segunda-feira, 5 de abril de 2021

ROMANCE INFANTOJUVENIL (FRAGMENTO) - UM BOM SUJEITO - ANTÔNIO CARLOS OLIVIERA - COM GABARITO

  Romance infantojuvenil (fragmento)- Um bom sujeito

       Antônio Carlos Oliviera

Leia um fragmento do romance Um bom sujeito, que conta a história de Reinaldo, um garoto decidido a conquistar Valéria, a garota por quem está apaixonado. Sabendo que ela adora garotos inteligentes, Reinaldo resolve ter aulas de Língua Portuguesa com seu amigo Ricardo para chamar a atenção da garota durante a aula. Confira.

 

[...] Foram cinco tardes de muito estudo. E Reinaldo tinha um objetivo a atingir. Por isso, tratou de prestar atenção às lições de Ricardo e raciocinar. Resultado: aprendeu direitinho o que queria.

– Hoje, vou dar um show! – garantiu a uma colega, no início da aula, alguns dias depois.

Era só esperar a professora chamá-lo, pensou. Vinte minutos passados, bateu a impaciência. Será que a professora tinha esquecido dele? No quadro-negro, outro menino tinha acabado de grifar os sujeitos das orações que Márcia pedira.

– Parabéns! – a professora cumprimentou os acertos.

Reinaldo levantou a mão. Olhava para a primeira oração escrita no quadro. Ela era:

 O time da escola venceu os visitantes por dois a zero.

O sujeito da oração, O time da escola, tinha sido sublinhado.

– Só pra confirmar, professora... – Reinaldo esclareceu o motivo do aparte. – Time é o núcleo do sujeito?

– Exatamente – concordou Márcia.

– Eu sabia! – exclamou o garoto, para marcar que sabia mesmo.

Algumas caras de espanto, outras de gozação se viraram para ele. Com o canto do olho, Reinaldo pescou o olhar que lhe interessava. Parece que Valéria tinha gostado da exibição.

    Eduardo não gostou nem um pouco. Resolveu se intrometer, falando com a professora.

– Esse negócio de núcleo do sujeito a gente ainda não aprendeu – disse, numa queixa.

Gol contra. Reinaldo aproveitou e continuou o show. Falou de peito cheio para os colegas:

– O núcleo é a palavra central do sujeito. A mais importante de todas que fazem parte do sujeito. No caso, trata-se de time. Time é o elemento principal. O vencedor dos visitantes.

    E se voltou para Valéria, lembrando:

– Com a modesta participação dos meus passes para o Chico.

    A classe estava de queixo caído. Será que Reinaldo tinha tomado chá de enciclopédia? Até Márcia estava calada. Como todas as atenções continuassem nele, Reinaldo soltou mais um exemplo:

– Naquela outra oração, A professora de Matemática não veio hoje, professora é o núcleo do sujeito.

É a palavra que exerce o papel central.

– Como é que dá para garantir isso? – perguntou a Regininha, lá no fundo da classe. Reinaldo não vacilou:

– Se a gente tirar a palavra professora, a oração fica até sem sentido.

– A... de Matemática não veio hoje – repetiu a Regininha em voz alta.

– Fica sem sentido mesmo! – concordou Valéria.

Amigo de Eduardo, Filipe sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O garoto levantou a cabeça.

Seus olhos brilharam.

– E você sabe dizer, Reinaldo, se esse sujeito é simples ou composto? – perguntou Eduardo, certo de que colocava o colega contra a parede.

– Quero ver ele sair dessa – comentou Filipe, apertando a mão do amigo.

   Muita gente ficou de orelha em pé para escutar a resposta. Márcia ainda não ensinara a classificação do sujeito. Para a maioria da turma, esse assunto não podia ser coisa fácil.

– É sujeito simples – Reinaldo respondeu, superior. – Só tem um núcleo, professora. Aliás, como eu já disse.

    Todo mundo se voltou para Márcia, esperando a confirmação.

