quarta-feira, 18 de novembro de 2020

CRÔNICA: REDASSÃO, UM ATO DE EX-CREVER - CARLOS EDUARDO NOVAES - COM GABARITO

       CRÔNICA: REDASSÃO, UM ATO DE EX-CREVER

                                 Carlos Eduardo Novaes     

          Prova de redação de Ouriço Jr., incluído entre os 8% dos vestibulandos que ainda conseguem pensar alguma coisa, em ordem.

  Tema: “São frequentes os comentários sobre a falta de hábito de leitura dos jovens. Como você vê este problema? Que fatores estarão dificultando o encontro dos jovens com o livro?”

             Como eu vejo este problema? Eu não vejo. Num tá com nada quem andou espalhando por aí que nós não temos hábito de leitura. A gente não tem hábito por causa que ninguém escreve pros jovens. Uma vez, em 1977, eu entrei numa livraria e só tinha livro pra adulto e pra criança. Aí eu pedi um livro pra mim e o vendedor trouxe um, dum cara chamado Robson Cruzeiro que morava numa ilha deserta e teve um caso com um índio. Aí eu disse pro vendedor: escuta meu irmão, isso não tem nada a ver, eu moro na Barata Ribeiro e não tem índio em Copacabana.

          Não manjo muito de fatores não, mas esse deve ser um. No cinema é a mesma coisa: só tem filme pra criança ou pra adulto, no teatro idem, idem. Então se a Cultura não quer nada com a gente, a gente vai pro Consumo que dá pra gente a maior cobertura.

          Acho que os jovens e os livros transaram um encontro errado: os jovens foram prum lado e os livros pro outro. Mas os adultos é que devem responder a essa pergunta. Se vocês, caras, que são adultos não sabem, se soubessem não tavam perguntando, que dirá eu que nunca li nem um livro de cheque. Aliás, tô achando esse tema muito devagar. Livro não tá com nada. Meu avô me disse que o mundo era muito melhor quando não havia livros. Os astecas nunca leram um livro e fizeram uma civilização porreta. Os incas também nunca entraram numa livraria. Deviam mais era pegar esses caras que se metem a escrever livros e jogar na lavoura. Se por cada página de livro fosse plantado um pé de tomate tava resolvido o problema da fome. Depois que todo mundo acabasse de comer aí então a gente ia fazer a digestão lendo um livrinho que podia ser, deixa eu ver se me lembro de algum? Ah, sim, podia ser o Livro de Ouro da minha avó.

           Acho também que a falta de hábito de leitura é por causa que ler não é fácil. Ler é uma transa muito complicada. Tanto é, que no Brasil tem mais de 50 milhões de pessoas que não sabem ler. A gente tinha que mudar esse alfabeto. Fazer umas letras e umas palavras que o analfabeto também pudesse entender. Esse alfabeto é muito careta, antigão e quadrado. O mundo mudou muito nestas últimas décadas só o alfabeto continua o mesmo. Eu não agüento mais. A televisão que começou muito depois do livro tá mandando ver. Há dez anos que a gente já tem tevê a cores. O livro continua em preto e branco. A gente abre, é aquela coisa monótona, as páginas brancas e as letrinhas pretas. Só a capa é que é bonita. Por isso eu só gosto de ler capa de livro. Acho que os jovens iam ler muito mais se os livros só tivessem capa.

              Os livros são um negócio muito antigo. Desde que foi impresso o primeiro, se não me engano, a Bíblia de Jesus Cristo que eles têm o mesmo formato. Por que não fazem livros redondos? Por que não imprimem histórias em papel de parede? Os americanos estão imprimindo livros em papel higiênico. Por que não escrevem um livro numa prancha de surfe? Por que ainda hoje as histórias têm que ser impressas nos livros, como na época do Gutemberg Guarabira? Uma linha embaixo da outra? Eu que vivo a mil e só sei ler pulando de três em três linhas fico todo baratinado. Também acho que esses escritores escrevem demais. No dia em que eu entrei na tal livraria tinha livro, podes crer, de 400 páginas.  Ninguém mais tem tempo pra tudo isso. Eu queria aproveitar pra dar um plá pros escritores e pedir pra ver se dá pra resumir tudo em uma, duas, três páginas no máximo, assim todo mundo ia ler às pampas.

