quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

CONTO: O GIGANTE EGOÍSTA (FRAGMENTO) - OSCAR WILDE - COM GABARITO

 CONTO: "O Gigante egoísta", de Oscar Wilde

Conto infantil de Oscar Wilde, de uma tradução de 1939, publicado na revista "Eu Sei Tudo". Pesquisa, transcrição e  adaptação ortográfica: Iba Mendes (2016)


Todas as tardes, quando saíam da escola as crianças costumavam ir brincar no jardim do Gigante. Era um formoso e imenso jardim, atapetado de grama verde e suave. Aqui e ali, entre as árvores muito altas, cresciam flores brilhantes como estrelas e havia plantas que, na primavera, floresciam em delicadas corolas de rosa aljôfar e que, no Outono, se carregavam de belas frutas. Os pássaros pousavam nas árvores e cantavam tão docemente que as crianças a todo momento suspendiam seus divertimentos para ouvi-los.

—  Como tudo aqui é bom e bonito! — costumavam exclamar, deliciados.

Um dia, o Gigante voltou. Tinha ido visitar seu amigo, o Ogre de Cornwailles, e com ele permanecera sete anos.

Ao chegar, viu as crianças brincando no jardim.

— Que fazeis aqui? — vociferou, áspero e rubro de cólera, assustando terrivelmente os pequeninos, que fugiram correndo.

— Meu jardim é meu jardim! — continuou gritando. — Que todos saibam! A ninguém permitirei que nele penetre e se divirta!

Com efeito, ergueu uma elevadíssima muralha e nela pregou um cartaz: “É terminantemente proibida a entrada, sob as consequentes penas!”

Era, realmente, um gigante muito egoísta!

As pobres crianças já não tinham onde brincar. Trataram de procurar distração na rua. Esta, porém era cheia de poeira e semeada de rude cascalho. Não servia... Frequentemente rondavam o alto paredão, relembrando as delícias do jardim, que havia além desse obstáculo.

— Como era bom e como éramos felizes! — diziam.

Quando chegou a Primavera, toda a região se povoou de pássaros e se encheu de flores. Só no jardim do Gigante egoísta reinava ainda o inverno. Os pássaros, como as crianças, não cantavam e as árvores se esqueciam de florescer.

Certa vez, uma formosa flor ergueu a cabeça dentre as plantas; porém mal viu o cartaz, ficou triste, pensando nas crianças. Logo voltou a se esconder na terra, tornando a adormecer. Os que se sentiam bem felizes eram a Neve e o Granizo.

A Primavera esqueceu este jardim - diziam jubilosas e nele vamos viver o ano inteiro.

A Neve cobriu a terra com seu grande manto branco e o frio pintou de prata as árvores. Depois, convidaram o Vento do Norte... Que fosse passar uma temporada em sua companhia!

E o Vento do Norte compareceu. Vinha envolto em peles e esteve rugindo, todo o dia, através do jardim, derrubando as chaminés.

 — Que deliciosa paragem! — exclamou entusiasmado. — Temos que prevenir o Granizo, para que também aproveite.

E o Granizo surgiu. Todos os dias, durante três horas tocava seu tambor sobre os telhados do castelo, até quebrar a maioria das telhas e vidraças, ao fim do que, dava voltas, tudo varrendo com violência. Chegara vestido de cor de cinza e seu hálito era como gelo.

— Não compreendo por que Primavera tarda tanto a chegar... — pensava o Gigante egoísta, quando ousava se aproximar de uma janela, protegido por muitos cobertores e via seu jardim completamente branco. — Mas o tempo há de mudar, breve!  

Porém a Primavera não apareceu nunca mais, nem o Verão. O Outono deu frutos dourados a todos os pomares e jardins, porém o jardim do Gigante não viu um só sequer.

— É demasiado egoísta! dizia o Outono.

Assim, ali, sempre foi Inverno, enquanto o Vento do Norte, o Granizo, Chuva e a Neve dançavam continuamente entre as árvores.

Uma manhã, estava o Gigante ainda na cama, quando ouviu música, sumamente agradável. Tão meigamente soava em seus ouvidos, que pensou ser o rei dos músicos quem passava. Na realidade, era apenas um pardal que piava junto de sua janela. Porém havia tanto tempo que ouvia cantar um pássaro em seu jardim, que aquela simples sucessão de pios lhe pareceu a música mais bela do mundo. Então, o Granizo suspendeu sua infernal dança e o Vento do Norte cessou de rugir. Logo um delicioso perfume entrou pelas madeiras rachadas e as vidraças partidas.  

