terça-feira, 12 de novembro de 2019

CRÔNICA: GODÓ - PEDRO BLOCH - COM QUESTÕES GABARITADAS

CRÔNICA: Godó
       
   Pedro Bloch

        Naquele momento Marianete chega pra perto de Godó.
        -- Godó!
        -- Marianete!
        -- Você, hoje, está com uma carinha muito triste. Que foi?
        -- É que eu pensei que tinha encontrado meus pais.
        -- E não encontrou? – fez a bailarina.
        -- Não eram eles. Estive pensando. Pensar, às vezes, é triste. Mas é boniiito!
        -- Pensando em quê?
        -- Eu queria ser igual a todo mundo. Ter cara de gente.
        -- E você não tem?
        Godó baixa a cabeça grande:
        -- Minha cara não é cara. É careta.
        Marianete, que o olha com olhos de carinho, nem quer ouvir aquilo:
        -- Que é isso, Godó? Uma cara linda!
        -- Não debocha. Você, não.
        -- É, sim. Juro. É uma cara toda enfeitada.
        -- Enfeitada de feiúra, né? – faz Godó.
        -- Enfeitada de bem-querer. Cheia de benquerença.
        -- Você acha?
        -- Pelo mais sagrado.
        -- E você era capaz de, um dia, gostar de mim... um anão?
        -- Você não é anão. É menino. E, mesmo que fosse!
        -- Você sabe que eu nem ser ler?
        -- Aprende, ué! Deixe de inventar defeito, tá?
        -- Você me ensina?
        -- É pra logo. Perfeito. Esse lance de escrever é muito fácil.
        Godó está cheio de lágrimas de gratidão:
        -- Oh, Marianete!
        Pegou a mãozinha dela e botou, junto do coração dele, para que ela visse como batia depressa.
        Coração também faz mágica, ué!
         Godó – o bobo alegre. Pedro Bloch.
Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série - Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p.101-3.
Entendendo o texto:

01 – Como podemos classificar o texto? Justifique sua resposta.
      É uma narração em 3ª pessoa com diálogo.

02 – Godó fica triste por não ter encontrado seus pais, como imaginava. Essa tristeza faz com que ele fique pensativo.
a)   O que pensa Godó?
Godó pensa que gostaria de ser igual a todo mundo. Ter cara de gente.

b)   Por que esse acontecimento provoca esse pensamento em Godó?
Porque ele é órfão, sente-se carente, rejeitado.

c)   Existe, portanto, uma relação entre o fato de Godó não ter encontrado seus pais e o seu pensamento. Que relação é essa?
Causa e consequência.

03 – “Pensar, às vezes, é triste. Mas é boniiito!”.
a)   Qual o efeito da repetição do i em boniiito?
Faz com que seu som seja prolongado na leitura.

b)   Nessas frases, há duas afirmações:
Pensar é triste. / Pensar é bonito.
A tristeza é, em geral, associada à beleza?
Não.

c)   Qual seria então a função de mas nesse caso?
Abrir uma exceção na associação entre tristeza e beleza. Mas, apesar de ser triste, é bonito.

d)   E, afinal, para Godó, pensar é triste ou é bonito?
Para ele, A tristeza, não diminui a beleza do ato de pensar. Por isso, é as duas coisas.

04 – “Minha cara não é cara. É careta”. Qual a diferença entre cara e careta?
      Cara: rosto; Careta: contração muscular; máscara.

05 – Godó enxerga a si mesmo de uma maneira e Marianete enxerga-o de outra forma.
a)   Como Godó descreve a si mesmo?
Considera-se um anão, com cara de careta, cabeça grande, cara enfeitada de feiúra, analfabeto.

b)   Como Marianete enxerga Godó?
Um menino com uma cara linda, toda enfeitada de bem-querer, cheia de benquerença.

c)   O que você acha: o espelho de Godó está com defeito ou Marianete não enxerga bem? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal do aluno.

06 – “Não debocha. Você não.”
a)   Por que Godó não queria que Marianete debochasse dele?
Porque, como a conclusão do texto torna evidente, Godó gosta de Marianete.

b)   O que a frase indica sobre a relação de Godó com as outras pessoas?
Que outras pessoas debochavam dele por alguma razão.

c)   Para Godó, a opinião de outras pessoas a seu respeito é tão importante quanto a de Marianete?
A frase permite concluir que a opinião de Marianete é mais importante para Godó do que a opinião das outras pessoas.

