terça-feira, 17 de outubro de 2017

ARTIGO DE OPINIÃO: OS FREMENTES ANOS 20 - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: OS FREMENTES ANOS 20

        [...]
        Por trás dessa vertigem coletiva da ação e da velocidade, engendrando-a, estimulando-a, sem permitir a reflexão sobre suas consequências nas mentes e na cultura, as inovações tecnológicas invadiam o cotidiano num surto inédito, multiplicando-se mais rapidamente do que as pessoas pudessem se adaptar a elas e corroendo os últimos resquícios de um mundo estável e um curso de vida que as novas gerações pudessem modelar pelas antigas. As novas formas de energia ampliavam o tempo sem parar, na proporção inversa em que encurtavam os espaços. A matéria passava a obedecer cegamente a essas fontes invisíveis de energia e tudo parecia instável, a se mover, até as estruturas de aço maciço da Torre Eiffel subindo aos céus, ou as seculares muralhas de Viena desaparecendo da noite para o dia, para dar lugar a novas avenidas cheias de veículos velozes e palácios modernos erguidos num piscar de olhos. É muito sugestivo, nesse sentido, o depoimento de Raymond Loewy.
        Aos catorze anos, em Paris, onde eu havia nascido, eu já tinha visto o nascimento do telefone, do aeroplano, do automóvel, da eletricidade doméstica, do fonógrafo, do cinema, do rádio, dos elevadores, dos refrigeradores, dos raios X, da radioatividade e, não menos importante, da moderna anestesia.
        Pode parecer impressionante, mas o fato é que Loewy foi muito discreto na sua avaliação. Ele, por exemplo, deixou de mencionar as linhas de montagem, os transatlânticos, as motocicletas, as instalações de gás domésticas, os modernos fogões e sistemas de aquecimento, a máquina de costura, o aspirador de pó, as máquinas de lavar, as instalações sanitárias e válvulas hídricas modernas, o concreto armado, os alimentos enlatados, os refrigerantes gaseificados, os sorvetes industrializados, a aspirina, as lâmpadas elétricas, as máquinas de escrever e de calcular, o ditafone, a caixa registradora e – essas revoluções dos sentidos – o parque de diversões eletrificadas, a roda-gigante e a montanha-russa. A lista é ainda muito modesta, mas pode servir como referência. Num intervalo menor que o de uma geração, o mundo se transformara completamente. A voracidade de mercados de consumo dos grandes complexos industriais o forçava a orientarem a sua produção para as grandes massas urbanas, o que também era inédito. O automóvel, aparecido como extravagância no final do século XIX, tornou-se produto de luxo no começo do século e recebeu suas primeiras versões populares no contexto da Guerra, tornando-se imediatamente uma necessidade. O problema geral das imaginações era menos o de conceber o novo mundo do que livrar-se do antigo. A Guerra se encarregaria disso em grande parte. Seu rescaldo, porém, seria o culto da ação coletiva e da violência, que ela decantara em estado puro em suas várias manifestações.
        As modernas formas de comunicação de massas, a fotografia, o cinema e os cartazes reiteravam essa ênfase tecnológica sobre a ação e a velocidade, ressaltando ademais o papel privilegiado conceito nessa nova ordem cultural à imagem, à luz e à visualidade.
[...]
                                 Nicolau Sevcenko. Orfeu extático na Metrópole:
                    São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20.
                           São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 162-3.

DECANTAR: livrar-se das impurezas, voltar ao estado puro.
DITAFONE: aparelho que grava textos ditados para transcrição.
REITERAR: confirmar.
RESCALDO: resultado de alguma coisa, saldo.
VORACIDADE: grande atividade, avidez.

Interpretação do texto:
1 – O primeiro parágrafo do texto trata das inovações tecnológicas e suas consequências.
a)   No próprio texto, o autor dá inúmeros exemplos dessas inovações tecnológicas. Há alguma(s) delas que ainda provoca(m) surpresa no meio em que você vive? Quais?
Resposta pessoal do aluno.

b)   Cite duas consequências dessas inovações tecnológicas no início do século XX.
- Estimular a ação e a velocidade.
- Corroer os últimos resquícios de um mundo estável.


2 – Veja a litogravura ao lado. Que trecho do primeiro parágrafo tem relação com essa litogravura?
      “... tudo parecia instável, a se mover...”.