— Parece que enfim chegou a Primavera — disse o Gigante; e, saltando da cama, correu a uma janela.

E viu um maravilhoso espetáculo. Através de uma brecha da muralha as crianças vinham e já estavam trepadas nas árvores. Em cada árvore havia um menino e as árvores se sentiam tão contentes, tendo-os novamente entre seus ramos, que se cobriram de flores e, suavemente, com cuidado, balançavam seus braços sobre as cabecinhas infantis. Os pássaros, inúmeros, voavam, cantando com alegria e as flores surgiam radiosas entre as plantas novamente verdes e macias. Apenas num cantinho reinava ainda o Inverno. Era o mais apartado recanto do jardim e nele se achava um menino. Era tão pequeno que não alcançava os ramos das árvores e volteava junto delas chorando amargamente.

A pobre árvore ainda se achava completamente coberta de granizo e de neve e o Vento do Norte soprava, rugindo contra ela.

— Sobe, menino! — dizia a árvore — e baixava seus ramos, tudo o que era possível. Mas o menino era realmente muito pequenino...

O Gigante sentiu derreter o próprio coração, enquanto olhava.

— Quão estúpido fui! — exclamou com voz rouca e difícil. — Sei agora porque a Primavera recusava aparecer. Eu ajudarei esse pobre menino a subir; depois derrubarei a muralha e meu jardim será para sempre o lugar de brincadeira das crianças.

Desceu correndo a escada, abriu com cuidado a porta principal e se embrenhou pelo jardim.

Porém, quando o viram aparecer, as crianças tomaram tão grande susto que correram atropeladamente e o jardim ficou de novo sob os caprichos do Inverno. Somente o pequenino, o menor de todos, não fugiu, pois seus olhos estavam tão cheios de lágrimas que ele não viu a chegada do Gigante. Este se aproximou e, levantando-o suavemente entre os braços, colocou-o no galho mais confortável. Logo a árvore floresceu e os pássaros a encheram, cantando. Então o pequenino lançou os braços em redor do poderoso pescoço do Gigante e beijou-o. Quando os outros meninos viram que o gigante não era mau, voltaram correndo e com eles voltou a Primavera.

— O jardim desde hoje é vosso... — disse o Gigante. E empunhando um tremendíssimo machado, derrubou o muro.

O dia todo, as crianças brincaram, enchendo o jardim com seus risos cristalinos no louco zigue-zague de suas correrias. Quando anoiteceu foram se despedir do Gigante.

Mas onde está o menino pequeno? — perguntou o Gigante, impaciente e assustado. — Aquele, que eu ajudei a subir na árvore? Onde está o garotinho?

O Gigante o queria mais do que aos outros, porque ele o beijara.

— Não sabemos — responderam os meninos. — Já foi...

— Dizei-lhe que volte amanhã pediu o Gigante.

Porém os meninos explicaram que não sabiam onde ele morava e que nunca o tinham visto antes; então o Gigante ficou muito triste.

Todas as tardes, ao sair da escola, os meninos iam brincar no jardim. Porém o pequenino, que o Gigante mais queria, não voltou a aparecer. O Gigante era muito bom para todas as crianças, mas não podia esquecer seu amiguinho.

— Quanto me alegraria se voltasse! — costumava repetir.

Passaram os anos. O Gigante envelheceu e suas forças enfraqueceram. Já não podia tomar parte nos divertimentos dos meninos. Sentado em enorme poltrona, ficava observando suas brincadeiras para que não se excedessem e se machucassem, quando corriam por seu belo jardim.

Numa manhã de inverno, olhou pela janela, enquanto se vestia. Já não odiava o Inverno, pois sabia que era tão somente a Primavera adormecida e que as flores estavam descansando.

Repentinamente esfregou os olhos deslumbrado e olhou mais uma vez...

Era certamente maravilhoso o que via. No recanto mais afastado de seu jardim, havia uma árvore totalmente coberta de flores brancas. Seus ramos eram dourados, frutos de prata pendiam deles e... e junto dele, de pé, estava o pequenino que ele tanto estimava!

Cheio de alegria, desceu correndo as escadarias, chegou ao jardim e quando se aproximou do menino, seu rosto enrubesceu de cólera. Com voz sufocada pela emoção, perguntou:

— Quem se atreveu? Quem se atreveu a te ferir assim?

Porque nas palmas das mãos do menino havia os rasgões de dois pregos, como de pregos eram os dois rasgões de seus pezinhos.

