domingo, 7 de julho de 2019

SONETO: CARTA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

SONETO: CARTA

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Há muito tempo, sim, não te escrevo.
Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci: olha em relevo
estes sinais em mim, não das carícias

(tão leves) que fazias no meu rosto:
são golpes, são espinhos, são lembranças
da vida a teu menino, que a sol-posto
perde a sabedoria das crianças.

A falta que me fazes não é tanto
à hora de dormir, quando dizias
"Deus te abençoe", e a noite abria em sonho.

É quando, ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho.

(Carlos Drummond de Andrade – Literatura comentada. São Paulo, Nova Cultural, 1980.)

Entendendo o poema
1)   De quantos versos é composto o poema?
14 versos

2)   De quantas estrofes é composto o poema?
4 estrofes

3)   Retire do poema dois exemplos de elisão.
....estes sinais em mim, não das carícias
... perde a sabedoria das crianças.

4)   Classifique os versos quanto ao número de sílabas.
Decassílabos

5)   Classifique as estrofes quanto ao número de versos.
1ª estrofe –       quarteto
2ª estrofe        quarteto
3ª estrofe         terceto
4ª estrofe –        terceto

6)   De acordo com a classificação feita no item acima, este poema é um soneto.



EXERCÍCIOS SOBRE PRONOME RELATIVO - COM GABARITO

EXERCÍCIOS SOBRE PRONOME RELATIVO


1)   Complete as frases abaixo com os pronomes relativos abaixo:
quem – que – onde – de que – cujo – do qual – a quem – em cujas

a)   Gostei muito do CD  que comprei.
b)   Os biscoitos de que gosto são vendidos no mercado.
c)   A cidade onde nasci é muito bonita.
d)   O filme do qual lhe falei já chegou à cidade.
e)   Este é o garoto cujo pai foi homenageado.
f)    Não conheço quem fui ou quem sou hoje.
g)   Não tenho ninguém a quem pedir ajuda.
h)   Esta é a mansão em cujas salas estavam expostos os quadros de Picasso.

2)   Observe:
O pronome relativo deve vir precedido da preposição exigida pelo termo (nome ou verbo) ao qual se liga. Exemplo:
Este é o texto de que (do qual) lhe falei.
falar de alguma coisa – prep. de exigida pelo verbo.
  Agora complete as frases com pronomes relativos acompanhados das preposições adequadas.
a)   As palavras das quais/de que gosto sempre são ditas por você. (gosto de quê?)
b)   Aquele é o rapaz de quem/do qual necessitamos para o filme. (necessitamos de quem?)
c)   Essas são as frutas  as quais/que  apreciamos. (apreciamos o quê?)
d)   Este é o filme ao qual/a que você assistiu? (assistiu a quê?)
e)   Li o fato ao qual/a que atribuíram a confusão. (atribuíram a quê?)
f)    Resolvi os problemas em que/nos quais pensava sempre. (pensava em quê?)
g)   Abordei o assunto sobre o qual/sobre que conversamos. (conversamos sobre o quê?)
h)   Esta é uma decisão com que/com a qual não concordo. (concordo com quê?)
i)     Esta é a moça a quem/à qual você se referiu. (referiu-se a quem?)
j)     O aluno a quem/ao qual pedi o favor foi embora. (pedi a quem?)

3)   Substitua o período composto por dois períodos simples. Siga o modelo:
Este é o cachorro por quem fui mordida.
Este é o cachorro.
Eu fui mordida pelo cachorro.

a)   Aquele é o livro do qual eu tinha necessidade.
Aquele é o livro.
Eu tinha necessidade do livro.

b)   A casa onde nasci está bem conservada.
A casa está bem conservada.
Eu nasci nesta casa.

c)   Eu ganhei este casaco que é bem quente.
Eu ganhei este casaco.
O casaco é bem quente.

d)   O cão é um animal cuja fidelidade é reconhecida por todos.
O cão é um animal.
A fidelidade do cão é reconhecida por todos.

e)   O carro que papai comprou custou muito caro.
O carro custou muito caro.
Papai comprou um carro.

f)    Aprecio a boa pessoa que você é.
Aprecio a boa pessoa.
Você é boa pessoa.

4)   Qual é a função do pronome relativo que nas orações abaixo?
É este o quadro que eu pretendia pintar.
A casa que foi vendida fica defronte ao mar.
(    )  objeto indireto e  sujeito.
(    ) sujeito e objeto indireto.
(  x ) objeto direto e sujeito
(    ) objeto direto e objeto indireto.