3 – No terceiro parágrafo, caracteriza-se a roda-gigante e a montanha-russa como “revoluções do sentido”. Em sua opinião, por quê?
      Porque permitem o deslocamento rápido do ponto de vista do observador.

4 – Explique, com suas palavras, estre trecho do texto:
      [...] “A voracidade dos mercados de consumo dos grandes complexos industriais os forçava a orientar a sua produção para as grandes massas urbanas” [...].
      Resposta pessoal do aluno.


MITO: EROS E PSIQUE - COM GABARITO

MITO: EROS E PSIQUE

  Não havia criatura humana ou divina que fosse mais bela que Psique. No entanto, ela era uma simples mortal.
 Certo dia, ao descer do Olimpo, Eros se apaixonou por Psique e quis se casar com ela. Ordenou a Zéfiro, o vento, que a transportasse para os ares e a instalasse num palácio magnífico.
 Psique foi levada, conforme as ordens de Eros, e ficou extasiada com o esplendor de sua nova morada.
        Quando a noite caiu, a moça ouviu uma voz misteriosa e doce:
        --- Não se assuste, Psique, sou o dono desse palácio. Ofereço-o a você como presente de nosso casamento, pois quero ser seu esposo. Tudo o que você está vendo lhe pertence. Se tiver algum desejo, bastará pronunciá-lo para que seja realizado. Zéfiro estará às suas ordens, ele fará tudo o que você ordenar. Em troca de minha afeição, só lhe faço uma exigência: não tente me ver. Só sob essa condição poderemos viver juntos e ser felizes.
        A aurora se aproximou e o ser misterioso desapareceu, sem mostrar o rosto a Psique.
        Mas, à medida que as noites iam passando, a moça ia ficando mais curiosa para ver seu companheiro. Morria de vontade de saber quem era ele. Certa noite, assim que o sol se pôs, ela pegou uma lamparina, escondeu-a entre as flores e ficou à espera. O marido não demorou a chegar. Falou-lhe com sua voz suave, enquanto ela aguardava ansiosa a hora de dormir. Logo Eros se deitou e adormeceu. Psique ergueu a lamparina para enxergar melhor e viu um belo jovem, de faces coradas e cabelos loiros. Com uma respiração regular e tranquila, ele exalava um hálito doce e perfumado. Psique não conseguia tirar os olhos do belo quadro. Sua mão tremeu de emoção, a lamparina balançou e uma gota de óleo caiu no braço do rapaz, que acordou assustado. Ao ver Psique, ele desapareceu. O encanto se rompeu. Foi-se o belo palácio, acabaram-se os jardins mágicos, as flores perfumadas. Não havia mais nada nem ninguém! Psique viu-se caminhando num lugar pedregoso e selvagem, corroída pelo arrependimento e maldizendo sua curiosidade.
        Desolado, Eros voltou para o Olimpo e suplicou a Zeus que lhe devolvesse a esposa amada. O senhor dos deuses respondeu:
        --- O deus do amor não pode se unir a uma mortal.
        Mas Eros protestou. Será que Zeus, que tinha tanto poder, não podia tornar Psique imortal?
        O deus dos deuses sorriu, lisonjeado. Além do mais, como poderia deixar de atender a um pedido de Eros, que lhe trazia lembranças tão boas? O deus do amor o tinha ajudado muitas vezes, e talvez algum dia Zeus precisasse recorrer de novo a seus favores. Seria mais prudente não o contrariar.
        Desta vez, Hermes substituiu Zéfiro. Zeus ordenou que o mensageiro fosse buscar Psique e a trouxesse para o reino celeste. Lá ele lhe ofereceria ambrosia e néctar, tornando-a imortal.
        Nada mais se opôs aos amores de Eros e Psique. Seu casamento foi celebrado com muito néctar, na presença de todos os deuses. As Musas e as Graças aclamaram a nova deusa em meio a danças e cantos.

                     In: Émile Genest, José Féron e Marguerite Desmurger.
                                   As mais belas lendas da mitologia. São Paulo:
                                                           Martins Fontes, 2005. p. 203-6.

AMBROSIA: alimento dos deuses do Olimpo. Dizia-se que a ambrosia era deliciosa, muito mais doce do que o mel e que tornava imortal quem a provasse.