           O problema é que além de escrever muito, esses intelectuais escrevem muito difícil. Meu professor disse que nunca viu um livro onde tivesse escrito: sem essa, é isso aí, bicho, pintou um bode. Os nossos escritores ainda escrevem em latim ou português arcaico. Tem vezes que eu abro um livro e não manjo nada. Aí tenho que pegar um dicionário. Vocês já sentiram o peso de um dicionário? Não é mole ficar andando com um livro e um dicionário para lá e pra cá. Aí eu desisto. Os escritores têm que entrar na nossa.  Se escreverem na nossa língua não vão precisar mais do que 30 palavras pra resumir tudo.

           Outro problema é que os livros são muito caros. E por que são caros? O professor me disse que é por causa do preço do papel. Por que os editores não fazem livros de plástico que é mais barato? Mas eu não acredito muito nesse papo não, porque o disco também é caro e vende adoidado. A televisão também é cara e lá na minha casa tem três aparelhos (e dois livros). A questão é que o livro tá  superadão. Como os discos é que vendem, eu se fosse escritor ia gravar meu livro. Tem um papo aí que a televisão atrapalha a leitura.  Todo mundo gosta de ver televisão. Por que então os editores não sacam uma e inventam uma televisão literária? Um  aparelho, já andei bolando, em que você enfia um livro dentro e vai virando os canais: cada canal é uma página.

         Tô desconfiado que esses editores não têm a menor criatividade. Já que os livros estão caros por que não vendem páginas descartáveis? A gente ia poder entrar numa livraria e pedir: me dá aí 10 páginas da Divina Comédia do Grande Otelo e meia dúzia de páginas do Que é isso, Meu Chapa? do Otávio Mangabeira. Lá na minha casa todo mundo lê. Minha avó lê bula de remédio, minha irmã que tá desempregada lê os anúncios dos classificados e eu me amarro em ler inscrições nos muros. Já li todos os muros e paredes do Rio. Isso dá quase um livro não dá? A mais viva de todas é a minha tia, que só lê mão — e ainda ganha dinheiro pra isso. A única que lê livro mesmo é minha mãe. Ela é considerada a intelectual da família.  Toda vez que vai visita jantar lá em casa ela pega um livro e vai ler na cozinha.

In Democracia à vista. Rio de Janeiro: Nórdica, 1981.

Fonte da imagem: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fgesconcursos.com.br%2Festudar-para-concurso-durante-as-ferias-e-possivel-saiba-como%2Flivros-abertos%2F&psig=AOvVaw1ukLPx_aEDBbAN-yoX-OUU&ust=1605832043624000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCICLreasje0CFQAAAAAdAAAAABAD

Compreensão do texto:

1)   Por que o autor escreveu o título do seu texto com erros de ortografia?

Para chamar a atenção do leitor, despertar a curiosidade para saber do que se trata.

2)   Há algum argumento usado pelo aluno: Justifique suas respostas.

     a)   do qual você discorda totalmente?

Resposta pessoal.

 b)   com o qual você concorda totalmente?

Resposta pessoal.

c)   com o qual você concorda em parte?

Resposta pessoal.

3)   Observe os trechos seguintes, retirados do texto lido.

                “Como eu vejo este problema? Eu não vejo.

             Mas os adultos não sabem, se soubessem não tavam perguntando, que dirá eu que

              Nunca li nem um livro de cheque.”

      Nos dois trechos o autor da dissertação se mostra despreparado para debater o assunto. Na sua opinião, como leitor, esse procedimento diminui sua confiança nos argumentos apresentados? Por quê?

      Resposta pessoal.

    4)   Identifique e comente as falhas existentes no seguinte argumento do estudante:

       "Acho que os jovens iam ler muito mais se os livros só tivessem capa."

  A desculpa não tem fundamento, a verdade é que só leem quando a leitura é obrigatória pela escola como dever escolar. 

  Abordagem do texto:

1-   Baseando-se no parágrafo inicial, responda:

   a)   Em que situação o texto do vestibulando foi escrito?

Em uma Prova de Redação.

 b)   Qual era o tema da redação?

            “São frequentes os comentários sobre a falta de hábito de leitura dos jovens. Como você vê este problema? Que fatores estarão dificultando o encontro dos jovens com o livro?”

2-   Indique os argumentos com os quais o estudante fundamenta as afirmações a seguir:

   a)   “A gente não tem hábito por causa que ninguém escreve pros jovens”.