— Quem se atreveu a te ferir assim? tornou a gritar. — Dize-me para que eu o mate!

— Não! respondeu o menino. — Estas são as feridas do Amor.

— Quem és tu? — perguntou o Gigante. E um estranho temor se apoderou dele, fazendo-o dobrar os joelhos diante do pequenino.

O menino sorriu e disse:

— Tu me deixaste, uma vez, brincar em teu jardim; hoje brincarás comigo em meu jardim, que é o Paraíso.

E quando os meninos voltaram, naquela tarde, encontraram o Gigante morto, debaixo da árvore, todo coberto de flores brancas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEp7KAvLlGaPE2lVYOEJvqKFKKN9hJcttZBAJJAm9ZlUByw5RoKdwM9BxUOkUz8fvlbD8Pxoht53aHu2fAO9BXDsaU_8EtaOxU4DY6B2oSNxbIZC9aE7n8lYeledMa3cNRsrhEcBcSRLTqY1yGH1jKl2xhXd33jV1ylzbMEipZvGR7S-FJV1GCg4QM/s320/el-gigante-egoista-oscar-wilde.jpg


Entendendo o texto

01. Qual é a mensagem transmitida?

Traz a mensagem da importância de saber dividir, amar, ser generoso, empático e criativo.

02. Por que as crianças das redondezas gostavam de brincar no belo jardim do Gigante?

Porque havia flores e dias ensolarados.

03. Quando o Gigante decide cercar a jardim só para ele; que acontece com a Primavera?

A Primavera fica tão triste e vai embora.

04. O Inverno se instalam nas terras do Jardim trazendo junto a si, quem?

A Neve, o Vento e a Chuva Gelada.

05. O Gigante ainda na cama ouviu uma música agradável; pensou que era  o rei dos músicos quem passava, mas era quem?

Era apenas um pardal que piava junto de sua janela.

06. Onde vivia o Gigante Egoísta?

Vivia num castelo.

07. O que apresenta o enredo?

O enredo da história apresenta um gigante que esteve fora da cidade por um período de sete dias, e ao retornar ele expulsa as crianças que brincavam em seu jardim construindo um muro para que elas não voltem.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

DIÁRIO: QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA - (FRAGMENTO) - CAROLINA MARIA DE JESUS - COM GABARITO

 Diário: Quarto de despejo: diário de uma favelada(Fragmento)

           Carolina Maria de Jesus

        13 DE MAIO Hoje amanheceu chovendo. E um dia simpático para mim. E o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.

        ...Nas prisões os negros eram os bodes expiatórios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com despreso. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz.

        Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair.

        ...Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada:

        — Viva a mamãe!

        A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim:

        — "Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina."

        ... Choveu, esfriou. E o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetáculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.

        E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual — a fome!

        15 DE MAIO Tem noite que eles improvisam uma batucada e não deixa ninguém dormir. Os visinhos de alvenaria já tentaram com abaixo assinado retirar os favelados. Mas não conseguiram. Os visinhos das casas de tijolos diz:

        — Os políticos protegem os favelados.

        Quem nos protege é o povo e os Vicentinos. Os políticos só aparecem aqui nas épocas eleitoraes. O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1953 passava os domingos aqui na favela. Ele era tão agradavel. Tomava nosso café, bebia nas nossas xícaras. Ele nos dirigia as suas frases de viludo. Brincava com nossas crianças. Deixou boas impressões por aqui e quando candidatou-se a deputado venceu. Mas na Camara dos Deputados não criou um progeto para beneficiar o favelado. Não nos visitou mais.

        ...Eu classifico São Paulo assim: O Palacio, é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos.

            JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2007. p. 27-28.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 80-1.

Entendendo o Diário:

01 – Que termos a escritora usa para indicar:

a)   O espaço físico onde vivia.

“Os visinhos das casas de tijolos diz: – Os políticos protegem os favelados”; “O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1963 passava os domingos aqui na favela”; “Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos”.

b)   O contexto histórico em que ocorreram os fatos relatados.

“O senhor Cantidio Sampaio quando era vereador em 1953...”; “Eu estava com dois cruzeiros”.

02 – Que trechos do texto não apenas relatam os acontecimentos, mas expressam uma reflexão de Carolina Maria de Jesus?

      “É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição”; “Mas o brancos são mais cultos”; “E no inverno a gente come mais”; “E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravidão atual – a fome!”; “Que Deus ilumine os brancos para que os pretos seja feliz”.

03 – A fome percorre o diário todo, como se esta fosse uma personagem. No trecho lido, como ela aparece?

