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terça-feira, 27 de março de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): ASTRONAUTA - GABRIEL O PENSADOR/LULU SANTOS - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): ASTRONAUTA
                                 Gabriel O Pensador/Lulu Santos


Astronauta tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Fica por aí que é o melhor que cê faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo, o negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto, procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, astronauta
Então, me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu


É tanto progresso que eu pareço criança
Essa vida de internauta me cansa
Astronauta, cê volta e me deixa dar uma volta na nave, passa achave que eu tô de mudança
Seja bem-vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta, tô de partida
E a passagem é só de ida
Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou medesconectar
Porque eu já tô de saco cheio e não quero receber nenhum e-mailcom notícia dessa merda de lugar

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Eu vou pra longe, onde não exista gravidade
Pra me livrar do peso da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente
Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta, astronauta
A Terra é um planeta em extinção.

                                   Gabriel o Pensador e Lulu Santos. Astronauta. Intérprete:
                Gabriel o Pensador. Nádegas a declarar. Sony BMG/Columbia, 2002.

Entendendo a canção:
01 – Nesta canção o eu poético faz uma crítica a quem ou a quê?
      Critica o mundo moderno, a tecnologia, ao capitalismo e a globalização em geral.

02 – Nos versos:
“Como é grande nossa ignorância
 E como a nossa vida é mesquinha.”

        O que o autor quis dizer?
      Quantas vezes nós ignoramos, não queremos sabe do próximo. Somos avarento, quanto mais eu tenho mais quero.

03 – Cite os versos onde ele fala que as pessoas estão perdidas por conta do desenvolvimento tecnológico e também sobre a desigualdade social.
      “Tá todo mundo feito cego em tiroteio
       Olhando pro alto, procurando a salvação”.

04 – Por que o autor diz no verso:
      “Eu vou pro mundo da lua
       Que é feito um motel.”?

      De forma metáfora, eles fogem dos problemas, da sociedade atual, e, até mesmo do próprio ser humano, quando cita os deuses e deusas.

05 – Analise os seguintes versos:
a)   “De todos as perguntas e me manda pela internet.”
Que hoje ninguém vive sem internet.

b)   “É tanto progresso que eu pareço criança.”
Que de repente o aumento da população, das grandes construções parece fazer com que a Terra fique pequena (o espaço físico).

c)   “E toma conta do computador / Vou me desconectar.”
A sociedade tem trocado vários instrumentos pelo computador. Por exemplo: Muitos não leem mais livros e atribui à culpa na internet, redes sociais.

06 – Há um contraste entre o que sentem as pessoas na Terra e o que se imagina que sejam os sentimentos do astronauta. Que contraste é esse?
       As pessoas da Terra estão cansadas da vida que estão levando e acham que o astronauta está feliz no lugar onde está.

07 – Copie as palavras e expressões que indicam quem está falando e as que indicam com quem se fala.
       Palavras e expressões que indicam quem está falando: a gente, me diz, nossa ignorância, meu irmão. Palavras que indicam com quem se fala: astronauta, te faz, você, tua, te.

08 – Substitua as palavras destacadas no texto por pronomes, fazendo as adaptações necessárias. Classifique esses pronomes.
        Nós aqui em baixo continuamos em guerra. Vendo como ela é pequenininha. / nós e ela são pronomes pessoais do caso reto.

09 – No último verso, a quem se refere o pronome te e como ele se classifica?
       Refere-se ao astronauta e se classifica como pronome pessoal do caso oblíquo.

10 – No segundo e no quinto versos, há mistura de pessoas do discurso. Reescreva-os, mantendo a concordância na segunda ou na terceira pessoa do singular.
        Na segunda pessoa do singular: Que falta que essa Terra te faz? / Por que que tu queres voltar?
        Na terceira pessoa do singular: Que falta que essa Terra lhe faz? / Por que que você quer voltar?




segunda-feira, 13 de novembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): ATÉ QUANDO? GABRIEL O PENSADOR - COM ANÁLISE E GABARITO

Música(Atividades): Até Quando?

                            Gabriel O Pensador
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!

Até quando você vai ficar usando rédea?
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem Terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!

Até quando você vai ficar levando porrada
Até quando vai ficar sem fazer nada
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando você vai levando.

Compreendendo a canção:

01 – Observe o título da canção. Por que, os autores criaram esse título?
      Para chamar atenção das pessoas para irem a luta e não aceitarem tudo calado, sem reagir.

02 – Os compositores apontam problemas que ocorrem em nossa sociedade.
Destaque frases da letra da canção apontando três diferentes problemas.
      -- “Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente.” – Educação e saúde.
      -- “Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante.” – Desemprego.

