quinta-feira, 8 de outubro de 2020

TEXTO: O QUE O BRASIL GANHA COM AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS - MARCOS BUCKERIDGE - COM GABARITO

 Texto: O que o Brasil ganha com as mudanças climáticas

         Marcos Buckeridge é diretor do Instituto de Biociências da USP e presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo

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   O Brasil precisa acordar. Diante do maior desafio já enfrentado pela humanidade, a mudança climática global, o País tem à sua frente uma janela de uma a duas décadas para despertar. Precisa intensificar programas de adaptação que, ao mesmo tempo, aproveitem as oportunidades que o enfrentamento das consequências desse grande problema oferece.

        Evidências científicas mostram que até meados de 2040 o mundo deverá atingir a marca de 1,5°C, caso continuemos emitindo gases de efeito estufa como ainda fazemos hoje. As pessoas perguntam: mas o que significa para mim essa pequena variação de apenas 1°C? De fato, 1°C, ou mesmo 1,5, ou até 3°C podem significar muito pouco se considerarmos nossas preferências pessoais. Porém, uma variação na temperatura média mundial de 1,5°C implica variações de temperatura, chuvas e vários eventos climáticos bem mais amplos e intensos do que o significado pessoal de 1,5°C.

        Os efeitos climáticos são, sobretudo, o que os climatologistas chamam de eventos extremos, ou seja, mudanças no clima local que provocam enchentes, secas, ondas de calor etc. A frequência desse tipo de evento já vem aumentando em vários lugares do planeta. Em outras palavras, teremos um maior número de noites quentes, maior frequência de tempestades, maior probabilidade de ocorrência de eventos mais fortes como furacões e tornados. Tudo isso exacerba os riscos relacionados à saúde humana, infraestrutura das cidades, agricultura e muitos outros setores da sociedade.

        A Conferência das Partes (COP) 21, realizada em Paris em 2015, encomendou um relatório especial ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Os governos querem saber o que fazer para evitar que o mundo ultrapasse a marca de 1,5°C.

        O IPCC reuniu 91 pesquisadores de 40 países que trabalharam durante dois anos com a contribuição de mais 133 pesquisadores de todo o mundo. Os cientistas do IPCC examinaram mais de 6 mil publicações científicas e responderam a mais de 42 mil comentários de cientistas e governos dos 195 países da Organização das Nações Unidas (ONU). Estes números são importantes, pois salientam que as conclusões a que chegamos nesses relatórios são fortemente embasadas na melhor ciência que existe no mundo. Na sua imensa maioria, as publicações utilizadas são de papers científicos editorados. Além disso, o IPCC proíbe fazer prescrições políticas. Em outras palavras, não podemos indicar caminhos para os tomadores de decisão. As conclusões são colocadas como o estado de arte da ciência naquele tópico e naquele momento; por isso, devem servir apenas como guia para que o tomador de decisão escolha por onde ir com embasamento sólido. Se levados em consideração, os pontos levantados pelos relatórios do IPCC tendem a diminuir a probabilidade de que decisões acabem levando ao erro.

                       Governo do Estado de São Paulo. Aprender sempre. 9° ano do ensino fundamental. Língua Portuguesa.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, defina o que é chamado de mudanças climáticas.

      Segundo o texto, “mudanças climáticas são, sobretudo, o que os climatologistas chamam de eventos extremos, ou seja, mudanças no clima local que provocam enchentes, secas, ondas de calar, etc.”

02 – De acordo com o texto, quais são as consequências das mudanças climáticas na vida das pessoas?

      De acordo com o texto, haverá descontroles climáticos, maior frequência de tempestades, maior probabilidade de ocorrência de eventos mais fortes como furacões e tornados, o que, ainda, segundo o texto, exacerba os riscos relacionados à saúde humana, infraestrutura das cidades, agricultura e muito outros setores da sociedade.

03 – E você, o que pensa sobre as mudanças climáticas em relação às consequências delas para as nossas vidas? Você acha que ainda é possível mudar o cenário atual?

      Resposta pessoal do aluno.

