terça-feira, 2 de outubro de 2018

POEMA: AUTOPSICOGRAFIA - FERNANDO PESSOA - COM GABARITO

Poema: Autopsicografia


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração. 
                                      Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro' 

Entendendo o poema:
01 – De acordo com o poema, é específico do processo de criação literária o fato de o poeta:
I – Escrever não o que pensa, mas aquilo que deveras sente.
II – Ser capaz de captar e expressar os sentimentos dos leitores.
III – Transformar um elemento extraliterário, como a dor, em objeto estético.
Está certo o que se afirma apenas em:
a)   I.
b)   II.
c)   III.
d)   I e II.
e)   I e III.

02 – Qual é o tema desse poema?
     O tema é a criação do poema como resultado do fingimento poético. Se trata de uma reflexão sobre o fazer poético por meio da metalinguagem, que consiste em criar um poema por meio do qual se discute o próprio processo de construção.

03 – A palavra título indica que:
a)   O texto apresentará a visão do eu lírico sobre os outros com quem convive.
b)   O poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico.
c)   O texto discutirá a formação do leitor.
d)   O poema dialogará com os leitores em potencial.
e)   O poema tecerá considerações sobre o amor.

04 – Qual o significado de autopsicografia?
      Exprime a noção de próprio, de si próprio, por si próprio. Diz respeito a uma pessoa, no caso, o poeta Fernando Pessoa, que faz a descrição da sua própria alma, do fazer literário do poeta.

05 – Qual é o impasse vivenciado pelo poeta no processo de criação?
      O impasse consiste em fingir que está sentindo o que sente de verdade.

06 – Qual é a alternativa que NÃO se relaciona ao poema?
a)   Uso de redondilhas menores, forma poética popular em Portugal.
b)   A primeira estrofe apresenta a relação entre autor e obra.
c)   A segunda estrofe apresenta a relação entre leitor e obra.
d)   A terceira estrofe mostra a consequência da relação entre autor, leitor, obra, emoção e razão.
e)   O mundo fictício criado pelo poeta é percebido pelo leitor como verdade.

07 – Que alternativa NÃO está de acordo com o poema.
a)   O poema expressa os sentimentos reais imediatos vivenciados pelo poeta.
b)   O poema é fruto da criação e do trabalho de linguagem elaborado pelo poeta.
c)   “Autopsicografia” é um poema metalinguístico, pois tematiza o processo de criação.
d)   Há um diálogo entre eu do escritor (Ser criador, real) e o eu poético (personalidade fictícia).
e)   Cada leitor vivencia a dor fingida pelo poeta de acordo com sua experiência pessoal.

08 – Qual é a unção dos versos que vêm após o primeiro: “O poeta é um fingidor”?
      Eles têm a função de explicar e confirmar o tema do fingimento poético.

09 – A que se referem os termos a seguir, extraídos ao poema?
a)   “Calhas de roda”:
Refere-se à razão, ao intelecto, ao raciocínio, ao juízo. Na terceira estrofe, a “razão” está relacionada ao trabalho intelectual, ao ato de pensar (com lógica), à criação do poema por meio da linguagem.

b)   “Comboio de corda”:
Refere-se ao coração, às sensações, aos sentimentos reais e inventados. Na terceira estrofe, o coração simboliza a imaginação, as sensações (de dor, por exemplo) que podem motivar o ato criativo.

10 – Em língua portuguesa de Portugal, “Calhas de roda” são trilhos e “Comboio de corda” é um trem de brinquedo. Ambas as expressões são utilizadas pelo poeta na última estrofe.
Releia-a e responda: o que gira nos “calhas de roda”?
a)   A dor.
b)   O coração.
c)   A poesia.
d)   A palavra.
e)   A razão.

11 – Leia atentamente o trecho: “E os que leem o que escreve / Na dor lida sentem bem / Não as duas que ele teve / Mas só a que eles não têm”. (2ª estrofe). Qual o sujeito das formas verbais destacadas?
a)   Poetas.
b)   Eu lírico.
c)   Leitores.
d)   Corações.
e)   Razão e coração.

