quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

CONTO: O DONO DA BOLA: RUTH ROCHA - COM GABARITO

Conto: O dono da bola   

                  Ruth Rocha

        O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa.
        Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
     Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma coisa. E era só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:
        – Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!

            – Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo...
        – Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de Caloca, meu nome é Carlos Alberto!
       E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
        A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no campeonato do nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de verdade para não estranhar na hora do jogo.
        Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre procurando encrenca:
        – Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
        – Se eu não for o capitão do time, vou embora!
        – Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
        E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora e adeus, treino.
        Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma reunião:
        – Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que ele se zanga, carrega a bola e acaba com o treino.
        Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
        – A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
        – Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não vamos ganhar campeonato nenhum!
        – Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem bola tem.
        E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
         Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela casa dele e víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede não deve ser muito divertido.
        Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais. Apareceu lá no campinho.
        – Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
        Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com ninguém.
        E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se abraçou gritando:
        – Viva o Estrela d’Alva Futebol Clube!
        – Viva!       
        – Viva o Catapimba!
        – Viva!
        – Viva o Carlos Alberto!
        – Viva!
        Então o Carlos Alberto gritou:
        – Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar de Caloca!
                                                                               Ruth Rocha
Entendendo o conto:

01 – Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?
      Carlos Alberto (Caloca).

02 – Quem narra a história participa dela ou não?
      Participa. (Verifica-se em “Nós passávamos pela casa dele / E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato...”).

03 – Carlos Alberto costumava fazer chantagem e impor condições para emprestar sua bola de couro. Comprove a afirmação com uma frase retirada do texto.
      “– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!”

04 – Qual era a finalidade da reunião que Catapimba, o secretário do time, resolveu fazer?
     A reunião era para resolver o caso de Carlos Alberto, que só criava confusão.

05 – Qual era o nome do time?
      Estrela d’Alva Futebol Clube.

06 – Ao final, o time saiu campeão. Se Carlos Alberto tivesse continuado com o mesmo comportamento de antes, você   acha que o time sairia vitorioso? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.    

07 – Relacione as ações às reações dos personagens:
(1)  O juiz marca falta.
(2)  Catapimba fez uma reunião para resolver o problema.
(3)  Caloca se arrepende e pede para voltar ao time.
(4)  O time conquista a vitória no campeonato.
(2) Caloca retira-se do time, isolando-se dos colegas.
(4) Todos se abraçam e gritam “viva”.
(1) Caloca grita: “Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!”
(3) Os colegas recebem Caloca de volta ao time.

08 – Carlos Alberto apresenta características diferentes no decorrer dos três momentos da narrativa. Faça a devida associação:
(1)   1° momento
(2)   2° momento
(3)   3° momento

(2) solitário
(1) briguento
(3) cooperativo
(1) egoísta
(1) zangado
(3) arrependido
(1) chantagista
(3) amigável
(1) encrenqueiro.

 


ENTREVISTA: TODOS OS DIAS PODEM SER ÚTEIS - REVISTA CLAUDIA COM RICARDO SEMLER- COM GABARITO


Entrevista: TODOS OS DIAS PODEM SER ÚTEIS
        

   Trabalhar muito no domingo chuvoso e ficar na praia numa segunda-feira ensolarada.
    Esta é uma ideia tentadora, defendida pelo empresário Ricardo Semler em seu último livro

        Em 1988 Ricardo Semler, sócio majoritário do grupo Semco, escreveu Virando a Própria Mesa e entrou para o rol dos pensadores da administração moderna. Na edição polêmica, ele narrava a experiência pessoal ao implantar uma forma revolucionária de gerenciar a empresa e tornar os funcionários mais satisfeitos e produtivos. 0 livro vendeu 1.1 milhão de cópias em todo o mundo e tornou-se leitura obrigatória em diversas universidades. Hoje, com 42 anos, Semler é um homem maduro e realizado. Publicou o livro, plantou árvores, tem um filho de 3 anos e transformou a empresa com receita de 4 milhões de dólares e 300 funcionários em uma com faturamento de 200 milhões de dólares e 3 000 funcionários. Com o sucesso empresarial veio um respeito e interesse maior pelas ideias antes consideradas por muitos como juvenis e impraticáveis. Neste ano de 2002, Semler publicará outro livro, O Fim do Fim de Semana, com a tese de que não é mais preciso haver a separação entre dias de trabalho e de lazer. Mais uma bomba para chacoalhar os padrões tradicionais. Bem ao gosto dele.
        CLAUDIA – Acabar com o fim de semana significa levar trabalho para casa?