GRAÇAS: figuras da mitologia romana que simbolizam a beleza. Eram as companheiras de Vênus. Correspondem às Cárites na mitologia grega.

HERMES: na mitologia grega, corresponde a Mercúrio, deus mensageiro.

MUSAS: na mitologia grega, nove jovens encantadoras, que acompanhavam Apolo, cantando. Dançando e declamando poemas. Desde a Antiguidade, sempre foram o símbolo da inspiração dos poetas e músicos.

NÉCTAR: bebidas dos deuses do Olimpo. Tornou-se sinônimo de qualquer bebida deliciosa.

1 – Como você interpreta o fato de Psique ter sido levada para um palácio nos ares? Com isso, o que parece ter acontecido a essa mortal?
      O fato conota a ascensão de Psique ao universo dos deuses, seu desligamento do plano terreno, humano.

2 – Por que Psique não podia ver Eros?
      Porque segundo a mitologia aos humanos não é permitido ver os deuses.

3 – Explique o seguinte trecho: “O encanto se rompeu”.
      Os poderes mágicos (encanto, encantamento) que permitiram a Psique tornar-se esposa de um deus romperam-se quando ela o desobedeceu.

4 – Qual seria a solução para que Eros e Psique pudessem reatar o romance?
      Seria transformá-la em uma deusa, uma criatura imortal.

5 – Os mitos relatam histórias fantásticas de “seres que encarnam, sob forma simbólica, as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana” (Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa). Em sua opinião, que aspecto da condição humana é simbolizado pela união de Eros e Psique?
      Resposta pessoal do aluno.

6 – Em sua opinião, para que servem os mitos?
      Resposta pessoal do aluno. Compreendendo que os mitos são explicações formuladas pelo ser humano para compreender questões fundamentais.






MÚSICA(ATIVIDADES): SOBRADINHO - SÁ E GUARABYRA - COM GABARITO

Música(Atividades): Sobradinho

                                                                  Sá e Guarabyra
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar

O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão

Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Adeus Pilão Arcado vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai-se embora com medo de se afogar.

Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho
Adeus, Adeus ...

1 – Qual o tema principal da música?
      Sobradinho.

2 – Quais cidades foram afetadas com a construção da barragem em Sobradinho?
      Remanso, Casa Nova, Santo Sé e Pilão Arcado.

3 – O que acontece com os habitantes das cidades que foram afetadas com a construção da barragem?
      Tiveram que mudar por causa da inundação.

4 – Por que o músico diz que o sertão vai virar mar?
      Porque a construção da hidrelétrica inundou cidades do sertão.

5 – A música faz referência a um importante rio brasileiro. Qual o nome deste rio?
      O Rio São Francisco.    

6 – A letra da música fala que “o homem chega e já desfaz a natureza”. Você acha que essa atitude pode influenciar na quantidade de água potável disponível para os seres humanos?
      Sim. Porque essas alterações podem influir no clima, aumentando ou diminuindo a quantidade de chuvas, e assim interferir no regime de águas. Diminuindo ou aumentando exageradamente sua quantidade em uns lugares e podendo deixar outros lugares secos.

7 – Em qual das bacias hidrográficas do brasil foi construído a hidrelétrica de Sobradinho?
      Na bacia hidrográfica do São Francisco.

8 – Por que os autores da música dizem que têm medo que o “mar também vire sertão”?
      Porque a construção de barragens e a formação de lagos artificiais para a construção das hidrelétricas pode alterar o clima, causando secas imprevisíveis.

9 – Que consequências sociais podem estar relacionadas à construção da barragem de uma hidrelétrica?

      O desaparecimento de lugares que ficam sob as águas, para dar espaço à hidrelétrica, faz com que os moradores percam sua identidade com o lugar onde nasceram.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSO - COM GABARITO

Texto para os itens de 1 a 8

      Dar o peixe ou ensinar a pescar?

   Ainda é muito comum o argumento de que, no combate à pobreza no Brasil, não se deve dar o peixe, mas ensinar a pescar. Os resultados de pesquisas recentes, no entanto, indicam que ensinar a pescar pode ser muito pouco para uma grande massa da população que já se encontra em situação de extrema privação.