– Muito bem, Reinaldo! – a professora estava mesmo

surpresa. – Continue assim.

A essa altura, o garoto queria mesmo esbanjar.

– Aí no quadro, só tem uma oração com sujeito composto. É: Meu irmão e a prima de Maria foram ao cinema – Reinaldo foi em frente. – Dá licença, Márcia?

     Chegou até o quadro, grifando as palavras irmão e prima.

– Estas são palavras principais do sujeito, são seus núcleos.

Quando o sujeito de uma oração tem mais de um núcleo, ele é um sujeito composto. Certo, professora?

– Certíssimo!

   O sinal tocou. A confusão da saída começou. Reinaldo largou o giz. Foi buscar o material na sua carteira. Antes parou ao lado de Valéria. Respirou fundo.

– Não era má ideia um cineminha hoje à tarde... – convidou.

– Se a minha mãe deixar – a menina sorriu. – Me telefona...

Na volta para casa, Teleco estranhou o silêncio de Eduardo.

– O que é que está acontecendo com você? – quis saber curioso.

– Não dá pra explicar – resmungou Eduardo, carrancudo. – Na sua idade, você não vai entender.

    A diferença de idade dos dois era pequena. Mas Eduardo a usava, quando queria evitar que Teleco se intrometesse nas suas coisas. O irmão menor ficava bravo:

– Deixa de ser crica...

Eduardo precisava desabafar:

– É a Valéria, você sabe... – falou vagamente.

– Se soubesse não tava perguntando... – retrucou Teleco, impaciente.

 

OLIVIERA, Antônio Carlos. Um bom sujeito. Belo horizonte: Formato, 1997.

Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 8º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.49/50/51.

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.freepik.com%2Fvetores-premium%2Festudante-de-desenho-animado-escrevendo-no-quadro-negro_4740943.htm&psig=AOvVaw14GkSA8EFLxk39jHYDJNcQ&ust=1617749169014000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCMC9hLmX6O8CFQAAAAAdAAAAABAD

POR DENTRO DO TEXTO

 1. As tardes de estudo ajudaram Reinaldo a chamar a atenção de todos os colegas na sala de aula. Entretanto, Eduardo não gostou da exibição de Reinaldo.

a) Que estratégia Eduardo utilizou para prejudicar a exposição de Reinaldo?

Auxiliado pelo amigo Filipe, Eduardo perguntou se o sujeito de quem Reinaldo falava era simples ou composto.

b) Eduardo atingiu seu objetivo? Justifique.

Não, pois Reinaldo também havia aprendido sobre isso e conseguiu responder à pergunta.

c) Por que Eduardo estava tão interessado em prejudicar o colega?

Porque ele também estava interessado em Valéria, ficamos sabendo disso no final do texto, quando ele desabafa com o irmão: “– É a Valéria, você sabe…”.

 2. Vamos fazer uma revisão do que aprendemos até agora sobre sujeito e tipos de sujeito? Responda às próximas questões.

a) Como Reinaldo definiu o conceito de núcleo do sujeito aos colegas?

“– O núcleo é a palavra central do sujeito. A mais importante de todas que fazem parte do sujeito.”

b) Que orações do quadro ele utilizou para exemplificar sua explicação? Qual é o núcleo do sujeito em cada uma delas?

O time da escola venceu os visitantes por dois a zero.”, em que o núcleo do sujeito é “time”, e “A professora de Matemática não veio hoje”, em que “professora” é o núcleo do sujeito.

 3. Como Reinaldo explicou a distinção entre sujeito simples e composto? Que oração do quadro de giz ele utilizou como exemplo de sujeito composto?

Quando o sujeito tem apenas um núcleo, é sujeito simples, e quando o sujeito de uma oração tem mais de um núcleo, ele é um sujeito composto. O exemplo que ele deu era a única oração do quadro de giz com sujeito composto: “Meu irmão e a prima de Maria foram ao cinema”.

