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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Redação Enem: Aumento da AIDS Entre os Jovens - Sugestão

 Redação Enem: Aumento da AIDS Entre os Jovens


Na década de 1980, o mundo todo descobriu o vírus HIV, causador da AIDS, e todos se assustaram muito com o número de mortos pela doença que, naquela época, era praticamente uma sentença de morte. Pessoas famosas mundialmente e anônimas começaram a descobrir que estavam infectadas, o vírus ganhou as páginas dos jornais e das revistas e espaço na televisão e os sintomas e a velocidade das mortes apavoraram todo o planeta. Com tudo isso, o preconceito e a discriminação em torno desses indivíduos nasceram como barreiras quase intransponíveis, pois os chamados grupos de risco foram denominados como os que mais corriam riscos de serem contaminados pelo HIV.
Ao longo dos anos, a medicina evoluiu e o conhecimento sobre a AIDS aumentou, assim como a sua prevenção e o seu tratamento. Casos em que pessoas se contaminavam por meio de transfusões sanguíneas diminuíram, o coquetel de remédios foi criado e passou a fazer parte dos sistemas de saúde e campanhas a favor do uso de preservativos e do teste foram realizadas em toda a mídia mundial.
Atualmente, a contaminação por meio de transfusões de sangue estão praticamente erradicadas, assim como a transmissão de mãe para filho durante o parto ou a amamentação; também não se fala mais em grupos de risco, mas sim em comportamento de risco, ou seja, relações sexuais sem o uso de preservativo masculino ou feminino e o coquetel de remédios proporciona ao soro positivo uma vida relativamente normal e longa, salvos os efeitos colaterais.
Todos esses avanços contribuíram para o aumento do conhecimento acerca do HIV e da AIDS (inclusive uma vacina está sendo testada), na diminuição da transmissão e no crescimento da qualidade de vida dos portadores. No entanto, há um lado negativo, o qual é o tema do texto de hoje: o aumento do número de jovens contaminados pelo vírus.

Devido aos avanços sobre a AIDS, muitos jovens brasileiros subestimam o HIV e não o consideram uma sentença de morte como ocorria no século XX. Apesar da quantidade imensa de remédios que devem ser tomados diariamente e dos respectivos efeitos colaterais, vários jovens pensam que basta tomar o coquetel e seguir com a vida que está tudo bem, mas não é certo pensar deste modo, já que a AIDS ainda é uma doença sem cura.
Os números de contaminados pelo HIV estavam diminuindo no Brasil já há algum tempo, mas dados da UNAIDS (Programa Conjunto da ONU sobre HIV/AIDS) relevaram que os casos de AIDS cresceram 11% entre 2005 e 2013 no nosso país e entre os jovens o número de contaminados é maior: entre os meninos de 15 a 19 anos, o número de casos cresceu 50% na última década.
Esses resultados nos mostram que, apesar de todas as informações acerca da AIDS, os casos da doença tendem a aumentar entre os jovens, ou seja, parece que o conhecimento não consegue barrar o crescimento da doença entre as pessoas ditas mais informadas. Um estudo realizado com mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos revelou que o aumento de contaminação entre os jovens pelo vírus HIV está relacionado ao baixo grau de escolaridade.
Dados da página do governo federal sobre a AIDS confirmam que a faixa etária na qual há maior contágio é entre 25 e 49 anos, em ambos os sexos, mas na faixa entre 13 e 19 anos a incidência é maior entre as meninas desde o ano de 1998. A cada dia que passa, os jovens estão explorando cada vez mais a sua sexualidade, das mais variadas formas, mas sem a devida proteção. Além disso, ao estarem em relacionamentos mais sérios, como namoros duradouros, o uso do preservativo é deixado de lado baseado na confiança no parceiro e é aí que muitos se contaminam, como ainda acontece com mulheres adultas casadas.
Por se tratar de um tema eternamente importante que impacta a sociedade brasileira, pensamos que o aumento dos casos de AIDS entre os jovens brasileiros é dos possíveis temas da proposta de redação do Enem, até porque a maioria dos candidatos está na faixa etária na qual os casos cresceram.
A mídia comunica, o governo realiza campanhas comunitárias de conscientização acerca da prevenção e dos testes, além de oferecer preservativos e o coquetel no Sistema Único de Saúde (SUS), a escola esclarece… O que mais precisa se feito para que o número de casos de AIDS diminua entre os jovens brasileiros?
Página recomendada:
·         aids.gov.br


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Redação ENEM: Excesso de Peso e Obesidade no Brasil - Sugestão

Tema Redação: Excesso de Peso e Obesidade no Brasil


O tema – excesso de peso e obesidade no Brasil – ganhou uma maior relevância na última semana  com a divulgação de uma nova pesquisa, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que afirma que 56,9% dos brasileiros estão acima do peso e 20,8% dos cidadãos estão obesos.
A fim de distinguir um do outro, o excesso de peso é diagnosticado quando o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) está igual ou superior a 25 quilos por metro quadrado; já a obesidade é constatada quando o resultado é maior do que 30 quilos por metro quadrado.
Excesso de peso e obesidade são assuntos que têm sido levantados há um bom tempo quando se fala em problemas de saúde pública, nutrição e preconceito no nosso país, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) deveria estar preparado para tratar, clinicamente e por meio de cirurgias, com equipes multidisciplinares (compostas por médicos, nutricionistas, psicólogos, cirurgiões plásticos e educadores físicos), pessoas que estão acima do peso ou obesas; além disso, infelizmente, estes indivíduos são tratados como preguiçosos e não como doentes, já que obesidade é uma doença que deve ser tratada como outra qualquer, ou seja, há muito preconceito e discriminação acerca deste tema.

Pesquisa do PNS revelou que 20% dos brasileiros são obesos.

