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quarta-feira, 5 de março de 2025

CONTO: AULA DE POÇOES - CAP. 8 - O MESTRE DAS POÇÕES - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Conto: Aula de Poções – Cap. 8 – O mestre das poções Fragmento

        [...]

        No início do banquete de abertura do ano letivo, Harry tivera a impressão de que o Professor Snape não gostava dele. No final da primeira aula de Poções, ele viu que se enganara. Não era bem que Snape não gostava de Harry — ele o odiava.

FONTE: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQGs0RSDT3cqd7Rt_PUC1EWAwqOe7sl3eUtj6MBKlji7eh00JvyAvbSZ_D-zAqN2pi-6ElXijhNd_jst9t_B1i9MXAGVyL5MJTa5b80uT-k9GKYpp-h8zqvBrFTfFMa8a1CiVP39T2Rqbx-VoPl8ofqAImC2CXTtSRffH8PW7dBBoNZHZ32fpW9G3XWMM/s320/Harry_Potter_Pedra_Filosofal_2001.jpg


        A aula de Poções foi em uma das masmorras. Era mais frio ali do que na parte social do castelo e teria dado arrepios mesmo sem os animais embalsamados flutuando em frascos de vidro nas paredes à volta.

        Snape, como Flitwick, começou a aula fazendo a chamada e, como Flitwick, ele parou no nome de Harry.

        — Ah, sim — disse baixinho. — Harry Potter. A nossa nova celebridade.

        Draco Malfoy e seus amigos Crabbe e Goyle deram risadinhas escondendo a boca com as mãos. Snape terminou a chamada e encarou a classe. Seus olhos eram negros como os de Hagrid, mas não tinham o calor dos de Hagrid. Eram frios e vazios e lembravam túneis escuros.

        — Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e a arte exata do preparo de poções — começou. Falava pouco acima de um sussurro, mas eles não perderam nenhuma palavra. Como a Professora Minerva, Snape tinha o dom de manter uma classe silenciosa sem esforço. — Como aqui não fazemos gestos tolos, muitos de vocês podem pensar que isto não é mágica. Não espero que vocês realmente entendam a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos... Posso ensinar-lhes a engarrafar fama, a cozinhar glórias, até a zumbificar se não forem o bando de cabeças-ocas que geralmente me mandam ensinar.

        Mais silêncio seguiu-se a esse pequeno discurso. Harry e Rony se entreolharam com as sobrancelhas erguidas Hermione Granger estava sentada na beiradinha da carteira e parecia desesperada para começar a provar que não era uma cabeça-oca.

        — Potter! — disse Snape de repente. — O que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?

        Raiz de quê em pó a um infusão do quê? Harry olhou para Rony, que parecia tão embatucado quanto ele, a mão de Hermione se ergueu no ar.

        Não sei não senhor — disse Harry.

        A boca de Snape se contorceu num riso de desdém.

        — Tsk, tsk, a fama pelo visto não é tudo.

        E não deu atenção a mão de Hermione.

        — Vamos tentar outra vez, Potter. Se eu lhe pedisse, onde você iria buscar bezoar?

        Hermione esticava sua mão no ar o mais alto que pôde sem se levantar da carteira, mas Harry não tinha a menor ideia do que fosse bezoar. Tentou não olhar para Malfoy, Crabbe e Goyle, que se sacudiam de tanto rir.

        — Não sei não senhor.

        — Achou que não precisava abrir os livros antes de vir, hein, Potter?

        Harry fez força para continuar olhando diretamente para aqueles olhos frios. Folheara os livros na casa dos Dursley, mas será que Snape esperava que ele se lembrasse de tudo que vira em Mil ervas e fungos mágicos?

        Snape continuava a desprezar a mão trêmula de Hermione.

        — Qual é a diferença Potter, entre acônito licoctono e acônito lapelo?

        Ao ouvir isso Hermione se levantou, a mão esquerda em direção ao teto da masmorra.

        — Não sei — disse Harry em voz baixa. — Mas acho que Hermione sabe, porquê o senhor não pergunta a ela?

        Alguns garotos riram, os olhos de Harry encontraram os de Simas e este deu uma piscadela. Snape, porém não gostou.