12 – O poema apresenta como tema a criação artística, desenvolvendo-o em três planos ou em três níveis, demarcados pelas estrofes. De que trata cada uma das estrofes?
      A 1ª estrofe trata do poeta e da criação literária.
      A 2ª estrofe trata do leitor e de sua relação com o texto literário.
      A 3ª estrofe trata do jogo entre a razão e emoção, existente no fenômeno literário.

13 – Levando em conta que o poeta é um fingidor, levante hipóteses: Por que, de acordo com a 1ª estrofe, o poeta “chega fingir que é dor / A dor que deveras sente”?
      No jogo literário, experiência e imaginação se fundem, construindo uma nova realidade, a do texto.
      A emoção contida no texto nem sempre corresponde a emoção real; esta pode servir de base para a “emoção fingida”, que se torna real no poema.

14 – De acordo com a 2ª estrofe:
a)   A que dores se refere o texto no verso “Não as duas que ele teve”?
As duas dores do poeta: a vivida e a fingida.

b)   Os leitores não sentem as duas dores do poeta, “Mas só a que eles não têm”. Levante hipóteses: Que dor pode ser essa sentida pelos leitores?
Com uma visão moderna sobre a recepção do texto. Pessoa abre espaço para a imaginação do leitor, que não é visto aqui como elemento passivo no jogo literário, mas como coadjuvante da escritura do texto, pois é ele que atribui o sentido final à sua leitura.

15 – Na última estrofe, são aproximados dois elementos que, historicamente, são a base da criação artística em todos os tempos, ora com o predomínio de um, ora com o predomínio de outro.
a)   Quais são esses elementos?
Razão e emoção.

b)   Que importância têm esses elementos no jogo da criação literária?
Historicamente, sempre houve predomínio de um ou de outro. Depreende-se que, para Fernando Pessoa, a criação literária é a confluência da emoção (ligada à experiência), da razão (ligada à consciência e à técnica) e da imaginação.

16 – O poema tem como título “Autopsicografia”. O termo psicografia significa relação mediúnica estabelecida entre dois seres humanos, um morto e um vivo, sendo este o meio pelo qual aquele se manifesta por escrito; o prefixo auto significa “por si mesmo”. Levando em conta esses dados e considerações sobre realidade, imaginação ou fingimento observadas no poema, dê uma interpretação coerente ao título do poema.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O título sugere que a criação literária parte de um eu e transforma a experiência vivida em “experiência fingida” imaginada. Nesse processo de recriação, atuam três elementos: razão, emoção e imaginação. Essas relações, que ocorrem no plano da expressão, se repetem no momento da recepção, da leitura.




MENSAGENS ESPÍRITAS: PENSAMENTOS - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC - CRIAÇÃO - PARA REFLEXÃO


Pensamentos

        “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.” – Paulo. (Filipenses, 4:8.)

        Todas as obras humanas constituem a resultante do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental que os produziu, nos movimentos incessantes da vida.
        O Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que a mente do homem se renove nos caminhos da espiritualidade superior, proclamando a necessidade de semelhante transformação, rumo aos planos mais altos. Não será tão-somente com os primores intelectuais da Filosofia que o discípulo iniciará seus esforços em realização desse teor. Renovar pensamentos não é tão fácil como parece à primeira vista. Demanda muita capacidade de renúncia e profunda dominação de si mesmo, qualidades que o homem não consegue alcançar sem trabalho e sacrifício do coração.
        É por isso que muitos servidores modificam expressões verbais, julgando que refundiram pensamentos. Todavia, no instante de recapitular, pela repetição das circunstâncias, as experiências redentoras, encontram, de novo, análogas perturbações, porque os obstáculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmas ocultos.
        Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.
        O conselho de Paulo aos filipenses apresenta sublime conteúdo. Os discípulos que puderem compreender lhe a essência profunda, buscando ver o lado verdadeiro, honesto, justo, puro e amável de todas as coisas, cultivando-o, em cada dia, terão encontrado a divina equação.

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
CRIAÇÃO

FORMAÇÃO DOS MUNDOS

        O Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e aqueles que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço e os fluidos que o preenchem.

37 – O Universo foi criado ou existe desde toda a eternidade, como Deus?
      Sem dúvida, o Universo não pode ter sido feito por si só, e, se existiu desde sempre, como Deus, não poderia ser obra de Deus.
      A razão nos diz que o Universo não pode ter sido feito por si só, e que, não podendo ser obra do acaso, deve ser obra de Deus.