Recentemente os transportes públicos, como ônibus, metrôs e trens, passaram a ter assentos especiais para obesos, assim como salas de cinema e teatro, mas apenas isso não basta. Candidatos a concursos públicos já foram barrados na etapa do exame médico por estarem acima do peso, mas não por não estarem aptas ao cargo, mas por preconceito. Inclusive, crianças nestas condições são um dos maiores alvos de bullying nas escolas brasileiras.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE, entrevistou e avaliou fisicamente mais de 81 mil pessoas em toda a nação no segundo semestre de 2013 e relaciona o excesso de peso e a obesidade à má nutrição e ao sedentarismo. Resumindo, seis de cada dez brasileiros adultos estão acima do peso e dois de cada dez estão obesos e o resultado se mostra cada vez pior, pois há dez anos atrás o índice de pessoas com excesso de peso era de 42,3%; já entre 2008 e 2009, a porcentagem chegou aos 50%.

Segundo a PNS, o estado do Rio Grande do Sul concentra o maior número de pessoas com excesso de peso (63,3% dos adultos acima dos 18 anos), seguido do Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, todos com 60,4%.
Para o médico endocrinologista Walmir Coutinho, presidente da World Obsity Federation, se continuar assim, o Brasil poderá ter o maior número de obesos no mundo dentro de 15 anos, já que para ele trata-se de uma verdadeira epidemia. Em entrevista à página da BBC Brasil, Coutinho aponta para a ingestão de comidas e bebidas pouco ou nada saudáveis, por crianças e adultos, além do sedentarismo, como os maiores problemas em relação ao peso no país. O médico também aponta que Governo, família e escola têm responsabilidades nesta questão, já que as crianças comem o que os pais oferecerem e permitem, a escola proporciona poucas aulas de Educação Física e o Governo em relação a saúde pública.
E você, leitor, como pensa que devemos agir a fim de combatermos esta epidemia?

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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Redação Enem : Aplicativos - WhatsApp/Netflix/Uber

 Redação Enem: Aplicativos VS Serviços

Desde o início deste ano, a sociedade brasileira tem sido telespectadora de pelo menos três guerras entre aplicativos de internet e serviços nas quais a concorrência, a preferência do consumidor, a qualidade do atendimento e da prestação de serviço e os impostos devidos estão no centro dos embates. Estamos nos referindo às brigas comerciais entre o Netflix® e as operadoras de TV a cabo, o Uber® e os taxistas e o WhatsApp® e as operadoras de telefonia móvel. Como o Enem já abordou em suas propostas de redação temas relacionados a internet, pensamos ser importante abordar esta questão na coluna de redação, até porque trata-se de uma discussão atual que envolve a grande maioria dos brasileiros, já que o uso da rede mundial de computadores e dos smartphones só cresce no Brasil.
De forma simplista, já que o Netflix utiliza um aplicativo para fornecer o seu serviço, os aplicativos chamam muito a atenção e atraem cada vez mais pessoas por serem gratuitos ou por cobrarem valores muito menores do que os praticados pelos concorrentes, além de oferecerem um serviço mais personalizado de acordo com o perfil e as necessidades de seu público alvo. Além disso, por terem sido criados pensando na internet em todos os sentidos, a divulgação dos mesmos é rápida e abrangente e, consequentemente, sua disseminação também.
Netflix®, por exemplo, oferece um serviço chamado streaming no qual você pode assistir – por meio de celulares,tablets, computadores, notebooks e televisões – filmes, séries, shows, novelas, documentários, dentre outros gêneros, por menos de R$20,00 mensais cobrados na fatura do cartão de crédito. O telespectador pode pausar o que está assistindo e voltar a assistir do ponto em que parou, pode classificar o que assistiu e, assim, gêneros e temas semelhantes aos que ele mais gostou serão mostrados e os que obtiveram as notas mais baixas não aparecerão mais e pode escolher entre assistir um filme dublado ou legendado (em várias línguas, inclusive). Ou seja, neste caso, o cliente escolhe o que quer assistir e não depende da grade de programação e dos horários do canal de televisão a cabo ou aberto.
Para as operadoras de TV a cabo, trata-se de uma concorrência desleal, já que, segundo elas, o Netflix® não paga os mesmos impostos, argumento rebatido pela empresa. As operadoras desejam regulamentar esse tipo de serviço no Brasil que já conta com quase três milhões de assinantes com apenas cinco anos presente no país.

Outra briga envolvendo um aplicativo e uma série de empresas é a entre o WhatsApp® e as operadoras de telefonia e internet móvel. Estas acusam o aplicativo, que foi comprado pelo Facebook®, de usarem o número de celular de cada cliente para criar um usuário e, por meio deste número, realizar chamadas de voz. Recentemente, o WhatsApp® lançou as chamadas de voz, pois até o momento era possível apenas enviar mensagens de voz e, mais uma vez, os impostos estão no cerne do embate, pois as operadoras alegam que pagam taxas por cada número de celular ativado no Brasil, o que não é feito pelo aplicativo. Para os órgãos de defesa do consumidor, não se trata de uma operadora pirata, mas sim de chamadas de voz realizadas através da internet e, portanto, diferentes de ligações entre dois celulares.
Apesar destas duas brigas de cachorros grandes, como se diz no Português popular, nenhuma causou tanta confusão e gerou manifestações e até agressões como a briga entre o Uber® e os taxistas. O Uber® é um aplicativo de celular pelo qual um carro pode ser chamado pelo cliente a fim de buscá-lo e levá-lo aonde quiser, isto é, trata-se de um serviço de transporte alternativo, semelhante aos táxis, porém com algumas diferenças que estão no centro dos debates.
O motorista Uber®, pelas regras do aplicativo, deve sempre estar vestindo roupas sociais e estar dirigindo um carro preto, de preferência de luxo, com ar-condicionado e bancos de couro, do qual arca com todos os custos, diferentemente dos taxistas que ganham descontos no momento da compra do carro, assim como obtém isenção de alguns impostos e não pagam IPVA, direitos não concedidos aos motoristas do aplicativo. No entanto, os taxistas devem pagar uma licença para trabalhar e a cada cinco ano devem passar por exames, algo que não precisa ser feito pelos motoristas do Uber®.