     

NOTÍCIA: ONÇA-PINTADA USA A FACILIDADE PARA NADAR COMO RECURSO NA HORA DA CAÇA - GIULIA BUCHERONI - COM GABARITO

 Notícia: Onça-pintada usa a facilidade para nadar como recurso na hora da caça

                   No topo da cadeia alimentar, a espécie depende de áreas preservadas para sobreviver; fotógrafo de natureza flagrou o felino no rio Paraguai (MT)

        Por Giulia Bucheroni*, Terra da Gente 21/05/2018 13h44

        Sabe aquela história de que gato não gosta de água? Alguns felinos podem até negar um “banho” gelado, mas o grupo tem um representante de destaque quando o assunto é nadar no rio. Com cerca de 130 quilos e dona da mordida com a maior potência entre os felinos de todo o mundo, a onça-pintada tem habilidades na água importantes para o deslocamento e para a caça.

        Foi em um momento como esse que o empresário Alcides Rocha flagrou o animal. No meio do rio Paraguai, que nasce no Mato Grosso e banha o estado do Mato Grosso do Sul, o fotógrafo de natureza pôde registrar um dos encontros que teve com a onça. “Vou ao Pantanal há 35 anos, antes mesmo de existir câmeras fotográficas. Gosto de ir para observar os animais e manter o contato com a natureza”, diz.

        As viagens anuais permitem a Alcides viver experiências únicas, como encontrar o felino mais famoso do Brasil. “Já vi onças-pintadas diversas vezes durante as minhas idas ao Pantanal, mas o encontro é sempre muito emocionante”, conta o empresário, que há alguns anos passou a registrar as aventuras pelas florestas brasileiras. “Aprendi tudo sozinho. Comprei uma câmera e agora estou fazendo muitas imagens de drone. Acho que essa ferramenta nos permite ver a floresta como um todo e todas as riquezas que ela guarda”.

 https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/onca-pintada-usa-afacilidade-para-nadar-como-recurso-na-hora-da-caca.ghtml

Entendendo a Notícia:

01 – Qual a manchete da notícia?

      Onça-pintada usa a facilidade para nadar como recurso na hora da caça.

02 – Qual o título auxiliar?

      No topo da cadeia alimentar, a espécie depende de áreas preservadas para sobreviver; fotógrafo de natureza flagrou o felino no rio Paraguai (MT).  

03 – Onde e quando foi publicada a notícia?

     Terra da Gente 21/05/2018 13h44.        

04 – Quem é responsável pela publicação?

      Por Giulia Bucheroni.     

05 – Do que se trata a notícia?

      Fala sobre a facilidade que tem a onça-pintada em nadar e o registro das fotografias feitas pelo fotógrafo da natureza.

06 – Como a onça é descrita na notícia?

      “Com cerca de 130 quilos e dona da mordida com a maior potência entre os felinos de todo o mundo, a onça-pintada tem habilidades na água importantes para o deslocamento e para a caça.”

07 – Quem registrou os encontros com a onça e onde foi isso?

      Foi o empresário Alcides Rocha, no meio do Rio Paraguai.

08 – Por que o empresário gosta de fotografar a onça-pintada?

      Porque gosta de viver experiências únicas como encontrar o felino mais famoso do Brasil.

09 – Que recursos o empresário usa para registrar suas viagens ao Pantanal?

      Utiliza câmera e drone para registrar a aventura e os momentos da natureza.

10 – O que você descobriu na notícia sobre a onça-pintada?

      Que ela está no topo da cadeia alimentar, é dona da mordida mais potente do mundo entre os felinos, tem habilidades para nadar importantes para a caça.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

CONTO: UMA SEMANA NA VIDA DE FERNANDO ALONSO FILHO - COM GABARITO

 CONTO: Uma semana na vida de Fernando Alonso Filho

 Segunda-feira

Lá fora a chuva contínua, intensa e imutável. Como se o céu inteiro se dissolvesse em água. Água que cai em cortinas intermináveis, escorre pelas rochas até desintegrá-las em areia preta e pastosa. Areia que se acumula em montículos e charcos até que a chuva os transborda, desmancha e carrega para aqui e ali.

Está chovendo há cinquenta e oito anos e nunca parou. Dizem que ainda vai chover duzentos anos e é isso que angustia. A gente fica ali olhando a chuva lá fora, tentando enxergar alguma coisa neste universo aquoso. Vendo apenas os vultos dos homens e das máquinas, como seres pré-históricos. Leviatãs afogados no dilúvio.

