quarta-feira, 29 de setembro de 2021

TEXTO: OS PSICO-HISTORIADORES (FRAGMENTO)- ISAAC ASIMOV - ENCICLOPÉDIA GALÁCTICA - COM GABARITO

 Texto: Os psico-historiadores (Fragmento)

       Hari Seldon – ...  Nascido no ano 11.988 da Era Galáctica: falecido em 12.069. As datas são mais conhecidas, em termos da atual Era da Fundação, como de – 79 a 1 E.F. Nascido numa família de classe média de Helicon, setor de Arcturus (onde seu pai, como reza uma lenda de autenticidade duvidosa, cultivava tabaco nas usinas hidropônicas do planeta), desde cedo revelou uma fantástica habilidade em matemática. Os relatos sobre sua habilidade são inumeráveis e, alguns deles, contraditórios. Dizem que, aos dois anos de idade, ele...

        ...  Sem dúvida, suas maiores contribuições foram no campo da psico-história. Quando Seldon começou, este campo era pouco mais do que um conjunto de axiomas vagos; ele o transformou numa ciência estatística profunda...

        ... A maior autoridade existente para saber detalhes de sua vida é a biografia escrita por Gaal Dornick que, quando jovem, conheceu Seldon dois anos antes da morte do grande matemático. A história do encontro...

Enciclopédia galáctica

Capitulo 1

        Seu nome era Gaal Dornick, e ele era apenas um caipira que nunca havia visto Trantor antes. Isto é, não na vida real. Ele já o vira muitas vezes em hipervídeo e, ocasionalmente, em incríveis reportagens tridimensionais cobrindo uma coroação imperial ou a abertura de um Conselho Galáctico. Muito embora tivesse vivido toda a sua vida no mundo de Synnax, que orbitava uma estrela na periferia da Corrente Azul, ele não estava isolado da civilização. Naquela época, nenhum lugar na Galáxia estava.

        Havia quase vinte e cinco milhões de planetas habitados na Galáxia então, e nenhum deles deixava de prestar obediência ao Império cujo trono ficava em Trantor. Era o último meio século no qual essa afirmação poderia ser feita.

        Para Gaal, a viagem era o clímax indubitável de sua vida jovem e acadêmica. Ele já havia estado no espaço antes, e por isso essa jornada, como viagem em si, pouco significava para ele. Na verdade, sua única viagem anterior tinha sido até o único satélite de Synnax para obter os dados sobre a mecânica de deslocamento de meteoros de que precisava para sua dissertação, mas viagem espacial era tudo a mesma coisa; não importava se a pessoa viajava meio milhão de quilômetros ou muitos anos-luz.

        Ele havia se preparado só um pouquinho para o Salto pelo hiperespaço, um fenômeno que as pessoas não experimentavam em viagens interplanetárias simples. O Salto permanecia, e provavelmente assim seria para sempre, o único método prático de viajar entre as estrelas. A viagem pelo espaço comum não podia ser mais rápida do que a da luz comum (um pouco de conhecimento científico que pertencia aos poucos itens conhecidos desde a aurora esquecida da história humana), e isso teria significado muitos anos no espaço até mesmo entre os sistemas habitados mais próximos. Através do hiperespaço, essa região inimaginável que não era espaço nem tempo, nem matéria nem energia, nem algo nem nada, era possível atravessar a extensão da galáxia no intervalo entre dois instantes de tempo.

        Gaal havia esperado pelo primeiro desses saltos com um pouco de medo no estômago, e acabou não sendo nada além de um ínfimo tremor, um pequeno solavanco interno que cessou um instante antes que ele pudesse ter certeza de que o havia sentido.

        E isso foi tudo.

        E, depois, tinha ficado apenas a nave, grande e reluzente, a produção de 12 mil anos de progresso imperial; e ele próprio, com seu doutorado em matemática recém-obtido e um convite do grande Hari Seldon para ir a Trantor e se juntar ao vasto, e um tanto misterioso, Projeto Seldon.

        O que Gaal esperava, depois da decepção do Salto, era aquela primeira visão de Trantor. Ele ficou espreitando o Mirante. As persianas de aço eram erguidas em momentos anunciados e ele estava sempre ali, observando o brilho forte das estrelas, apreciando o incrível enxame nebuloso de um aglomerado estelar, como um gigantesco enxame de vaga-lumes apanhados em pleno voo e paralisados para sempre.  Em um momento havia a fumaça fria, azul-embranquecida de uma nebulosa gasosa a cinco anos-luz da nave, espalhando-se pela janela como leite, preenchendo o aposento com um tom gelado, e desaparecendo de vista duas horas depois, após outro Salto.

        A primeira visão do sol de Trantor foi a de uma partícula dura e branca totalmente perdida dentro de uma miríade de outras, e reconhecível somente porque fora apontada pelo guia da nave. As estrelas eram espessas, ali no centro galáctico. Mas, a cada Salto, ele brilhava mais, superando o resto, fazendo com que elas empalidecessem e reduzissem o brilho.