Taxistas que são contra o aplicativo por considerarem que ele concorre deslealmente, realizaram manifestações em várias cidades brasileiras e alguns chegaram a agredir motoristas Uber® e a cometer atos de vandalismos contra seus carros.
Um dos contra-argumentos relacionados a estas três guerras comerciais diz respeito à qualidade do serviço: muitas pessoas afirmam que os taxistas e as operadoras de TV a cabo e de telefonia e internet móvel deveriam se preocupar em melhorar a qualidade de seus serviços e de seu atendimento ao invés de reclamarem de concorrência desleal e de pirataria. Ou seja, o direito de escolha e a opinião do consumidor estão no centro destes três debates, além de toda a questão da customização e da globalização e acessibilidade dos serviços por meio da internet, já que estamos falando, no caso das operadoras, de grandes marcas de grandes empresas.
Não podemos nos esquecer de que as operadoras de telefonia móvel lideram, há um bom tempo, a lista de reclamações de órgãos de defesa do consumidor pela má qualidade no atendimento e pela cobrança indevida de taxas extras.
E você, leitor, como se coloca nesta questão? De qual lado você está e por quê?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

REDAÇÃO ENEM: EDUCAÇÃO E POLÍCIA MILITAR

 Redação Enem: Educação e Polícia Militar

Um fenômeno na esfera escolar pública brasileira tem chamado a atenção da mídia e da sociedade como um todo ao longo deste ano: o número crescente de escolas municipais e/ou estaduais que passaram a ser dirigidas pela Polícia Militar. O tema gera debates acalorados entre as pessoas favoráveis e contrárias à medida, entre pais e policiais envolvidos e educadores que pensam se tratar de um retrocesso.

As gerações passadas, de nossos pais e parentes mais velhos, como tios, estudaram em escolas que estavam se abrindo à classe trabalhadora, já que desde o início da escolarização do Brasil até meados do século XX, a escola brasileira era destinada apenas para os meninos da elite. Com a democratização do ensino, os colégios abriram as portas para as meninas e para os filhos das camadas mais humildes da população, processo que se deu nem um acompanhamento reflexivo acerca do trabalho docente.
Ao longo do Ditadura Militar, as escolas serviam como incentivadoras do regime e no nacionalismo exacerbado que é característico de regimes militares e, assim, a disciplina Educação Moral e Cívica fazia parte do currículo e ensinava ética, moral e civismo de acordo com a ideologia militar. Meninas tinham suas meias ¾ e suas saias medidas na entrada da escola e maquiagens e adornos eram proibidos, além do cabelo sempre precisar estar preso; o penteado dos meninos também era fiscalizado, assim como o comportamento de todos.
Com o passar do tempo e com as conquistas feministas, as garotas tomaram mais espaço e as calças compridas foram permitidas, assim como adornos pequenos e um batom discreto. Hoje, em muitos colégios, o uniforme é, apenas, a camiseta da instituição e os alunos podem manifestar sua identidade de maneira mais livre.
Porém, há escolas que parecem estar andando na direção contrária, pois estão sendo dirigidas pela Polícia Militar com um rigor disciplinar que assusta alguns educadores. Os estudantes são obrigados a usarem uniformes que lembram fardas (e que devem ser compradas pelos alunos) e devem bater continência aos policiais, aos professores e aos colegas que possuem patentes dentro do colégio; além disso, manifestações de carinho são estritamente proibidas, assim como cortes de cabelo fora do padrão, maquiagens, adornos etc.
Somente no estado de Goiás, por exemplo, há 26 colégios que são dirigidos pela Polícia Militar e, segundo a instituição, o desempenho dos alunos nas avaliações externas aumentou muito, além da violência dentro e ao redor da escola ter diminuído. O argumento favorável considera que a vigilância e a disciplina militar afastam o crime, o tráfico de drogas e a indisciplina dessas escolas, já que grande parte delas está localizada em áreas violentas e pobres das cidades; é o caso da escola estadual Prof. Waldocke Fricke de Lyra, em Manaus, na qual havia muito vandalismo e medo de assaltos.
Alguns professores e alunos não se adequaram ao novo sistema e saíram do, agora, 3º Colégio Militar da PM Prof. Waldocke Fricke de Lyra, já que os docentes são subordinados à direção da Polícia Militar. Apesar das controvérsias, muitos pais apoiam a medida por pensarem que o desempenho de seus filhos melhorou e o índice de criminalidade caiu nos bairros nos quais as escolas estão localizadas.

O estado de Goiás libera o ranking como a unidade federativa que possui mais colégios militares (26), seguido por Minas Gerais (22) e Bahia (13). Para alguns especialistas em educação, a medida é um retrocesso, pois padroniza os alunos e impõe a eles um comportamento, além de inibir questionamentos e uma postura mais crítica, afinal os policiais, inclusive, permanecem armados dentro das escolas.
E você, leitor, o que pensa sobre o assunto?

sexta-feira, 3 de julho de 2015

REDAÇÃO ENEM : REDES SOCIAIS

Os últimos dias do mês de junho foram conturbados devido a dois fatos: um internacional, que divide a sociedade mundial, e um nacional que também, de certa forma, dividiu a população brasileira. Ambos os acontecimentos foram temas de debates acalorados entre as pessoas, principalmente nas redes sociais da internet.
O fato internacional foi a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos; desde a última sexta-feira (26/06), todos os estados do país norte-americano devem aceitar e realizar casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, assim como já é realizado com casais heterossexuais. O Facebook, apoiador da causa, lançou um aplicativo que colore as fotos dos perfis com as cores do arco-íris e mais de 26 milhões de usuários coloriram suas fotos de perfis.
Em contrapartida, outros tantos usuários saíram em combate à causa do casamento homossexual, afirmando que há outras causas mais importantes, como por exemplo, a fome e a desigualdade social e então o circo pegou fogo, como diz a linguagem popular.
Já o acontecimento nacional foi a trágica e prematura morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo e de sua namorada, Allana Moraes, em um acidente de carro em uma estrada no estado de Goiás. A maciça cobertura da mídia foi alvo de questionamento de pessoas que trabalham na própria mídia, como o apresentador e jornalista Zeca Camargo, e de pessoas que argumentaram que não conheciam o artista. Contrariamente, os fãs do Cristiano Araújo saíram em defesa do seu ídolo, afirmando que ele era conhecido e querido por milhões de pessoas em todo o país.