5)   Assinale a alternativa em que o pronome relativo exerce a função de objeto indireto.
(    ) As coisas de que mais gostei já não existem mais.
(    ) O material de que temos necessidade está em falta na cidade.
(     ) Isto tudo são tolices das quais você se arrependerá mais tarde.
(  x  ) A primeira e a terceira alternativa estão corretas.


sexta-feira, 5 de julho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): MARCHA DE QUARTA-FEIRA DE CINZAS - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

Música(Atividades): Marcha de Quarta-Feira de Cinzas

                Vinicius de Moraes

Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais
Brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas
Foi o que restou

Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando
Cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida
Feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe

Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza
Dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando
Seu canto de paz
Seu canto de paz.
                      Composição: Carlos Lyra / Vinícius de Moraes

Entendendo a canção:

01 – De que se trata a canção?
      Da conjuntura política que o país se inserira com o Golpe Militar e entrevia os desdobramento funestos deste golpe.

02 – Segundo o eu lírico, qual o significado de cinzas e de pessoas?
      CINZAS é o povo em qualquer regime totalitário e PESSOAS se tornam “gente que nem se vê”.

03 – Poderíamos afirmar que a letra da canção traz uma mensagem otimista ou pessimista? Justifique.
      Pessimista, pois é uma espécie de protesto premonitório contra a realidade imposta pela ditadura militar.

04 – Pesquise e responda.
        A canção foi feita na antevéspera de os militares chegarem ao poder. Meses antes do golpe, em meados de 1963.
        Ela foi considerada música de fundo da deposição de quem? E da ascensão de quem?
      Deposição do presidente João Goulart e da ascensão do marechal Castelo Branco.

POEMA: A NOITE DISSOLVE OS HOMENS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Poema: A noite dissolve os homens
            Carlos Drummond de Andrade

A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores
que outrora me perturbavam.
A noite desceu. Nas casas,
nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos,
a noite espalhou o medo
e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda,
sem esperança… Os suspiros
acusam a presença negra
que paralisa os guerreiros.
E o amor não abre caminho
na noite. A noite é mortal,
completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens,
diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias,
apagou os almirantes
cintilantes! nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo…
O mundo não tem remédio…
Os suicidas tinham razão.

Aurora,
entretanto eu te diviso, ainda tímida,
inexperiente das luzes que vais acender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
adivinho-te que sobes, vapor róseo, expulsando a treva noturna.
O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram
mas que avançam na escuridão como um sinal verde e peremptório.
Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.
O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez,
uma inocência, um perdão simples e macio…
Havemos de amanhecer. O mundo
se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.

                                     Carlos Drummond de Andrade. A noite dissolve os homens. In: Reunião: 10 livros de poesia. Rio de Janeiro: José Olympio. 1969.

Entendendo o poema:

01 – No verso: “A noite desceu. Que noite!”. Que figura de linguagem há no verso?
      A figura é metáfora.

02 – Qual o significado metafórico de “noite” no poema?
      Significa um tempo da alienação das massas em relação à realidade histórica, social e política das ruas.

03 – E “aurora”, o que o eu lírico metaforiza?
      Simboliza a grande esperança utópica ou comprometimento ideológico de paz.

04 – De que se trata o poema?
      O poema evidencia a presença do caos provocado pela 2ª Guerra Mundial, sem reticências, ou seja, sem escrúpulos, derradeira e extrema, sem solução.

05 – Nos versos:
“Havemos de amanhecer. O mundo
se tinge com as tintas da antemanhã
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.”

        O que o eu lírico se expressa?
      Aqui ele deixa de ser solitário, como nos versos anteriores, para se tornar um ser pelo coletivo manifestando as relações com o outro e brindando a paz.

06 – Na primeira estrofe do poema o eu lírico revela:
a)   Um olhar pessimista para uma vida sem amor.
b)   A dissolução de tudo com a chegada da noite.
c)   Uma oposição entre vida/luz e morte/trevas.
d)   O domínio do ódio na vida dos soldados.

07 – Este poema apresenta em sua constituição três imagens. Identifique-as:
a)   Medo, brilho, solidão.
b)   Irmãos, combate, guerra.
c)   Mundo, tristeza, homem.
d)   Noite, aurora, manhã.



PIADA: O DIRETOR E O DETETIVE - COM GABARITO

Piada: O diretor e o detetive

        O diretor-geral está preocupado com um executivo que, depois de um período trabalhando sem descanso, passa a se ausentar do escritório por algumas horas todos os dias. Chama um detetive.
        -- Siga o Lopes durante uma semana – disse.
        Após cumprir o que lhe fora pedido, o detetive informa:
        -- O Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega seu carro, vai à sua casa almoçar, descansa em seu sofá, vê filmes em sua TV de plasma, nada em sua piscina e volta ao trabalho.
        -- Ah, bom. Não há nada de mau nisso.
        O detetive observa o diretor com olhar fixo e comenta:
        -- Desculpe. Posso trata-lo por tu?
        -- Sim, claro – responde o diretor.
        -- Bom. O Lopes sai ao meio-dia, pega teu carro, vai à tua casa almoçar, descansa em teu sofá, vê filmes em tua TV de plasma, nada em tua piscina e volta ao trabalho.
                                                                 Domínio Público.