        A pobreza é uma metáfora para o sofrimento humano trazido à arena pública, e pode ser definida de maneiras distintas.
        Muita energia é despendida na busca de uma definição rigorosa, capaz de distinguir com clareza o sofrimento suficiente do sofrimento insuficiente para classificar alguém como pobre, mas aqui isso não é necessário: apenas para conduzir a argumentação, vamos tratar pobreza como uma situação extrema, na qual se encontram os indivíduos pertencentes a famílias que não dispõem de renda para adquirir uma cesta de alimentos e outros bens de consumo, como vestimentas e medicamentos.
        Pesquisas embasadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e a metade da população brasileira possa ser considerada pobre. Essa é uma definição forte; e estimativas subjetivas de linhas de pobreza demonstram que boa parte da população brasileira ainda consideraria insuficientes as rendas de famílias que se encontram em níveis superiores aos usados nessas pesquisas como linha de pobreza.
        Vamos assumir, também, que a existência desse tipo de pobreza é socialmente inaceitável e, portanto, que desejamos erradica-la o quanto antes. É óbvio que o horizonte de tempo proposto define que tipos de mudança na sociedade serão necessários.
        Provavelmente, um prazo mais curto exigirá políticas mais drásticas. Para manter a argumentação em torno das propostas mais debatidas, atualmente, para a erradicação da pobreza no país, vamos definir como limite razoável algo entre uma e duas décadas.
        A insuficiência de recursos nas mãos de parte da população pode ser entendida como resultado ou de uma insuficiência generalizada de recursos ou de má distribuição dos recursos existentes. Logo, o combate à pobreza pode tomar dois rumos básicos: aumentar o nível de recursos per capita da sociedade ou distribuir melhor os recursos existentes. Nada impede, é claro, que as duas coisas ocorram simultaneamente.
        Os caminhos para o aumento dos recursos per capita encontram-se entre dois extremos: diminuir a população ou fazer com que a economia cresça mais rápido que ela. Como as estratégias de diminuição da população existente, em um prazo mais rápido que ela. Como as estratégias de diminuição da população existente, em um prazo razoável, beiram o absurdo, a proposta de crescimento da economia, maior do que a do crescimento da população, é geralmente muito mais debatida no Brasil.
        Dadas as dificuldades que se colocam para o crescimento acelerado de qualquer economia, durante muito tempo se sugeriu que o problema da pobreza no Brasil poderia ser enfrentado pela via do controle de natalidade. Embora esse argumento, ainda hoje, encontre algum eco fora dos meios acadêmicos, todas as evidências empíricas disponíveis rejeitam a viabilidade da erradicação da pobreza por meio da redução no ritmo de reprodução da população.
                                  Marcelo Medeiros. In: UnB Revista, dez. 2003.
                                               Mar. 2004 p. 16-9. (Com adaptações).

Acerca do texto acima, julgue os itens a seguir.
1 – O texto, apesar de falar em “argumentação”, é predominantemente descritivo, uma vez que apresenta os contornos e as características da parte da população brasileira considerada “pobre”.
      Errado.

2 – No primeiro parágrafo, a ideia central pode ser resumida da seguinte forma: é necessário dar bens de subsistência para quem já se encontra em situação de miséria extrema.
      Certo.

3 – Do segundo ao quinto parágrafos, é apresentada, entre distintas acepções de pobreza, a que será adotada pelo autor e mediante a qual devem ser entendidas as suas ideias.
      Certo.

4 – Nos parágrafos sexto e sétimo, o autor associa a pobreza, fundamentalmente, a aspectos econômicos e financeiros, argumentando que, para saná-la, é imperioso elevar a renda per capita.
      Errado.

5 – No último parágrafo, a proposta de diminuição da taxa demográfica de pobres, com o estímulo ao controle e à redução da natalidade, é defendida pelo autor.
      Errado.

6 – Além de ser correta, a substituição do termo “despendida” (2° parágrafo) por dispendida não altera o sentido do texto.
      Errado.

7 – Em “a metade da população brasileira possa ser considerada pobre. Essa é uma definição forte”. (3° parágrafo), há quatro substantivos abstratos determinados por quatro adjetivos.
      Errado.