Uma vez, em 1977, eu entrei numa livraria e só tinha livro pra adulto e pra criança. Aí eu pedi um livro pra mim e o vendedor trouxe um, dum cara chamado Robson Cruzeiro que morava numa ilha deserta e teve um caso com um índio. Aí eu disse pro vendedor: escuta meu irmão, isso não tem nada a ver, eu moro na Barata Ribeiro e não tem índio em Copacabana.

 b)   “Livro não tá com nada.”

Meu avô me disse que o mundo era muito melhor quando não havia livros. Os astecas nunca leram um livro e fizeram uma civilização porreta. Os incas também nunca entraram numa livraria. Deviam mais era pegar esses caras que se metem a escrever livros e jogar na lavoura. Se por cada página de livro fosse plantado um pé de tomate tava resolvido o problema da fome.

3-   Na sua opinião. A sugestão do vestibulando de eliminar o alfabeto para tornar a leitura uma atividade mais fácil é lógica? Por quê?

     Resposta pessoal.

   Estudo da linguagem 

 

1-   Releia o terceiro parágrafo e corrija as expressões que podem ser consideradas inadequadas em um exercício escrito, por representarem recursos da linguagem oral.

Como eu vejo este problema? Eu não vejo. Não está correto quem andou falando por aí que nós não temos hábito de leitura. Nós não tem hábito por que ninguém escreve para os jovens. Uma vez, em 1977, eu entrei numa livraria e só tinha livro para adulto e para criança. Então pedi um livro para mim e o vendedor trouxe um, de um autor chamado Robson Cruzoé que morava numa ilha deserta e teve um caso com um índio. Eu disse para o vendedor: isso não tem nada a ver comigo, eu moro na Barata Ribeiro e não tem índio em Copacabana.

2-   Substitua os termos destacados nos trechos a seguir por outros mais formais.

     Se vocês, caras, que são adultos não sabem [...]

     Se vocês, examinadores, que são adultos não sabem [...]

     Livro não tá com nada. Meu avô me disse que o mundo era muito melhor quando não havia livros. Os astecas nunca leram um livro e fizeram uma civilização porreta. Os inca também nunca entraram numa livraria. Deviam mais era pegar esses caras que se metem a escrever livros e jogar na lavoura.

 

     Se vocês, pessoas, que são adultos não sabem [...]

     Se vocês, averiguadores, que são adultos não sabem [...]

     Livro não faz qualquer sentido. Meu avô me disse que o mundo era muito melhor quando não havia livros. Os astecas nunca leram um livro e fizeram uma civilização muito boa. Os inca também nunca entraram numa livraria. Deviam levar essas  pessoas que gostam de escrever livros e colocar na lavoura.

 

 

 

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

CRÔNICA: METAMORFOSE - LEO CUNHA - COM GABARITO

 Crônica: Metamorfose

                            Leo Cunha

        – Anjo! – sussurrou a Ângela.

        – Fantasma! – cochichou o Fábio.

        – Pó – soprou o Paulo.

        – Não tem jeito de saber – garantiu o Celso.

        A professora de matemática ouvia curiosa aquela discussão. Os quatro alunos, num canto da sala, faziam de tudo para ela não escutar, mas era impossível.

        O recreio já tinha acabado, a aula estava quase começando e nenhum dos quatro conseguia convencer os outros.

        Anjo! Fantasma! Pó! Nada disso! Você tá louco? Que bobagem! Pó! Fantasma! Anjo!

        A professora de matemática ficou se lembrando de quando tinha dez anos, como aqueles alunos. Será que ela discutia assuntos tão profundos com os colegas? Como as crianças de hoje estavam mudadas... que metamorfose!

        – Não adianta – continuou o Celso. – Nós vamos discutir o resto da aula... O resto da vida...

        – Fantasma, gente! – repetiu o Fábio.

        – Deus me livre, nem fala isso que eu arrepio. Fantasma é alma penada, só serve pra assustar a gente. Atravessa as paredes, sussurra nos cantos...

        – Pois então!

        – Pra mim é anjo mesmo – insistiu a Ângela.

        – E pra mim é pó. Tenho certeza.

        – Certeza? – reclamou o Celso. – Como é que vocês podem ter certeza de uma coisa assim?

        A professora se fez a mesma pergunta. Afinal, o que acontece com a gente, depois da vida? Até hoje, com quase 30, ela ainda não sabia a resposta, e os meninos, ali, debatendo com empolgação...

        – Existe muita casa assombrada por aí – era de novo o Fábio. – Lá na minha terra, vira e mexe aparecem uns fantasmas. Eu sei porque o vizinho da prima do meu avô já viu...

