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domingo, 3 de agosto de 2025

NOTÍCIA: BOAS MANEIRAS PARA EVITAR UM "MICO" NUMA SALA DE ESPETÁCULOS - FRAGMENTO - GEISA AGRÍCIO - COM GABARITO

 Notícia: Boas maneiras para evitar um ‘mico’ numa sala de espetáculos – Fragmento

        Quando a gente se programa para um evento, faz de tudo para que seja uma noite alegre e memorável. Tenta-se eliminar ao máximo os fatores de estresse: chegar cedo, comprar ingresso adiantado, escolher o melhor lugar etc. Tudo para acompanhar confortavelmente aquela atração que se queria tanto ver. Mas nem sempre tudo sai como gostaríamos. O fator ‘espectador inconveniente’ pode ser o balde de água fria num programa que tinha tudo pra ser maravilhoso.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNz9guk_peCOgGJJg_oHA5PR4EZj1gNhx9sQiwZSMmyYXtgncoVcvfXdB7KyLTrFhxxUlXCN2fPbHd-vuMH_fAxrmsHCTt3_Fj4AjXy2bu6Bv88vQL11BRYxuO2ONe9An_kZhwys3JZOsGLV5M5QLwo9rOZdl_8afxJZwmMv86IyCPWxLU2IwgCkgjfqI/s320/br-o-1679948440-boas-maneiras_ver_1.png


        “Um vizinho de poltrona inconveniente tira a paciência, a concentração para curtir e apreender a obra e nos faz perder o humor. Certa vez, no cinema, uma turma de adolescentes gritava e fazia zorra com um laser vermelho mirado para a tela. A sessão ficou tão insuportável que saí no meio do filme”, conta a historiadora Emanuele de Maupeou, que reclamou na gerência da sala do Multiplex do Shopping Recife, e recebeu ingressos para ver o filme em outra oportunidade. 

        Quem nunca passou por situações incômodas, como um chato que bate as pernas na poltrona dianteira, um vizinho que conversa ou atende ao celular ou mesmo aquele fã arvorado que grita no ouvido alheio achando que o cantor lá no palco vai ouvir o seu backing vocal de banheiro, que atire a primeira pipoca. 

        Casos como o vexame coletivo promovido pela plateia presente na estreia da peça Sopros de Vida, que passou no Recife na última semana, suscitam a pergunta ‘Por que algumas pessoas não sabem como se comportar numa casa de espetáculos?’. Carmem Peixoto, jornalista e consultora de etiqueta social e empresarial, é taxativa: por falta de educação e postura.

        “Isso começa muito antes de se transformar num adulto que frequenta produções culturais. Começa quando as crianças não sentam à mesa na hora das refeições, passam como um furacão pela casa e não aprendem a arrumar sua própria bagunça. Isso vai incutindo que todo comportamento é válido, daí pra ir pra rua é só um passo”, conta Carmem Peixoto.

        “A geração pós-movimento hippie passou tempos negando as regras sociais e considerando-as piegas, mas hoje em dia o bom senso precisa ser resgatado. Chegamos ao ponto em que é preciso ter assento reservados para idosos, coisa que deveria ser estabelecida pela gentileza. As pessoas pensam que etiqueta se restringe a como segurar o talher ou mastigar de boca fechada, mas é fundamental para o bem-estar na convivência”, avalia a consultora.

        E a falta de maneiras na privacidade das famílias facilmente se expande para as relações públicas. Os jovens de outros tempos se trancavam em seus quartos e aquele era seu universo particular. Hoje as pessoas estão interligadas o tempo todo, pelas tecnologias e redes sociais, e as distancias inexistem. “Na cabeça dessas pessoas, é como se o próprio o mundo fosse uma extensão desse seu espaço e acham natural agir em qualquer situação como fazem com seus pares”, conclui Peixoto.

        Esse é o perfil dos inconvenientes, ou ‘folgados’, que acabam recebendo coros de Psssssiu! ou Silêncio! no escurinho das salas. Para evitar que os bons cidadãos involuntariamente cometam gafes na hora de assistir a algum espetáculo, o JC Online preparou uma cartilha básica para a boa convivência durante a sessão:

        Atraso – Já não é de bom tom chegar depois do espetáculo iniciado, mas brigar por lugares marcados, mesmo com as entradas em mão, atrapalha todo mundo. Mesmo que tenha ‘direito’, não é educado. Afinal de contas, se chegou atrasado e conseguiu entrar já é lucro. De resto, é melhor deixar pra lá e, discretamente, ir sentando nas poltronas traseiras, sem incomodar ninguém.

        Comida – No cineminha até é sugerido a clássica pipoca e outras guloseimas. Porém, no teatro, principalmente quando a casa não permite, não é indicado abrir embalagens e nem mesmo mastigar durante um espetáculo. Nem se fala sobre esconder alimentos ou bebidas na bolsa, não é?

