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sexta-feira, 17 de outubro de 2025

POEMA: LUAR - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

 Poema: Luar

         Cecília Meireles

Face do muro tão plana,
com o sabugueiro florido.

O luar parece que abana
as ramagens na parede.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmysCRE2rTFh1bVn75rpD__hvCGZfw8oIbhPWKYmo0ER40CDusHAggEtr8nX0QPUEnsiyBzNMIjSu4zi_Z7mcVKf5eT3-9IlQRKkA63HvJYH7r263AnaQUotBSdsHn9kLMO8xK6ZgkAlaJNmlKYkenh8HFK5-cSYz5K2a_LSUn1eXsimM69DJaBRTOBF4/s320/8440084-belo-cenario-noturno-com-arvore-silhueta-e-luar-foto.jpg


A noite toda é um zumbido
e um florir de vagalumes.

A boca morre de sede
junto à frescura dos galhos.

Andam nascendo os perfumes
na seda crespa dos cravos.

Brota o sono dos canteiros
como o cristal dos orvalhos.

Cecília Meireles. Viagem, Obra Poética. Aguilar, 1972.

Fonte: Gramática da Língua Portuguesa Uso e Abuso. Suzana d’Avila – Volume Único. Editora do Brasil S/A. Ensino de 1º grau. 1997. p. 71.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a atmosfera geral criada pelo poema "Luar" e de que forma o foco na luz noturna contribui para esse clima?

      A atmosfera geral é de paz, mistério e profunda tranquilidade noturna. O foco na luz noturna (o luar e o florir de vagalumes) contribui para isso ao criar um ambiente de meias-sombras e brilhos intermitentes, tornando a cena mais etérea e sutil. O luar não ilumina de forma agressiva, mas sugere a leveza e a quietude da paisagem.

02 – Além da visão (a face do muro, o sabugueiro, os vagalumes), quais outros sentidos humanos são ativados no poema e quais elementos os evocam?

      Audição: Pelo "zumbido" da noite, que indica um som contínuo e baixo, típico da atividade dos insetos noturnos.

      Olfato: Pelos "perfumes" que "nascem" na "seda crespa dos cravos".

      Tato/Paladar (Metafórico): Pela sensação de "sede" junto à "frescura dos galhos", expressando um anseio ou desejo por absorver a pureza e a umidade da noite.

03 – Identifique e analise o recurso estilístico empregado no verso "O luar parece que abana as ramagens na parede."

      O recurso é a Personificação (ou Prosopopeia). O luar, um elemento inanimado, é dotado da ação humana de "abanar" (mover suavemente). Isso sugere que o movimento das sombras projetadas na parede, causado pela luz da lua, cria uma ilusão de vida e dança na cena, reforçando o caráter sutil e quase onírico da observação.

04 – O que a imagem da "boca morre de sede junto à frescura dos galhos" pode sugerir em um contexto que é primariamente sensorial e natural?

      A imagem é uma metáfora que expressa um intenso desejo ou anseio. A sede, neste contexto de frescor e perfume, sugere uma carência que transcende o físico — uma sede espiritual ou emocional. O eu lírico anseia por absorver a pureza, a paz e a renovação que a natureza noturna oferece, mas sente-se separado ou incapaz de alcançar plenamente essa "frescura".

05 – Analise o significado da metáfora que encerra o poema: "Brota o sono dos canteiros / como o cristal dos orvalhos."

      Esta metáfora encerra a cena com uma imagem de total quietude. Ela compara o surgimento do sono (o repouso completo da natureza) ao surgimento do orvalho (a umidade que se condensa). O sono, um estado abstrato, é materializado e visualizado de forma tangível, pura e brilhante ("cristal"), indicando que a tranquilidade noturna está completa e é tão preciosa quanto o brilho das gotículas de orvalho ao amanhecer.

 

 

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