O intuito deste texto não é entrar no mérito destas questões neste momento, mas dissertar sobre o fato de como as pessoas, em discussões como estas nas redes sociais, argumentam, de uma maneira ou de outra, e não o fazem ou têm uma enorme dificuldade de fazê-lo ao escrever uma dissertação-argumentativa na prova de redação do Enem.
Por se tratar de temas polêmicos e que atingem, de diversas formas, a sociedade como um todo ou uma considerável parcela da população, estes temas inflamam, digamos assim, as colocações e as redes sociais são os espaços mais abertos e democráticos para estes debates acontecerem e, por isso, as pessoas parecem não encontrar obstáculos para participarem destas discussões. Porém, é adequado ressaltar que muitos usuários não argumentam adequadamente, com afirmações embasadas, e sim apelam para ofensas pessoais, algo raso e condenável.
Por outro lado, a dissertação-argumentativa, como já falamos em outros textos, é uma situação de produção textual simulada, com um número limitado de linhas que, justamente, limita a discussão que, por vezes, é bem mais ampla e complexa do que as 35 linhas da folha de redação permitem. Além disso, há toda a pressão psicológica e física que influenciam no desempenho do candidato, algo inexistente em um debate dentro de uma rede social.

Portanto, é interessante observar, ler e participar de discussões acirradas nas redes sociais e em sites como o infoEnem a fim de desenvolver estratégias argumentativas sobre diversos assuntos por meio da interação real com outros leitores e usuários.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

REDAÇÃO ENEM – JEITINHO BRASILEIRO: PEQUENAS CORRUPÇÕES

 Redação ENEM – Jeitinho Brasileiro: Pequenas Corrupções
  
Corrupção é um assunto bastante em alta nestes últimos anos e estamos acompanhando trazendo algumas indicações de leitura sobre isso. 
Mas a corrupção não é apenas recorrente na política e em grandes empresas. O que acontece a níveis organizacionais se mostra como um reflexo de “pequenas” ações corruptas praticadas cotidianamente pelos cidadãos.

Tanto é comum, que essas ações já receberam, culturalmente, um apelido: jeitinho brasileiro. Esse termo também é conhecido como Lei de Gérson: querer obter vantagem em toda e qualquer situação sem se preocupar com questões éticas e/ou morais. É o que o filósofo Kant chamaria de agir segundo os afetos e não segundo a razão pura.


Esse estereótipo de malandro já foi usado em diversas obras brasileiras. O primeiro retrato foi o caso da personagem Leonardo do livro Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida. A história é narrada no Rio de Janeiro no século XIX, o que nos mostra que esse costume não é algo recente.

Agora que você já leu e refletiu sobre o assunto, aproveite para realizar uma dissertação-argumentativa seguindo as instruções da proposta abaixo. O tema da redação é: Jeitinho brasileiro: conscientização sobre pequenas corrupções.

Proposta de Redação

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua Portuguesa sobre o tema: “Jeitinho Brasileiro: Conscientização Sobre Pequenas Corrupções“. uma proposta de intervenção e/ou conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.

TEXTO 1



TEXTO 2

Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi. Os números refletem o quanto atitudes ilícitas, como essa, de tão enraizados em parte da sociedade brasileira, acabam sendo encarados como parte do cotidiano.

“Muitas pessoas não enxergam o desvio privado como corrupção, só levam em conta a corrupção no ambiente público”, diz o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira. Ele é coordenador nacional da campanha do Ministério Público “O que você tem a ver com a corrupção”, que pretende mostrar como atitudes que muitos consideram normal são, na verdade, um desvirtuamento ético (…).

Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções”, afirma o promotor. “Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção.”

Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.

Otimismo: Mas a sondagem também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos ouvidos afirmar que, em qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta.

A psicóloga Lizete Verillo, diretora da ONG Amarribo (representante no Brasil da Transparência Internacional), afirma que em 12 anos trabalhando com ações anti-corrupção ela nunca esteve tão otimista – e justamente por causa dos jovens. “Quando começamos, havia um distanciamento do jovem em relação à política”, diz Lizete. “Aliás, havia pouco engajamento em relação a tudo, queriam saber mais é de festas. A corrupção não dizia respeito a eles.” “Há dois anos, venho percebendo uma grande mudança entre os jovens. Estão mais envolvidos, cobrando mais, em diversas áreas, não só da política.”



Para Lizete, esse cenário animador foi criado por diversos fatores, especialmente pela explosão das redes sociais, que são extremamente populares entre os jovens e uma ótima maneira de promover a fiscalização e a mobilização.

Mas se a internet está ajudando os jovens, na opinião da psicóloga, as escolas estão deixando a desejar na hora de incentivar o engajamento e conscientizá-los sobre a corrupção. “Em geral, a escola é muito omissa. Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto”, diz a diretora. “É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e também a exercer cidadania.”

TEXTO 3

A campanha (O que você tem a ver com a corrupção?) se justifica pela necessidade de se educar a sociedade por meio do estímulo à ética, à moralidade e à honestidade, construindo um processo cultural de formação de consciência e de responsabilidade dos cidadãos a partir de três tipos de responsabilidades (…): 

1) a responsabilidade para com os próprios atos, ou responsabilidade individual; 2) a responsabilidade para com os atos de terceiros, ou responsabilidade social ou coletiva e; 3) a responsabilidade para com as gerações futuras a partir de um agir consciente.

Dessa forma, pretende-se contribuir com a prevenção da ocorrência de novos atos de corrupção e com a consequente diminuição dos processos judiciais e extrajudiciais, por meio da educação das gerações futuras, estimulando, ainda, o encaminhamento de denúncias populares e a efetiva punição de corruptos e corruptores. Além disso, é dever institucional do Ministério Público combater a corrupção, repressiva e preventivamente, estimulando, inclusive, o desempenho das atribuições e das atividades extrajudiciais.
 
Objetivos: Reduzir a impunidade nacional, ou seja, cobrar a efetiva punição dos corruptos e dos corruptores, abrindo um canal real para oferecimento e encaminhamento de denúncias; educar e estimular as gerações novas através da construção, em longo prazo, de um Brasil mais justo e mais sério, destacando o papel fundamental de nossas próprias condutas diárias; aproveitar momentos do cotidiano infanto-juvenil (família, escola e comunidade) para propiciar a vivência de atividades que os levem a conhecer esses princípios, estimulando-os a praticá-los no seu ambiente de convívio social; divulgar a ideia em locais e acontecimentos informais (sociais, esportivos, campanhas e eventos), possibilitando o alcance da campanha a um público maior.



terça-feira, 28 de abril de 2015

POSSÍVEIS TEMAS DA REDAÇÃO DO ENEM


“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história”.(Bill Gates).