      Aparece no relato, quando a escritora pede alimentos emprestados e na reflexão dela a respeito da fome.

04 – O título da obra parece ser mais do que uma síntese da favela. Que sentido(s) você consegue perceber nele?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Aceite as respostas que lhe pareçam bem argumentadas.

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

CHARGE: SAINDO DE FÉRIAS - COM GABARITO

 Charge: Saindo de férias

 Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNNslrYHB4aGIJjjderHrlg_F99VGblUhA210ha6SL5Qf4dUZGd1ycFREVOETmVcuh5srbAUsZacdGRMHLDHsncG1RhO_dG72gehdcKlmQk3ykTDicWYkmeAatp4Rttle4j7qG4Z-6hKWf3tu98tQSxEIKjrI6xpA_xm97oJqyunbiFi8N6nfmnZgo/s1600/F%C3%89RIAS.jpg

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 79.

Entendendo a charge:

01 – O que essa imagem retrata?

      Uma família saindo de férias.

02 – Que efeito de sentido os traços da imagem promovem?

      Os traços caricaturais promovem o humor.

03 – Se colocássemos o seguinte título sobre a imagem: “Férias em família”, em que gênero textual ela se transformaria? O que criticaria?

      Gênero charge. No caso, criticaria, com humor, o hábito de famílias que, ao saírem de férias levam tudo.

 

RELATO DE VIAGEM: BRASÍLIA - BEATRIZ SARLO - COM GABARITO

 Relato de viagem: Brasília

                Beatriz Sarlo

        Caminhamos até a praça dos Três Poderes, que era a imagem de Brasília que melhor conhecíamos por fotografias.

        Nossa ideia de espaço público havia se limitado, até pisar a praça dos Três Poderes, à praça de Maio de Buenos Aires. As diferenças são evidentes, mas apenas ali tivemos consciência delas. A praça de Maio é o produto de uma superposição de modificações, reconstruções e demolições realizadas ao longo de dois séculos. Não surge de um só gesto, mas sim de uma soma estatística e paisagística, da coexistência desigual dos edifícios neoclássicos, italianos e modernos que a rodeiam. É heterogênea, suas qualidades não provêm de uma só concepção urbanística nem arquitetônica, mas sim de acréscimos e correções. Fundamentalmente, seu sentido é dado pelos acontecimentos que ocorreram e ocorrem ali. A praça de Maio está quase sempre (inclusive sob ditaduras militares) cheia de gente, curiosos, manifestantes, vendedores, turistas, mendigos, veteranos das Malvinas.

        Em 1970, a diferença com a praça dos Três Poderes não provinha só da beleza, que, claro, nos deixou pasmos, enquanto caminhávamos de um extremo ao outro pelas esplanadas. A diferença era que a praça dos Três Poderes estava deserta. Não havia ninguém ali. Seu simbolismo se originava na potência do gesto arquitetônico e construtivo, na confiança política fundacional, não nas camadas do passado que ainda não haviam tido tempo de se depositar sobre aquelas superfícies perfeitas. Na praça dos Três Poderes, a decisão de um Estado e o gênio de Niemeyer haviam substituído a história que é a grande arquiteta das outras praças latino-americanas.

        Tudo estava vazia. Uma fotografia mostra dois de nós, distantes várias centenas de metros do palácio do Planalto. A extensão registrada é enorme. Sobre a planície de cimento estão apenas esses dois argentinos, contra a silhueta do palácio. É aproximadamente meio-dia e não se vê ninguém mais. Aposta máxima da arquitetura moderna: sustentar-se sobre vazio. Chandigarh, Brasília, autofundar-se com um duplo gesto material e simbólico.

        Hoje as imagens são bem diferentes. Centenas de presidentes, ministros e embaixadores percorreram essa extensão, registrados em milhares de fotos jornalísticas e de sequências televisivas. Quando nós chegamos, ao contrário, a fenomenal e desmesurada aposta estava nua. Então podia se formular a pergunta: o que será amanhã, dentro de vinte ou trinta anos, desta esplanada deserta?

        Não nos fizemos essa pergunta. Aparentemente simples, era, no entanto, complicada demais para nós. Discutimos outras coisas. Habituados às mobilizações em praça pública, nos esforçamos por imaginar como seria uma hipotética mobilização popular na praça dos Três Poderes. Sentados sobre o cimento, ao sol, só pensávamos a partir do que acreditávamos ser uma espécie de norma universal: as praças são projetadas para que os manifestantes as ocupem. A clareza do Plano Piloto acentuava nosso erro: como se Lucio Costa (ao contrário do barão de Haussmann) houvesse decidido um traçado urbano especialmente propício para multidões que avançassem em colunas pela avenida dos ministérios até a praça.