        Um oficial apareceu e disse:

        – O mirante ficará fechado durante o resto da viagem. Preparar para o pouso.

        Gaal o seguiu, puxando a manga do uniforme branco com o símbolo da Espaçonave-e-Sol do Império.

        – Seria possível me deixar ficar? Eu gostaria de ver Trantor – ele perguntou.

        O oficial sorriu e Gaal ficou vermelho. Lembrou-se de que falava com um sotaque provinciano.

        – Vamos pousar em Trantor pela manhã – respondeu o oficial.

        – Eu quis dizer que queria vê-lo do espaço.

        – Ah. Desculpe, meu rapaz. Se isto aqui fosse um iate espacial, poderíamos dar um jeito. Mas estamos descendo voltados para o sol. Você não gostaria de ficar cego, queimado e cheio de cicatrizes de radiação ao mesmo tempo, gostaria?

        Gaal começou a se afastar.

        O oficial disse, atrás dele:

        – De qualquer maneira, Trantor seria apenas uma mancha cinza, garoto. Por que é que você não faz uma excursão espacial assim que chegar lá? São bem baratinhas.

        Gaal olhou para trás.

        – Muito obrigado.

        Era infantil se sentir decepcionado, mas a infantilidade é uma coisa que acontece quase tão naturalmente a um homem quanto a uma criança, e Gaal sentiu um nó na garganta. Ele nunca vira Trantor se descortinando em toda a sua incredibilidade, grande como a vida, e não imaginara que teria de esperar mais ainda para isso.

ASIMOV, Isaac. Fundação. Tradução Fabio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2009, p. 12-15.

Fonte: Língua Portuguesa – Programa mais MT – Ensino fundamental anos finais – 9° ano – Moderna – Thaís Ginícolo Cabral. p. 14-19.

Entendendo o texto:

01 – Retome as hipóteses que você levantou na subseção Antes de ler:

a)   Converse com seus colegas e o professor sobre como você imaginou a viagem das pessoas de um planeta a outro no futuro e sobre como o livro descreve a viagem de Gaal.

Resposta pessoal do aluno.

b)   Que hipóteses você levantou sobre o título da primeira parte do livro? Com base na leitura da 1ª parte do texto, é possível deduzir o conceito de psico-historiador?

Resposta pessoal do aluno.

02 – Nessa edição do texto, os editores trocaram as palavras Superespaço e Supervídeo, tal como foram escritas originalmente pelo autor, por Hiperespaço e Hipervídeo. O que justificaria essa troca?

      A troca feita pelos editores se justificaria pelo fato de tornar o texto mais acessível ao maior número possível de leitores de hoje em dia.

03 – Antes de lermos o Capítulo 1, encontramos um hipertexto, um texto que antecede a leitura do início da história. Como ele foi organizado e o que revela ao leitor?

      Esse hipertexto está organizado em forma de verbete, no caso da “Enciclopédia Galáctica” e faz a ambientação da história para o leitor, apresentando dois de seus principais personagens, o jovem Gaal Dornick e o misterioso cientista Hari Seldon.

04 – Enquanto lemos o primeiro capítulo, vamos, pouco a pouco, conhecendo um dos principais personagens do romance, o jovem Gaal Dormick. Que informações obtemos sobre ele no início dessa leitura?

      Gaal é retratado como um jovem pesquisador caipira que vive em Synnax, astro que orbita uma estrela na periferia da Corrente Azul, longe, portanto, dos grandes centros da Galáxia; encontra-se apreensivo por fazer uma viagem até Trantor, considerado a sede do Império que comandava vinte e cinco milhões de planetas habitados na Galáxia. Também informa que ele faz uma pesquisa de doutorado sobre a movimentação de meteoros e que ele parece estar ansioso com a viagem feita pelo espaço, com um pouco de medo do que pode ocorrer no caminho e apreensivo sobre o misterioso e vasto Projeto Seldon.

05 – Ao longo do primeiro capítulo da saga Fundação, há menção a diferentes cenários espaciais. Quais são? Eles existem de fato ou foram criados pelo autor do livro?

      Trantor, a sede do Império Galáctico; Synnax, o local de onde Gaal veio; e a Corrente Azul, além de diversas referências a nebulosas. Esses lugares são fictícios.

06 – Um aspecto fascinante das narrativas de ficção científica é a descrição de cenários intergalácticos ou futuristas que não existem, mas podemos imaginar quando lemos essas histórias. Em que parte do trecho essa descrição é feita pelo narrador quando Gaal chega a Trantor?