        – Aí não vale! – o Paulo zoou. – O vizinho do cachorro do tintureiro?

        – Tá chamando meu vô de cachorro? – o Fábio não gostou.

        – Não, ele tá chamando seu vô de tintureiro.

        – Tintureiro? Isso é bom ou é ruim?

        – Ih, Fábio, não foge do assunto!

        – Você é que fugiu do assunto, Ângela. Fica reclamando aí, mas diga então: você já viu algum anjo antes?

        – Isso mesmo – o Paulo concordou. – Você já viu anjo, você mesma, com os seus olhos, que a terra há de comer?

        – A terra não há de comer, como diz você, nem meus olhos, nem nada meu. Ela que coma adubo.

        – Um dia você chega lá – o Paulo provocou.

        – Ah, vocês são muito sabichões. Vou perguntar pra professora.

        – Não, menina! Ela é de matemática, você acha que ela vai saber?

        – Se pelo menos fosse de ciências...

        Se pelo menos fosse de ciências, a professora repetiu calada, sem olhar pros alunos, fingindo que nem tinha ouvido.

        – Aposto que ela ia dizer fantasma.

        – Anjo!

        – Pó! – Vou perguntar... Professora, eu sei que a senhora é de matemática, mas é que a gente está com uma dúvida...

        – Pois não, Ângela.

        – É que... é que eu li num livro da minha mãe que os anjos estão por toda parte e só não vê quem não quer.

        – Não, menina, isso são os gnomos! – o Fábio provocou. – Eu sei porque tem uma pessoa da minha família que acredita em gnomo.

        – Uma pessoa? Deixa eu adivinhar: é o vizinho do cachorro do tintureiro do primo do seu avô?

        – Engraçadinha, espirituosa... Não, Ângela, é a minha tia Consuelo. Ela é histérica e acredita em gnomo.

        – Sua tia é esotérica! – a professora emendou, quase sem querer.

        – Você conhece a tia Consuelo, fessora?

        – Não, Fábio. Eu quis dizer que sua tia é esotérica, não é histérica. Histérica quer dizer outra coisa.

        – Virou aula de português, agora? – reclamou um caxião da primeira fila.

        – Sssshhh! – chiaram ao mesmo tempo a Ângela, o Paulo, o Celso e a professora.

        – Ai, desculpa – murchou o caxião. – Eu só tô querendo ter aula de matemática. Olha aqui o horário que eu colei no caderno: terça-feira, depois do recreio, matemática. Ma-te-má-ti-ca. Não é português não!

        A professora sorriu quase impaciente e pediu pra ele esperar só um pouquinho, daqui a pouco ele ia entender o que aquela conversa tinha a ver com matemática. Daqui a pouquinhozinho só, viu? Virou-se pro Fábio e explicou:

        – Histérica é uma pessoa muito nervosa, agitada, impaciente, que grita e reclama de tudo.

        – Igual alguém nessa sala – emendou a Ângela, encarando o caxião, que botou a língua pra ela.

       – Olha, turma, tem gente achando que é Ásten...

        – Quem é Ásten?

        – Aquele cientista que punha a língua pra fora.

        – Einsten – explicou a professora.

        – Pronto, agora é aula de física... – resmungou o caxião.

        A professora sorriu quase impaciente e pediu pra ele esperar só mais um pouquinho.

        – Vamos com calma, turma. Nós fugimos completamente do assunto. Como é que a conversa saiu dos anjos e foi parar no Einsten?

        – É por causa da minha tia histérica... quer dizer esotérica. Ela tem um adesivo no carro escrito assim: “Duendes: eu acredito”.

        – E meu pai tem um adesivo escrito assim: “Duendes: eu atropelo”.

        – Ah, não, Paulo, que maldade! Coitados dos bichinhos!

        – Eu só tô falando a verdade.

        – Você tem mania de ser dono da verdade – acusou o Fábio. – Aposto que a professora vai me dar razão. É fantasma!

        – É anjo!

        – Já falei que é pó!

        – Não tem jeito de saber!

        – E então, fessora?

        A professora engoliu em seco, não tinha ideia do que iria dizer. Achou melhor escapar da pergunta.

        – Anjo, pó, fantasma... Estou achando meio cedo pra vocês terem essa conversa.

        – Cedo por quê, fessora? – o Fábio não entendeu. – Foi antes do recreio que aconteceu.