 

 

POEMA: PALAVRAS DE AMOR - SÉRGIO CAPPARELLI - COM GABARITO

 Poema: PALAVRAS DE AMOR

               Sérgio Capparelli


Se te chamo, baby,
você nem liga;


apaga meus textos,
apaga meus traços,
apaga meus cachos
sem fachos de amor.


Se te chamo, baby,
você nem liga;


Acende meus textos,
Acende meus Beijos,
Acende meus passos
em laços de amor.


Se te chamo, baby,
você me intriga:


Apaga os meus textos,
Apaga os meus medos,
Apaga os meus fachos,
em laços de amor.

 CAPPARELLI, Sérgio. 33 ciberpoemas e uma fábula virtual.6. ed. Porto Alegre:L&PM, 2004.

Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 8º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.62/63.

 POR DENTRO DO TEXTO

 1. No poema “Palavras de amor”, encontramos situações que precisam ser “decifradas”. Alguém chama por outro alguém três vezes e as respostas que obtém são:

a) a pessoa chamada não responde;

b) a pessoa chamada responde;

c) a pessoa chamada intriga.

Que sentimentos descreveriam a situação do eu poético após cada resposta obtida?

a)   Frustação, desânimo;

b)   Alegria ou euforia;

c)   Dúvida ou incompreensão.

 2.A expressão “laços de amor” pode apresentar duplo sentido. Que significados podem ser indicados por essa expressão?

 A palavra “laço” pode indicar prisão, armadilha ou pode indicar união, proximidade, afeto.

 3. O eu poético mostra-se seguro quanto ao amor que recebe? Justifique sua resposta, transcrevendo em seu caderno um verso que a confirme.

Não. A atitude do ser amado é ambígua, inconstante, provocando certa insegurança no eu poético, conforme o verso: “Você me intriga: [...]”.

 4. Na última estrofe, há uma mistura de sentimentos do eu lírico vivenciada nas duas situações anteriores. Relacione os versos dessa estrofe aos sentimentos descritos em a e b a seguir.

a) Sentimento negativo relacionado à frustação, desânimo.

b) Sentimento positivo relacionado à alegria ou euforia.

I. “Apaga os meus textos”  (a)

II. “Apaga os meus medos” (b)

III. “Apaga os meus fachos” (a)

IV. “em laços de amor”. (b)

 

 

POEMA: MASCARADOS - CORA CORALINA - COM GABARITO

 Poema: Mascarados

            Cora Coralina

 Saiu a Semeador a semear 

 Semeou o dia todo

e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.

Ele semeava tranquilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.

Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.

Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 9º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.38/39.

Entendendo o Poema

1- O poema de Cora Coralina apresenta uma ação que aparece em todo o texto. Que ação é essa?

A ação de semear.

2-Transcreva o poema, organizando-o em três partes:

1ª parte
Saiu a Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
 Trabalho; obra inacabada.

2ª parte
Ele semeava tranquilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam. 
Senso de coletividade, perseverança.

3ª parte
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.
Ação, esperança.

a) Agora, copie as palavras e expressões a seguir, associando-as a cada uma das partes do poema.

ação -
esperança
trabalho
obra inacabada
senso de coletividade
perseverança

b) Que outras palavras ou expressões podem ser associadas a cada parte do poema?

Resposta pessoal.


3) Releia estes versos:

[...] e '' a noite o apanhou '' ainda com as mãos cheia de sementes.

Entendidos em sentido literal, os versos querem dizer que o semeador ainda não tinha terminado o seu trabalho quando a noite chegou. É possível ampliar o significado da ação de “semear”, ou

seja, é possível semear outras coisas além de sementes?

Sim, a ação de semear pode estar relacionada a anunciar uma mensagem, desenvolver um trabalho, construir um mundo melhor, entre outras possibilidades.

 4. E você, acha importante semear, mesmo sem a certeza de colher os frutos de suas sementes?

Comente sua resposta.

Resposta pessoal. Professor, essa questão favorece uma discussão a respeito do sentido de coletividade. Quando temos o senso do coletivo, entendemos que as ações.