Primeiramente, gostaria de lembrar que essa lista não é uma tentativa de adivinhar o tema oficial da redação, mas sim de contribuir para seu estudo de forma específica. Percebemos que o exame sempre trabalha temas atuais de cunho social e relevância nacional.

Algo que acreditamos muito é que o treino é fundamental para o aprendizado. Unindo esse nosso ideal com a sabedoria das características específicas da redação do Enem, podemos ter certeza de que estudando e elaborando redações com os temas propostos abaixo, seu desempenho irá melhorar consideravelmente.

1. Diálogo entre ciência e sociedade


A ciência realiza novas descobertas frequentemente, o que possibilita melhorias e desenvolvimento de novas tecnologias. Entretanto, muitas vezes a sociedade não entende o método científico e muitas coisas são confrontadas com paradigmas culturais, morais ou religiosos. Para lidar com isso, é necessário haver comunicação entre o meio científico e a população.

2. Limites entre estética e saúde


Academia, dietas, cirurgias plásticas, anabolizantes etc. É grande a busca pelo corpo perfeito caracterizado por um padrão de beleza. Mas até que ponto a estética coincide com hábitos saudáveis? Conhece-se muitas doenças causadas por insatisfação corporal como anorexia, bulimia, depressão, compulsão alimentar e obesidade, além de consequências no convívio social como discriminação e baixa autoestima.

3. Novos modelos de educação


Há muitos debates ocorrendo sobre as problemáticas do sistema tradicional de ensino e novos modelos de educação para o século XXI, tendo em pauta os métodos de avaliação, uso de tecnologias, interação professor-aluno, formação crítica e social etc. Um recente documentário realizado no Brasil que ajuda na discussão desse tema é o “Quando sinto que já sei” que pode ser encontrado no Youtube.

4. Dificuldades da formação universitária


A formação universitária no Brasil encontra diversos obstáculos como financeiro (o alto valor das mensalidades em faculdades privadas, custeio de transporte ou residência, materiais didáticos, alimentação), psicológico (escolha de curso, afastamento de familiares e amigos, aumento de responsabilidades, inserção no mercado de trabalho), entre outros. Ao mesmo tempo, o Estado tem criado políticas públicas como Fies, Pronatec, sistemas de cotas, criação de novas universidades etc.

5. Conceito de família no século XXI

O projeto de Lei 6583 de 2013 cria o Estatuto da Família. Nesse texto, família é definida como união entre homem e mulher. A partir disso, muitas discussões têm sido feitas sobre o conceito de família atualmente, com o intuito de refletir sobre famílias formadas por mães ou pais solteiros, avós e tios, casais homossexuais, poligamia etc.

6. Justiça com as próprias mãos

Tema bastante polêmico em 2014 e que pode ser discutido com mais imparcialidade esse ano. O combate à violência através da justiça com as próprias mãos é válido? Definições de justiça, casos de linchamentos, rebeldia com a ordem e segurança públicas são alguns pontos que abordam essa temática.

7. Obsolescência programada


Esse conceito significa a diminuição da vida útil de equipamentos com o intuito de incentivar a compra de novos produtos ou versões atualizadas. Rodeio esse tema a questão do consumismo exacerbado, resíduos eletrônicos, responsabilidade e consciência social do consumidor. Um documentário sobre esse assunto também pode ser encontrado no Youtube e ajuda no entendimento.

8. Trânsito em grandes metrópoles


Grandes cidades têm tido cada vez mais problemas com o trânsito. Muitos pontos podem ser discutidos nessa temática como a preferência dos cidadãos por transporte público ou individual, poluição causada por muitos carros, poluição sonora (buzinas em congestionamento), via exclusiva para ônibus, ciclovias, tempo gasto diariamente entre trabalho e residência, atraso nos horários e superlotação em ônibus, trens e metrôs, greves dos funcionários de transportes públicos, preços das passagens, catraca livre etc.

9. Voluntariado e transformações sociais

O trabalho voluntário no Brasil tem passado por uma transformação. Não se pensa mais no voluntariado como assistencial (doação de roupas, alimentos e agasalhos, por exemplo), mas como uma tentativa de mudança social, através de medidas inclusivas e de impacto. Outro ponto a ser considerado é a valorização que as empresas fazem de candidatos e funcionários que realizam trabalhos voluntários, assim como próprios projetos sociais realizados pelas empresas para contribuição à sociedade ou marketing.

10. Liberdade de expressão e mídia

Tema bastante atual, a liberdade de imprensa tem sido muito discutida, principalmente após o ataque à revista francesa Charlie Hebdo no início desse ano. Pode-se refletir sobre os limites entre liberdade de expressão e respeito às diferenças ou respeito à verdade.

11. Consumo de álcool e droga por adolescentes

Por lei, o consumo de álcool é proibido por adolescentes. Entretanto, é crescente o uso não só de bebidas alcoólicas mas também de drogas lícitas e/ou ilícitas entre os jovens, como cigarro, maconha, cocaína, LSD etc. As razões e consequências desse ato podem servir como base para a discussão do tema.

12. Limites entre humor e bullying


Os limites do humor é algo que tem chamado bastante atenção atualmente por causa de diversos processos a comediantes do Brasil como Rafinha Bastos, Danilo Gentili etc, e o constante uso de discriminação das minorias para fazer piada. A responsabilidade social do comediante foi discutida no excelente documentário de Pedro Arantes, “O riso dos outros”, encontrado no Youtube.

13. Desigualdade étnica e de gênero

O Brasil é um dos países com maior desigualdade do mundo e entre muitos tipos de desigualdade, a étnica e a de gênero costumam ser as mais discutidas, assim como os preconceitos gerados por essa situação, respectivamente, racismo e machismo. Os direitos conquistados, as lutas e reivindicações e as políticas públicas são alguns pontos que merecem ser estudados para entender a causa e argumentar com clareza.