        SEMLER – Sim, e também ir ao cinema ou almoçar com os filhos. A fórmula com fim de semana e dias úteis em compartimentos estanques é obsoleta. Com a comunicação via e-mail, internet e celular, pode-se trabalhar em qualquer lugar e a qualquer hora. Dá muito bem para sair de casa no horário de menos trânsito, pegar o filho na escola, trabalhar muito no domingo chuvoso e surfar na segunda ensolarada.

        CLAUDIA – Como isso se daria?

   SEMLER – Com os empregadores exercendo menos controle. A produtividade não tem mais nada a ver com horas trabalhadas. Um cara pode ficar no escritório e não fazer nada de bom porque só pensa em algo pessoal a resolver e não se concentra. Outro chega e fecha uma grande venda. Ganhou o dia, pode ir embora.

     CLAUDIA – A separação em dias com e sem trabalho não é mais prática, até para se descansar melhor?

        SEMLER – É apenas uma fórmula que nunca foi questionada. Trabalhar como louco e depois cair de cansaço é um condicionamento católico, protestante, vem da Igreja. A agenda do fim de semana fica muito lotada: compras, almoço com a sogra, cinema, passeio com as crianças... Mas o contrário de trabalho não é lazer, é ócio. Além disso, as pessoas já respondem aos e-mails no domino, mas não vão ao cinema na segunda à tarde. Tem de haver uma contrapartida: dias menos ocupados durante a semana.

        CLAUDIA – Trabalhando em casa, como você administra a rotina?

      SEMLER – Das 6 às 7 horas, respondo aos e-mails. Depois do café, faço uma lista de tarefas importantes. Quando cumpro todas, termina o trabalho. Não ligo para a empresa para saber se há mais coisas. Sempre haverá. Vou uma vez por semana à Semco e aboli as secretárias há anos.

    CLAUDIA – Mas você é o dono. Os funcionários contam com tal facilidade?

        SEMLER – Sim. Há mais de 18 anos não temos horário de entrada e saída. Não sei quando ou onde eles trabalham.

        CLAUDIA – Não existe nem um mínimo de horas a cumprir?

        SEMLER – Para quê? Se tudo anda bem, não me importa se ele saiu com a mulher ou se ela quis correr no parque. 0 funcionário pode trabalhar onde bem entender: em casa, na praia ou na empesa. Nesse caso, tem que reservar por telefone um espaço que chamamos de estação, com mesa, telefone, computador. Há muitas, e ninguém é dono de nenhuma. Um dia fica-se do lado do presidente. No outro, do estagiário.

        CLAUDIA – O trabalho torna-se bem mais isolado dessa forma, não?

        SEMLER – Isolado é sentar a 2 metros de uma pessoa e se comunicar com ela por e-mail. Se quiser se reunir, basta mandar e-mails uns para os outros ou ligar Tudo pode ser enviado por fax, internet, motoboy. As pessoas se assustam com a ideia porque pensam na empresa como o local ideal para exercitar a sociabilidade, mas tem de acontecer fora de lá. Vai jogar xadrez, sair com os primos, fazer cursos, achar sua tribo. Empresa não pode ser a grande família. Já viu família se dar bem?

        CLAUDIA – Mas o controle pode ser feito checando quem faz mais reservas de espaço para trabalhar? Não dá na mesma?

        SEMLER – Não, porque se pode chegar sem avisar, e usar o lugar que estiver vago. Ou aparecer, mas não fazer nada. Em um dos escritórios temos até uma ala com redes para tirar um cochilo. Não quero ninguém com biorritmo baixo. Se estiver cansado, descanse e volte concentrado.

        CLAUDIA – Não existe o risco de todo mundo passar o dia na rede?

