Mostrando postagens com marcador CASIMIRO DE ABREU. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CASIMIRO DE ABREU. Mostrar todas as postagens

sábado, 30 de março de 2019

POEMA: SAUDADES - CASIMIRO DE ABREU - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Saudades
                Casimiro de Abreu

Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.

Então — Proscrito e sozinho —
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
— Saudades — Dos meus amores
— Saudades — Da minha terra!
                       ABREU, Casimiro de. As primaveras. Rio de Janeiro: Ediouro.
Entendendo o poema:

01 – As estrofes desse texto são compostas de:
a)   Versos de cinco sílabas (redondilhas menores).
b)   Versos de seis sílabas.
c)   Versos de sete sílabas (redondilhas maiores).
d)   Versos de oito sílabas.
e)   Versos de dez sílabas (decassílabos).

02 – Na primeira estrofe, o eu lírico:
a)   Descreve a beleza do mar à noite, que o estimula a buscar os prazeres do amor.
b)   Destaca a beleza do mar e da lua para realçar a formosura e a vaidade da mulher amada.
c)   Expressa a atração que sente pela noite enluarada à beira do mar, que convida à meditação.
d)   Descreve uma paisagem noturna à beira do mar, que o estimula a meditar na beleza da natureza.

03 – Na segunda estrofe:
a)   O eu lírico faz referência ao sino do campanário para destacar que ele quebra a beleza da noite silenciosa.
b)   O som do sino parece ao eu lírico uma voz solitária que se lamenta no meio da noite.
c)   O eu lírico diz que gosta de ouvir o som do sino, porque ele o enche de mágoa e pavor.
d)   O eu lírico sente-se atraído pelo som do sino, embora esteja tão solitário naquelas horas de silêncio.

04 – Na última estrofe:
a)   A “voz” lamentosa do sino estimula o eu lírico a desabafar seu pranto de saudades dos seus amores e da sua terra.
b)   A “voz” do sino, cheia de mágoa e de dor, acalma as saudades que o eu lírico sente dos seus amores e da sua terra.
c)   A “voz” do sino traz ao eu lírico a lembrança dos dias infelizes, fazendo-o chorar “prantos cheios de dores”.
d)   A “voz” lamentosa e longínqua do sino angustia o eu lírico, que evita pensar nas saudades que sente dos seus amores e da sua terra.



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

POEMA: AMOR E MEDO - CASIMIRO DE ABREU - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: Amor e Medo
           
                Casimiro de Abreu

Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"
Como te enganas! meu amor, é chama 


Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...
Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.
O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair das tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.
É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!
Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?
A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!
Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...
Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...
Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...
Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!
No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!
Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.
Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...
Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

                                                                          Casimiro de Abreu
Entendendo o poema:
01 – Do que trata o poema?
      O poema fala do amor que o eu lírico sente por sua amada, porém, ele tem medo de ceder à tentação desse amor, pois isto, poderia causar um mal à ela.

02 – A amada pelo eu lírico sabe do amor do poeta por ela?
      Não, ela não sabe e acha que o eu lírico não gosta dela, porque sempre a trata com frieza.

03 – Como o eu lírico revela seu medo?
      Ele vai revelando o motivo de seu medo através de um desabafo.

04 – Quais as imagens presentes no poema?
      As imagens presentes são a do eu lírico, do seu medo e do seu secreto sentimento de amor por sua amada.

05 – Quem é o eu lírico?
      Um homem que ama secretamente e tem medo de ceder a esse amor.

06 – Quais as características do eu lírico?
      Psicologicamente, é forte por resistir à tentação, também é triste.

07 – Em "Amor e medo", Casimiro de Abreu;
a) recomenda cautela à amada para que a luz de fogo que a cerca não revele a terceiros os segredos do casal.
b) evita os encantos da amada justamente por desejar a moça em excesso, respondendo ao amor dela com seu medo.
c) nota que a amada engana-se ao julgá-lo ardente e amoroso, pois se trata apenas de uma impressão causada pela distância que os separa.
d) evita aproximar-se da amada porque as horas longas a correr velozes em breve prejudicarão a intensidade do desejo que os une.
e) discorda da amada que afirma que ele foge dela para evitar a intensidade do amor que se alimenta no voraz segredo.

08 – Cite características do romantismo no poema.
·        Subjetivismo.
·        Egocentrismo.
·        Evasão (fuga da realidade).
·        Idealização da mulher.