      Quando Gaal chega a Trantor, o narrador descreve o que ele vê do espaço pela janela da nave da seguinte forma:

“[...] era aquela primeira visão de Trantor. Ele ficou espreitando o Mirante. As persianas de aço eram erguidas em momentos anunciados e ele estava sempre ali, observando o brilho forte das estrelas, apreciando o incrível enxame nebuloso de um aglomerado estelar, como um gigantesco enxame de vaga-lumes apanhados em pleno voo e paralisados para sempre.  Em um momento havia a fumaça fria, azul-embranquecida de uma nebulosa gasosa a cinco anos-luz da nave, espalhando-se pela janela como leite, preenchendo o aposento com um tom gelado, e desaparecendo de vista duas horas depois, após outro Salto.

        A primeira visão do sol de Trantor foi a de uma partícula dura e branca totalmente perdida dentro de uma miríade de outras, e reconhecível somente porque fora apontada pelo guia da nave. As estrelas eram espessas, ali no centro galáctico. Mas, a cada Salto, ele brilhava mais, superando o resto, fazendo com que elas empalidecessem e reduzissem o brilho.”

07 – Ao fazer sua viagem, Gaal realiza uma espécie de Salto no hiperespaço que possibilita uma viagem com tranquilidade entre regiões distantes umas das outras por diversos anos-luz. O que seria a velocidade da luz? É possível, hoje, realizarmos viagens como essa?

      A medida de anos-luz faz referência à distância percorrida pela luz durante um ano, ou seja, à velocidade de 300 mil km/s, maneira como se organiza a velocidade da luz. A luz das estrelas, para chegar à Terra, por exemplo, viaja cerca de 300.000 km por segundo. Asimov retrata um futuro distante em que o ser humano poderá realizar viagens com essa velocidade naturalmente, o que ainda hoje é impossível.

08 – Por que Gaal é descrito pelo narrador e pelo funcionário da nave como um caipira?

      O termo caipira geralmente carrega um sentido pejorativo e preconceituoso, ligado à falta de refinamento ou de informação. Na obra Fundação, Trantor é o centro de um Império intergaláctico num futuro em que a raça humana colonizou quase toda a galáxia. Por viver longe do centro do império e não estar acostumado com viagens espaciais, Gaal é retratado pelo narrador e por esse personagem como um caipira. Isso também fica evidenciado no trecho em que Gaal pede ao oficial que o deixe no Mirante para observar Trantor, mas este o alerta sobre a questão do Sol, que pode queimá-lo, e o informa da possibilidade de uma excursão “baratinha”.

 

 

ARTIGO EXPOSITIVO: MAPA DA VIOLÊNCIA 2014: TAXA DE HOMICÍDIOS É A MAIOR DESDE 1980 - DEMETRIO WEBER E ODILON RIOS - COM GABARITO

 Artigo expositivo: Mapa da violência 2014: taxa de homicídios é a maior desde 1980

Número de assassinatos cresceu 7,9% no país entre 2011 e 2012

Por Demetrio Weber e Odilon Rios

27/05/2014 - 00:01

        BRASÍLIA E ALAGOAS – O Brasil registrou em 2012 o maior número absoluto de assassinatos e a taxa mais alta de homicídios desde 1980. Nada menos do que 56.337 pessoas foram mortas naquele ano, num acréscimo de 7,9% frente a 2011. A taxa de homicídios, que leva em conta o crescimento da população, também aumentou 7%, totalizando 29 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes. É o que revela a mais nova versão do Mapa da Violência, que será lançada nas próximas semanas com dados que vão até 2012.

        O levantamento é baseado no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que tem como fonte os atestados de óbito emitidos em todo o país. O autor do mapa, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diz que o sistema do Ministério da Saúde foi criado em 1979 e que produz dados confiáveis desde 1980. As estatísticas referentes a homicídios em 2012, portanto, são recordes dentro da série histórica do SIM.

        — Nossas taxas são 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Isso marca o quanto ainda temos que percorrer para chegar a uma taxa minimamente civilizada — destaca o sociólogo.

        Para Waiselfisz, o Brasil vive um “equilíbrio instável”, em que alguns estados obtêm avanços, mas outros tropeçam. Os dados mais recentes mostram que apenas cinco unidades da federação conseguiram reduzir suas taxas de homicídios de 2011 para 2012. Dois deles — Rio de Janeiro e Espírito Santo — se mantiveram praticamente estáveis, com quedas de 0,3% e 0,4%, respectivamente. Os outros três foram Alagoas, com retração de 10,4%; Paraíba, com 6,2%, e Pernambuco, com 5,1%. Ainda assim eles continuam entre os dez estados com maiores taxas de homicídio do país.

        São Paulo apareceu na outra ponta. Entre 2011 e 2012, registrou alta de 11,3%, mas segue ainda com a segunda menor taxa do país. Considerando um período maior, de dez anos entre 2002 e 2012, os dados de São Paulo ainda são positivos, pois houve queda de 60% em sua taxa. Nesse mesmo período, o índice do Rio caiu 50%. Na média brasileira, a alta nesses dez anos foi de 2,1%. Para o sociólogo, a análise desses dados comprova que esses dois estados tiveram êxito em suas ações de Segurança Pública, mas que ainda é preciso fazer ajustes.