14. Gestão de resíduos urbanos

Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A gestão de resíduos ainda é um tema bastante em alta devido à enorme quantidade de lixo produzido anualmente no Brasil. Coleta seletiva e logística reversa são alguns dos termos importantes de serem entendidos. Para conhecer mais sobre a lei e sua importância na sociedade, pode ser consultada a explicação no site do Ministério do Meio Ambiente.

15. Saúde pública


Problemas no Sistema Único de Saúde (SUS) como falta de médicos, atrasos, grandes filas de espera e falta de equipamentos são possíveis de serem tratados em uma dissertação. O tema também é bastante atual devido ao programa de governo Mais Médicos que trouxe médicos de outras nacionalidades (cubanos) para atuar no Brasil com o intuito de amenizar os problemas na saúde pública.

16. Abuso em trotes universitários


Todo ano, vários casos de abuso em trotes universitários são noticiados. Esse ano, um dos casos mais alarmantes foi de uma jovem que teve a perna queimada por ácido. O fator psicológico dos jovens recém inseridos no ensino superior também é pauta nessa discussão. Leia mais sobre esse tema nessa coluna.

17. Tráfico de drogas e violência urbana


A correlação entre o tráfico de drogas e a violência urbana, principalmente em favelas, é muito propício de discussão. Esse tema foi recentemente abordado nos filmes Tropa de Elite (1 e 2) e é sempre mencionado quando se debate sobre Legalização da Maconha, já que o combate às drogas é um dos fatores que mais causam violência e conflito entre policiais e civis no Brasil.

18. Uso da água na economia brasileira

O Estado de São Paulo passa por uma intensa crise hídrica e isso tem colocado a água no centro de grandes discussões. Uma das possibilidades de tema envolvendo a água é a sua importância em diversas atividades econômicas no Brasil como a agroindústria e a geração de energia elétrica através de hidrelétricas.

19. Saúde feminina na gravidez

A preocupação com a saúde da mulher durante a gravidez é um bom tema de redação pois nele podemos tratar várias problemáticas presentes na sociedade brasileira como o aborto não legalizado que fere e mata milhares de mulheres por ano, os maus tratos nos hospitais durante abortos espontâneos ou nos partos. O tema também é atual por causa da recente resolução que limita a quantidade de cesáreas que podem ser realizadas, o que é uma intervenção do Estado na escolha da mulher.

20. Sustentabilidade nas empresas


O termo sustentabilidade está bastante em alta no Brasil com a crescente preocupação com o meio ambiente. Nesse contexto, as empresas precisam atuar coincidindo a busca por lucros com o cuidado ambiental. Políticas empresariais e marketing verde são os pontos de destaque nessa discussão.

21. Intolerância religiosa

Novamente, o ataque à revista Charlie Habdo pode exemplificar o tema. Mas muito mais do que um caso isolado, a intolerância religiosa é grande tanto no Brasil como em outros países. Ao debater esse tema, precisamos lembrar da laicidade do Estado e do respeito aos diferentes tipos de crenças e rituais religiosos, podendo destacar, no caso do Brasil, o grande preconceito existente com religiões de origem africana.

22. Ativismo em redes sociais


Cada vez mais, as redes sociais têm sido usadas para estar em contato com a política e com movimentos sociais. Eventos são criados para marcar protestos, projetos de leis polêmicos facilmente viram virais e reivindicações têm sido feitas através de abaixo-assinado online. Essa nova forma de participação política e suas causas e consequências na sociedade é um bom tema de pesquisa e escrita.

Desejamos boa pesquisa e estudo a todos.


sábado, 25 de abril de 2015

REDAÇÃO ENEM: REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL


 Redação Enem: A Redução da Maioridade Penal

             A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CJC) da Câmara dos Deputados Federais aprovou no último dia 31 de março a PEC 171/93 de autoria do parlamentar Marcos Rogério (PDT-RO) que reduz a maioridade penal dos 18 para os 16 anos no Brasil. Ou seja, a CJC, com essa aprovação, afirma que a redução da maioridade penal é constitucional, argumento rebatido pelos partidos contrários à referida PEC (Psol, PT, PPS, PSB e PcdoB).

           A partir desse momento, a Câmara abrirá uma comissão especial para debater o tema e examinar a proposta que foi apresentada com 46 emendas criadas nos últimos 22 anos, desde quando a proposta original foi inserida. Essa comissão especial terá 40 sessões em Plenário, inclusive audiências públicas, para dar o seu parecer final.

           Após esse trâmite, a PEC será votada pelos deputados federais em dois turnos e, para ser aprovada, precisa de 3/5 de votos favoráveis (308 parlamentares) em cada uma das votações. Caso a PEC seja aprovada na Câmara, passará pelo mesmo sistema de votação no Senado Federal e, se aprovado o texto original, será promulgada; já se for aprovado, mas com alterações, voltará para a Câmara Federal para ser votado novamente.

               A redução da maioria penal sempre foi um tema polêmico e que desperta debates acalorados na população em geral e, com essa movimentação parlamentar, voltou a ocupar espaços importantes nas mídias televisiva, imprensa e digital em todo o país e, por ser algo tão importante, resolvemos trazê-lo nessa coluna que trata de temas relevantes para a redação do Enem .


Em outras ocasiões, afirmamos que acreditamos que temas tão polêmicos, como a redução da maioridade penal e a regulamentação e descriminalização do aborto, por exemplo, não seriam temas de propostas de redação do Enem, mas como o debate tomou proporções nacionais, objetivamos mostrar a vocês, leitores, os argumentos favoráveis e contrários a essa medida a fim de que vocês construam as suas próprias opiniões.

              Segundo a página Congresso em Foco, a PEC não teria a maioria dos votos favoráveis na Câmara dos Deputados e a tendência seria reduzir a maioridade penal apenas para crimes hediondos – algo que também contraria os partidos opositores à proposta. Crimes hediondos, a saber, são crimes como latrocínio (roubo seguido de morte), sequestro, estupro, homicídio dentre outros.