07 – O que Marianete deseja transmitir para Godó na frase “Enfeitada de bem-querer. Cheia de benquerença?
      Uma cara de amor, mesmo quando pintada de palhaço.

08 – “Pelo mais sagrado”.
a)   Qual o significado de sagrado? Consulte o dicionário.
Relativo ou inerente a Deus, à religião, ao culto ou aos ritos; santo.

b)   Com base na resposta do item a, responda: Qual o significado da afirmação de Marianete?
Para garantir a Godó que realmente acha a cara do amigo linda, Marianete fala em nome de tudo o que é sagrado, ou seja, relativo a Deus, à religião.

09 – Em “E você era capaz de um dia gostar de mim... um anão?”, há uma pergunta e uma afirmação.
E você era capaz de gostar de mim que sou um anão?
                     Pergunta                              Afirmação

a)   Qual a função das reticências nessa frase?
Unir pergunta e afirmação.

b)   Que efeito causa a utilização desse recurso?
Causa um suspense antes que Godó anuncie aquilo que, para ele, é um defeito. Marca a dificuldade de Godó em anunciar sua característica.

10 – “Você sabe que eu nem sei ler?”
a)   Qual o significado de nem no texto?
Sequer, ao menos.

b)   Se substituíssemos nem por não, haveria mudança de sentido? Justifique sua resposta.
Sim. O emprego do nem, neste caso, indica que não saber ler é apenas mais um dos defeitos que Godó se atribui.

11 – Substitua a palavra lance por uma outra palavra ou expressão sem alterar o significado da frase. “Esse lance de escrever é muito fácil”.
      Escrever é muito fácil; a tarefa de escrever; o ato de escrever.

12 – A linguagem do diálogo é coloquial. Identifique os significados das palavras destacadas em itálico.
a)   “Enfeitada de feiúra, né?”
Não é? Marcador conversacional que expressa um pedido de confirmação, de concordância.

b)   “Deixe de inventar defeito, tá?”
Tá, interjeição, o mesmo que “está bem?”. Expressa um pedido de concordância.

c)   “Aprende, ué!”
Ué, interjeição, exprime espanto, admiração.


domingo, 10 de novembro de 2019

POEMA: RODA NA RUA -CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: Roda na rua
             Cecília Meireles

Roda na rua
a roda do carro.

Roda na rua
a roda das danças.

A roda na rua
rodava no barro.

Na roda da rua
rodavam crianças.

O carro, na rua.
   Cecília Meireles. Poesia completa. Rio de Janeiro: Aguilar.
Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – Atual Editora -2002 – p. 94-5.

Entendendo o poema:

01 – Cada uma das estrofes do poema é formada por uma oração. Identifique o sujeito de cada oração.
      A roda do carro; a roda das danças; A roda; crianças, respectivamente.

02 – Em nossa língua, a ordem direta das orações é sujeito + predicado. Porém, isso nem sempre acontece, ou seja, às vezes o predicado antecede o sujeito. No poema, qual é a única oração que apresenta os termos na ordem direta?
      A roda na rua rodava no barro.

03 – Por que, em uma única situação, a forma verbal rodavam está no plural?
      Porque está concordando com o sujeito da oração, crianças, que está no plural.

04 – A poetisa emprega a palavra roda ora como verbo, ora como substantivo. Em que estrofes a forma roda é:
a)   Núcleo do sujeito?
Na 1ª, na 2ª e na 3ª estrofes.

b)   Núcleo do predicado?
Na 1ª e na 2ª estrofes.

05 – A palavra roda, como substantivo, apresenta mais de um sentido. Quais são esses sentidos?
      Parte do veículo, círculo formado por crianças que brincam de roda e o movimento das ruas, na expressão roda da rua, entre outras possibilidades.

06 – Na última estrofe, não foi empregado o verbo. Apesar disso, pelo sentido do verso, é possível imaginá-lo. Que verbo você imagina que esteja subentendido?
        Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É possível que seja o próprio verbo rodar, ou então estar ou ficar.