        — Não se pode dizer que o ano de 2012 seja uma tendência, mas é preocupante. As ações pontuais na área de Segurança Pública estão mostrando seus limites. Sem reformas estruturais que mexam no sistema penitenciário e no modelo obsoleto de Polícia Civil e Militar, não conseguiremos resolver o problema. E aí, sim, a tendência vai ser de alta — afirma Waiselfisz.

        O sociólogo destaca ainda que a onda de violência migrou das capitais para o interior, na esteira de novos polos de crescimento econômico. Segundo Waiselfisz, as taxas de assassinatos em capitais e grandes municípios diminuíram 20,9%, no período de 2003 a 2012, enquanto as de municípios menores cresceram 23,6%.

        Líder em violência e cobaia do plano federal Brasil Mais Seguro, Alagoas acumula 64,6 assassinatos por 100 mil habitantes. De janeiro a abril deste ano, 820 pessoas foram assassinadas (contra 765 ano passado). O secretário de Defesa Social alagoano, Diógenes Tenório, informou que só comentará os dados após a publicação do Mapa. Uma das propostas para combater o crime é a parceria da Polícia Militar com projetos sociais de redução do consumo de drogas. Segundo a secretaria, 70% dos homicídios têm a droga como pano de fundo. Outra ação é o reforço no policiamento em áreas críticas.

        A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também informou que não comentaria o estudo por não ter tido acesso aos dados. No entanto, lembra que, em 2012, sua taxa de homicídios foi de 11,53 para cada 100 mil habitantes, na época, a mais baixa do país.

WEBER, Demetrio; RIOS, Odilon. Mapa da Violência 2014: taxa de homicídios é a maior desde 1980. Disponível em: http://oglobo.globo.com/brasil/mapa-da-violencia-2014-taxa-de-homicidios-a-maior-desde-1980-12613765#ixzz3V1iHk9bL. Acesso em: 13 abr. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 114-116.

Entendendo o artigo expositivo:

01 – O título da matéria menciona o “Mapa da Violência 2014”, entretanto, os dados apresentados vão até 2012. Explique por que isso acontece.

      Os dados que compõem o mapa vão até 2012, mas a pesquisa foi divulgada somente em 2014, provavelmente porque os dados precisaram ser analisados antes de sua publicação.

02 – Como foi feito o levantamento dos dados que compõem o “Mapa da Violência”?

      A partir dos atestados de óbito emitidos em todo o país, nos quais constam a causa da morte por homicídio.

03 – O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz afirma que o Brasil vive um “equilíbrio instável” no que se refere à taxa de homicídios. Considerando o contexto, esse equilíbrio é visto por ele como positivo ou negativo? Justifique.

      O sociólogo encara o equilíbrio como negativo, pois ele só existe porque, apesar de alguns estados terem melhorado, outros retrocederam. Além disso, a palavra “instável”, geralmente, denota algo negativo.

04 – Quais estados brasileiros conseguiram reduzir suas taxas de homicídios entre 2011 e 2012?

      Rio de Janeiro, Espírito Santo, Alagoas, Paraíba e Pernambuco.

05 – Sobre as taxas referentes a São Paulo, copie no caderno apenas a alternativa coerente com o texto:

a)   De 2011 a 2012, São Paulo esteve entre os estados com menor alta em homicídios.

b)   São Paulo, em dez anos, teve avanço na redução da taxa de homicídios. 

c)   São Paulo registrou queda de 60% na taxa de homicídios em dois anos.

06 – Segundo o sociólogo, o que deveria ser feito para resolver o problema na área da segurança pública?

      Segundo ele, é necessário reformar o sistema penitenciário e o modelo atrasado das políticas Civil e Militar.

07 – Releia as informações deste trecho e responda às questões seguintes:

        Líder em violência e cobaia do plano federal Brasil Mais Seguro, Alagoas acumula 64,6 assassinatos por 100 mil habitantes. De janeiro a abril deste ano, 820 pessoas foram assassinadas (contra 765 ano passado). O secretário de Defesa Social alagoano, Diógenes Tenório, informou que só comentará os dados após a publicação do Mapa. Uma das propostas para combater o crime é a parceria da Polícia Militar com projetos sociais de redução do consumo de drogas. Segundo a secretaria, 70% dos homicídios têm a droga como pano de fundo. Outra ação é o reforço no policiamento em áreas críticas.”

a)   O trecho informa que Alagoas foi usada como “cobaia” do plano federal Brasil Mais Seguro. Ao utilizar esse termo, fica implícito um posicionamento favorável ou contrário ao plano em questão?