        Assim delirávamos, impactados por uma obra ainda desprovida das imagens que iriam rodeá-la com o passar do tempo. Simultaneamente ela tinha algo de irreal, como se estivéssemos passeando por uma cenografia da história futura. As duas cúpulas invertidas, as duas torres brilhavam com a aura do vento. Não havia acontecido ainda o lento, inexorável e desgastante processo que converte as imagens, os edifícios, as paisagens em familiares. Tudo explodia diante dos olhos.

SARLO, Beatriz. Viagens da Amazônia às Malvinas. São Paulo: E-galáxia, 2015. [s. p.].

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 44-6.

Entendendo o relato:

01 – É possível que você já tenha visto imagens da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), em meios de comunicação impressos e digitais. Em sua opinião, essa praça, na situação atual, aproxima-se ou não da imagem construída por Beatriz Sarlo? Por quê? Responda no caderno.

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Na opinião da escritora Beatriz Sarlo, que característica da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), dificultaria a ocupação do espaço?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Segundo Sarlo, a concepção arquitetônica da praça Três Poderes, muito ampla, dificulta a percepção do entorno da praça, dos limites do perímetro.

03 – De acordo com o relato de Sarlo, que aspectos da praça de Maio, em Buenos Aires, na Argentina, e da praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), ajudam o leitor a compreender a diferença entre esses locais?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Em sua opinião, o relato de viagem de Sarlo permite entender a diferença entre as cidades de Buenos Aires e Brasília? Explique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: As alterações sofridas pela praça de Maio ao longo de dois séculos são consequências de momentos históricos pelos quais a Argentina e também sua capital passaram. Em contrapartida, à época da visita de Sarlo à praça dos Três Poderes, em Brasília, não existiam marcas históricas e temporais como em outras cidades do Brasil, uma vez que a própria cidade fora projetada pouco antes de 1960.

05 – Muitas manifestações populares já aconteceram na praça dos Três Poderes nos mais de cinquenta anos da construção de Brasília.

a)   Ao tentar definir a Brasília que visitava nos anos 1970. Sarlo utiliza uma imagem que reflete a impressão de uma cidade construída do nada. Que imagem é essa?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A ideia de uma cidade vazia. Uma das possibilidades é o trecho “aposta máxima da arquitetura moderna: sustentar-se sobre o vazio”.

b)   Em que essa impressão de Sarlo contrasta com a imagem das manifestações populares já ocorridas na capital do Brasil?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Ao longos dos anos, desde a construção de Brasília, as muitas manifestações ocorridas na capital do país permitiram a ocupação dos espaços vazios da cidade pela multidão, incluindo a praça dos Três Poderes.

06 – Que adjetivo você empregaria para caracterizar a impressão que Beatriz Sarlo teve da cidade de Brasília? Esse adjetivo expressa a característica que você, hoje, atribui a essa cidade? Explique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Após refletir com os colegas e o professor sobre o relato de viagem, como você responderia à seguinte pergunta de Beatriz Sarlo: “O que será amanhã, dentro de vinte ou trinta anos, desta esplanada deserta”? Socialize a resposta oralmente com os colegas.

      Resposta pessoal do aluno.

 

RESENHA FILME: A FAMÍLIA BÉLIER - ZECA SEABRA - ALMANAQUE VIRTUAL - COM GABARITO

 Resenha filme: A família Bélier

                Zeca Seabra

        Lançado sem grandes alardes (e sem sessão para os críticos) chega ao circuito carioca, uma das grandes surpresas cinematográficas de 2014. A família Bélier (La familie Bélier, 2014) é um interessante trabalho do diretor francês Eric Lartigau que consegue conquistar o público pela simplicidade de um argumento que fala que fala de amadurecimento e emancipação.

        Na trama a jovem Paula (Louane Emera, descoberta no reality show The Voice e em seu primeiro papel no cinema) é uma adolescente que mora com seus pais e irmão, todos surdos. Cabe à Paula administrar o negócio de laticínios e servir de tradutora oficial nas conversas com vizinhos. Após se inscrever no coral da escola por interesse amoroso, Paula tem seu talento descoberto por um professor de canto que a convida para uma bolsa de estudos em Paris. O conflito aparece em forma de relações e compromissos. Como abandonar a responsabilidade familiar e ir atrás de seus sonhos? Como lidar com a culpa?