        Interação com o artista – O melhor agrado que você pode dar ao artista é a concentração do silêncio e o reconhecimento com aplausos. Não é elegante soltar gritinhos de 'Lindo’, ‘Maravilhoso’. Em shows em que a plateia fica de pé, até vale cantar junto e acompanhar o repertório. Num teatro, nem pensar.

        Cochilo – É uma tremenda saia justa. Alguém próximo à sua poltrona caiu no sono e está soltando aquele ronco. O que fazer? Não perca a paciência nem o espetáculo. Delicadamente deve-se acordar o dorminhoco e relembrá-lo onde está.

        Pernas e pés – Nem sempre as poltronas são as mais confortáveis. Às vezes, falta até lugar para colocar as pernas. Mas nada serve de desculpa para ficar batendo pernas ou recostando os pés na cadeira à frente. Tirar os sapatos é ainda mais execrável. Você não está no sofá da sua casa!

        [...]

        Celular – Todo mundo sabe que é para manter o aparelho desligado. Mesmo que esteja no modo silencioso e não soe o ringtone, atendê-lo em público é inadmissível.

        Conversa – Se você pretende conversar com seu acompanhante ou cumprimentar conhecidos, o ideal é chegar com folga, pelo menos uns 30 minutos antes. Depois que o terceiro toque é entoado e as luzes baixam, silêncio é obrigatório. Diálogos só no palco, nada de conversas paralelas. A dica serve para beijos e carícias também. Casais apaixonados devem deixar os momentos mais íntimos para depois.

        Crianças – A classificação indicativa não é simplesmente uma censura moral. Eventos adultos não devem ser frequentados por crianças, mesmo na presença dos pais, por mais modernos e liberais que eles sejam. É chato para os pequenos, que ficam inquietos, e inconveniente para quem está perto. Existem espaços e espetáculos destinados ao público infantil, onde eles podem se comportar com liberdade e espontaneidade características da idade.

        Vestimentas – Não vivemos mais nos tempos coloniais em que o teatro era o grande evento social, em que ver uma ópera era como um grande baile. Então, mesmo nas casas mais tradicionais, é de bom tom um casual chic ou esporte fino bem comportado. Brilhos, paetês, sedas, trajes de gala, saltos altíssimos e finíssimos são desnecessários. E, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Os shortinhos com aquele ar de quem saiu da praia também são dispensáveis.

Geisa Agricio. JC Online, 5 maio 2010. Disponível em: http://ne10.uol.com.br/canal/cultura/noticia/2010/05/25/boas-maneiras-para-evitar-um-mico-numa-sala-de-espetaculos-223025.php. Acesso em: 8 fev. 2015.

Fonte: Universos – Língua Portuguesa – Ensino fundamental – Anos finais – 8º ano – Camila Sequetto Pereira; Fernanda Pinheiro Barros; Luciana Mariz. Edições SM. São Paulo. 3ª edição, 2015. p. 150-152.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal fator que pode "estragar" um programa de lazer em uma sala de espetáculos, de acordo com o texto?

      O principal fator que pode estragar um programa é o "espectador inconveniente", cujas atitudes podem tirar a paciência, a concentração e o bom humor dos demais.

02 – Qual exemplo de experiência negativa a historiadora Emanuele de Maupeou compartilha?

      Emanuele de Maupeou relata que, no cinema, uma turma de adolescentes gritava, fazia zorra e mirava um laser vermelho na tela, tornando a sessão insuportável a ponto de ela ter que sair no meio do filme.

03 – Segundo a consultora de etiqueta Carmem Peixoto, qual a principal razão para o mau comportamento em casas de espetáculos?

      Carmem Peixoto afirma que a principal razão é a falta de educação e postura, que se inicia na infância, quando as crianças não aprendem regras básicas de convivência e organização.

04 – Como a consultora Carmem Peixoto relaciona a negação de regras sociais pela "geração pós-movimento hippie" com a necessidade atual de bom senso?

      Ela explica que essa geração negou as regras sociais, considerando-as "piegas", mas que hoje o bom senso precisa ser resgatado, pois a falta de gentileza e etiqueta social básica tem levado a situações como a necessidade de assentos reservados para idosos.

05 – O que o texto sugere para quem chega atrasado a um espetáculo com lugar marcado?

      Para quem chega atrasado, o texto aconselha a não brigar por lugares marcados, mesmo tendo direito, e, discretamente, sentar nas poltronas traseiras para não incomodar os outros, considerando a entrada já como um "lucro".

06 – Quais são as orientações do texto sobre o uso de celular durante uma sessão?

      A orientação é manter o aparelho desligado. Mesmo no modo silencioso, atendê-lo em público é inadmissível, pois o brilho da tela ou a simples ação de mexer no aparelho pode distrair.

07 – Qual é a recomendação do texto sobre a interação da plateia com o artista em diferentes tipos de espetáculo?

      Para a maioria dos espetáculos, o melhor agrado é o silêncio, a concentração e os aplausos. Soltar gritinhos de "Lindo" ou "Maravilhoso" não é elegante. Em shows em que a plateia fica de pé, é aceitável cantar junto, mas em teatro, isso não é recomendado.

 

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