Poema: A um Legista
Machado
de Assis
[...]
Rosa . . . que se enamora
Do amante colibri,
E desde a luz da aurora
Os seios lhe abre e ri.

Mas Zéfiro brejeiro
Opõe ao beija-flor
Embargos de terceiro
Senhor e possuidor.
Quer este possuí-la,
Também o outro a quer.
A pobre flor vacila,
Não sabe a que atender.
O sol, juiz tão grave
Como o melhor doutor,
Condena a brisa e a ave
Aos ósculos da flor.
[...]
ASSIS, Machado de. In:
COUTINHO, Afrânio (Org.). Machado de Assis: obra completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1992. p. 217-218. v. 3 (Fragmento).
Fonte: Língua
Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e
Shirley Goulart – 7º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 310.
Entendendo o poema:
01 – Qual a metáfora principal
utilizada no início do poema para descrever a rosa e sua interação com o
colibri?
A rosa é
metaforicamente apresentada como um ser que "se enamora do amante
colibri", abrindo-lhe os seios e rindo desde a aurora, personificando a
flor como um ser apaixonado e receptivo.
02 – Quem é o "Zéfiro
brejeiro" e qual seu papel na relação entre a rosa e o colibri?
O "Zéfiro brejeiro" é a brisa
ou vento, que se opõe ao beija-flor, agindo como um "embargo de
terceiro", um termo jurídico, para se colocar como senhor e possuidor da
rosa.
03 – Diante da disputa entre o
colibri e o Zéfiro, qual a atitude da "pobre flor"?
A "pobre
flor" vacila e "não sabe a que atender", mostrando-se indecisa
entre os dois pretendentes.
04 – Quem é o "juiz"
que resolve a disputa pela flor, e como ele é caracterizado?
O
"juiz" que resolve a disputa é o sol, caracterizado como "tão
grave como o melhor doutor".
05 – Qual a
"sentença" proferida pelo sol em relação à brisa e à ave, e o que
isso significa para a flor?
O sol condena a
brisa e a ave "aos ósculos da flor". Isso significa que ambos têm
permissão para beijar/tocar a flor, sugerindo que a beleza e o "amor"
da flor são acessíveis a ambos, ou que a natureza permite essa interação
múltipla.
Nenhum comentário:
Postar um comentário