        – Aconteceu? Aconteceu o quê? – Agora é que ela estava perdida mesmo.

        Os quatro dispararam a falar, cada um atropelando o outro:

        – É que hoje na aula...

        – Antes do recreio...

        – Nós vimos alguma coisa estranha atrás da cortina...

        – Era um fantasma. Ele estava atrás da cortina só pra confundir a gente. Cortina e lençol parecem muito, fessora.

        – Não, não, era um anjo. Ele tava espiando por trás da cortina, mas de vez em quando se mexia e a gente via a sombra das asinhas.

        – Nada disso. Era só poeira da obra lá fora. Na luz do sol, a gente vê o pó se movendo.

        – Por mim, não tem jeito de saber com certeza...

        A professora simplesmente sorriu. Tinha entendido tudo errado.

        Neste exato momento, todos ouviram um barulhinho diferente. Por trás da cortina, surgiu uma borboleta azul, esvoaçou pela sala e sumiu janela afora.

        O caxião olhou pro relógio de pulso e calculou:

        – Vocês enrolaram tanto que, dos 50 minutos da aula, já passaram 28, só faltam 22.

        – Parabéns, Cassiano. – A professora se levantou, pegando giz e apagador. – Você fez a conta direitinho. Eu não falei que a conversa tinha tudo a ver com matemática?

CUNHA, Leo. Metamorfose. In: TELLES, et al. Contos da Escola.

Objetiva: Rio de Janeiro, 2003.

Fonte da imagem: https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fbasenacionalcomum.mec.gov.br%2Fimplementacao%2Fpraticas%2Fcaderno-de-praticas%2Feducacao-infantil%2F&psig=AOvVaw2HDVI3f--ykMmE4TqWNYr-&ust=1605743163921000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCLCa7eLhiu0CFQAAAAAdAAAAABAE

Entendendo a crônica:

01 – O texto lido pertence predominantemente ao gênero:

a)   Reportagem.

b)   Correspondência.

c)   Ficção científica.

d)   Descritivo.

e)   Narrativo.

02 – Assinale a alternativa cujo antônimo da palavra em destaque está corretamente indicado.

a)   “...que metamorfose!” – mudança notável, transformação.

b)   “...e os meninos, ali, debatendo com empolgação...– desalento, desânimo.

c)   “Engraçadinha, espirituosa...” – inteligente, vivaz.

d)   “Atravessa as paredes, sussurra nos cantos...” – murmura, fala baixo.

e)   “Sua tia é esotérica!” – misteriosa, estranha.

03 – É exemplo da presença da linguagem informal no texto, exceto:

a)   “Daqui a um pouquinhozinho só, viu?”.

b)   “E então, fessora?”

c)   “Eu quis dizer que sua tia é esotérica, não histérica.”

d)   “Tá chamando meu vô de cachorro?”

e)   “Deixa eu adivinhar...”

04 – “Você já viu anjo, você mesma, com os seus olhos, que a terra há de comer?”. Nessa frase, a personagem:

a)   Demonstra não gostar de Ângela.

b)   Emprega as palavras no seu sentido real.

c)   Profetiza a morte do colega.

d)   Expressa-se por meio de linguagem figurada.

e)   Está falando com Fábio.

05 – “– Histérica é uma pessoa muito nervosa, agitada, impaciente, que grita e reclama de tudo”. Para Ângela, essas características são atribuídas à (ao):

a)   Cassiano.

b)   Tia de Consuelo.

c)   Celso.

d)   Professora.

e)   Tia de Fábio.

06 – Assinale a opção que apresenta uma passagem do texto em que a professora relaciona a resposta de um dos alunos com a disciplina de matemática.

a)   “A professora simplesmente sorriu. Tinha entendido tudo errado.”

b)   “(...) – Você fez a conta direitinho. (...)”.

c)   “Como é que a conversa saiu dos anjos e foi parar no Einstein?”

d)   “A professora sorriu quase impaciente e pediu pra ele esperar um pouquinho.”

e)   “(...) Professora, eu sei que a senhora é de matemática, mas é que a gente está com uma dúvida...”

07 – No trecho: “– Anjo, pó, fantasma... Estou achando meio cedo para vocês terem essa conversa”. O termo grifado é interpretado pela professora de matemática como:

a)   Ocasião anterior ao recreio.

b)   Tempo durante a aula.

c)   Momento posterior ao recreio.

d)   Fase da vida.

e)   Período do recreio.