A escolha do termo mostra que está implícito um posicionamento crítico ao plano, já que o termo “cobaia” é pejorativo, referindo-se a uma experiência e não à execução prática de um plano de resolução. 

b)   De acordo com o trecho, quais são as principais ações a serem seguidas para reduzir as mortes por homicídios em Alagoas?

Uma ação é a parceria entre a Polícia Militar e projetos sociais de redução do consumo de drogas, a outra é o reforço no policiamento em áreas críticas. 

c)   Qual é a importância de expor no texto o dado de que “70% dos homicídios têm a droga como pano de fundo”?

Esse número comprova a importância da parceria entre a PM e os projetos sociais, já que as drogas foram apontadas como uma das principais causas de assassinato.

08 – Em sua opinião, qual é a importância para a sociedade de pesquisas como o Mapa da Violência?

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Após a leitura do texto deste capítulo, responda: Você se sente próximo ou distante de situações de violência?

      Resposta pessoal do aluno.

     

 

terça-feira, 28 de setembro de 2021

CRÔNICA: ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE - RACHEL DE QUEIROZ - COM GABARITO

 Crônica: Assim caminha a humanidade

            Rachel de Queiroz 

        Há muito que penso nisso e muitas pessoas devem ter pensado a mesma coisa. Mas ninguém fala, ninguém diz nada. Por que, não o sei. Trata-se do automóvel. Essa maravilha mecânica, o veículo revolucionário que acabou com os carros de tração animal e expulsou o trem urbano para os longos percursos.

        E agora esse totem da nossa era, o AUTOMÓVEL, também chega ao seu fim, transforma-se num veículo obsoleto. Não serve mais. A finalidade a que se destinava, nas áreas urbanas: transporte individual, rápido, seletivo, perdeu o sentido.

        Você, hoje, para transpor alguns poucos mil metros, da sua casa para o centro, leva o mesmo tempo que gastaria se fosse caminhando a pé. As ruas de todas as cidades do mundo [...] vivem atravancadas por essas tartarugas ninjas, andando a passo de – sim, de tartaruga mesmo, cada uma ocupando um espaço que vai de 10 a 12 metros quadrados e transporta na sua grande maioria só uma ou duas pessoas, no máximo três, se houver o motorista.

        Arrogante. Nas suas janelas de cristal, na pintura luzidia, nos metais polidos, o automóvel é, acima de tudo, um monstro de egoísmo. A área que ele exige para si, na via pública, em vez de dois personagens lhe ocupando os assentos, daria para, no mínimo, três bancos de três pessoas, folgadamente instaladas. [...]

        É, temos de livrar as ruas disso que Macunaíma chamava "a máquina veículo automóvel". O carro puxado a cavalos também não desapareceu, por obsoleto? Hoje nem a rainha da Inglaterra o emprega, prefere os seus reluzentes Rolls Royces. Tal como não se podia mais suportar o atropelo e sujeira dos cavalos, das lerdas carruagens do fim do século 19, assim também o automóvel acabou.

        Há que substituí-lo por um transporte coletivo de qualidade, rápido, limpo, confortável. Metrôs, ou mesmo grandes veículos de superfície, sei lá. A cabeça dos técnicos já deve estar trabalhando, a dos urbanistas, a dos chamados cientistas sociais.

        [...]

         Quem sabe vai-se recorrer ao transporte aéreo, grandes helicópteros que seriam como ônibus voadores, pousando em heliportos arranjados nos tetos dos grandes edifícios? Não sei… Porque logo apareceriam helicópteros particulares, cada executivo teria o seu, de luxo, importado. O que, aliás, já está acontecendo. Eu mesma já viajei num desses, a convite de um amigo.

        Ou será que os engarrafamentos vão continuar por mais anos e anos, como os assaltos, os sequestros, os meninos de rua, as favelas e demais desgraças dos grandes ajuntamentos urbanos? Então a solução seria acabar mesmo com os próprios grandes ajuntamentos urbanos. Voltar todo mundo a se espalhar pelo campo, só procurando os centros quando a natureza do seu trabalho o exigisse.

        Até que o campo se deteriorasse também – já que esse é o destino do homem sobre a terra: acabar com tudo de bom e bonito que a natureza para ele criou.

 QUEIROZ, Rachel. Deixa que eu conto. São Paulo: Global, 2003.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 108-10.

Entendendo a crônica:

01 – O título do texto é “Assim caminha a humanidade”. A que se refere o texto?

      Provavelmente a alguma coisa que faz parte do dia a dia dos seres humanos, mas em direção ao futuro.

02 – Lendo apenas os trechos destacados no texto e associando-os à leitura do título, pense e responda:

a)   Provavelmente, o texto é predominantemente descritivo, narrativo ou argumentativo? Como você chegou a essa resposta?

Predominantemente argumentativo, pois se desenvolve defendendo uma ideia.

b)   O tom do texto em relação às atitudes humanas deve ser mais otimista ou pessimista? O que o fez pensar assim?