        Lartigau traça um retrato bastante humano de uma família como outra qualquer cuja diferencial é a deficiência auditiva, mas em nenhum momento utiliza esta condição como peça melodramática. O interesse aqui é analisar as relações familiares e as dificuldades que toda adolescente passa quando decide dar seu grito de liberdade em um meio afetivamente caloroso. Com um discurso universal e sincero, o filme conta com um belo trabalho de caracterização de todo o elenco que realça as situações cômicas e embaraçosas sem cair na vala comum dos estereótipos dos deficientes.

        Os Bélier são barulhentos, comunicativos e também sujeitos a todos os tipos de frustações e carências quando percebem que um ente querido precisa sair do ninho. Este conflito, no entanto, não apaga as outras possibilidades que o roteiro tem a oferecer. A descoberta sexual do irmão de Paula, Quentin (Luca Gelberg – o único ator realmente deficiente), a candidatura do patriarca (o ótimo François Damiens) à prefeitura da cidade e o frustrado professor de canto (Éric Elmosnino) compõe uma bela moldura para este descontraído retrato familiar cuja maior qualidade é ser atemporal e de fácil identificação individual.

        Quando Paula canta a canção je vole de Michel Sardou para sua família na linguagem dos sinais, ficamos a imaginar como a dor do crescimento pode ser amoroso e que a escuta interna independe única e exclusivamente da audição externa.

        A família Bélier (La famille Bélier)

        França, 2014. 100 min.

        Direção: Eric Lartigau

        Com: Louane Emera, François Damiens, Karin Viard.

SEABRA, Zeca. A família Bélier. Almanaque Virtual. UOL, 3 jan. 2015. Disponível em: http://almanaquevirtual.uol.com.br/familia-belier. Acesso em: 28 jul. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 28-9.

Entendendo a resenha:

01 – Qual é o objetivo dessa resenha crítica? Como você chegou a essa conclusão?

      O objetivo é, além de divulgar um filme, apresentar também uma crítica sobre ele. A resenha apresenta a sinopse do filme e também traz comentários do resenhista, com o uso de adjetivos em certos trechos.

02 – Você costuma ler textos assim? Em caso afirmativo, em quais mídias e veículos você faz a leitura de resenhas críticas?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Você já assistiu a esse filme? Em caso afirmativo, concorda com as informações críticas a respeito dele? Em caso negativo, pela resenha, você se sentiria tentado a vê-lo? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – No segundo parágrafo da resenha, há uma sinopse, ou seja, uma síntese do enredo do filme. Releia esse parágrafo e comente com os colegas a importância desse trecho no conjunto da resenha.

      É por meio da sinopse que o resenhista apresenta as características do que é resenhado. No caso de filmes, a sinopse, em geral, traz um resumo do enredo.

PARÁBOLA: A PARÁBOLA DO SEMEADOR - TRAD.JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA - COM GABARITO

 Parábola: A parábola do semeador

               Trad. João Ferreira de Almeida

        Naquele mesmo dia Jesus saiu de casa e se sentou à beira do lago. Uma grande multidão se juntou ao seu redor. Havia tanta gente que Jesus entrou num barco e se sentou; e toda a multidão permanecia de pé na praia. Jesus lhes ensinou muitas coisas por meio de parábolas. Ele dizia:

        — Certo semeador saiu a semear. 

        E, quando semeava, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 

        Outra parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque a terra não era funda.

        Mas, saindo o sol, queimou-se e secou-se porque não tinha raiz.

        Outra parte caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram. 

        Outra caiu em boa terra, e deu frutos: uma semente produzindo a cem, outra a sessenta e ainda outra a trinta por um.

        Quem tem ouvido para ouvir, ouça.

BÍBLIA. Português. A parábola do semeador. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Editora Vida, 1996.

Fonte: Língua Portuguesa – Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 4 – 1ª edição – 1ª impressão – ABDR – 2019 – São Paulo. p. 18-9.

Entendendo a parábola:

01 – Qual é o fato narrado no texto?

      O fato narrado transmite uma lição ética por meio de uma linguagem simbólica, metafórica.

02 – Quem é o personagem?

      O semeador.

03 – De acordo com o texto, qual é o seu enredo?

      Dos diferentes tipos de solo em que as sementes caíram ao terem sido semeadas, apenas a que caiu em boa terra deu boa colheita.

04 – Qual é a lição de moral dessa parábola?

      Somente aqueles com bom coração ouvem e guardam os ensinamentos.