07 – Releia o poema em voz alta e perceba a sonoridade produzida pela repetição do som /R/. Que semelhança há entre esse som e o assunto do poema?
      A repetição do som /R/ sugere o barulho do motor do carro.

TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL - COM QUESTÕES GABARITADAS - CARTAZ


Cartaz sobre as drogas

01 – Esse cartaz é uma:
a)   Notícia.
b)   Charge.                                   
c) Publicidade.
d) Carta.

02 – O cartaz é um gênero textual cuja finalidade é informar as pessoas, sensibilizá-las sobre determinado assunto. O cartaz em estudo foi criado pelo cartunista Ziraldo, a pedido da Prefeitura do Rio de Janeiro.
a)   Qual é a finalidade desse cartaz?
Conscientizar as pessoas para que não usem drogas.

b)   Que tipo de público esse cartaz pretende atingir?
Os jovens.

c)   Considerando a entidade responsável pelo cartaz e a finalidade que se tem vista com ele, onde você acha que esse cartaz deve ser afixado para que atinja seu objetivo?
Em praças públicas, escolas, ônibus, etc.

03 – Os cartazes geralmente apresentam linguagem verbal (palavras) e visual (imagem). Responda com relação ao cartaz em estudo:
a)   O texto escrito é suficiente para transmitir a mensagem, mas a imagem ajuda. Por quê?
         (  ) Porque explica o texto.
         (X) Porque chama a atenção do leitor.

b)   Explique a relação existente entre a ilustração e o texto.
As flores dão a ideia de coisas boas, boas ideias, remetendo à vida sem drogas como uma vida boa, florida, com bons pensamentos.

04 – Explique o sentido do enunciado “Quem faz a sua cabeça é você”
      A ideia é que os jovens decidam os rumos de sua vida e não se deixem influenciar por outras pessoas, com ideias erradas, como o uso de drogas.

05 – O texto do cartaz está na linguagem:
(  ) Formal, pois segue as regras da gramática.
(X) Informal, pois faz uso de gíria.

06 – Analise o texto verbal do cartaz e responda: Por que foi usada a expressão “NÃO A DROGA”, quando geralmente se utiliza “Não à droga”?
      Porque é uma continuação da frase "Quem faz a sua cabeça é você, não a droga"



TEXTO: FUMO PASSIVO - COM QUESTÕES GABARITADAS

TEXTO: FUMO PASSIVO
Enem 2010
Texto I
        O chamado "fumante passivo" é aquele indivíduo que não fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros fumados ao seu redor. Até hoje, discutem-se muito os efeitos do fumo passivo, mas uma coisa é certa: quem não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros. O fumo passivo é um problema de saúde pública em todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas estão expostas à fumaça "de segunda mão", enquanto, nos Estados Unidos, 88% dos não fumantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo passivo é a terceira entre as principais causas de morte no país, depois do fumo ativo e do uso de álcool.
Disponível em: www.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (fragmento).


Texto II

01 – O Texto I é uma:
a) narração               
b) dissertação                      
c) charge       
d) notícia.

02 – Qual é o assunto do Texto I?
      O fumo passivo.

03 – Explique o que é um “fumante passivo”.
      É aquele que não fuma, mas respira a fumaça de outros fumantes.

04 – Que consequência o fumo passivo pode ter?
      A morte.

05 – Leia: “Quem não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros.” Você concorda com essa afirmação? Justifique.
      Resposta Pessoal do aluno (espera-se que a pessoa concorde com essa afirmação, por uma questão de bom senso).

06 – O fumo passivo ocupa a 3ª posição entre as principais causas de morte. O que mata mais que o fumo passivo?
      O fumo ativo e o álcool.

07 – O Texto II não possui palavras como o Texto I, mas também faz uma crítica ao fumo passivo. Explique a relação da imagem com o texto.
      Na imagem, a fumaça do fumante ativo está enforcando e matando o fumante passivo, a relação com o texto é que os dois mostram que o fumante passivo pode morrer por inalar a fumaça do fumante ativo.

