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quarta-feira, 25 de junho de 2025

POESIA: O POETA COMEÇA O DIA - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 Poesia: O poeta começa o dia

             Mário Quintana

Pela janela atiro meus sapatos, meu ouro, minha alma ao meio da rua.
Como Harum-al-Raschid, eu saio incógnito, feliz de desperdício...
Me espera o ônibus, o horário, a morte – que importa?

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbzB2SNERIuDwlfpOTNKEnRHOI4ZtD9h22HlPjVcxoFW8C2VJMTQCgUyXDjRDRwn2RQTnfe04NY8f8BJEyHM9uRkJF6x4PANnvdk3s65J6WercwzIobpgmudZPZPWXRYycZpEceNRCyB0s1EQNatjgnPx_XGdwaIE0VrKM9sNB13ZM8YMG5x3RPSss-L4/s320/71XVRUY9MGL._UF1000,1000_QL80_.jpg


Eu sei me teleportar: estou agora
Em um Mercado Estelar... e olha!
Acabo de trocar
-- em meio aos ruídos da rua
alheio aos risos da rua –
todas as jubas do Sol

por uma trança da Lua!

Quintana, Mário. 80 anos de poesia. 13. ed. São Paulo: Globo, 2008. p. 165.

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 6º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 166.

Entendendo a poesia:

01 – O que o ato de "atirar" sapatos, ouro e alma pela janela simboliza no poema?

      O ato de "atirar" sapatos, ouro e alma pela janela simboliza um desapego radical do poeta em relação aos bens materiais e às preocupações terrenas. É uma libertação das convenções e valores mundanos para abraçar uma existência mais livre e imaginativa.

02 – A que figura histórica o poeta se compara e o que essa comparação sugere sobre sua atitude?

      O poeta se compara a Harum-al-Raschid, um califa lendário conhecido por suas incursões incógnitas entre o povo para observar a vida e buscar conhecimento. Essa comparação sugere que o poeta também busca uma experiência autêntica e sem amarras, agindo de forma "incógnita" e "feliz de desperdício" para absorver a essência do mundo ao seu redor, sem se prender a expectativas ou julgamentos.

03 – Como o poeta lida com as pressões do cotidiano, como "o ônibus, o horário, a morte"?

      O poeta demonstra uma indiferença em relação às pressões do cotidiano. Ele afirma que "o ônibus, o horário, a morte – que importa?", revelando que sua mente transcende essas preocupações mundanas. Ele se vale da capacidade de teleportar-se (metaforicamente, através da imaginação) para escapar da rotina e das limitações da realidade.

04 – Qual é o lugar "mágico" para onde o poeta se teleporta e o que ele faz nesse local?

      O poeta se teleporta para um "Mercado Estelar". Nesse local inusitado, ele realiza uma troca fantástica: "todas as jubas do Sol por uma trança da Lua!" Isso reforça a ideia de que a imaginação do poeta o leva a lugares extraordinários, onde a lógica comum é subvertida e o valor está na beleza e na fantasia, não no material.

05 – Qual é a principal mensagem que o poema transmite sobre a natureza da poesia e a mente do poeta?

      O poema transmite a mensagem de que a poesia é um portal para a liberdade e a imaginação ilimitada. A mente do poeta não se conforma com as trivialidades e as limitações da vida comum; ela busca a transcendência e a capacidade de transformar a realidade através da fantasia. Mesmo em meio ao barulho e à rotina da rua, o poeta é capaz de criar seu próprio universo de significados e maravilhas.

 

 

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