08 – Marque a opção que traduz a ideia de uma possibilidade.

a)   “Se pelo menos fosse de ciências (...)”

b)   “Olha aqui o horário que eu colei no caderno: terça-feira, depois do recreio, matemática”.

c)   “– Não, Fábio. Eu quis dizer que sua tia é esotérica, não é histérica (...)”

d)   “– Para mim é anjo mesmo – insistiu a Ângela”.

e)   “– Vou perguntar... Professora, eu sei que a senhora é de matemática, mas é que a gente está com uma dúvida...”.

09 – O “fantasma”, referido no início do texto, é revelado no desfecho como:

a)   Alma.

b)   Anjo.

c)   Borboleta.

d)   Gnomo.

e)   Pó.

10 – A palavra ou expressão a que se refere o termo sublinhado está corretamente indicada em:

a)   Ele tá chamando seu vô de tintureiro”. (Fábio)

b)   “Nenhum dos quatro conseguia convencer os outros. (Os quatro alunos)

c)   “A professora de matemática ficou se lembrando...” (Ângela)

d)   “Para mim, é anjo mesmo...” (A professora)

e)   “Como diz você, nem meus olhos, nem nada meu”. (Paulo).

11 – Marque a alternativa que apresenta um assunto relacionado ao registro da memória.

a)   “Deus me livre, nem me fala isso que eu arrepio. Fantasma é alma penada, só serve para assustar a gente."

b)   “Nós fugimos completamente do assunto.”

c)   “A terra não há de comer, como diz você, nem meus olhos, nem nada meu. Ela que coma adubo.”

d)   “– Existe muita casa assombrada por aí – era de novo o Fábio.”

e)   A professora de matemática ficou se lembrando de quando tinha dez anos, como aqueles alunos.”

12 – “Ela é histérica e acredita em gnomo”. Por serem palavras semelhantes, Paulo confundiu histérica com esotérica.

Nas frases abaixo, também ocorrem palavras parecidas. Assinale a alternativa cuja sequência completa adequadamente tais frases.

1. Os gritos das crianças __________ pelo pátio do colégio. (suaram/ soaram)

2. Ângela esqueceu-se de ______________ a professora. (comprimentar / cumprimentar)

3. Fábio costuma agir com muita __________. (discrição/ descrição).

4. A borboleta ____________ na imensidão dos jardins da escola. (imergiu/ emergiu).

5. Na aula de ciências, estudarão sobre higiene ___________. (bocal / bucal).

     a) suaram – comprimentar – discrição – imergiu – bucal.

     b) soaram – comprimentar – descrição – imergiu – bucal.

     c) soaram – cumprimentar – discrição – emergiu – bucal.

     d) soaram – cumprimentar – discrição – imergiu – bucal

     e) soaram – cumprimentar – discrição – imergiu – bocal.

13 – “A professora de matemática ficou se lembrando de quando tinha dez anos, como aqueles alunos. Será que ela discutia assuntos tão profundos com os colegas?”. No trecho acima, as palavras sublinhadas são empregadas, respectivamente, para:

a)   Caracterizar, determinar e definir.

b)   Determinar, quantificar e descrever.

c)   Nomear, quantificar e caracterizar.

d)   Nomear, caracterizar e indefinir.

e)   Nomear, descrever e indefinir.

14 – “...ela ainda não sabia a resposta, e os meninos ali, debatendo com empolgação...”. A posição da sílaba tônica nas palavras acima destacadas é a mesma na alternativa:

a)   Rubrica – maus – estavam – quintal.

b)   Lua – ruim – rodeado –estudar.

c)   Professora – maus – uma – continuaram

d)   Melancia – uma – computador – abacaxi

e)   Discutia – reclamou – cafezinho – saber.

15 – Assinale a alternativa que apresenta construção textual no pretérito.

a)   “Fantasma é alma penada, só serve para assustar a gente”.

b)   “A professora de matemática ouvia curiosa aquela discussão”.

c)   “Atravessa as paredes, sussurra nos cantos...”

d)   “– E meu pai tem um adesivo escrito assim: ‘Duendes: eu atropelo’”.

e)   “– Uma pessoa? Deixa eu adivinhar: é o vizinho do cachorro do tintureiro do primo do meu avô?”

16 – Assinale a alternativa que apresenta palavras acentuadas pela mesma razão.

a)   Só – lá – até

b)   Ciências – horário – impossível

c)   Você – aí – será

d)   Histérica – matemática – esotérica

e)   Pó – já – avô.