08 – Os Textos I e II são:
a) divergentes                      
b) similares              
c) complementares  
d) contraditórios

09 – Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II procuram demonstrar que:
a)   A quantidade de cigarros consumidos por pessoa, diariamente, excede o máximo de nicotina recomendado para os indivíduos, inclusive para os não fumantes.
b)   Para garantir o prazer que o indivíduo tem ao fumar, será necessário aumentar as estatísticas de fumo passivo.
c)   Conscientização dos fumantes passivos é uma maneira de manter a privacidade de cada indivíduo e garantir a saúde de todos.
d)   Os não fumantes precisam ser respeitados e poupados, pois estes também estão sujeitos as doenças causadas pelo tabagismo.
e)   O fumante passivo não é obrigado a inalar as mesmas toxinas que um fumante, portanto depende dele evitar ou não a contaminação proveniente da exposição ao fumo.



HISTÓRIA EM QUADRINHOS - PREPOSIÇÕES - COM GABARITO


Preposições


01 – A charge não tem data, mas é possível saber em que dia ela provavelmente foi publicada. Que dia seria esse?
      15 de outubro.

02 – Como foi possível saber em que dia a charge foi publicada?
      Porque a menina está parabenizando a professora por seu dia e o dia do professor é dia 15 de outubro.


03 – Qual foi o presente dado pelo menino à professora?
      Uma moeda.

04 – A professora gostou do presente? Justifique com elementos textuais e não-textuais do texto.
      Sim, porque ela agradece e escorre uma lágrima de seu rosto.

05 – Essa charge mostra algo sobre a situação atual dos professores. Que situação é essa?
      Que os professores são mal remunerados.

06 – Releia a fala do menino: “Parabéns pelo seu dia, professora!”
a)   Nessa fala, há uma preposição. Que preposição é essa?
Pelo (preposição POR).

b)   Essa preposição foi usada na frase indicando:
Causa.

07 – A preposição POR (PELO / PELA) pode ser usada com outros sentidos. Indique nas frases a seguir se essa preposição indica meio, preço ou tempo:
a)   Comprei esse livro por R$ 5 reais.
Preço.

b)   Nós estudamos pela manhã.
Tempo.

c)   Enviei o convite pelo correio.
Meio.

CRÔNICA: BENA! BENA! VALEU A PENA? - PEDRO BLOCH - COM GABARITO

CRÔNICA: Bena! Bena! Valeu a pena?
         
  Pedro Bloch

             Eles eram três.
             Amigos paca.
             Bena, Bruno e Cláudio.
     Entravam na puberdade e naquela fase de tumulto, dúvidas e contradições. Acampavam juntos, juntos pescavam os peixes mais mentidos do mundo, juntos iam a festinhas para curtir um som, juntos faziam projetos. E riam juntos quando Bena, sempre desajeitado e desarrumado, a propósito de tudo, vinha com aquela:
        -- Será que vale a pena?
        Perguntava só por perguntar, porque, como diz o poeta, já sabemos que “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.
        E a alma dos três não tinha mais tamanho.
        Eles eram três.
        Amigos paca.
        Cláudio, Bruno e Bena.
        E bota amizade nisso!
                        Bena! Bena! Valeu a pena? Pedro Bloch.
Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 5ª Série - Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p.99.

Entendendo o texto:

01 – Explique o trecho: “... juntos pescavam os peixes mais mentidos do mundo...”.
      Peixes mentidos: inventados, maiores do que realmente eram.

02 – Você tem a sua turminha? O que costumam fazer juntos?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – O que e ser amigo?
      Amigo é ser por inteiro. É dar-se. É doar-se em todos os momentos.

04 – O poeta Fernando Pessoa disse que “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”. Você também pensa assim? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

05 – “E a alma dos três não tinha mais tamanho”. O que você conclui sobre os três amigos?
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os meninos tinham “espírito aberto”, “livre”, eram ricos interiormente.

06 – A gíria “amigos paca” quer dizer o quê?
      Muitos amigos.
     