CONTO- CHUVA: A ABENSONHADA - MIA COUTO - COM GABARITO

 CONTO- CHUVA: A ABENSONHADA


     Mia Couto

   Estou sentado junto da janela olhando a chuva que cai há três dias. Que saudade me fazia o molhado tintintinar do chuvisco. A terra perfumegante semelha a mulher em véspera de carícia. Há quantos anos não chovia assim? De tanto durar, a seca foi emudecendo a nossa miséria. O céu olhava o sucessivo falecimento da terra, e em espelho, se via morrer. A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a alegria ainda tem cabimento?

            Agora, a chuva cai, cantarosa, abençoada. O chão, esse indigente indígena, vai ganhando variedades de belezas. Estou espreitando a rua como se estivesse à janela do meu inteiro país. Enquanto, lá fora, se repletam os charcos a velha Tristereza vai arrumando o quarto. Para Tia Tristereza a chuva não é assunto de clima mas recado dos espíritos. E a velha se atribui amplos sorrisos: desta vez é que eu envergarei o fato que ela tanto me insiste. Indumentária tão exibível e eu envergando mangas e gangas. Tristereza sacode em sua cabeça a minha teimosia: haverá razoável argumento para eu me apresentar assim tão descortinado, sem me sujeitar às devidas aparências? Ela não entende.

            Enquanto alisa os lençóis, vai puxando outros assuntos. A idosa senhora não tem dúvida: a chuva está a acontecer devido das rezas, cerimónias oferecidas aos antepassados. Em todo o Moçambique a guerra está parar. Sim, agora já as chuvas podem recomeçar. Todos estes anos, os deuses nos castigaram com a seca. Os mortos, mesmo os mais veteranos, já se ressequiam lá nas profundezas. Tristereza vai escovando o casaco que eu nunca hei-de-usar e profere suas certezas: 
            – Nossa terra estava cheia do sangue. Hoje, está ser limpa, faz conta é essa roupa que lavei. Mas nem agora, desculpe o favor, nem agora o senhor dá vez a este seu fato? 
            – Mas, Tia Tristereza: não está chover de mais?

De mais? Não, a chuva não esqueceu os modos de tombar, diz a velha. E me explica: a água sabe quantos grãos tem a areia. Para cada grão ela faz uma gota. Tal igual a mãe que tricota o agasalho de um ausente filho. Para Tristereza a natureza tem seus serviços, decorridos em simples modos como os dela. As chuvadas foram no justo tempo encomendadas: os deslocados que regressam a seus lugares já encontrarão o chão molhado, conforme o gosto das sementes. A Paz tem outros governos que não passam pela vontade dos políticos.

Mas dentro de mim persiste uma desconfiança: esta chuva, minha tia, não será prolongadamente demasiada? Não será que à calamidade de estio se seguirá a punição das cheias?

Tristereza olha a encharcada paisagem e me mostra outros entendimentos meteorológicos que minha sabedoria não pode tocar. Um pano sempre se reconhece pelo avesso, ela costuma me dizer. Deus fez os brancos e os pretos para, nas costas de uns e outros, poder decifrar o Homem. E apontando as nuvens gordas me confessa:

– Lá em cima, senhor, há peixes e caranguejos. Sim, bichos que sempre acompanham a água.

            E adianta: tais bichezas sempre caem durante as tempestades.

            – Não acredita, senhor? Mesmo em minha casa já caíram.

            – Sim, finjo acreditar. E quais tipos de peixes?

            Negativo: tais peixes não podem receber nenhum nome. Seriam precisas sagradas palavras e essas não cabem em nossas humanas vozes. De novo, ela lonjeia seus olhos pela janela. Lá fora continua chovendo. O céu devolve o mar que nele se havia alojado em lentas migrações de azul. Mas parece que, desta feita, o céu entende invadir a inteira terra, juntar os rios, ombro a ombro. E volto a interrogar: não serão demasiadas águas, tombando em maligna bondade? A voz de Tristereza se repete em monotonia de chuva. E ela vai murmurrindo: o senhor, desculpe a minha boca, mas parece um bicho à procura da floresta. E acrescenta:

            – A chuva está limpar a areia. Os falecidos vão ficar satisfeitos. Agora, era bom respeito o senhor usar este fato. Para condizer com a festa de Moçambique ...