Entendendo a piada:

01 – A quem se referem os pronomes destacados seu e sua? Explique.
      Ao diretor-geral, pois na segunda fala do detetive ele retira a ambiguidade anterior, usando a segunda pessoa.

02 – Por que o diretor diz que não há nada de mau na atitude do executivo?
      Porque ele pensa que o executivo tem saído para ir descansar em casa (na casa dele, executivo).

03 – O mal-entendido poderia ter continuado depois da última fala do detetive? Por quê?
      Não, porque o detetive pediu para tratar o diretor como tu, portanto, os pronomes teu e tua deixam claro que a referência era ao diretor-geral.

04 – Os pronomes possessivos seu e sua podem se referir a duas pessoas do discurso. Quais?
      À segunda pessoa do discurso (a pessoa com quem se fala) e à terceira pessoa do discurso (a pessoa de quem se fala).

05 – Explique o recurso usado pelo detetive para esclarecer a situação.
      O detetive emprega os pronomes teu e tua, que indicam apenas a segunda pessoa do discurso (com quem se fala, no caso o diretor) e, portanto, não dão margem à confusão.

06 – Agora leia esta frase: “O diretor discutiu com o executivo e estragou seu dia”.
a)   A quem teve o dia estragado pela discussão: o diretor ou o executivo?
Não é possível afirmar com certeza quem teve o dia estragado.

b)   Que palavra é responsável pela ambiguidade da frase?
O pronome seu.


quinta-feira, 4 de julho de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): NERVOS DE AÇO - LUPICÍNIO RODRIGUES - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Nervos de Aço

              Lupicínio Rodrigues

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor?
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Nos braços de um tipo qualquer?

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do meu pode ser?

Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação

Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor.

                                     Composição: Lupicínio Rodrigues. In: VIOLA, Paulinho da. O talento de Paulinho da Viola. LP EMI-ODEON, n° 152422165, 1985. L.A., f. 5.
Entendendo a canção:

01 – Em “Nervos de aço”, qual a relação estabelecida pela preposição entre o antecedente (nervos) e o consequente (aço)?
      A relação é de conteúdo.

02 – Extraia da canção um exemplo de verbo impessoal, destacando o verso em que ele aparece.
      É o verbo haver, como mostra o verso: “Há pessoas com versos de aço”.

03 – Qual a função sintática da expressão “Meu senhor”, que aparece várias vezes na canção?
      “Meu senhor”, tem a função de vocativo, pois é um termo isolado dentro da oração, ou seja, não faz parte nem do sujeito nem do predicado.

04 – Explique a regência nominal em “Ter loucura por uma mulher”.
      A regência nominal nesta oração é: loucura por, ou seja, nome transitivo e sua preposição.

05 – Classifique o verbo morrer quanto à transitividade ou intransitividade.
      É um verbo intransitivo, pois tem o significado, completo. Referem-se a ações que iniciam e terminam no próprio sujeito.

06 – Justifique o uso das preposições grifadas nos versos seguintes, comentando a relação estabelecida entre o antecedente e o consequente: “Há pessoas com nervos de aço sem sangue nas veias”.
      Com: relação de modo.
      Sem: relação de ausência, negação.

07 – De que fala a canção?
      É uma história de traição amorosa e de protesto contra o conformismo de pessoas traídas.

08 – Cite os versos onde o eu lírico é passivo, pois não age, limitando-se a se queixar.
      “Eu só sinto que quando a vejo, / Me dá um desejo de morte e de dor”.

HISTÓRIA EM QUADRINHOS - SUJEITO SIMPLES - COM QUESTÕES GABARITADAS


HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Gilmar. Para ler quando o chefe não estiver olhando. São Paulo: Devir, 2004. p. 13.

Entendendo a história:

01 – Que situação é retratada na tira?
      A mulher ajuda o marido a encontrar emprego procurando vagas no caderno de classificados de um jornal.

02 – Por que o marido não se interessa pela vaga que a mulher selecionou no jornal?
      Porque a vaga pede funcionário com transporte próprio, e, segundo o marido, ele não tem isso.

03 – Qual é o sujeito da oração “Roça precisa de funcionário com transporte próprio”? Classifique-o.
      Roça. Sujeito simples.

04 – Transforme o sujeito do exercício anterior em indeterminado e explique como fez a alteração.
      “Precisa-se de funcionário com transporte próprio!” Eliminou-se o sujeito roça e utilizou-se o pronome como índice de indeterminação do sujeito com o verbo transitivo indireto precisar.