     SEMLER – Nesses anos todos nunca vi alguém fazer corpo mole. Quando existe espaço para o funcionário administrar a própria agenda, ele se toma muito mais responsável e aprende a administrar seu tempo. Se 80% da equipe está satisfeita, gosta do que faz, sente-se motivada, pode ter certeza: a produtividade é boa e existe lucro.

        CLAUDIA – Como vocês medem, na prática, a produtividade?

        SEMLER – A produtividade individual não me interessa. Mas há outras formas de ver como anda a equipe. Temos muitos concorrentes, e um departamento de inteligência empresarial puxa dados e faz comparações.

        CLAUDIA – Nesse caso vocês precisam contar com pessoas muito éticas e responsáveis. E quem não tem esse perfil?

        SEMLER – Acaba sendo expurgado pela própria equipe quando é feita a avaliação e montagem do orçamento. Como temos participação nos lucros' ninguém quer ficar com um parasita no time. Da mesma forma, toda promoção ou contratação deve ter a aprovação do grupo.

        CLAUDIA – Você atingiu na SEMCO os níveis de democracia que planejava?

        SEMLER – Imaginava que seria mais rápido. Chegamos a ter uma fábrica administrada em sistema de cogestão, e 30% das pessoas determinavam o próprio salário. Com o crescimento, vieram profissionais de fora e certas inovações não resistiram. Decidimos não fazer lavagem cerebral em quem chegava. Até a liberdade, quando imposta, dá problema.

        CLAUDIA – Por que o exemplo da Semco, que se mostrou eficiente já que a empresa prosperou, não faz escola?

        SEMLER – Ele requer uma mudança estrutural longa e planejada. A maioria dos empresários não se interessa por programas de longo prazo centrados no indivíduo. Estão ocupados demais com o placar e o tamanho dos lucros.

        CLAUDIA – E você não está?

        SEMLER – Quero lucro, claro, mas ele não pode ser tudo. Dinheiro é um mecanismo de escambo para trocar por coisas de que gostamos. Quem corre atrás dele o tempo inteiro está querendo muito mais concorrer, vencer no jogo que ele mesmo criou. Não está atrás de saldo na conta, pois nem sabe mais onde gastar.

        CLAUDIA – Você questionou a ânsia de chegar ao topo, de ser o maior. Ambição profissional faz mal?

        SEMLER – Às vezes. Cada pessoa tem um certo reservatório de talento, como o de oxigênio, usado pelo mergulhador. Esse dura cerca de uma hora. Quem é zen respira até por uma hora e meia. Já os desesperados consomem o oxigênio em 30 minutos. Daí voltam para o barco e ficam lá, mareados, esperando os menos aflitos voltarem satisfeitos do passeio.

        CLAUDIA – Os empresários da sua geração são mais conscientes comparados aos mais antigos?

        SEMLER – Só superficialmente. Doam dinheiro e fazem esporte radical. Mas também controlam e-mails dos funcionários.

        CLAUDIA – Sua empresa não controla?

        SEMLER – De jeito nenhum. Estou desenvolvendo um software para coibir isso, porque acho uma loucura o empresário poder ler tudo o que os funcionários mandam e recebem. Acho imoral.

        CLAUDIA – Você concorda com as mudanças feitas na CLT?

        SEMLER – Não. A lei deveria ser mais moderna, mas infelizmente sua função paternalista ainda é a mesma do tempo de Getúlio Vargas. O número de sacanagens boladas pelo empresário ainda é superior às dos empregados.

        CLAUDIA – Por que é tão difícil mudar a mentalidade empresarial.

        SEMLAR – Porque o trabalho nunca foi pensado para ser gostoso. Henry Ford não se preocupava com o empregado e ainda hoje essa questão não é tão fundamental assim. Eu considero, um erro insistir em manter as empresas com os parâmetros militares que sempre foram sua base. Tudo é alvo, estratégia, conquista. Ou é razoável uma ocupação de fábrica, como a que ocorreu na Volkswagen, 30 anos depois das greves no ABC? Só uma política de recursos humanos anacrônica gera isso. Também é ruim para a empresa. A Volks possui o carro mais vendido do país, mas caiu no ranking das montadoras.

        CLAUDIA – Qual seria a estratégia para dar início às mudanças?