Começa-se a sonhar com sol e céu azul. A desejar alguma coisa que não seja a chuva, alguma coisa que não tenha relação com água, frio e umidade. E quando afinal se sonha parece exatamente isso: uma ilusão, uma fantasia, como se jamais houvéssemos conhecido outra vida que não esta. Como se a chuva fosse a única realidade concreta e nada mais existisse.

Dentro dos habitáculos as luzes devem ficar sempre acesas. O dia e a noite lá fora não passam de um jogo de substituição entre a escuridão e o crepúsculo acinzentado. Existimos em completa dependência  de nossos refúgios, as conchas pressurizadas de nossas moradias, que  brotam da paisagem afogada como fungos de plástico branco, sempre  se multiplicando como se proliferassem da água e da lama.

E nós vivemos lá dentro como caramujos presos à concha. Dando graças ao isolamento acústico que nos permite dormir e manter um pouco a sanidade contra o tamborilar interminável do aguaceiro.

Os holocubos dizem que Vênus já foi quente como um forno, mas isso foi em outra realidade que nada significa para nós. Antes que os homens semeassem as nuvens com bactérias que comeram o dióxido de carbono e expeliram oxigênio. Antes que os jóqueis do espaço empurrassem cabeças de cometas para bombardearem o planeta indefeso, liberando a energia e o hidrogênio que se combinou ao oxigênio para ajudar na produção desta chuvarada interminável.

Os homens do Projeto Sagan dizem que isto vai tornar Vênus um mundo gêmeo da Terra, com uma paisagem de oceanos, sol e céu azul.

Talvez seja, só que isso fica para os homens que virão depois de nós, quando o nosso pó fizer parte da lama negra lá fora e nossos sonhos e esperanças já tiverem há muito se afogado na escuridão.

[...]

 Viramos parasitas das máquinas, híbridos de carne e plástico, incapazes de uma existência independente. Fico olhando para os vultos volumosos, arrastando-se sobre o caos enlameado lá fora e penso como eles se parecem tão pouco com seres humanos. São como os monstros da velha ficção científica. Como paquidermes aquáticos, pastando num universo de lodo e fungos brancos. Bonecos sem sexo e propósito algum que não o de viver mais um dia sob a chuva.

Um deles é minha esposa, que volta para mim no final de cada dia.

Patrícia é a mulher mais adorável que um homem poderia desejar, mas a maior parte do dia ela se mete num daqueles trajes para trabalho externo e vira outro monstro biomecânico. Indistinguível dos outros a tropeçar na lama lá fora.

 [...]

 Nosso espaço é pequeno. Um lar que não passa de uma cabine de seis metros de circunferência, com todos os confortos da tecnologia moderna cercando o beliche, a mesa de refeições e o lavatório.

Há uma profusão de formas de acrílico e metal cromado, eficientes e elegantes, feitas por designers pagos a peso de ouro. Utensílios que cuidam de nossa higiene, alimentação e repouso, que se integram à arquitetura interna com suas formas arredondadas e fluidas, quase orgânicas. Foi tudo estudado e planejado para que os colonizadores não pirassem antes de terminar o contrato de oito anos, e não há dúvida de que funciona. A taxa de suicídios é baixa e os casos de colapso nervoso podem ser removidos e tratados com discrição. Sem causar comentários ou perguntas embaraçosas.

Talvez eu parasse de pensar na chuva... Se tentasse me concentrar nos videojogos, mas é tudo tão deprimente.

Um dos jogos mostra um camarada preso num labirinto. Ele fica tentando sair o tempo todo, mas é inútil. Há uma infinidade de obstáculos e quando no final ele encontra a saída, ela se revela apenas uma passagem para um novo labirinto e um novo jogo.

Seria bom se o meu trabalho me distraísse, e realmente ele distrai.

Só que os sismógrafos são completamente automáticos, exigindo minha atenção só duas horas por dia. Restam vinte e duas para dormir e pensar. Dormir e viver uma vida da qual oito horas podem ser compartilhadas com minha mulher.

 In: RobeRto de SouSa CauSo (Ed.). Os melhores contos brasileiros de ficção científica: fronteiras. São Paulo: Devir, 2009. p. 125-128. (Fragmento).

Fonte: Livro - Se liga na língua.9º ano. Editora Moderna. 1ª ed. São Paulo. p.210 a 213.

VOCABULÁRIO

Charcos: poças de água parada, suja e lamacenta.

Leviatã: monstro marinho.

Habitáculos: habitações pequenas.