03 – Dos problemas citados, os quais afetam a sua vida?
      Resposta pessoal do aluno.

04 – A que os compositores estão se dirigindo?
      A todo povo brasileiro para que sejam agentes transformadores, exercendo seus papéis de cidadãos críticos e reflexivos.

05 – Um dos versos da letra diz: “Você pode, você deve, poder crer.” Segundo os compositores, o que devemos fazer?
      Mudar nossa postura, pois quando mudamos a gente anda pra frente e quando a gente manda ninguém manda na gente.

06 – Como você responderia às perguntas que formam o refrão da música:
                     “Até quando você vai levando?
                      Até quando vai ficar sem fazer nada?
                      Até quando você vai levando?
                      Até quando vai ser saco de pancada?”
      Resposta pessoal de aluno.

07 – No verso: “Até quando você vai ficar usando rédea?” Que figura de linguagem percebemos neste verso?
      Metáfora.

08 – Este rap usa no sentido figurado as frases como:
“Até quando vamos levar porrada sem fazer nada, ou levando cascudo, mudo.” Para mostrar as pessoas o quê?
      Que estamos deixando tudo do jeito que está e estamos calados, precisamos nos unir para um bem comum, para protestar por nossos direitos.

09 – Analisando a música nesse contexto social, o trecho: “Na mudança do presente a gente molda o futuro”, em que o autor embasa-se?
      Embasa no sentido em que ao pensarmos em “sociedade” devemos ter visão geral de comunidade, de grupo, pensar em conjunto para moldarmos em futuro digno através de nossas ações.

10 – ENEM 2013:
                Até quando?
      Não adianta olhar pro céu
      Com muita fé e pouca luta
      Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
      E muita greve, você pode, você deve, pode crer
      Não adianta olhar pro chão
      Virar a cara pra não ver
      Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
      Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
                                                     Gabriel, O Pensador.

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto:
a)   Caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b)   Cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c)   Tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d)   Espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e)   Originalidade, pela concisão da linguagem.


11 – A que classe gramatical pertencem as palavras "mudo" e "muda"? Por que essa escolha?
      Mudo – adjetivo.
      Muda – verbo (mudar).
      A escolha no sentido de que mudo = calado, e muda = ação, pois ele repete duas vezes muda, muda. Exigindo uma mudança de postura.

12 – Podemos afirmar que a letra de música em questão possui características do gênero "manifesto"? Justifique sua resposta:
      Sim, pode ser considerado, pois é uma declaração pública, escrita e de ideias políticas.

13 – O verso "Muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente" faz um forte apelo ao interlocutor, incitando-o à mudança. Que tipo de mudança seria essa? Comente:
      Quando mudamos a nossa mente, começamos a pensar a expressar a nossa opinião acerca de todos os fatos que nos cercam nós temos poder para mudar o mundo.

14 – O que significa a expressão "vai pro saco", presente na sexta estrofe?

      Significa que vai acabar e não dá pra fazer mais nada.


                    ANÁLISE

        Retrata os diversos problemas sociais, que a sociedade brasileira enfrentam e a postura passiva que os cidadãos têm diante delas.
        Com todos os problemas como: desemprego, corrupção, violência, vivenciado naquele momento histórico pelo fim do governo FHC, a música tenta convencer os ouvintes de uma forma apelativa a agirem de maneira crítica e reflexiva afim de que não fiquem de braços cruzados, que não sejam omissas diante da dificuldade e dos problemas.
      Também faz críticas a polícia e a televisão onde se mata e prende o inocente, e absolve-se os culpados, enquanto a televisão diverte e os mantém calados.
      Entretanto, relacionando o contexto histórico do ano em que a música foi composta com os dias atuais, podemos perceber que a sociedade ainda é passiva, daquilo que lhe é imposto.
      Embora haja certa mobilização para a conscientização dos indivíduos no sentido de mudanças e transformações, ainda sim assustam muito, causando medo e insegurança na sociedade. Sendo assim, a música é um alento para que a sociedade não se acostume a mesmice dos problemas por elas vivenciados, mas antes sejam agentes transformadores, exercendo seus papéis de cidadãos críticos e reflexivos.