        SEMLER – Tirar o condicionamento incrustado em empregadores e empregados. Temos que encontrar um caminho mais inteligente dentro das regras capitalistas. O Bill Gates tem a fortuna calcada no monopólio. Isso pesa, ele sente culpa. Então doa parte do dinheiro que não vai gastar (porque é demais!) para a ONU. Ou seja: depois de só visar lucros, o empresário quer ser uma miss, ler Paulo Coelho e virar benfeitor. Por que não começa adotando bases éticas?

        CLAUDIA – A escola que a Fundação SEMCO vai inaugurar este ano tem a ver com isso?

        SEMLER – Sim, tudo a ver. As escolas públicas e as unidades da FEBEM são realmente muito parecidas. Ambas têm arame farpado e seguram os jovens na marra. Já a nossa escola foi pensada por educadores, sociólogos e filósofos. Terá estratégias inovadoras para manter a criança interessada. Será bilíngue, com metade das vagas para carentes; os demais pagarão de 10 a 900 reais mensais.

        CLAUDIA – Seu filho estudará nela?

        SEMLER – Claro, é a escola que sonho para ele.

     CLAUDIA – A disparidade de nível sócio econômico não trará problemas?

    SEMLER – Faz parte. Fomos criados em ilhas da fantasia e agora vivemos em condomínios fechados, blindamos o carro e fugimos para Miami. Conviver com a verdade é um ato de cidadania, cria condições para questionar este apartheid vexaminoso.

        CLAUDIA – A criança estará preparada para o vestibular, o trabalho, a vida?

        SEMLER – Muito mais que a que só aprendeu a passar de ano. Fiz a prova da FUVEST no jornal e tirei 1. Valeu minha educação, não? Essa história de estudar Só para se preparar para o mercado profissional é muito triste. Ele não é tão gratificante assim. O trabalho virou algo profano. Andam escondendo sua magia.
             SEMLER, Ricardo. Todos os dias podem ser úteis. In: Cláudia, Abril, São Paulo, n. 484, p. 29-31, jan. 2002. Entrevista concedida a Miriam Scavone.

Entendendo a entrevista:
01 – Quando se escolhe alguém para ser entrevistado, considera-se, obviamente, o interesse que essa pessoa ou suas ideias podem despertar no leitor. O que motivou essa entrevista?
      Um livro recém-publicado na época da entrevista e que contém ideias inovadoras sobre trabalho.

02 – Ricardo Semler defende uma tese sobre trabalho e vai, al longo da entrevista, explicando e argumentando a favor dela. Qual é essa tese? Aponte abaixo:
a)   O uso do e-mail e do celular para trabalhar.
b)   A não divisão em dias de trabalho e dias sem trabalho.
c)   O lazer e o ócio com a família e os amigos.
d)   O trabalho em equipe.
e)   As estações de trabalho com sistema de reservas.

03 – Quais perguntas referem-se a essa tese?
      As dez primeiras perguntas.

04 – Observe que a entrevista levanta os princípios empecilhos, problemas que podem inviabilizar a tese proposta de Semler. As perguntas feitas, então, poderiam constituir argumentos contrários à tese de Ricardo Semler. Com base nas perguntas feitas, escreva quais poderiam ser esses argumentos contrários e indique, ao lado, a refutação feita por Semler.
Leia e continue no seu caderno:

ARGUMENTO CONTRÁRIO:                      
1 – Acabar com o fim de semana significa levar trabalho para casa.
2 – A separação em dias com trabalho e sem trabalho é mais prática até para descansar melhor.
3 – Ele, por ser o dono da empresa, pode se dar ao luxo de fazer isso. Os funcionários não podem.
4 – Sem um mínimo de horas a cumprir, o trabalho torna-se bem mais isolado.
5 – Sem controle de horas trabalhadas, existe o risco de todo mundo passar o dia na rede.
6 – É preciso contar com pessoas muito éticas e responsáveis, o que não constitui o perfil de todos.

REFUTAÇÃO DE SEMLER:

1 – Sim. Mas isso não significa trabalhar mais, pois pode-se aproveitar uma segunda-feira, por exemplo, para não trabalhar.