8 – A união entre as orações existentes no trecho “que a existência desse tipo de pobreza é socialmente inaceitável e, portanto, que desejamos erradica-la o quanto antes” (4° parágrafo), dá-se por processo de coordenação.
      Certo.

9 – O emprego do itálico em “per capita” (7° parágrafo), justifica-se por se tratar de uma expressão estrangeira que significa, no contexto, em língua portuguesa, por cabeça ou por pessoa.
      Certo.

10 – No último parágrafo do texto “acadêmicos” e “evidências” recebem acento pelo mesmo motivo.
      Errado.

        Os itens subsequentes são reescrituras adaptadas de partes extraídos de UnB Revista, n° 9, dez./2003-mar./2004. Julgue-os quanto a acentuação gráfica, emprego do sinal indicativo de crase, concordância, regência e pontuação.

11 – Políticas de controle da natalidade não são uma solução viável, não só porque violam a liberdade das famílias de decidir seu tamanho, mas, também, porque causam um vazio geracional que, futuramente, poderá ter diversos impactos negativos para a sociedade.
      Certo.

12 – O crescimento da economia parece ser uma proposta mais tentadora: crescer aumenta a quantidade de recursos disponíveis e, se os resultados desse crescimento forem distribuídos a todos, a tendência é de que a pobreza seja reduzida.
      Certo.

13 – Se o problema da pobreza é, majoritariamente, uma questão de desigualdade e de desequilíbrio, estratégias de erradicação da miséria devem ser formuladas, levando em conta as causas de tais divergências.
      Certo.

14 – Visando a formação de novas mentalidades, abertas permanentemente as modificações que ocorrem na sociedade, é necessário um constante diálogo das instituições jurídicas do país com as universidades afim do proveito de ambas, e consequentemente, da sociedade brasileira.
      Errado.

15 – O momento atual, a despeito do que muitos afirmam, revela-se uma oportunidade ímpar para uma reflexão à respeito do funcionamento da administração pública e acerca das funções a serem desempenhadas pela sociedade no estado democrático de direito.
      Errado.

     
   Não há dúvida de que, no início do século XXI, os Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da possibilidade de constituição de um “império mundial”. Mas, se o mundo chegasse a esse ponto e constituísse um império global, isso significaria – ao mesmo tempo e por definição – o fim do sistema político interestatal. E o mais provável, do ponto de vista econômico, é que tal transformação viesse a significar também o fim do capitalismo. Em uma linguagem mais próxima da física e da termodinâmica do que da dialética hegeliana, pode-se dizer que a expansão do poder tempo, uma força que levaria o sistema mundial à entropia, ao provocar sua homogeneização interna e o desaparecimento das hierarquias e conflitos responsáveis pelo dinamismo e pela ordem do próprio sistema.
         José Luís Fiori. Correio Brasiliense, 25/12/2004 (com adaptações).
    
        Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem.
16 – O emprego da preposição “de” em “Não há dúvida de que” justifica-se pela regência da forma verbal “há”.
      Errado.

17 – Como na sequência há um complemento oracional, a omissão da preposição “de” em Não há dúvida de que” também estaria de acordo com as exigências da norma escrita culta.
      Certa.

18 – Como o primeiro período do texto apresenta ideia relativa a um único país, o emprego do verbo chegar no singular – chegou – estaria de acordo com as exigências de concordância da norma escrita culta, sem necessidade de outras alterações no texto.
      Errado.

19 – Mantém-se a correção gramatical do período e as informações originais do texto ao se eliminar a palavra sublinhada em “mais perto do que nunca”.
      Certa.

20 – O emprego do futuro do pretérito em “significaria” é decorrente do emprego de estrutura antecedente que tem valor condicional, formada por verbo no imperfeito do subjuntivo.
      Certa.

21 – Pelos sentidos do texto, é correto inferir que a palavra “entropia” está sendo empregada com o significado de equilíbrio, organização.
      Errado.

22 – Para o trecho “que levaria (...) à entropia”, a crase se justifica pela regência do verbo levar.
      Certo.

23 – Infere-se das informações e dos sentidos do texto que o dinamismo e a ordem do sistema político interestatal em vigor atualmente no mundo podem prescindir de hierarquias e conflitos.
      Errado.