Pressurizadas: dotadas de pressão mantida artificialmente

Holocubos: dispositivos para mostrar efeitos gráficos em três ou mais dimensões.

Híbridos: formados por elementos diferentes entre si.

Paquidermes: antiga classificação de mamíferos de pele espessa.

Acrílico: substância sintética utilizada na fabricação de vários produtos.

Orgânicas: formas que remetem a organismos vivos.

Sismógrafos: instrumentos que detectam movimentos e tremores do planeta.

 

DESVENDANDO O TEXTO

1)   A partir de qual frase o leitor passa a ter a certeza de que a narrativa não se refere ao mundo que ele conhece?

A partir da frase “Está chovendo há cinquenta e oito anos e nunca parou”.

 

2) O conto relata o processo de transformação do planeta Vênus.

a) Trata-se de um processo natural? Justifique a resposta.

Não. O processo resulta de procedimentos realizados pelos seres humanos.

b) Qual é o objetivo dessa transformação?

Criar as mesmas condições de vida da Terra.

 

c) O conto refere-se a três momentos: o presente, o passado e o futuro em relação ao momento em que é feita a narrativa. Caracterize Vênus em cada um deles.

No passado, Vênus era excessivamente quente; no presente, enfrenta uma chuva incessante; no futuro, terá, possivelmente, uma paisagem semelhante à da Terra.

 

3) O narrador é um pioneiro em Vênus, isto é, um desbravador.

a) Em sua opinião, que palavra descreve melhor o sentimento do narrador em relação à experiência dele em Vênus? Explique a escolha da palavra.

 

Resposta pessoal. Espera--se que os alunos apresentem sentimentos como solidão, enfado, aborrecimento, incômodo provocado pelo confinamento, já que, nesta parte do conto, o narrador reclama da existência controlada e artificial.

 

b) O narrador faz referência a um videojogo. O que torna esse jogo

deprimente?

O fato de espelhar a existência do narrador, que, como o personagem de videojogo, não pode escapar de sua situação presente.

 

c) Algum dado do texto permite ao leitor inferir que outros pioneiros

também se sentem como o narrador? Justifique sua resposta.

 

Sim. Essa conclusão é possível, pois o narrador afirma haver preocupação dos responsáveis pelo projeto em impedir que os colonizadores enlouqueçam, se suicidem ou tenham colapsos nervosos.

 

4) O conto cria uma ambientação futura.

a) Observe os materiais que estão a seu redor. Qual deles predomina no ambiente doméstico do narrador?

O plástico.

 

b) Como é a paisagem da área em que ele vive?

 

Há habitáculos de plástico branco, fixados na lama negra e encharcada, sob um céu sempre escuro.

 

c) Em sua opinião, a descrição dos ambientes interno e externo reforça as sensações íntimas do narrador? Por quê?

Resposta pessoal. Espera--se dos alunos uma resposta afirmativa, já que o ambiente inóspito e artificial e a chuva constante são as causas do tédio do narrador.

 

 5) Embora no início do conto tenha destaque o ambiente em que os personagens vivem, também é revelada a vida social.

a) Que aspecto da vida familiar se mantém inalterado no futuro

imaginado pelo autor?

O casamento.

 

b) Quais são as atividades do narrador e da esposa dele?

O narrador acompanha os sismógrafos, e a esposa faz trabalhos externos, usando uma roupa especial.

 

6) Você leu parte do início do conto. Como imagina que o enredo se

desenvolverá? Explique sua resposta.

Resposta Pessoal.

 

REGULAMENTO DO CONCURSO DE PRODUÇÃO DE TEXTO - COM GABARITO

 Regulamento do concurso de produção de texto da escola X – 2018

 Disposições gerais

 Art. 1o O Concurso de Produção de Texto é um projeto bienal e uma das ações que ocorrem dentro da Mostra Literária da Escola X. Em 2018, a IX Mostra Literária “Há mais palavras que gente na Praça da Liberdade” tem como mote a poesia. Os textos dos(as) alunos(as) ganhadores(as) do Concurso serão anunciados ao longo de um espetáculo teatral que integra a Mostra Literária e é produzido e protagonizado pelos(as) alunos(as) do Ensino Médio.

Dos participantes

Art. 2o Poderão participar do XIII Concurso de Produção de Texto todos(as) os(as) alunos(as) do Ensino Fundamental – anos finais – e do Ensino Médio da Escola X.