           O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), em entrevista à edição da última terça-feira (31/03) do Jornal Nacional, argumentou o seguinte:

           O que a sociedade está pedindo é que haja redução. Já se pode votar aos 16 anos, pode casar aos 16 anos, pode tanta coisa aos 16 anos. Não pode responder pelos crimes? Então, acho que é um avanço o que nós fizemos aqui na CCJ, mas esse debate vai ser muito mais caloroso na comissão especial, onde vai se discutir o mérito da questão.

            Já o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), na mesma matéria, rebateu dizendo que já há medidas de punição. O Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê uma série de sanções, inclusive com internação. As medidas socioeducativas, quando aplicadas corretamente, têm se mostrado muito mais eficazes para a sociedade do que o encarceramento.

             Parlamentares e ativistas contrários à redução da maioridade penal dos 18 aos 16 anos argumentam que essa medida é inconstitucional, pois a Constituição Federal proibiria essa diminuição, algo interpretado de maneira inversa pelos parlamentares e ativistas favoráveis à redução. O fato é que, na lei máxima do país, está posto, em seu artigo 228, que menores de 18 anos são inimputáveis criminalmente.

           Os argumentos favoráveis à redução da maioridade penal espelham-se em países nos quais a idade mínima para ser acusado e condenado criminalmente é abaixo dos 18 anos, como a Inglaterra, por exemplo, onde, atualmente, a maioridade penal é de 10 anos e o país passa por uma discussão sobre a possibilidade de aumentá-la.




            Outro argumento favorável é o que afirma que a impunidade gera mais violência. Adolescentes são usados por adultos para levarem a culpa pelos crimes por esses receberem, apenas medidas socioeducativas ou, se apreendidos (já que o Estatuto da Criança e do Adolescente não usa o verbo prender ao tratar de menores de idades), podem ficar nas instituições para esse fim por, somente, três anos.

            Dados estatísticos são usados como estratégia argumentativa (como deve-se fazer em uma redação do Enem) para fundamentar a aprovação da redução da maioridade penal, visto que, de acordo com uma pesquisa realizada, em 2013, pelo instituto CNT/MDA, indicou que 92,7% da população brasileira é a favor da medida; já a pesquisa do Datafolha, promovida no mesmo ano, apontou que 97% dos paulistanos querem a redução da maioridade penal e 72% pensam que isso deveria ser feito em relação a qualquer tipo de crime.

          Por outro lado, parlamentares e ativistas contrários também fundamentam seus argumentos em estratégias argumentativas como dados estatísticos. Segundo a página do Movimento 18 razões para a NÃO redução da maioridade penal, o índice de reincidências nas prisões brasileiras é de 70%, ou seja, o sistema carcerário do nosso país não consegue reabilitar o preso para voltar à sociedade e não cometer mais crimes, já que está super lotado e sucateado e possui a 4ª maior população carcerária do mundo com 500 mil presos, perdendo apenas para Estados Unidos, China e Rússia.


 E você, o que pensa sobre isso? Você já tem uma opinião formada ou não? O que escreveria se esse tema fosse um tema em uma proposta de redação do Enem?


REDAÇÃO ENEM: CONSUMO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES

Redação Enem: Consumo de Álcool por Adolescentes


          O consumo de álcool por adolescentes tem se tornado cada vez mais comum que por vezes até nos esquecemos que trata-se de um ato ilícito. Muitos jovens começam a beber na companhia de amigos mais velhos ou até mesmo junto com a família, em um almoço de domingo, sem ninguém ver perigo nisso. “É só uma dose” ou “é só um golinho” têm sido incentivos inofensivos para o início do consumo de álcool pelos adolescentes.


Na música Duas de cinco, o rapper Criolo critica “um governo que quer acabar com o crack, mas não tem moral pra vetar comercial de cerveja”. Isso também nos traz a possibilidade de reflexão sobre o alto incentivo do governo e da mídia para o consumo de álcool, que apesar de legalizado, não deixa de ser uma droga e, por isso, traz muitos problemas de saúde, emocionais ou físicos.

É claro que “só um golinho“, ou seja, o consumo social do álcool considerar três pontos:

  • O consumo de álcool por adolescentes não é lícito;
  • Independentemente da idade, ao consumir álcool, é necessário saber seus efeitos e danos, para um consumo moderado;
  • Casos extremos como alcoólatras e outros doentes devem ser considerados, já que o efeito sobre esses é muito pior, física e socialmente falando.

Ao considerar esses pontos, algumas reflexões podem ser levantadas. Há necessidade de alteração na legislação sobre o consumo do álcool (quantidade, idade permitida etc)? Como melhorar a informação à população sobre os danos do consumo do álcool sendo que ele é tão incentivado na mídia? A publicidade e propaganda voltada para a venda de álcool é correta? O que pode mudar? Como o alcoolismo é tratado na sociedade? Deveria ser diferente?

O que você acha? Ao se posicionar sobre esses pontos e outros possíveis, você pode dissertar sobre esse assunto. O Portal Terra apresenta os efeitos e as diferenças entre álcool, maconha e crack através da orientação de profissionais na área. Você pode conferir a matéria para utilizar as informações como base de seus argumentos.

Proposta de Redação

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema: “O consumo ilícito de álcool por adolescentes: como enfrentar este desafio?“. Apresente uma proposta de intervenção e/ou conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.

TEXTO 1

Vergonha Nacional

(…) As décadas de descumprimento da lei (…) contribuíram para que os adultos se habituassem a ver o consumo de bebida por adolescentes como um “mal menor”, comparado aos perigos do mundo.

“Não é”, afirma o autor do estudo e uma das principais autoridades brasileiras no assunto, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas. “Os pais precisam entender que o álcool potencializa o risco de que aconteça aos seus filhos o que eles mais temem.” Leia-se: que eles se metam em encrencas, e das grandes.

Levantamentos feitos no Brasil e no exterior comprovam que beber – em qualquer idade – potencializa comportamentos temerários. No adolescente, com sua onipotência e impulsividade características, o risco de o álcool provocar ou facilitar situações como gravidez precoce, contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, envolvimento com a criminalidade e uso de drogas ilícitas é perigosamente maior.