38 – Como Deus criou o Universo?
      Para responder com uma só expressão: por Sua vontade. Nada exprime melhor essa vontade toda poderosa do que estas belas palavras do Gênesis: “Deus disse: ‘Haja luz’, e houve luz”.

39 – Podemos conhecer o modo de formação dos mundos?
      Tudo o que se pode dizer, e que podeis compreender, é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada no espaço.

40 – Os cometas seriam, como se acredita atualmente, um começo de condensação da matéria e de mundos em via de formação?
      Exatamente. O absurdo, porém, é acreditar em sua influência. Refiro-me a esta influência que vulgarmente se atribuem aos cometas; pois todos os corpos celestes têm sua parte de influência sobre certos fenômenos físicos.

41 – Um mundo completamente formado pode desaparecer, e a matéria que o compõe ser novamente disseminada no espaço?
      Sim, Deus renova os mundos assim como renova os seres vivos.

42 – Podemos conhecer a duração da formação dos mundos? Da Terra, por exemplo?
      Não posso dizer-te, pois somente o Criador o sabe, e tolo seria quem pretendesse sabe-lo ou conhecer o número de séculos dessa formação.




TEXTO: A PANELA MÁGICA - PEDRO MALASARTES - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


TEXTO: A PANELA MÁGICA
             
                 PEDRO MALASARTES

O Malasartes ficou sem dinheiro depois de uma farra danada.
Restou só o suficiente para comprar uma panela usada.
E na primeira viagem que fez, sentindo uma fome enfezada
O malandro decidiu usar a panela, lá no meio da estrada.
Com uns gravetos secos, o amarelo fez uma fogueira.
Tirou uma batata e um toucinho de dentro da algibeira.
Encheu sua panela com água que pegou numa cachoeira.
E começou a cozinhar a comida, sem fazer muita zoeira.
Quando o mirrado almoço abrindo fervura estava,
O Pedro percebeu que um comboio se aproximava.
Teve uma ideia daquelas, que muito o animava,
Para enganar o comboio que uma grande carga levava.
Abriu depressa um buraco e dentro as brasas e os tições colocou.
Cobriu tudo com a areia e a panela que fervia ele em cima deixou.
Ficou esperando até que o comboio carregado se aproximou.
Vendo aquela cena estranha, o grupo de comboieiros logo parou.
O comboio ficou espantado com o que via
Sem fogo nenhum aquela panela fervia.
Uma mágica grande era o que parecia
Uma panela assim todo mundo queria
E perguntaram ao Malasartes que mágica era aquela
Sem fogo, nem braseiro nenhum, fervia a panela.
O amarelo sem pressa, mexendo na tal gamela,
Contou para os comboieiros essa grande balela:
“É uma panela mágica que ganhei de minha mãezinha.
Não carece de ter fogo, pois ela mesma se esquenta sozinha.
É uma coisa muito útil quando a gente não tem cozinha.
Dá pra fazer um ensopado e depois comer com farinha!”
O grupo de comboieiro queria ter aquela preciosidade.
Na viagem, um objeto daqueles, teria muita utilidade.
Queriam saber o preço e perguntaram com vontade.
Mas o malandro, comendo seu almoço, inventou uma saudade:
“Ah, essa panela não dou, nem vendo por nada
Ganhei essa panela de minha velha mãe, já finada.
Olho para a panela e vejo minha mãezinha retratada.
Não posso vender uma relíquia que por ela me foi dada”.
Mas a panela foi pelos comboieiros tantas vezes pedida
E era tão grande a soma em dinheiro oferecida.
Que o malandro amarelo sem ter outra saída
Vendeu a panela dada por sua mãe querida.
Os comboieiros felizes seguiram pela estrada
Achando que levavam uma panela encantada.
E o Malasartes foi para o outro lado viver nova zoada.
Eita amarelo esperto! Esse é da pá virada!
Essa história acabou.
Mas outra vai começar!
Qual é a arte boa?
Qual é a arte má?
Que Pedro é Malasartes.
Isso ninguém vai negar...
Quem souber conte outra.
Pode continuar.