2 – Não necessariamente, trata-se de um condicionamento religioso contestável.

3 – Os funcionários também contam com tal facilidade. Não existe nem um mínimo de horas a cumprir.

4 – A empresa não é local pra sociabilidade. Isso deve acontecer fora de lá.

5 – Não, porque quando existe espaço para o funcionário administrar sua agenda, ele se torna muito mais responsável e aprende a administrar seu tempo.

6 – Isso não é um problema porque as próprias equipes acabam expurgando quem não possui esse perfil.

05 – A partir da 11ª pergunta, a entrevista passa a abordar outros assuntos. Anote quais perguntas da entrevistadora correspondem aos assuntos abaixo relacionados.
a)   A política empresarial atual em comparação com a política empresarial da Semco.
As perguntas 11 a 17.

b)   As mudanças empresarias: dificuldades e estratégias.
As perguntas 18 – 19.

c)   A escola que está sendo inaugurada pela Semco.
As três últimas perguntas.

TEXTO: A ORIGEM DO CARNAVAL - COM QUESTÕES GABARITADAS

Texto: A origem do carnaval

      O carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja. Com o passar do tempo, o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica, o que ocorreu de fato em 590 d.C. Até então, o carnaval era uma festa condenada pela Igreja por suas realizações em canto e dança que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos. 
        A partir da adoção do carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os “atos pecaminosos”. Tal modificação foi fortemente espantosa aos olhos do povo, já que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas conquistas. 
        Em 1545, durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular. Em aproximadamente 1723, o carnaval chegou ao Brasil sob influência europeia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas de forma semelhante à de hoje. 
        A festa foi grandemente adotada pela população brasileira, o que tornou o carnaval uma das maiores comemorações do país. As famosas marchinhas carnavalescas foram acrescentadas, assim a festa cresceu em quantidade de participantes e em qualidade.
Entendendo o texto:
01 – O texto “A origem do carnaval”, é:
(  ) Conto de fadas.
(X) Um texto informativo.
(  ) Uma fábula.

02 – O carnaval, originou-se onde e quando?
      Originou-se na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.

03 – Os gregos utilizavam o carnaval pra que finalidade?
     Eles realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção.

04 – A partir de quando o carnaval passou a ser aceita pela Igreja Católica?
      Somente a partir de 590 d.C.

05 – Com a aceitação pela Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os “atos pecaminosos”. Qual foi a repercussão deste ato?
     “Tal modificação foi fortemente espantosa aos olhos do povo, já que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas conquistas.”

06 – Durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular, isso aconteceu em:
a)   1549.
b)   1601.
c)   1545.
d)   1723.

07 – De acordo com o texto, a partir de quando o carnaval chegou ao Brasil e por quem foi trazido?
      O carnaval chegou ao Brasil em 1723, pelos europeus.

08 – O que aconteceu com o carnaval, a partir do século XIX?
      A partir daí, é que surgiu os blocos com carros decorados e pessoas fantasiadas de forma semelhante à de hoje.

09 – O carnaval foi bem aceito pelos brasileiros? E o que mais foi acrescentado?
     Foi grandemente aceito pela população. E foi acrescentada as famosas marchinhas carnavalescas.

10 – O que você acha do carnaval? Explique.
      Resposta pessoal do aluno.







terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): MISÉRIA - TITÃS - COM GABARITO

Música(Atividades): Miséria

                                  Titãs

Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Índio, mulato, preto, branco
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Filhos, amigos, amantes, parentes
Riquezas são diferentes
Ninguém sabe falar esperanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Todos sabem usar os dentes
Riquezas são diferentes

Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
A morte não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Miséria é miséria em qualquer canto
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Riquezas são diferentes
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Cores, raças, castas, crenças
Riquezas são diferenças

A morte não causa mais espanto
O Sol não causa mais espanto
A morte não causa mais espanto
O Sol não causa mais espanto
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Cores, raças, castas, crenças
Riquezas são diferenças

Índio, mulato, preto, branco
Filhos, amigos, amantes, parentes
Fracos, doentes, aflitos, carentes
Cores, raças, castas, crenças
Em qualquer canto miséria
Riquezas são miséria
Em qualquer canto miséria
Riquezas são miséria, é
Riquezas são miséria.
           Composição: Arnaldo Antunes / Paulo Miklos / Sérgio Britto.