     
   Quase todas as grandes potências já foram colonialistas e anticolonialistas, pacifistas e belicistas, liberais e mercantilistas, e quase todas elas, além disso, já mudaram de posição várias vezes ao longo da história. Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do fim dos estados ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a dignidade das utopias que partem de argumentos éticos e expectativas generosas, mas são ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na análise da lógica e da história passada do sistema mundial.
        Apesar de tudo isso, é possível identificar através da história a existência de forças que atuam na direção a existência de forças que atuam na direção contrária do poder global e do império mundial. Forças que impediram – até agora – que esse processo de centralização do poder chegasse até o limite imperial, o que provocaria a dissolução do sistema político e econômico mundial.
        Idem, Ibidem.
        Com referência às ideias e estruturas do texto acima, julgue os itens a seguir.

24 – A expressão “Nesse contexto” é um elemento de coesão textual, pois retoma de forma sintética todas as informações do período anterior.
      Certo.

25 – A inserção de uma vírgula logo após a expressão “dignidade das utopias” mantém as mesmas relações sintáticas e a informação original do período.
      Errado.  
   
26 – Pelas informações do texto, estaria gramaticalmente correta e de acordo com as ideias do texto a substituição do trecho “expectativas generosas, mas são ideias” por: expectativas generosas. Entretanto, essas previsões são ideias.
      Certo.

27 – Pela presença das preposições, é correto afirmar que os elementos “da lógica” “da história passada” e “do sistema mundial” têm a mesma função sintática no período, pois complementam a palavra “análise”.
      Errado.

28 – Mantém-se a ênfase da afirmação, sem prejuízo para a gramatical do período, se as duas ocorrências da forma “do” forem substituídas por em relação ao.
      Certo.

29 – No início do último período do texto, substituir “Forças” por São essa forças constitui alternativa gramaticalmente incorreta para o período, porque prejudica a coesão textual.
      Errado.

30 – O emprego do futuro do pretérito em “provocaria” justifica-se pelo emprego do subjuntivo em “chegasse” e admite como gramaticalmente correta a substituição pela forma teria provocado ou por iria provocar.
      Certo.
  

    A responsabilidade política do Poder Judiciário no MERCOSUL é nítida nesta quadra. Precisamos, portanto, com absoluta transparência, discutir e verificar como as nossas instituições jurídicas estão desenhadas. A justiça brasileira ainda está presa às concepções autonômicas do século XIX, e, por isso, o tratado internacional tem sido considerado norma de natureza ordinária, e, consequentemente, é sujeito à modificação, à revogação e à alteração por qualquer legislação ordinária, sem qualquer audiência dos organismos internacionais e dos países que foram co-participantes da elaboração de m tratado, seja ele de qualquer natureza: comercial, civil, tributária.

31 – Na expressão “presa às concepções”, estaria gramaticalmente correta a preferência pela estrutura presa a concepções, em que é omitido o artigo feminino plural, com a permanência da preposição.
      Certo.

32 – Os 03 últimos sinais indicativos de crase têm justificativas diferentes, e dois deles podem ser omitidos sem prejuízo para a correção gramatical do período.
      Errado.

        Considerando que os fragmentos incluídos nos itens seguintes, na ordem em que estão apresentados, são partes sucessivas de um texto, julgue-os quanto à correção gramatical.

33 – Um das causas congestionamento do sistema judiciário reside na legislação processual que, de tão ultrapassada, enseja recursos inimagináveis em qualquer outro sistema.
      Certo.

34 – A multiplicidade de manifestações de insurgência contra toda e qualquer disposição judicial, com inovação das garantias constitucionais de ampla defesa e devido processo fazem com que o exame do mérito das causas seja adiado quase que indefinidamente.
      Errado.

35 – Sucede-se na comarca os juízes e nos tribunais os relatores de modo que, sobre uma única demanda, várias gerações de magistrados se devam debruçar, reiniciando – como se espera – o estudo do feito desde sua página inicial. Itens adaptados.
      Errado.