            Tristereza ainda me olha, em dúvida. Depois, resignada, pendura o casaco. A roupa parece suspirar. Minha teimosia ficou suspensa num cabide. Espreito a rua, riscos molhados de tristeza vão descendo pelos vidros. Por que motivo eu tanto procuro a evasão? E por que razão a velha tia se aceita interior, toda ela vestida de casa? Talvez por pertencer mais ao mundo, Tristereza não sinta, como eu, a atracção de sair. Ela acredita que acabou o tempo de sofrer, nossa terra se está lavando do passado. Eu tenho dúvidas, preciso olhar a rua. A janela: não é onde a casa sonha ser mundo?

            A velha acabou o serviço, se despede enquanto vai fechando as portas, com lentos vagares. Entrou uma tristeza na sua alma e eu sou o culpado. Reparo como as plantas despontam lá fora. O verde fala a língua de todas as cores. A Tia já dobrou as despedidas e está a sair quando eu a chamo:

            – Tristereza, tira o meu casaco.

Ela se ilumina de espanto. Enquanto despe o cabide, a chuva vai parando. Apenas uns restantes pingos vão tombando sobre o meu casaco. Tristereza me pede: não sacuda, essa aguinha dá sorte. E de braço dado, saímos os dois pisando charcos, em descuido de meninos que sabem do mundo a alegria de um infinito brinquedo.

(COUTO, Mia. Estórias abensonhadas. 7. ed. Lisboa: Caminho, 2003, p. 57-62)

http://mia-coutiando.blogspot.com/2011/10/chuva-abensonhada-estou-sentado-junto.html

Fonte: Livro - Tecendo Linguagens - Língua Portuguesa: 9º ano/Tania Amaral Oliveira, Lucy Aparecida Melo Araújo - 5.ed. - Barueri(SP): IBEP, 2018 - p.22-25.

POR DENTRO DO TEXTO

1.   Quem são as personagens do conto? Descreva-as.

   O narrador-personagem, provavelmente jovem, bastante pensativo e reflexivo, e tia Tristereza, que é idosa e mostra-se sábia e conhecedora das crenças do seu país.

2.   Em que lugar ocorre o diálogo entre essas personagens?

 Elas estão dentro de uma casa.

3.   Descreva o assunto sobre o qual as personagens conversam. Elas concordam sobre o assunto que está sendo tratado?

As personagens conversam sobre uma festa que ocorrerá em breve e sobre a chuva. Os dois não têm a mesma opinião: ela

acredita que a chuva é um recado dos espíritos e ele não. Ela quer que ele se vista bem para ir à festa de Moçambique, mas

ele não quer usar a roupa que ela lavou e preparou.

 4.Transcreva em seu caderno apenas a alternativa que melhor exprime a opinião da personagem Tristereza sobre a chuva.

a) A chuva era um castigo dos deuses, assim como o período de estio que o povo havia enfrentado.

 b) A chuva serviria para limpar o povo de qualquer pecado e excesso que houvesse cometido durante o período de guerra.

c) A chuva estava lavando a terra do triste passado de guerra.

 

5. Releia este trecho:

A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a alegria ainda tem cabimento?

a)   A alegria que as personagens experimentam refere-se somente à chuva que cai após o período de seca?

Não. Na verdade, elas estão alegres porque a guerra está no fim.

b)   Comprove sua resposta ao item anterior com um trecho do terceiro parágrafo. Transcreva-o em  seu caderno.

“Em todo o Moçambique a guerra está parar”.

 6.  Releia este outro trecho:

A Paz tem outros governos que não passam pela vontade dos políticos.