Entendendo a canção:
01 – Explique o que o grupo Titãs quis dizer com o seguinte verso da música: “Miséria é miséria em qualquer canto”.
      Ele quis dizer que quem está abaixo da linha de pobreza, ou seja, sem as condições mínimas de sobrevivência não tem tempo par pensar em filosofias, e a pobreza e falta de recursos são comuns no mundo.

02 – Pesquise o significado das palavras:
·        Esperanto: língua artificia, criada para ser usada na comunicação internacional na Vassóvia.

·        Casta: linhagem, raça.

03 – Escreva o que você entendeu sobre a mensagem do verso “Riquezas são diferenças”.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Há pessoas ricas de vários pontos de vista, como: numérico, financeiro; Há outras ricas como prósperas, pois geram dinheiro suficiente e constante para manter seus sistemas e luxos. Outras são ricas em saúde, alegrias.

04 – A canção embora não trate diretamente sobre “O respeito ao outro”, ela possibilita o quê?
      Possibilita algumas reflexões sobre as relações humanas (inclusive as relações éticas se analisarmos bem a canção e a “cores” predominantes da miséria e das riquezas no mundo).

05 – Há rimas na canção? Transcreva-as.
      Canto / branco
      Canto / branco / esperanto / espanto / diferentes / parentes / dentes / carentes / crenças / diferenças.

POEMA: OS SINOS - MANUEL BANDEIRA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: OS SINOS
          MANUEL BANDEIRA

 OS SINOS, MARCANDO O NASCIMENTO, A MORTE E UMA POSSÍVEL RESSURREIÇÃO

Sino de Belém,
Sino da Paixão...

Sino de Belém,
Sino da Paixão...

Sino do Bonfim!...
Sino do Bonfim!...

Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.

Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão, bate bão-bão-bão.
Sino do Bonfim, por quem chora assim?...

Sino de Belém, que graça ele tem!
Sino de Belém bate bem-bem-bem-bem.

Sino da Paixão - pela minha mãe!
Sino da Paixão - pela minha irmã!

Sino do Bonfim, que vai ser de mim?...

Sino de Belém, como soa bem!
Sino de Belém, bate bem-bem-bem.

Sino da Paixão... Por meu pai?... - Não! Não!...
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.

Sino do Bonfim, baterás por mim?

Sino de Belém,
Sino da Paixão...

Sino da Paixão, pelo meu irmão...

Sino da Paixão,

Sino do Bonfim...

Sino do Bonfim, ai de mim, por mim!

Sino de Belém, que graça ele tem!

Entendendo o poema:
01 – Faça o esquema de rimas do poema.
      A/b; a/b; c/c; a/a; b/b/c; a/a; d/e; c; a/a; b/b; c; a/b/b; b/c/c.

02 – As rimas dessas estrofes se produzem com regularidade ou se alternam? Que tipo de sonoridade elas insinuam, estando assim dispostas?
      As rimas alternam-se, sugerindo o som alternado dos sinos, que ora tocam por um motivo alegre, ora por motivo triste, ora pelo eu poético.

03 – A palavra sino veio da forma latina signum, a mesma que deu origem a signo em português. Analise essa informação com relação ao poema.
      Os sinos são meios de comunicar (portanto, são signos) alguma coisa aos fiéis.

04 – As três rimas básicas do poema são: ão; em e im, correspondendo a badaladas de sino. Cada um desses sons identifica uma situação. Quais?
      Os sinos de Belém, pelos que ainda vêm; os sinos da Paixão, pelos que lá vão; os sinos do Bonfim, pelo futuro do próprio eu lírico.

05 – Manuel Bandeira teve uma irmã que morreu antes dele. Este fato está insinuado em que verso do poema?
      “Sino da Paixão – pela minha irmã!”

06 – Na conclusão do poema, qual o sino que mais alegra o eu lírico? Por quê?
      O Sino de Belém, que toca pelos que ainda vêm, ou seja, pelo futuro, pelo amanhã.