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): LINHAS TORTAS - GABRIEL O PENSADOR - COM GABARITO

Música(Atividades): Linhas Tortas

                                                Gabriel O Pensador
Alguns às vezes me tiram o sono
Mas não me tiram o sonho
Por isso eu amo e declamo, por isso eu canto e componho
Não sou o dono do mundo, mas sou um filho do dono
Do verdadeiro Patrão, do verdadeiro Patrono

- E aí, Gabriel, desistiu do cachê?
- Cancelei um trabalho aí pra não me aborrecer
- Explica melhor, o que foi que você fez?
- Tá, tudo bem, eu explico pra vocês

Tudo começou na aula de português
Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis
Comecei a escrever, aprendi a ortografia
Depois as redações, para a nossa alegria
Professora dava tema-livre, eu demorava
Pra escolher um tema, mas depois eu viajava
E nessas viagens os personagens surgiam
Pensavam, sentiam, choravam, sorriam
Aí a minha tia-avó, veja só você
Me deu de aniversário uma máquina de escrever
Eu me senti um baita jornalista, tchê
Que nem a minha mãe, que trabalhava na TV
Depois, já aos quinze, mas com muita timidez
Fiquei muito sem graça com o que a professora fez
Ela pegou meu texto e leu pra turma inteira ouvir
Até fiquei feliz, mas com vontade de fugir
Então eu descobri que já nasci com esse problema
Eu gosto de escrever, eu gosto de escrever, crer, ver
Ver, crer, eu gosto de escrever e escrevo até até poema

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

- Ih, pensador, isso é grave, hein!

É, vovó dizia que eu já escrevia bem
Tentei me controlar, me ocupar com um esporte
Surf, futebol, mas não era o meu forte
Um dia eu fiz uns raps e achei que tava bom
Me batizei de Pensador e quis fazer um som
Ficar famoso e rico nunca foi minha meta
Minha mãe já era isso, eu só queria ser poeta
Meu pai, um homem sério, um gaúcho de POA
Formado em medicina, não podia acreditar
Ao ver o seu garoto Gabriel
Com um fone nos ouvidos, viajando com a caneta no papel
- O que cê tá fazendo? Vai dormir, moleque!
- Ah, pai, peraí, eu só tô fazendo um rap!
Ninguém sabia bem o que era, mas eu tava viciado naquilo
E viciei uma galera!

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Não tô vendendo crack, não tô vendendo pó
Não tô vendendo fumo, não tô vendendo cola
Mas muitos me disseram que o que eu faço é viciante
E vicia os estudantes quando eu entro nas escolas
Até os professores às vezes se contaminam
Copiam minhas letras e textos e disseminam
Sementes do que eu faço, já não sei se é bom ou mau
Mas sei que muito aluno começa a fazer igual
Escrevendo poemas, escrevendo redações
Fazendo até uns raps e umas apresentações
Me lembro dos meus filhos e a saudade é cruel
Solidão me acompanha de hotel em hotel
Casamento acabou, eu perdi na estrada
O amor que ainda tenho é o amor da palavra
É falar e cantar, despertar consciências
Dediquei a vida a isso e a maior recompensa
É servir de referência pra quem pensa parecido
Pra quem tenta se expressar e nunca é ouvido
É olhar pra minha frente e enxergar um mar de gente
E mergulhar no fundo dos seus corações e mentes
É esse o meu mergulho, não é o do Tio Patinhas
É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas
Escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém
Que me deu uma missão que eu tento cumprir bem
Escuto os corações, como um cardiologista
Traduzo o que eles dizem como faz qualquer artista
Que ganha o seu cachê, que é fruto do trabalho
De cigarra e de formiga, e eu não sei o quanto eu valho
Mas sei que quando eu ganho, divido e multiplico
E quanto mais eu vou dividindo, mais fico rico
Rico da riqueza verdadeira que é de graça
Como um só sorriso que ilumina toda a praça
Sorriso emocionado de um senhor experiente
Em pé há duas horas debaixo do sol quente
Ouvindo os meus poemas em total sintonia
Eu sou ele amanhã, e hoje é só poesia.

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão

Meu Pai, eu confesso, eu faço prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão.

Interpretação do texto:
01 – Em torno de qual assunto gira a história?
      Estimula a prática da leitura e escrita, e de uma melhor educação para o país.

02 – O autor conta algo pessoal ou alheio? Justifique com trechos da letra.
      Algo pessoal. Relata quando começou a escrever no trecho:
      “Tudo começou na aula de português
      Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis.
      Comecei a escrever, aprendi a ortografia”.

03 – Que pessoas influenciaram a vida do autor no que diz respeito à sua escrita? Descreva algumas situações.
      “Aí a minha tia-avó, veja só você
      Me deu de aniversário uma máquina de escrever.”
      “Meu pai, eu confesso, eu faço prosa e verso”
      “É, vovó dizia que eu já escrevia bem.”

04 – O autor diz que nasceu com um problema, que gosta de escrever, ver e crer. Qual a relação entre essas três atividades?
      Ver o título a que pretende escrever.
      Crer que aquelas palavras são as ideais para a prosa e versos.
      E por fim escrever a poesia, onde ele coloca todos seus sentimentos.