Entendendo o texto:
01 – Qual o plano arquitetado por Malasartes ao avistar um grupo de tropeiros passando pela estrada?
      Inventou que aquela panela era mágica, enterrando as brasas e colocando a panela em cima.

02 – Por que os tropeiros acreditaram que aquela era uma panela mágica?
      Malasartes inventou que era presente de sua mãezinha já finada e que não dava e nem vendia por preço nenhum.

03 – Pesquise no dicionário e copie o significado de:
a)   Rogado: aquele a quem se dirigem rogos ou pedidos; súplicas.
b)   Astuto: que tem astúcia; sagaz; engenhoso.
c)   Comboio: grupo de pessoas ou de animais que, com o mesmo destino, seguem juntos.

04 – Numere as palavras de acordo com o seu sinônimo:
(1)  Assunto.      (2) logrado.    (3) tropel.   (4) vadio.
a)   (2) enganado.
b)   (3) barulho de muitos animais andando.
c)   (4) desocupado.
d)   (1) pensou.

05 – Escreva como é Pedro Malasartes de acordo com o texto.
      É um fanfarão, astucioso, cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos.

06 – Que objeto Pedro Malasartes comprou e por quê?
      Comprou uma panela velha para cozinhar sua comida na estrada.

07 – O que o Pedro ouviu quando estava preparando o almoço?
      Ouviu um comboio que se aproximava.

08 – O que Pedro fez ao ouvir o tropel do comboio?
      Pôs um monte de terra sobre o fogo, de modo que não ficou graveto a vista, e ficou quieto diante da panela que fumegava.

09 – Para que o Pedro quis esconder a fogueirinha?
      Para enganar o grupo comboieiros, dizendo que a panela era mágica.

10 – Que proposta os comboieiros fizeram a Pedro Malasartes quando viram a panelinha?
      Queriam saber o preço para comprar aquela preciosidade e ofereceram uma soma grande e Malasartes vendeu.

11 – O que aconteceu quando os comboieiros foram usar a panelinha?
      Com certeza perceberam que foram enganados, mas o texto não traz esta resposta.

12 – Já aconteceu de você ou alguém de casa comprar alguma coisa que não funcionava como se imaginava? Você se sentiu enganado?
      Resposta pessoal do aluno.

13 – Que atitude você tomaria no lugar dos comboieiros?
      Resposta pessoal do aluno.


TEXTO: CASACO DE PASSARINHO - DILÉIA FRATE - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


Texto: Casaco de passarinho

    Era uma árvore interessante, bonita e absolutamente disciplinada.
       Todos os anos seguia a mesma rotina: se enchia de folhas e flores e na primavera, continuava alegremente vestida no verão, e quando chegava o outono começava a tirar a roupa: quando mais o tempo esfriava, mais roupa ela tirava. No inverno, todas as folhas caíam e ela, completamente nua, aguentava o frio, sem dar um pio.
       Um dia porém, a árvore se manifestou: “atchim!”, “Saúde”!, responderam os passarinhos aflitos; recolhendo seus ovos dos ninhos. Foi aí que alguns pardais, com pena da pobre árvore pelada, tiveram a ideia de ficar um pertinho do outro, asa com asa.
       Perfilados e juntos, os passarinhos fizeram um enorme cachecol para a árvore. O inverno terminou, as folhas voltaram, e quando veio a primavera, a árvore agradeceu mandando mais flores. No verão seguinte, ela deu muitos frutos a mais do que sempre tinha dado. Os passarinhos comeram como nunca, tiveram grandes ninhadas e, no inverno seguinte, além do cachecol, a árvore ganhou casaco, luvas e até um gorro, feito do corpo quente dos passarinhos felizes.
                                                                       Diléia Frate
Entendendo o texto:
01 – Qual o título do texto?
      Casaco de passarinho.

02 – Em qual estação a árvore ficava completamente nua?
      No inverso.

03 – No trecho: “... aguentava o frio sem dar um pio.”, a parte sublinhada informa que a árvore ficava:
a)   Cheia de alegria.
b)   Cheia de música.
c)   Em silêncio.
d)   Sem as flores.

04 – O que os pardais fizeram para amenizar o frio que afetava a árvore?
      Eles ficaram um pertinho do outro, asa com asa.