 

 

PROPAGANDA: ESQUADRÃO DENGUE NÃO - GAZETA DO POVO - COM GABARITO

 Propaganda: Esquadrão Dengue Não

      Ler e pensar Gazeta do povo – Instituto grpcom

        O “Esquadrão Dengue Não” foi às ruas e casas da região, divulgando as formas de combater o mosquito transmissor e evitar a doença. Você também pode usar as notícias do dia para fazer um futuro melhor.

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 42-3.

Entendendo a propaganda:

01 – Vimos que a estrutura da propaganda é parecida com a do anúncio publicitário, que centra sua mensagem no produto. Ela é composta de linguagem verbal (geralmente o título, um slogan e a assinatura) e de linguagem não verbal (imagem e cores). Aponte as partes que compõem esse anúncio de propaganda.

a)   Linguagem não verbal:

Imagem 3 crianças vestindo camisetas imitando camuflagem, 2 com capacetes, 1 com uma faixa na cabeça, também imitando camuflagem. Rostos pintados e sorrindo.

b)   Título:

Esquadrão Dengue Não.

c)   Slogan:

Ler e pensar.

d)   Assinatura:

Gazeta do Povo.

02 – Ao olhar para esse anúncio, o que primeiramente chama sua atenção: a linguagem verbal ou a não verbal?

      É a linguagem não verbal.

03 – O texto abaixo do título indica quem são as crianças que aparecem no anúncio.

      As crianças são alunos de uma escola.

04 – Faça uma interpretação do anúncio, associando a linguagem verbal e a não verbal.

      As crianças estão vestidas como se fossem soldados em uma guerra contra o mosquito transmissor da dengue.

 

 

PROPAGANDA: UNIMED BLUMENAU - COM GABARITO

 Propaganda: Unimed Blumenau


        Tire um tempinho para não fazer nada. Mude seus hábitos. Viva mais.

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 40.

Entendendo a propaganda:

01 – Aponte as partes que compõem essa peça publicitária.

a)   Linguagem não verbal: Foto de uma família na praia.

b)   Título: Tire um tempinho para não fazer nada.

c)   Slogan: Mude seus hábitos. Viva mais.

d)   Assinatura: Unimed Blumenau.

02 – Descreva a imagem que ilustra essa propaganda.

      Retrata pessoas, pelas características, uma família caminhando em uma praia de maneira descontraída.

03 – O que está sendo aconselhado ao público nessa propaganda?

      Que se tire um momento para relaxar junto com a família.

04 – Sabendo que se trata de uma empresa ligada à área da saúde, de que forma esse conselho ajuda a criar uma imagem positiva para a instituição?

      Relaxar é uma atitude que gera saúde; a empresa demonstra preocupado como público-alvo.

     

CAMPANHA: ABANDONO DE ANIMAIS É CRIME! DEPARTAMENTO DE HIGIENE E SAÚDE - COM GABARITO

 Campanha: Abandono de animais é crime!


        A pena prevista pelo Art. 164 do Código Penal é de detenção de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses ou multa. A pena prevista pelo art. 32 da lei de Crime Ambientais é de detenção de 3 meses a 1 ano e multa.

        DEPARTAMENTO de Higiene e Saúde (DHS) – Pompeia. Portal NC – Nossa Cidade. Disponível em: www.portalnc.com.br/noticia/461/dhs-inicia-campanha-de-conscientizacao-sobre-cuidados-com-animais-de-estimacao.html. Acesso em: 18 jul. 2018.

Fonte: Ensino Fundamental anos finais – 7° ano – Caderno 2 – 1ª edição – 1ª impressão – SOMOS – 2019 – São Paulo. p. 35-6.

Entendendo a campanha:

01 – Identifique no anúncio:

a)   O título.

Eles sentem fome, frio e medo.

b)   O texto.

Abandono de animais é crime! Denuncie.

c)   O slogan.

Não somos descartáveis!

d)   A assinatura.

DHS.

02 – Esse texto é um exemplo de anúncio publicitário ou de propaganda? Justifique sua resposta.

      Esse texto é um exemplo de anúncio de propaganda, pois centra a mensagem no lado positivo.

03 – Sobre a oração “Não somos descartáveis”, responda ao que se pede.

a)   Qual o sujeito do verbo somos? Como esse sujeito se classifica?

Sujeito = nós / sujeito indeterminado.

b)   Nessa oração, o verbo é:

(X) de ligação.                     (  ) significativo.

c)   Nessa oração, o sujeito:

(  ) Pratica uma ação.

(X) É o ser ao qual se atribui uma característica.

d)   Assim, a função do termo descartáveis é:

(  ) Completar o sentido do verbo.