Pessimista. Sugestão: Foi escrito nos trechos destacados, por exemplo: “Mas ninguém fala, ninguém diz nada”.

03 – A cronista afirma que o automóvel não serve mais à finalidade a que se destinava. Por quê? Qual era a finalidade original do automóvel?

      Porque ele devia ser um transporte prático e rápido para distâncias maiores, urbanas. Como as ruas estão cheias demais, congestionadas, o automóvel não consegue mais se deslocar com rapidez.

04 – Observe que o texto tem dez parágrafos:

·        No primeiro parágrafo, apresenta-se o assunto da crônica: o automóvel e o trânsito caótico dos centros urbanos.

·        No segundo parágrafo, a crônica apresenta uma opinião: o automóvel vai acabar.

·        No terceiro e no quarto parágrafos, comenta-se o que é o carro, hoje, e o enorme problema do trânsito urbano.  

            a)   De que tratam os parágrafos quinto ao oitavo? Explique resumidamente.

Nesses parágrafos, a cronista discute alternativas e possibilidades, em contraste com a situação atual, para que se escape ao caos que os carros trouxeram aos grandes centros urbanos.

b)   A que conclusão a cronista chega nos dois últimos parágrafos?

Ela constata o que pode acontecer se não se fizer nada a respeito desse problema, assim como se não se fizer nada com relação aos estragos que os seres humanos provocam no mundo em que vivem.

05 – Releia o último parágrafo e identifique qual é a opinião da cronista sobre as ações humanas, de maneira geral.

      Ela acha que o ser humano não sabe conservar o que é bom e viver bem, porque cada um pensa apenas em si mesmo e não no planeta, no seu ambiente.

06 – Você concorda com a opinião da cronista? Justifique sua resposta de maneira convincente, dando pelo menos dois argumentos que confirmem sua opinião.

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Qual é a ideia central do texto? Resuma, em apenas um parágrafo, a mensagem principal da crônica.

      A ideia central é a situação incoerente em que se encontra o ser humano: o desenvolvimento tecnológico, que deveria beneficiar a todos, traz prejuízos à natureza e às pessoas. Como é o caso do automóvel, que veio para facilitar o transporte, por ser mais rápido e mais confortável para longas distâncias, mas se tornou um empecilho urbano, pois ocupa muito espaço, leva poucas pessoas e, em vez de facilitar, dificulta a locomoção dentro dos grandes centros urbanos.

08 – Que sentimentos a crônica desperta no leitor? Em seu caderno, copie dois trechos que justifiquem sua resposta.

      Possibilidades: amargura, decepção, pessimismo. “[...] este é o destino do homem sobre a Terra: acabar com tudo de bom e bonito que a natureza para ele criou”; “Ou será que os engarrafamentos vão continuar por mais anos e anos, como os assaltos, os sequestros, os meninos de rua, as favelas e demais desgraças dos grandes ajuntamentos urbanos? Então a solução seria acabar mesmo com os próprios grandes ajuntamentos urbanos.”

09 – Justifique o título da crônica, explicando que sentidos podemos atribuir a ele.

      O título exprime ironicamente certo conformismo ao constatar que o destino da humanidade é caminhar para uma situação pior que a que tinha antes, porque destrói seu ambiente. O título também se refere ao modo como “se caminha” nas grandes cidades: os carros, que deveriam agilizar a locomoção das pessoas, congestionam as ruas e por isso todos andam muito devagar.

 

CONTO: O VAGABUNDO NA ESPLANADA - MANUEL DA FONSECA - COM GABARITO

 CONTO: O Vagabundo na Esplanada

              Manuel da Fonseca

        A surpresa, de mistura com um indefinido receio e o imediato desejo de mais acautelada perspectiva de observação, levava os transeuntes a afastarem-se de esguelha para os lados do passeio.

        Pela clareira que se abria, o vagabundo, de mãos nos bolsos das calças, vinha, despreocupadamente, avenida abaixo.

        Cerca de cinquenta anos, atarracado, magro, tudo nele era limpo, mas velho e cheio de remendos. Sobre a esburacada camisola interior, o casaco, puído nos cotovelos e demasiado grande, caía-lhe dos ombros em largas pregas, que ondulavam atrás das costas ao ritmo lento da passada. Desfiadas nos joelhos, muito curtas, as calças deixavam à mostra as canelas, nuas, finas de osso e nervo, saídas como duas ripas dos sapatos cambados. Caído para a nuca, copa achatada, aba às ondas, o chapéu semelhava uma auréola alvacenta.

        Apesar de tudo isso, o rosto largo e anguloso do homem, de onde uns olhos azuis-claros irradiavam como que um sorriso de luminosa ironia e compreensivo perdão, erguia-se, intacto e distante, numa serena dignidade.

        Era assim, ao que se via, o seu natural comportamento de caminhar pela cidade.

