invade nossas vidas. E a partir deste momento nos tornamos insensíveis até mesmo para com as pessoas que amamos.

06 – O tema da crônica é:
a)   O modo de ver dos poetas.
b)   O caso de um profissional que não “enxergava” o porteiro do prédio.
c)   A forma de olhar de quem não crê que a vida continua.
d)   A incapacidade de enxergar o que vemos repetidamente no cotidiano.
e)   O encontro de Lima sobre as mudanças climáticas.

07 – Segundo o autor:
a)   Olhar com um olhar de despedida é a melhor forma de ver.
b)   A rotina amplia nosso campo visual.
c)   É preciso experimentar ver pela primeira vez o que se vê todo dia.
d)   A familiaridade do que nos rodeia aguça nossa curiosidade.

08 – Qual das frases abaixo tem o mesmo sentido de “O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem”.
a)   A rotina torna nosso olhar opaco.
b)   A familiaridade aguça nossa atenção, mas distorce a percepção.
c)   Olhos embaçados só percebem o que é familiar.
d)   O hábito suja os olhos de quem não tem curiosidade.

09 – Que tipo de relação que o autor estabelece entre a incapacidade de ver e a indiferença:
a)   Uma relação de equivalência.
b)   Uma correlação.
c)   Uma interação.
d)   Uma relação de causa e efeito.






FÁBULA: A GALINHA REIVINDICATIVA - MILLÔR FERNANDES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Fábula: A GALINHA REIVINDICATIVA
               MILLÔR FERNANDES


        Em certo dia de data incerta, um galo velho e uma galinha nova encontraram-se no fundo de um quintal e, entre bicada e outra, trocaram impressões sobre como o mundo estava mudado. O galo, porém, fez questão de frisar que sempre vivera bem, tivera muitas galinhas em sua vida sentimental e agora, velho e cansado, esperava calmamente o fim de seus dias.
        -- Ainda bem que você está satisfeito – disse a galinha – E tem razão de estar, pois é galo. Mas eu galinha, posso estar satisfeita? Não posso. Todo dia pôr ovos, todo semestre chocar ovos, criar pintos, isso é vida? Mas agora a coisa vai mudar. Pode estar certo de que vou levar uma vida de galo, livre e feliz. Há já seis meses que não choco e há uma semana que não ponho ovo. A patroa se quiser que arranje outra para esses ofícios. Comigo não, violão!
        O velho galo ia ponderar filosoficamente que galo é galo e galinha é galinha e que cada ser tem sua função específica na vida, quando a cozinheira, sorrateiramente, passou a mão no pescoço da doidivanas e saiu com ela esperneando, dizendo bem alto: -- “A patroa tem razão: galinha que não choca nem põe ovo só serve mesmo é pra panela”!
        MORAL: Um trabalho por jornada mantém a faca afastada.

 Millor Fernandes. Fábulas fabulosas, editora nórdica
Entendendo a fábula:
01 – Qual é o título do texto?
      A Galinha reivindicativa.

02 – Escreva o significado do adjetivo atribuído à galinha de acordo com a atitude dela no texto.
      Adjetivo reivindicativa: ela queria a vida do galo.

03 – Escreva no quadro as características de cada uma dos personagens.
Características da galinha = Nova, revoltada.             
Características do galo = Velho, cansado.

04 – Explique o significado da expressão:
a) Comigo não, violão!
      Significa a uma recusa para alguma atividade ou algo impossível de ser concretizado.

05 – Com certeza você já ouvir alguém falar para outra pessoa “está chocando”, em que sentido esta expressão está sendo usada?
      Que está apresentando oposição; sendo contrário.

06 – Cite quais eram os ofícios específicos da galinha e que ela reclamava em fazê-los.
·        Pôr ovos todos os dias.
·        Chocar os ovos todo semestre.
·        Criar os pintinhos.

07 – Segundo a galinha como é levar uma vida de galo? O que ela quis dizer com isso?
      É levar uma vida de tranquilidade sem ter fazer muita coisa, diferente da vida da galinha.

08 – Escolha a alternativa que demonstra o comportamento da galinha em relação ao que ela acha da vida do galo:
a) (  ) sente ciúme e inveja do jeito que o galo vive.
b) (X) afirma de modo positivo que a vida dele é boa.
c) (  ) usa de ironia para dizer que ele não faz nada de importante.

09 – Qual é o tema que a fábula aborda?
      Aborda a revolta e indignação da vida de uma galinha.

10 – Em sua opinião a galinha tinha motivos para reivindicar seus direitos? E que direitos ela queria?
      Resposta pessoal do aluno.

11 – Você conhece pessoas que como a galinha estão insatisfeitas com o trabalho que desempenham e reclamam em ter que cumprir com suas obrigações?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Você acha que têm profissões mais importantes e outras menos importantes? Comente
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: NÃO. Todas as profissões tem o mesmo valor dentro do teu ramo.

13 – As pessoas podem ser discriminadas pela profissão que exercem? Conhece algum caso?
      Não. Resposta pessoal do aluno.

14 – Escolha uma profissão que você considera que não é valorizada e escreva o que poderia acontecer caso ela deixasse de existir, ou melhor, se ninguém quisesse fazer esse trabalho.
      Resposta pessoal do aluno.