Da redação

Art. 3o O tema da produção de texto é livre.

Art. 4o Alunos(as) de 6o a 8o ano do Ensino Fundamental poderão produzir textos nos gêneros Poema ou Conto. Alunos(as) do 9o ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio poderão produzir textos nos gêneros Poema, Conto, Crônica Reflexiva ou Artigo de Opinião. Das inscrições

Art. 5o A produção deverá ser entregue até o dia 11 de outubro, quinta-feira, a um dos professores de Língua Portuguesa.

Art. 6o Cada concorrente poderá participar com apenas uma produção de texto de cada gênero, obrigatoriamente inédita.

Art. 7o A produção textual, obrigatoriamente escrita em língua portuguesa, deverá ser entregue em 5 (cinco) vias, ocupando, no máximo, 60 (sessenta) linhas de uma folha de papel sulfite do tamanho A4, digitadas em fonte Times New Roman, tamanho 12 (doze) e espaçamento simples entre linhas.

Art. 8o A produção textual deverá ter como identificação, nas cinco vias entregues, apenas o título (opcional) e um pseudônimo escolhido pelo(a) participante. Juntamente com essas vias, deverá ser entregue uma ficha de identificação contendo o nome do(a) participante, a série que ele(a) está cursando e o título da produção (opcional). Tanto essa ficha quanto as 5 (cinco) vias da produção textual deverão ser entregues em um plástico no tamanho A4.

Art. 9o Ao se inscrever, o(a) participante, automaticamente, autoriza a Escola X a publicar seu texto, parcial ou integralmente, no site e na revista da instituição, respeitando-se a propriedade intelectual do(a) aluno(a)- -autor(a) da produção textual. 

Dos critérios de desclassificação

Art. 10 Será desclassificada a produção textual que desrespeitar o prazo limite para entrega ou apresentar a identificação do(a) autor(a) em qualquer parte do material.

Art. 11 Será desclassificada a produção textual que desrespeitar as regras de formatação informadas neste Regulamento.

Art. 12 Será desclassificada a produção textual que for produzida por terceiros ou constituir, total ou parcialmente, caso de plágio.

Art. 13 Será desclassificada a produção que:

I.             causar danos morais a terceiros;

II.            contiver conteúdo que implique discriminação ou preconceito de raça, classe, gênero, orientação sexual ou crença;

III.          incitar a prática de violência ou crime.

 

Do julgamento

 Art. 14 As produções serão analisadas por uma Comissão Julgadora, formada por profissionais das áreas de Literatura, Educação e Arte, e por um(a) leitor(a) comum. Os critérios considerados para o julgamento da produção serão criatividade, coesão, coerência, verossimilhança (no caso do conto e da crônica) e emprego das variedades urbanas de prestígio, exceto nos casos em que outras variedades são usadas de modo coerente com os eventuais personagens criados pelo(a) autor(a).

Da premiação

 Art. 15 Os resultados do XIII Concurso de Produção de Texto serão divulgados durante a IX Mostra Literária, nos dias 5, 6, 7, 8 e 9 de novembro, dentro de um espetáculo teatral, no auditório da escola, em horário a ser determinado.

Art. 16 O(A) ganhador(a) do XIII Concurso de Produção de Texto poderá escolher entre os seguintes prêmios: a assinatura anual de uma revista, adequada ao universo escolar ou das artes, ou um vale-livro.

Considerações finais

Art. 17 A participação no XIII Concurso de Produção de Texto implica o conhecimento e a aceitação, pelo(a) participante, de todas as disposições deste Regulamento.

Art. 18 Os casos omissos serão julgados pela Comissão Organizadora, formada por diretores, coordenadores e professores da Escola X, não cabendo recursos.

Regulamento do concurso de produção de texto de uma escola de Ensino Fundamental II e de Ensino Médio da cidade de São Paulo.

Fonte: Livro- Se liga na língua. 8º ano. Ed.Moderna. 1ª ed. 2018, p. 90/91/92.

DESVENDANDO O TEXTO

1) O regulamento informa sobre um concurso de redação.

a) Quem está organizando o concurso?

Uma escola de São Paulo

b) A que outras atividades escolares o concurso se relaciona?

A uma mostra literária, da qual faz parte um espetáculo teatral.

2) Imagine que um aluno dessa escola queira participar do concurso.

a) O que, exatamente, ele deve produzir?