        Alheado, mas condescendente, seguia pelo centro do passeio com a distraída segurança de um milionário que obviamente se está nas tintas para quem passa. Não só por educação mas também pelo simples motivo de ter mais e melhor em que pensar.

        O que não sucedia aos transeuntes. Os quais, incrédulos ao primeiro relance, se desviavam, oblíquos, deambulante causa do seu espanto. E à vista do que lhes parecia um homem livre de sujeições, senhor de si próprio em qualquer circunstância e lugar, logo, por contraste, lhes ocorriam todos os problemas, todos os compadrios, todas as obrigações que os enrodilhavam. E sempre submersos de prepotências, sempre humilhados e sempre a fingir que nada disso lhes acontecia.

        Num instante, embora se desconhecessem, aliava-os a unânime má vontade contra quem tão vincadamente os afrontava em plena rua. Pronta, a vingança surgia. Falavam dos sapatos cambados, do fato de remendos, do ridículo chapéu. Consolava-os imaginar os frios, as chuvas e as fomes que o homem havia de sofrer. No entanto, alguém disse:

        -- Vê-se com cada sujeito.

        Um senhor vestido de escuro, de pasta negra e luzidia, colocada ostensivamente ao alto e bem segura sobre o braço arqueado, murmurou azedamente:

        -- Que benefício trará tal criatura à sociedade?

        -- Devia ser proibido que gente desta [classe] andasse pelas ruas da cidade – murmurou, escandalizada, uma velha senhora a outra velha senhora de igual modo escandalizada. E assim, resmungando, se dispersavam, cada um às suas obrigações, aos seus problemas. Sem dar por tal, o homem seguia adiante.

        Junto dos Restauradores, a esplanada atraiu-lhe a atenção. De cabeça inclinada para trás, pálpebras baixas, catou pelos bolsos umas tantas moedas, que pôs na palma da mão. Com o dedo esticado, separou-as, contando-as conscienciosamente. Aguardou o sinal de passagem, e saiu da sombra dos prédios para o Sol da tarde quente de Verão.

        A meio da esplanada havia uma mesa livre. Com o à vontade de um frequentador habitual, o homem sentou-se.

        Após acomodar-se o melhor que o feitio da cadeira de ferro consentia, tirou os pés dos sapatos, espalmou-os contra a frescura do empedrado, sob o toldo. As rugas abriram-lhe no rosto curtido pelas soalheiras um sorriso de bem-estar.

        Mas o fato e os modos da sua chegada haviam despertado nos ocupantes da esplanada, mulheres e homens, uma turbulência de expressões desaprovadoras. Ao desassossego de semelhante atrevimento sucedera a indignação.

        Ausente, o homem entregava-se ao prazer de refrescar os pés cansados, quando um inesperado golpe de vento ergueu do chão a folha inteira de um jornal, e enrolou-lha nas canelas. O homem apanhou-a, abriu-a. Estendeu as pernas, cruzou um pé sobre o outro.

Céptico, mas curioso, pôs-se a ler.

        O facto, de si tão discreto, pareceu constituir a máxima ofensa para os presentes. Franzidos, empertigaram-se, circunvagando os olhos, como se gritassem: “Pois, não há um empregado que venha expulsar daqui este tipo!”. Nas caras, descompostas pelo desorbitado melindre, havia o que quer que fosse de recalcada, hedionda raiva contra o homem mal vestido e tranquilo, que lia o jornal na esplanada.

        Um rapaz aproximou-se. Casaco branco, bandeja sob o braço, muito senhor do seu dever. Mas, ao reparar no rosto do homem, tartamudeou:

        -- Não pode...

        E calou-se. O homem olhava-o com benevolência.

        -- Disse?

        -- É reservado o direito de admissão – tornou o rapaz, hesitando. – Está além escrito.

        Depois de ler o dístico, o homem, com a placidez de quem, por mera distração, se dispõe a aprender mais um dos confusos costumes da cidade, perguntou:

        -- Que direito vem a ser esse?

        -- Bem... – volveu o empregado. – A gerência não admite... Não podem vir aqui certas pessoas.

        -- E é a mim que vem dizer isso?

        O homem estava deveras surpreendido. Encolhendo os ombros, como quem se presta a um sacrifício, deu uma mirada pelas caras dos circunstantes. O azul-claro dos olhos embaciou-se-lhe. – Talvez que a gerência tenha razão – concluiu ele, em tom baixo e magoado. – Aqui para nós, também me não parecem lá grande coisa. – O empregado nem podia falar.

        Conciliador, já a preparar-se para continuar a leitura do jornal, o homem colocou as moedas sobre a mesa, e pediu, delicadamente:

        -- Traga-me uma cerveja fresca, se faz favor. E diga à gerência que os deixe ficar. Por mim, não me importo.

FONSECA, Manuel da. Tempo de Solidão. Lisboa: Editorial Caminho, 1985.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 15-18.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, quais são os significados das palavras abaixo:

·        Alvacento: esbranquiçado, quase branco.