Em seu caderno, explique seu significado.

De acordo com o trecho, a paz não depende da vontade dos políticos, mas é influenciada por outras razões. No conto, a paz é atribuída à chegada da chuva, ou seja, à ocorrência de um fenômeno da natureza.

 TEXTO E CONSTRUÇÃO

 1.   Em sua opinião, que característica mais se destaca no texto? Por quê?

Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos citem o uso criativo da linguagem e a presença de muitas palavras diferentes das que estamos acostumados.

2.Releia o título e o primeiro parágrafo do conto:

 Chuva: a abensonhada

 Estou sentado junto da janela olhando a chuva que cai há três dias. Que saudade me fazia o molhado tintintinar do chuvisco. A terra perfumegante semelha a mulher em véspera de carícia. Há quantos anos não chovia assim? De tanto durar, a seca foi emudecendo a nossa miséria. O céu olhava o sucessivo falecimento da terra, e em espelho, se via morrer. A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a alegria ainda tem cabimento?

 a)   As palavras destacadas podem ser localizadas no dicionário?

 Não.

b)   Observando o contexto, é possível definir o significado de “tintintinar”. Explique qual é ele.

     Barulho intermitente do chuvisco caindo, provavelmente batendo em alguma superfície metálica.

 c)   E quanto à palavra “indaguava”, por que também é possível defini-la? Explique.

É muito próxima de outra palavra que usamos: “indagava”, que significa “perguntava/ questionava”. Professor, incentive os alunos a perceberem que há uma junção entre o termo “indagar” com a palavra “aguar”, em uma provável tentativa de se referir à água da chuva.

 d)   As palavras “abensonhada” e “perfumegante” também são criações do autor. Observe-as e indique a partir de que outras palavras foram formadas.

Abensonhada – formada por meio da junção de duas palavras:

“abençoada” e “sonhada”.

Perfumegante – formada por meio da junção de duas palavras: “perfumada” e “fumegante”.

 e)   Agora, explique o significado de “abensonhada” e “perfumegante”, no contexto em que foram utilizadas.

Abensonhada – a chuva era abençoada e sonhada (desejada) porque o período de seca fora muito longo.

Perfumegante – a terra seca e quente da estiagem, ao ser molhada pela chuva, libera um vapor como o odor agradável de um perfume.

3. No texto de Mia Couto, há outras palavras formadas pela junção de termos existentes, como: “cantarosa”, “Tristereza” e “murmurrindo”. Explique como se deu a formação nesses exemplos.

Cantarosa – chuva que “canta” e que é “maravilhosa”, “gostosa” etc.

Tristereza – fusão de “triste” com “Tereza”, provavelmente definindo uma característica marcante da personagem.

Murmurrindo – rindo em murmúrio, rindo e falando

domingo, 4 de abril de 2021

TIRINHA: ARMANDINHO - ALEXANDRE ARMANDINHO BECK - COM GABARITO

 Tirinha: Armandinho

           BECK, Alexandre. Armandinho. 12 fev. 2015. Disponível em: http://bit.ly/2R425L6. Acesso em: 27 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. P. 187-8.

Entendendo a tirinha:

01 – No conjunto dos elementos verbais e visuais dessa tirinha, o autor demonstra uma estratégia para lidar com o problema da crise hídrica. Qual é essa estratégia?

      Armazenar a água da chuva em caixas-d’água como forma de evitar desperdícios.

02 – Releia a seguinte frase.

        “Faltou água?” Em que posição da frase o sujeito apareceu?

      Depois do verbo. Mostre aos alunos outros exemplos em que o sujeito se posiciona depois do verbo.

03 – Classifique o sujeito dessa frase.

      Sujeito simples: água.

04 – Como você chegou a essa conclusão?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: possui um núcleo na composição do sujeito dessa frase, caracterizando-o como sujeito simples.

05 – Observe o 1° quadrinho.

a)   É possível identificar o sujeito na frase “Aqui em casa não temos esse problema...”? Explique.