MENSAGEM ESPÍRITA - SALÁRIOS - LIVRO PÃO NOSSO - EMMANUEL - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER -PARA REFLEXÃO

Salários

“E contentai-vos com o vosso soldo.” – João Batista. (Lucas, 3:14.)
A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão e de bom senso.
Muita gente se perde através de inextricáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida comum.
Operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja em mártires de representações e banquetes.
Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação de vencimentos.
Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro dos imperscrutáveis Desígnios.
Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros divinos.
Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranquilo.
Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau surgirá a grande tormenta.
Contentar-se cada servidor com o próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo-Poderoso.
Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a valorizar as concessões do Céu.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

POEMA: O VERBO FLOR - RENATO ROCHA - COM GABARITO

Poema: O verbo flor
      
       Renato Rocha

O verbo flor
é conjugável
por quase todas
as pessoas
em certos tempos
definidos
a saber:
quase nunca no outono
no inverno quase não
quase sempre no verão
e demais na primavera
que no coração
poderá durar
e ser eterna
quando o verbo conjugar:
quando eu flor
quando tu flores
quando ele flor
e você flor
quando nós
quando todo o mundo flor.
Renato Rocha. Adivinha o que é. São Paulo: Ariola, 1981. MPB4.
Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 6ª Série – Atual Editora -2002 – p. 67.
Entendendo o poema:

01 – O poeta empregou as palavras pessoas e tempos em dois sentidos: Pessoas refere-se às pessoas do discurso (eu, tu, etc.) e a todas as pessoas, todo o mundo. E a palavra tempos? Quais são os significados que ela adquire no poema?
      O de tempos verbais e o de tempo enquanto duração das estações.

02 – Por que o verbo flor é conjugado quase nunca no outono, quase não no inverso, quase sempre no verão e demais na primavera?
      Porque as duas primeiras estações predomina o frio, época desfavorável para as flores; no verão, em razão do aquecimento, é possível haver flores; e a primavera é a época própria das flores.

03 – Quando o poeta emprega quando eu flor, ele está fazendo um trocadilho (um jogo de palavras) com uma forma de outro verbo.
a)   Qual é o verbo? Qual é essa forma verbal?
Verbo ser, for.

b)   Em que tempo e modo está a forma verbal quando eu flor?
Futuro do subjuntivo.

c)   Considerando que esse modo verbal é normalmente utilizado para expressar algo que se deseja, ou que possa vir a acontecer, que relação existe entre a escolha desse modo verbal e o desejo do eu lírico?
O eu lírico manifesta o desejo de que todos, o futuro, virem flores. O modo subjuntivo é o mais indicado para expressar esse desejo.

04 – Você sabe que são três as pessoas do discurso e que elas podem estar no singular ou no plural. Na conclusão do poema, entretanto, o poeta acrescentou mais uma.
a)   Qual é ela?
Todo mundo.

b)   Por que, na sua opinião, para o poeta é necessário que se inclua mais essa pessoa na conjugação do verbo flor?
Porque só será primavera para todos se todo o mundo florescer ou “virar-flor”.

CRÔNICA: NA PALMA DA SUA MÃO - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

Crônica: Na palma da sua mão
               Luís Fernando Veríssimo

Entendendo o texto:

01 – Esse texto é uma:
a)   Notícia.                             
b)   Narração.
c)   Carta.
d)   Publicidade.

02 – Com que objetivo o homem foi consultar uma cartomante?
      Para saber quando e como morreria, a fim de evitar sua morte.

03 – Leia: “Queria saber seu futuro para poder evitá-lo, pois tinha um plano para ludibriar a Morte”
a)    O pronome em destaque se refere a que palavra no texto, evitando sua repetição?
Futuro.

b)    A conjunção “pois” pode ser substituída, sem alteração de sentido, pela conjunção:
(  ) por isso        (  ) mas         (  ) portanto      (X) porque

04 – De acordo com a cartomante, por que o homem não poderia enganar a morte?
     Porque a morte tem mil disfarces.

05 – Qual foi a previsão da cartomante com relação à morte do homem?
      Que ele morreria em minutos.

06 – A previsão da cartomante se cumpriu? Por quê?
      Sim, porque ele morreu pouco depois.

07 – De que forma o homem morreu?
      A cartomante passou sua unha envenenada sobre a linha da mão dele e ele morreu envenenado.

08 – Releia o final do texto: “E o homem morreu em minutos. A Morte tem mil disfarces”. No texto em questão, qual foi o disfarce usado pela morte?
      A morte estava disfarçada de cartomante.