·        Cambado: gasto de forma desigual na sola e no salto.

·        Deambulante: que caminha sem direção determinada.

·        Dístico: letreiro, placa.

·        Embaciar: obscurecer, embaçar.

·        Enrodilhar: envolver.

·        Esplanada: terreno plano, largo, extenso, situado em frente a um edifício importante.

·        Estar nas tintas: assumir uma atitude de despreocupação, indiferença.

·        Melindre: sentimento de vergonha; pudor, recato, escrúpulo.

·        Soalheira: exposição aos raios solares.

02 – Em quanto tempo você acha que a história se desenvolve? Justifique sua resposta.

      A história pode ter durado entre 20 minutos e 1 hora, pois o homem desce a rua, entra no estabelecimento e logo um empregado se aproxima para falar com ele.

03 – Qual é o ambiente em que a história acontece?

      A história inicia-se em uma rua do centro da cidade e, depois, o personagem principal entra em um estabelecimento, que parece ser um restaurante ou um bar.

04 – Como podemos caracterizar o narrador de “O vagabundo na esplanada”? Justifique sua resposta.

      A narração é feita em terceira pessoa e o narrador não participa da história, é narrador-observador, mas mostra total adesão ao protagonista da história.

05 – Identifique o conflito do conto “O Vagabundo na Esplanada” e explique de que maneira ele foi solucionado. Você pode transcrever trechos do texto para justificar sua resposta.

      O conflito contrapõe o comportamento do vagabundo e a reação das pessoas que o julgam indigno de conviver com elas pela aparência e pelo comportamento que ostenta. A solução para o conflito vem do próprio vagabundo, que, em vez de se sentir constrangido com a abordagem do garçom, se porta como se coubesse a ele a decisão sobre a permanência das pessoas no local. Assim, mesmo assustado com as condições morais daquela gente, ele as perdoa e concede a elas a permissão de lá ficarem.

06 – Releia o trecho a seguir:

        “Alheado, mas condescendente, seguia pelo centro do passeio com a distraída segurança de um milionário que obviamente se está nas tintas para quem passa. Não só por educação mas também pelo simples motivo de ter mais e melhor em que pensar.

        O que não sucedia aos transeuntes. Os quais, incrédulos ao primeiro relance, se desviavam, oblíquos, deambulante causa do seu espanto. [...]”.

a)   O que esse trecho revela a respeito do personagem?

O personagem não percebe nem se incomoda com os comentários alheios a seu respeito.

b)   É possível afirmar que há ironia quando o narrador diz que o personagem tinha “mais e melhor em que pensar”. Por quê?

A ironia é do próprio narrador em relação à postura dos transeuntes. O narrador acaba tomando uma posição a favor do vagabundo ao sugerir que os outros transeuntes não tinham nada de muito importante em que pensar, além de manifestar o preconceito, o que torna o vagabundo superior em relação aos demais.

07 – No que diz respeito à descrição que o narrador faz dos transeuntes, transcreva o trecho que revela o preconceito destes em relação ao personagem.

        “Num instante, embora se desconhecessem, aliava-os a unânime má vontade contra quem tão vincadamente os afrontava em plena rua. Pronta, a vingança surgia. Falavam dos sapatos cambados, do fato de remendos, do ridículo chapéu. Consolava-os imaginar os frios, as chuvas e as fomes que o homem havia de sofrer.”

08 – Releia este outro trecho.

        “A meio da esplanada havia uma mesa livre. Com o à vontade de um frequentador habitual, o homem sentou-se.”

a)   O que o comportamento do personagem revela sobre o modo como ele mesmo se via?

O trecho revela que o personagem se via como qualquer outro frequentador da esplanada, não tendo nenhum receio de se sentar com aqueles que se julgam superiores a ele.

b)   A expressão “à vontade” é geralmente empregada como adjunto adverbial. Qual é a novidade quanto ao uso dessa expressão nesse texto?

Ela foi empregada como substantivo, para nomear os modos do personagem.

09 – No desfecho do conto, acontece a inclusão ou a exclusão do personagem? Quem é responsável por isso?

      Acontece a inclusão do personagem. O próprio vagabundo é responsável por sua inclusão, pois se considera digno de frequentar um restaurante ou bar que, aparentemente, é frequentado por pessoas de nível social diferenciado.

10 – Transcreva a afirmativa que caracteriza adequadamente o conto “O vagabundo na esplanada”.   

a)   Narrativa longa, em prosa, com muitos capítulos. Em cada capítulo, surgem personagens secundários que giram em torno de um personagem principal.

b)   Narrativa breve, em prosa. Apresenta linguagem em que estão condensadas a força da expressão e a pluralidade de significados. Permite que o leitor faça a própria interpretação dos fatos narrados.

c)   Texto poético, do tipo geralmente publicado em jornais e revistas. Mistura linguagem verbal e visual e conta uma história real, cotidiana.