Se o estudante for um aluno do 6o ao 8o ano deverá produzir um conto ou poema. Alunos das séries seguintes podem também produzir crônica reflexiva ou artigo de opinião. O tema é livre.

 b) Como deve se inscrever?

 O aluno deve entregar a produção textual para seu professor até o dia 11 de outubro, seguindo regras específicas de formatação.

3) Leia as informações a seguir e avalie-as como falsas ou verdadeiras. Justifique suas respostas.

a) ( F) Os organizadores do concurso podem publicar o texto vencedor sem incluir o nome de seu autor.

O art. 9o informa que será respeitada a “propriedade intelectual do aluno-autor da produção textual”

b) ( F  ) Caso escreva uma crônica reflexiva, o aluno pode revelar sua identidade como parte da estratégia de diálogo com o leitor.

Segundo o art. 10, é proibida “a identificação do autor em qualquer parte do material”

c) ( V )O participante não pode adaptar ou parafrasear um texto escrito por outra pessoa.

Conforme o art. 12, será desclassificada qualquer produção textual que “constituir, total ou parcialmente, caso de plágio”

d)( V )  Os personagens de um conto podem empregar gírias caso sejam adolescentes.

De acordo com o art. 14, podem ser empregadas variedades linguísticas diversas para tornar verossimilhante a fala dos personagens.

e)(  V ) O texto não pode divulgar comentários preconceituosos.

O art. 13 indica desclassificação de qualquer produção textual que revele discriminação ou preconceito.

f) (  F ) Caso um aluno alegue que sua produção foi desclassificada injustamente, o caso deverá ser resolvido por um conselho formado por professores, pais e alunos.

 O julgamento de qualquer situação inesperada será feito pela Comissão Organizadora, composta de membros da escola.

 

4) Observe a estrutura do texto.

a) Qual é o título da seção que informa como serão escolhidos os vencedores?

“Do julgamento”.

b) Qual é o título da seção que informa as regras para o preparo do material?

“Das inscrições”.

c) Qual é a função desses títulos?

Facilitar a localização das informações; organizar os dados.

domingo, 4 de outubro de 2020

RESENHA: NOSSO REINO POR UM ESPETÁCULO - CLOWNS DE SHAKESPEARE - COM GABARITO

 RESENHA: Nosso reino por um espetáculo – Clowns de Shakespeare

           “Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo!” Você com certeza já deve ter ouvido a frase que Ricardo III, ao final do texto de William Shakespeare, grita desesperadamente quando o personagem tenta, pela última vez, escapar das consequências mortais de seus atos. Trata-se de uma daquelas frases canônicas do autor inglês, que se junta ao hall de outras famosas como “Ser ou não ser, eis a questão” ou ainda “Existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”, ambas de Hamlet.  

           Nos dias 17 e 18 de setembro [...], a frase poderá novamente ser ouvida por uma das companhias teatrais brasileiras mais consolidadas da atualidade. Trata-se do grupo Clowns de Shakespeare, sediado em Natal (RN) e criado em 1993 com o objetivo de investigar a comicidade na obra do dramaturgo inglês.[...]

          Ora, se encenar Shakespeare atualmente já é um grande desafio, seja pela distância histórica de mais de quatro séculos, seja pela extensa lista de referências à obra do autor que se multiplica com o passar dos anos, montá-lo pela via cômica torna ainda mais complicada a aventura. [...]

Fonte: Livro: Se liga na língua, 9º Ano, Editora Moderna, 1ª ed.2018, p.200

Entendendo o filme

a)   Segundo a notícia, por que não é fácil encenar uma obra de Shakespeare?

Porque as obras referem- -se a um tempo histórico distante e receberam muitas referências ao longo do tempo, o que pressupõe a necessidade de um estudo amplo.

 

b)   Que aspecto torna mais significativa a encenação dessas obras pelo grupo teatral Clowns de Shakespeare?

               A opção por uma encenação cômica, que presume uma adaptação da obra original.

 

c)   O produtor da notícia menciona “frases canônicas”. Suponha que o leitor não conheça o sentido de canônicas: como ele poderia deduzi-lo?

 Resposta pessoal. Sugestão: O texto associa “frases canônicas” a “outras [frases] famosas”, o que permite a dedução do sentido.

 

d)   Como o título da notícia elogia o grupo teatral de que falará?