05 – Com essa união, o que eles fizeram para à árvore?
      Fizeram um enorme cachecol.

06 – Qual foi o agradecimento da árvore, pela proteção que os pássaros fizeram?
      Ela voltou a dar mais folhas, a produção dos frutos foram em maior quantidade.

07 – No inverno próximo, quais foram os presentes que os pássaros deram para à árvore?
      À árvore ganhou além do cachecol, ganhou um casaco, luva e gorro, feito com o corpo quente dos passarinhos.


segunda-feira, 1 de outubro de 2018

MÚSICA: O ASTRONAUTA DE MÁRMORE - NENHUM DE NÓS - COM QUESTÕES GABARITADAS


Música: O Astronauta de Mármore


                                            Nenhum de Nós
A lua inteira agora
É um manto negro
Oh! Oh!
O fim das vozes no meu rádio
Oh! Oh!
São quatro ciclos
No escuro deserto do céu

Quero um machado
Pra quebrar o gelo
Oh! Oh!
Quero acordar
Do sonho agora mesmo
Oh! Oh!
Quero uma chance
De tentar viver sem dor

Sempre estar lá
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar

Sempre estar lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite
Vai temer o fogo

Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul

A trajetória
Escapa o risco nu
Uh! Uh!
As nuvens queimam o céu
Nariz azul
Uh! Uh!
Desculpe estranho
Eu voltei mais puro do céu

A lua o lado escuro
É sempre igual
Al! Al!
No espaço a solidão
É tão normal
Al! Al!
Desculpe estranho
Eu voltei mais puro do céu

Sempre estar lá
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar

Sempre estar lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite
Vai temer o fogo

Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul
Está lá!
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar

Sei que está lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite
Vai temer o fogo

Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul

          Composição: Carlos Stein / David Bowie / Sady Homrich / Thedy Corrêa

Entendendo a canção:
01 – Que tema trata a canção?
      Fala da rotina dos astronautas, alusões às drogas, a religião e a solidão.

02 – Quem e o astronauta e de qual sonho ele quer acordar?
      Drogas! A resposta que explica tudo é drogas.
      O sonho é sair das drogas através da fé em algo superior.

03 – Por que o eu lírico pede uma chance de viver sem dor?
      Porque acorda no dia seguinte e sente uma ressaca moral que nunca se esquece de bater à porta pelas perdas materiais, familiar, sentimentais ou físicas.

04 – A canção fala de uma “viagem” contando as aventuras de que personagem?
      Fala das aventuras do major Tom – personagem criado por Bowie em “Space Oddity”.

05 – Por que esta canção pode ser considerada uma canção de resilência?
      Sim, pois o autor acometido dos males do uso idealiza o amanhecer como um grito de liberdade ou até mesmo nostalgia do passado contra as vozes silenciosas e vultos que vem com a noite novamente, referenciando a solidão e o lado escuro do ser humano.

06 – Nos primeiros versos:
“A lua inteira agora
É um manto negro
Oh! Oh!
O fim das vozes no meu rádio
Oh! Oh!
São quatro ciclos

No escuro deserto do céu.”, o autor se refere a quê?
      Ao entardecer e do movimento da noite adentrando a madrugada com, “o fim das vozes do rádio” quando às estações não tem mais programador e as músicas tocam continuamente sem interrupções. “São quatro ciclos, no escuro deserto do céu.”, referenciando-se as quatro fases da lua e ao céu escuro, num infinito sem estrelas remetendo a solidão.

07 – Em que versos ele diz claramente sobre o gélido que constrói a solidão no sentimento violento de culpa?
     “Quero um machado
      Pra quebrar o gelo
      Do sonho agora mesmo.”

08 – Que tempo era esse em que via o mundo azul?
      Com o afastamento do dia, da luz, em que recolher-se no escuro da noite traria conforto, no entanto, lhe trouxe dor e saudade do tempo repleto de cores no presente ausente de felicidade.

09 – Você tem noção do significa a letra de "Astronauta de Mármore, do Nenhum de Nós?
      A música Astronauta de Mármore é uma versão da música "Starman" de David Bowie, e no meu ver significa que é o astronauta que viaja ao espaço e vê como a terra é bela e pensa que não podemos continuar fazendo o que fazemos com ela. 



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