Embora o pronome nós referente ao sujeito não esteja explícito, pode ser identificado por meio da terminação verbal mos da forma verbal temos.

b)   Classifique o sujeito dessa frase.

Nós – sujeito desinencial.

06 – Releia o terceiro quadrinho.

a)   Copie o sujeito da frase correspondente à fala do personagem e sublinhe o núcleo desse sujeito.

“A solução”.

b)   A que classe gramatical pertence a palavra sublinhada por você?

Pertence à classe dos substantivos.

c)   Classifique o sujeito dessa frase.

Sujeito simples: “A solução”.

 

 

 



INFOGRÁFICO: CRISE DA ÁGUA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - COM GABARITO

 Infográfico: Crise da água



BRASIL. Agência Nacional de Águas, Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2017: relatório pleno. Brasília: ANA, 2017. Disponível em:
http://bit.ly/2DxF28U. Acesso em: 27 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 171-3.

Entendendo o Infográfico:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Adutora: canal ou tubulação que transporta para um reservatório as águas captadas de reservatórios como rios, lagos e represas.

·        Eutrofização: processo desencadeado por despejo de esgotos domésticos ou por agrotóxicos usados na agricultura na água de rios e lagos, deixando a água poluída, com cor turva e níveis baixíssimos de oxigênio.

·        Infraestrutura hídrica: conjunto de serviços básicos indispensáveis ao abastecimento, à distribuição e o tratamento de água.

·        Jussante: direção para onde correm as águas de um rio.

·        Manancial: nascente de água.

·        Racionamento: limitação de algo que cada pessoa ou família pode comprar ou receber.

·        Vazão: escoamento ou volume de água que escoa de determinado canal ou tubulação.

02 – Qual é o tema central em torno da qual se organizam as informações do infográfico?

      A crise da água.

03 – Para qual público leitor esse texto verbal e visual é destinado?

      Para toda a sociedade brasileira.

04 – Qual é a finalidade de produção desse infográfico?

      Mostrar de modo mais didático e de forma mais atrativa como se configura a crise hídrica: algumas das causas dessa crise, algumas consequências da escassez e do racionamento, bem como as medidas para garantir a manutenção dos mananciais e reservatórios e o abastecimento à população.

05 – Leia as informações do quadro a seguir.

        O infográfico “Crise da água” faz parte de um relatório pleno intitulado Conjuntura dos recursos hídricos 2017, produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA). Esse relatório é referência para o acompanhamento da situação dos recursos hídricos no país por toda a sociedade brasileira. De acordo com o relatório, as crises hídricas demandam análise e revisão de planos dos governos e das empresas de abastecimento de água sobre a gestão dos recursos hídricos.

a)   Pesquise sobre a Agência Nacional de Águas (ANA): O que é? O que faz?

ANA, é uma agência reguladora vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), cuja função é regular e monitorar o acesso e o uso dos recursos hídricos do Brasil.

b)   Pesquise o significado da expressão “gestão de recursos hídricos”.

Significa a atividade de planejar, desenvolver, distribuir e administrar a melhor utilização de toda a água existente no país.

06 – Releia o trecho do texto extraído do infográfico.

        “Os conflitos pelo uso da água decorrem do desequilíbrio entre os usos e os aspectos de quantidade e qualidade de água.”

        Indique a alternativa que se relaciona diretamente com trecho acima:

·        Os conflitos pelo uso da água acontecem pelo alto nível de quantidade e qualidade da água.

·        A crise hídrica consiste no desequilibro entre a qualidade da água, a quantidade e o baixo consumo.

·        A crise hídrica ocorre pelo desequilíbrio entre o nível de consumo, a quantidade disponível e a qualidade da água.

·        Os recursos hídricos são escassos e a quantidade e a qualidade estão em níveis alarmantes.

·        Os recursos hídricos são abundantes, mas a qualidade é ruim, o que compromete a quantidade de água.