05 – Ao lermos a canção, vemos que o autor trata sobre a poesia e a arte de escrever. Mas não só o conteúdo traz isso, a forma e a escrita da música também. Aponte recursos poéticos presentes na música, como rimas ou figuras de linguagem.
      Rimas imperfeitas.
Metáfora nos versos. “Algumas às vezes me tiram o sono”, “Professora dava tema-livre, eu demorava pra escolher um tema, mas depois eu viajava...” “Com um fone nos ouvidos, viajando com a caneta no papel”.
Assíndeto – “E nessas viagens os personagens surgiam, pensavam, sentiam, choravam, sorriam”.
Assonância – Predominância de em toda a música.
                                 
06 – Durante a música, o autor fala sobre seus anseios e desejos. Qual o maior desejo do poeta? Do que ele tem medo?
      Seu maior desejo é despertar consciências, dedicou a vida a isso e a maior recompensa é servir de referência pra quem pensa parecido. Quanto ao medo de não cumprir a missão que lhe foi dada, segundo os versos: “Escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém que me deu uma missão que eu tento cumprir bem.

07 – Escreva um parágrafo contendo um de seus sonhos.
      Resposta pessoal do aluno.

08 – No trecho: “Meu pai, um homem sério, um gaúcho de POA”, o que significa POA?
      Porto Alegre – RS.

09 – Qual era o grande sonho do autor?
      Amar, declamar, cantar e compor.

10 – Copie um verso escrito na fala coloquial-popular.
      "Ah, pai, perai, eu só tô fazendo um rap!"



sábado, 4 de novembro de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): ESTUDO ERRADO - GABRIEL O PENSADOR - COM GABARITO

Música(Atividades): Estudo Errado
                                              Gabriel O Pensador

 
– Atenção pra chamada! Aderbal?
- Presente!
- Aninha?
- Eu!
- Breno?
- Aqui!
- Carol?
- Presente!
- Douglas?
- Alô!
- Fernandinha?
- Tô aqui.
- Geraldo?
- Eu!
- Itamarzinho?
- Faltou.
- Juquinha?

Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem, tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi

Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ignorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não aguentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem, tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim vocês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio

Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe deixar sem recreio!
Mas é só a verdade professora!
Eu sei, mas colabora senão eu perco o meu emprego.

Interpretação da música:
1 – Qual o tema da música?
      O Sistema Educacional Tradicional.

2 – Destaque os pontos em que o compositor levanta problemas sociais.
      No verso: “A rua é perigosa...” fala da violência; já no verso: “A maioria das matérias que eles dão acho inútil” diz sobre a educação, e no verso: “Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e a indiferença são sócios.

3 – Qual tipo de linguagem utilizada na música?
      Linguagem Informal.

4 – O texto é uma crítica? Em caso afirmativo a quem e o que.
      Sim. É uma crítica ao sistema educacional do país, mostrando a realidade decadente em que a educação se encontra.

5 – A quem o compositor se dirige no final da música quando diz “Encarem as crianças?”
      Aos políticos que tem sucateado as escolas públicas, desviando as verbas destinadas a elas em benefício próprio. Causando assim, um grande caos na educação.

6 – Você concorda com os argumentos de Gabriel o Pensador? Por quê?
      Sim. Pois a música faz refletir sobre a postura de uma educação tradicionalista, pela qual as escolas não cumprem seu papel corretamente, de forma que envolva realmente o aluno para que o mesmo possa aprender a conhecer seu real valor dentro da sociedade.

7 – Você acha que o compositor é argumentativo?
      Sim, para, cada parte da música ele usa um argumento, como exemplo na primeira parte indaga sobre a importância de estudar; na 2ª parte efetua uma crítica à falta de consciência política e estrutura familiar, e assim em toda a música.

8 – Por que o cantor diz “Não me digam que o Brasil foi descoberto por acaso?
      Ele faz uma insinuação sobre o “descobrimento” do Brasil, que é um eufemismo... (figura de linguagem que tem o objetivo de suavizar uma palavra ou expressão), uma maneira de tentar esconder o verdadeiro caráter da expedição que foi de invasão e dominação, pois já era habitado por índios.

9 – No trecho: “Meu pai nunca tem tempo pra nada”, o que o autor quis dizer?
      Que há uma falência da atmosfera familiar e diretamente influência a vida escolar da criança.

10 – Nos versos: “Não / A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil / Em vão, pouco interessantes, pro colégio!” Podemos perceber o que?

      Denota a falta de atenção dos alunos em relação a importância dos materiais estudadas na escola, ele não vê relevância para a sua vida no que está aprendendo, o que o deixa completamente desestimulado.