        — Sente-se — disse com rispidez a Hermione. — Para sua informação Potter, asfódelo e losna produzem uma poção para adormecer tão forte que é conhecida como a Poção dos Mortos Vivos. O bezoar é uma pedra tirada do estômago da cabra e pode salvá-lo da maioria dos venenos. Quanto aos dois acônitos são plantas do mesmo gênero botânico. Então? Por que não estão copiando o que estou dizendo?

        Ouviu-se um ruído repentino de gente apanhando penas e pergaminhos. E acima desse ruído a voz de Snape:

        — E vou descontar um ponto da Grifinória por sua impertinência, Potter.

        As coisas não melhoraram para os alunos da Grifinória na continuação da aula de Poções. Snape separou-os aos pares e mandou-os misturar uma poção simples para curar furúnculos. Caminhava imponente com sua longa capa negra, observando-os pesar urtigas secas e pilar presas de cobras, criticando quase todos, exceto Draco, de quem parecia gostar. Tinha acabado de dizer a todos que olhassem a maneira perfeita com que Draco cozinhara as lesmas quando um silvo alto e nuvens de fumaça ocre e verde invadiram a masmorra. Neville conseguira derreter o caldeirão de Simas transformando-o numa bolha retorcida e a poção dos dois estava vazando pelo chão de pedra, fazendo furos nos sapatos dos garotos. Em segundos, a classe toda estava trepada nos banquinhos enquanto Neville, que se encharcara de poção quando o caldeirão derreteu, tinha os braços e as pernas cobertos de furúnculos vermelhos que o faziam gemer de dor.

        — Menino idiota! — vociferou Snape, limpando a poção derramada com um aceno de sua varinha. — Suponho que tenham adicionado as cerdas de porco-espinho antes de tirar o caldeirão do fogo?

        Neville choramingou quando os furúnculos começaram a pipocar em seu nariz.

        — Levem-no para a ala do hospital — Snape ordenou a Simas. Em seguida voltou-se zangado para Harry e Rony, que estavam trabalhando ao lado de Neville.

        — Você, Potter, por que não disse a ele para não adicionar as cerdas? Achou que você pareceria melhor se ele errasse, não foi? Mais um ponto que você perdeu para Grifinória.

        A injustiça foi tão grande que Harry abriu a boca para argumentar, mas Rony deu-lhe um pontapé por trás do caldeirão.

        — Não force a barra — cochichou. — Ouvi dizer que Snape pode ser muito indigesto.

        [...]

ROWLING, J. K. Harry Potter e a pedra filosofal. Trad. De Lia Wyler. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 120-123.

Fonte: Linguagem Nova. Faraco & Moura. 5ª série – 17ª ed. 3ª impressão – São Paulo – Editora Ática – 2003. p. 54-57.

Entendendo o conto:

01 – Onde foi realizada a aula de Poções?

      A aula de Poções foi realizada em uma das masmorras do castelo.

02 – Qual foi a primeira impressão de Harry sobre o Professor Snape?

      Harry teve a impressão de que o Professor Snape não gostava dele, mas depois percebeu que Snape o odiava.

03 – Como Snape se referiu a Harry durante a chamada?

      Snape se referiu a Harry como "a nossa nova celebridade".

04 – Qual foi a reação de Draco Malfoy e seus amigos quando Snape mencionou Harry?

      Draco Malfoy e seus amigos Crabbe e Goyle deram risadinhas escondendo a boca com as mãos.

05 – O que Snape disse que poderia ensinar aos alunos?

      Snape disse que poderia ensinar a engarrafar fama, cozinhar glórias e até a zumbificar, se os alunos não fossem cabeças-ocas.

06 – Qual foi a primeira pergunta que Snape fez a Harry?

      Snape perguntou o que Harry obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna.

07 – Qual foi a resposta de Harry à primeira pergunta de Snape?

      Harry respondeu que não sabia.

08 – O que Snape disse sobre a fama de Harry após a primeira pergunta?

      Snape disse que a fama pelo visto não era tudo.

09 – Qual foi a segunda pergunta que Snape fez a Harry?

      Snape perguntou onde Harry iria buscar um bezoar.

10 – O que aconteceu com Neville durante a aula de Poções?

      Neville derreteu o caldeirão de Simas, e a poção vazou pelo chão, fazendo furos nos sapatos dos garotos. Neville ficou coberto de furúnculos vermelhos.

 

 

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