Junte-se a isso o fato de que, num organismo jovem, o impacto e as consequências da ingestão de bebida são muito diferentes do que os que incidem sobre um adulto, e a conclusão – unânime – dos especialistas é: menores de 18 anos não devem beber sequer uma gota de álcool (…).







TEMA DE REDAÇÃO ENEM – BARBÁRIE SOCIAL: COMO COMBATER ESSE MAL?

Tema Redação – Barbárie Social: Como Combater Esse Mal?


Os últimos anos tem sido marcado por vários episódios de justiça com as próprias mãos. Segundo o dicionário Michaelis, uma das definições da palavra justiça é “poder de decidir sobre os direitos de cada um, de premir e de punir”. Segundo a Constituição Brasileira, quem tem direito de exercer justiça é o poder Judiciário. Logo, quando pessoas civis se compartam como “justiceiras”, ocorre um ato ilegal, inconstitucional. É fazer crime em cima de crime. É quebrar as regras de convívio da sociedade.

O filósofo Thomas Hobbes utiliza o termo “Estado Natural” para se referir a um Estado com ausência de regras, em que tanto a ordem como liberdade podem ser usadas de qualquer forma. A partir dessa análise, o Estado deve ser visto como o órgão que estabelece e mantém a ordem para a sociedade conviver de forma pacífica.

Os linchamentos, como maneira de combater a violência, são uma forma de retorno ao Estado Natural de Hobbes, de quebra da civilização, de barbárie social. Tendo essa perspectiva, analise a proposta de redação abaixo sobre esse tema que levanta a questão: Como combater o mal da barbárie social?

Para levantar possíveis respostas que respondam a pergunta do tema, analise a charge abaixo.





Agora que você já refletiu sobre o tema, vamos treinar escrevendo uma dissertativa-argumentativa de acordo com a proposta abaixo?

Proposta de Redação

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema: “Bárbarie Social: Como Combater Este Mal?“. Apresente uma proposta de intervenção e/ou conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.

TEXTO 1

(…) “Ah, mas bandidos também fazem isso com as pessoas.” O argumento é de uma ignorância infantil, pois a partir do momento em que passarmos todos a agir como eles, e deixar de tentar corrigir e fortalecer as instituições, a sociedade como a conhecemos deixa de existir. Daí, é o salve-se quem puder.

Ninguém está defendendo quem comete crimes. O que está em jogo aqui é que tipo de Estado e de sociedade que estamos nos tornando ao acharmos que Justiça com as próprias mãos é solução e punições severas para crimes ridículos (mesmo reincidentes) têm função pedagógica. (…)

O problema é que, no fundo, coisas valem mais que a vida. Do lado dos “bandidos”. Do lado dos “mocinhos”. (…)

Um homem em situação de rua foi espancado pelo dono de um supermercado, seus empregados e moradores, em Sorocaba (SP), após furtar um xampu nesta quarta (26/02/2014). Ele está internado com afundamento do crânio.

Sueli – Condenada pelo roubo de dois pacotes de bolacha e um queijo minas em uma loja.

Ademir – Assassinado por ter furtado coxinhas, pães de queijo e creme para cabelo de um supermercado. O pedreiro foi levado a um banheiro, agredido com chutes, socos e um rodo e deixado trancado, definhando. Morreu por hemorragia interna e traumatismos.

Valdete – Condenada a dois anos de prisão em regime fechado por ter roubado caixas de chiclete. Teve um habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal, pois o princípio da insignificância não se aplicaria, afinal não era para saciar a fome.

Franciely – Acusada de roubo de duas canetas mesmo após ter mostrado o comprovante de pagamento por ambas em um hipermercado.

Januário – Espancado por cinco seguranças, durante 20 minutos, no estacionamento de um hipermercado. Acharam que o vigilante estava roubando o próprio automóvel.

TEXTO 2

(…) Ressuscitou-se o Pelourinho 125 anos após “o fim da escravidão”, para regozijo de quem sempre está pronto para empinar o chicote e fazer justiça com as próprias mãos. Como se essa violência não gerasse mais violência e insegurança, em nome da segurança. Querem substituir o Estado pela barbárie. (…)

Na Alemanha de Hitler, muito antes da guerra, os nazistas formaram grupos paramilitares, milícias aterrorizadoras (os Freikorps) que massacravam “inimigos” (judeus, comunistas, minorias), detonaram o monopólio da força pelo Estado e levaram o ditador ao poder. E deu no que deu. Aqui, o inimigo dos Freikorps do bairro do Flamengo são os jovens, negros e pobres, infratores ou não. Negam o Estado democrático de Direito e pretendem, com a criação de força paralela, com tortura e eliminação física, enfrentar a delinquência esquecendo o sistema que a gera. As históricas desigualdades e injustiças não podem ser resolvidas pela barbárie, mas pelo acolhimento do Estado. (…)

TEXTO 3

A ampla maioria dos cariocas reprova a atitude de moradores de classe média do Flamengo (zona sul) que espancaram e amarraram a um poste um jovem suspeito de praticar roubos no bairro.

O repúdio à ação dos chamados “justiceiros”, que ainda deixaram o acusado nu na rua, chega a 79%, aponta pesquisa Datafolha. Outros 17% disseram aprovar a ação, e 5% não responderam.
A pesquisa mostra que o apoio à atitude dos moradores é maior entre os mais ricos e escolarizados.
Na faixa com ensino superior, 20% dos cariocas dizem aprovar a ação de quem espancou e amarrou o jovem suspeito. Entre os entrevistados com renda familiar acima de dez salários mínimos (R$ 7.240,00), o índice sobe para 24%.

BRANCOS E NEGROS

A pesquisa também revela diferença de opinião conforme a cor da pele dos entrevistados. Entre os negros, o apoio à ação dos moradores do Flamengo é de 12%. Entre os brancos, sobe para 21%.
O jovem espancado era negro. Os suspeitos de agredi-lo já identificados são brancos e de classe média.
O episódio ocorreu no último dia 31. A polícia chegou a deter 14 suspeitos de participar da agressão, mas todos foram liberados após assinar um termo na delegacia.

Extraído de http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/02/1412865-acao-de-justiceiros-ereprovada-por-79-no-rio.shtml em 28/02/2014.