(X) Atribuir uma característica ao sujeito.

NOTÍCIA: DOIS PROJETOS INCLUEM LIBRAS NOS CURRÍCULOS ESCOLARES - AGÊNCIA SENADO - COM GABARITO

 Notícia: Dois projetos incluem Libras nos currículos escolares

Da Redação | 22/01/2020, 10h23

        Duas propostas em tramitação no Senado incluem a língua brasileira de sinais (Libras) nos currículos escolares. Um dos projetos, o PL 6.284/2019, determina que o idioma seja a primeira língua de comunicação na escola para estudantes surdos. A outra proposta (PL 5.961/2019) quer incluir conteúdos relativos à Libras para todos os alunos indistintamente, surdos ou não.

        O PL 6.284/2019 é de autoria do senador Romário (Podemos-RJ). O texto tramita na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e aguarda designação de relator. O projeto deverá passar ainda pela Comissão de Educação (CE).

        A proposta altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB — Lei 9.394/1996) para acrescentar um artigo que obrigue os sistemas de ensino a ofertarem a Libras como língua de comunicação a todos os estudantes surdos.

        De acordo com o projeto, regulamentos dos sistemas de ensino definirão as condições de oferta do ensino de Libras e deverão dispor sobre a necessidade de professores bilíngues, tradutores, intérpretes e tecnologias de comunicação em Libras. Além disso, deverão tratar do acesso da comunidade estudantil ouvinte e dos pais de alunos com deficiência auditiva ou responsáveis ao aprendizado de Libras.

        Segundo Romário, embora já haja normas que determinem a inclusão da Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores (Decreto 5.626/2005) e a criação de sistemas educacionais inclusivos (Lei 13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão), é preciso avançar na efetiva inclusão social das pessoas com deficiência auditiva.

        “De nossa parte, isso só será possível quando qualquer cidadão ouvinte também for capaz de se comunicar com as pessoas surdas por meio da Libras”, afirmou Romário em sua justificativa.

        O PL 5.961/2019, da senadora Zenaide Maia (Pros-RN), determina que os currículos do ensino fundamental e do ensino médio incluam, para todos os alunos, conteúdos relativos à Libras. A modificação também é feita na LDB e o projeto está mais avançado na tramitação, pois aguarda relatório do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) na CE, em que terá sua votação final.

        Para a autora, o objetivo é que também os alunos ouvintes desenvolvam competências relacionadas ao respeito à diferença, ao cuidado com o outro e à compreensão da multiplicidade das formas de comunicação.

        “Vale acrescentar que a ideia é ainda mais relevante quando se considera a necessidade premente de que as novas gerações aprendam valores de respeito à pluralidade e às diferenças”, justificou Zenaide.

 Agência Senado. Dois projetos incluem Libras nos currículos escolares. Senado Notícias, 22 jan. 2020.Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materiais/2020/01/22/dois-projetos-incluem-a-libras-nos-curriculos-escolares. Acesso em: 28 jul. 2020.

Fonte: Práticas de Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Faraco – Moura – Maruxo – 1ª ed., São Paulo, 2020. Ed. Saraiva. p. 30-1.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o objetivo principal desse texto? Para responder, tenha em vista o que você já sabe sobre o gênero notícia.

      O objetivo principal é relatar um acontecimento recente: a tramitação de dois projetos de lei sobre Libras no Senado Federal.

02 – Pela notícia, os autores dos projetos de lei em questão expõem algumas justificativas para a inclusão da Língua de Sinais Brasileira nos currículos escolares. Comente com os colegas essas justificativas e opine sobre elas.

      A principal justificativa do PL 6.284/2019 é promover a inclusão social dos deficientes auditivos, ao permitir que todos os cidadãos tenham alguma noção da Língua de Sinais Brasileira e possam se comunicar minimamente com pessoas com deficiência auditiva.

03 – Quem são os leitores supostos desse texto?

      Leitores em geral, interessados em conhecer os projetos de lei que tramitam no Senado Federal.

04 – A notícia foi publicada no site do Senado Notícias e é um texto de responsabilidade da Agência Senado. Qual é a importância da publicação de notícias como essa, em um suporte desse tipo, no contexto social brasileiro? Socialize a resposta com os colegas e, depois, registre-a no caderno.

      É divulgar as ações dos senadores. Esse tipo de divulgação auxilia os cidadãos a acompanhar os trabalhos dos senadores que elegeram, e é um instrumento de controle democrático e de divulgação de informações de interesse público.