             O título “Nosso reino por um espetáculo” apresenta intertextualidade com uma frase de Shakespeare: “Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo!”. Assim como na frase original, indica-se a disposição de ofertar tudo aquilo de que se dispõe para a obtenção de algo que passa a ser considerado mais importante; no caso, o espetáculo.

 

e)   O trecho “seja pela extensa lista de referências à obra do autor que se multiplica com o passar dos anos” pode ser entendido de maneiras diferentes em razão de um uso inadequado do pronome relativo. Quais são os vários sentidos a que se pode chegar?

             Pode-se entender que é a “lista de referências” ou “as referências” ou a “obra” ou o “autor” que se multiplicam.

f)    Reescreva o trecho de modo a atribuir-lhe o único sentido válido nesse contexto.

             Sugestão: Seja pela extensa lista de referências à obra do autor que se multiplicam com o passar dos anos.

g)    Existe outro trecho cujo sentido é falho. Identifique-o e exponha o problema e o sentido que se pretendeu construir.

O trecho é “a frase poderá novamente ser ouvida por uma das companhias teatrais brasileiras [...]”. Entende-se que a companhia escutará a frase, quando, de fato, pretende-se dizer que a companhia falará a frase, que será ouvida pelo público.

 

 

 

 

 

 

CRÔNICA: O CASAL DA OUTRA MESA - MARNE R. - COM QUESTÕES GABARITADAS

 CRÔNICA: O CASAL DA OUTRA MESA

             Sentado na mesa de um café, via um homem e uma mulher conversarem numa mesa a uma certa distância da minha. Eles riam, gesticulavam. O rapaz falava coisas fazendo sinal de aspas com os dedos. Deus do Céu! como isso me irrita! Aspas são um sinal escrito que marca um tom de voz diferenciado ao falar, seja de ironia, de brincadeira... Para “falar entre aspas” basta dar à palavra a entonação certa. Absolutamente irritante. A mim, já me faria perder a linha de todo o resto do argumento. Ficaria nas “aspas manuais” e não passaria delas.

 [...]

         Minha vida não andava das melhores, mas também não podia me queixar. Estava sem namorada, o emprego não me trazia grandes realizações, não ia a grandes lugares, não fazia grandes viagens... mas também não havia coisas ruins acontecendo. Estava tudo no modo normal, digamos... Ou num platô, como diria uma antiga terapeuta. Outra coisa, portanto, que me deixa um pouco irritado: usar palavras estrangeiras sem necessidade alguma. As lojas estão cheias de “sale” ou “50% off ”. Parece que há alguma proibição para o uso da palavra “liquidação” ultimamente. Nos meus tempos de juventude, tínhamos que cuidar para ter uma silhueta esbelta: hoje cuidamos do “shape”. Quase pulo de irritação quando alguém pronuncia a palavra “shape”! E o tal platô, como chamaríamos? Patamar? Talvez. Soa melhor, pelo menos. [...]

 Marne r. O casal da outra mesa. Recanto das letras. Disponível em: . Acesso em: 6 ago. 2018.

Fonte: Livro: Se liga na língua, 9º ano. Ed. Moderna, 1ª ed. 2018, p.202

Entendendo a crônica

a)   A ideia para a escrita de uma crônica pode surgir de um fato banal, cotidiano, real ou imaginado, que desperta as reflexões do cronista. O que motivou essa crônica?

 A observação de um rapaz que fazia o sinal de aspas com as mãos, o que levou o cronista a refletir sobre aspectos linguísticos.

 

b)   No primeiro parágrafo, o cronista critica o comportamento de um rapaz. Segundo ele, que aspecto da linguagem o rapaz parece desconhecer?

O fato de as aspas serem sinais usados na escrita para expressar algo que é próprio da fala, o que as tornaria desnecessárias em situações de conversação.

 

c)   Por que houve uso de aspas em “falar entre aspas”?

Para destacar o sentido da expressão.

d)   Uma das funções das aspas é marcar palavras citadas. Que palavras ou expressões poderiam ser marcadas por elas em “Estava tudo no modo normal, digamos... Ou num platô, como diria uma antiga terapeuta”?

“Modo normal” e “platô”

e)   No segundo parágrafo, o texto revela outro emprego das aspas. O que as justifica nas palavras “sale”, “off” e “shape”?

São estrangeirismos.