MÚSICA(ATIVIDADES): MENINO DA GAITA - SERGIO REIS - COM GABARITO

Música(Atividades): Menino da Gaita

                                                                                         Sérgio Reis
Era um rapaz
Olhos claros bem azuis
Andava só
Uma gaita em sua mão

Ouça sua linda canção
Olhos tristes no chão
E caminha sozinho

Ouça lá vai ele a tocar
Notas tristes no ar
É assim que pede amor

Caminha só
Ninguém sabe de onde vem
Triste a tocar
Pela rua sem ninguém

Sente que uma lágrima vem
O seu rosto molhar
Como a chuva que cai

Ouça lá vai ele a tocar
Notas tristes no ar
É assim que pede amor

Toca, toca só pra mim...

Ouça sua linda canção
Olhos tristes no chão
E caminha sozinho

Ouça lá vai ele a tocar
Notas tristes no ar
É assim que pede amor

Toca, toca só pra mim...

Interpretação da música:
1 – Qual o nome da música e quem canta?
      Menino da Gaita, cantada por Sérgio Reis.

2 – Qual a mensagem que a letra transmite?
      Transmite que mesmo no momento de tristeza, o rapaz consegue tocar uma linda canção.

3 – De que maneira o rapaz pede amor?
      Tocando notas triste no ar.

4 – Qual é o instrumento usado na música?
      Uma gaita.

5 – Em que lugar o rapaz tocava a sua música?
      Pela rua vazia.

6 – O que você entende no verso abaixo:
      “O seu rosto molhar
      Como a chuva que cai”.
      Resposta pessoal do aluno.

7 – Explique o que quer dizer em:
      “Olhos triste no chão”

      Que ele ia tocando sua música triste pela rua e olhando para o chão.
8-  Nesta canção percebemos que se repete as palavras: ouça e toca, sempre no início de frases. Que figura de linguagem é esta?
     Repetição.

CRÔNICA:MEU PRIMEIRO BEIJO - ANTONIO BARRETO - COM GABARITO

CRÔNICA: Meu Primeiro Beijo
                                                               Antônio Barreto

  É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim ...
        Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:

" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"

        E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
        No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
        - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
        Mas ele continuou:
        - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
        - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
        Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
        E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto, juntos, o abismo do primeiro beijo.
        Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram ...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antônio. Meu primeiro beijo.  Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.


 QUESTÕES/ATIVIDADES DE REFLEXÃO E ANÁLISE DO TEXTO (com base na seguinte estratégia: localização e comparação de informações; generalizações).
1 - Com quem ocorreu o primeiro beijo da narradora do texto mencionado?
      Com o cultura inútil.

2 - Cite quando e onde aconteceu o primeiro beijo das personagens:
      Na volta da escola, no ônibus.

3 - Por que a narradora chama o menino de "cultura Inútil" e quais são os demais apelidos dele?
      Porque era o nerd da sala. Seus apelidos são: O culta, Paracelso e bactéria falante.

4 - A descrição científica do menino sobre o beijo está correta? Comente sua resposta:
      Sim, sendo que a dopamina nos dá a sensação de motivação e prazer, além de sempre querer mais! 
    
5 - Compare essa descrição dele com a descrição dela (sobre o beijo) e comente:
      A descrição dele é científica e a dela é subjetiva, pura emoção.

6 - Como o "Culta" compara o "amor" em seu bilhete?
      “Você é a glicose do meu metabolismo”

7 – A crônica é um texto curto, fala de acontecimentos comuns, que podem acontecer qualquer um de nós. O texto “meu primeiro beijo”, pode ser considerado uma crônica? Justifique.
      Sim, pois é um texto de caráter reflexivo e interpretativo, que parte de um assunto cotidiano, sem significado relevante.

8 – Como é o personagem principal da crônica ele é comum? Você de alguma forma se identificou com ele?
      Resposta pessoal do aluno.

9 – Qual foi o clímax da história, ou seja, em qual momento o leitor se sentiu mais envolvido na história?
      Quando o personagem principal aproxima o rosto dele no dela, tira o óculos dele e o dela e ficam se olhando de pertinho.

10 – Como o narrador se sentiu após seu primeiro beijo feliz, assustado, corajoso? Explique sua opinião e copie um trecho do texto para justificar sua resposta.
      Feliz, pois finalmente tinha dado seu primeiro beijo. “... Tínhamos transposto, juntos o abismo de primeiro beijo”.

11 – O desfecho te agradou ou você esperava mais? Justifique.
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Como você terminaria o texto “Meu Primeiro Beijo”?

      Resposta pessoal do aluno.