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domingo, 22 de maio de 2022

CONTO: A ESPERTEZA DO TATU - ROSANE PAMPLONA - COM GABARITO

 Conto: A ESPERTEZA DO TATU

           Rosane Pamplona

        No tempo em que os animais falavam (mas nem todos se entendiam, como veremos...), ia certo dia um lenhador pela floresta, quando ouviu os urros de uma onça, que caíra numa armadilha preparada por alguns caçadores.

        O lenhador se aproximou da armadilha e a onça suplicou-lhe que a tirasse dali. O homem ficou desconfiado:

        -- Eu, hein?! Você é uma onça, bicho perigoso. Se eu a soltar, depois você vai querer me devorar.

        Mas a onça jurou por todas suas pintas que não, imaginem, jamais faria algo contra seu próprio benfeitor. Se ele a soltasse ela, ela lhe seria eternamente agradecida, eternamente reconhecida, eternamente sua devedora, e tanto falou que acabou convencendo o homem.

        Porém... assim que ele a soltou das cordas que a prendiam, a falsa o agarrou:

        -- Sinto muito, amigo, mas estou faminta e você será meu almoço!

        -- O quê?! – bradou o lenhador. – Você promete, jura e ainda me faz uma ingratidão dessas?

        -- Ingrato é o ser humano – Filosofou a onça. – Pois não estraga a floresta que lhe dá vida? Eu sou apenas uma onça, animal que come carne, como você sabe, e estou seguindo meus instintos.

        Mas o lenhador argumentou: naquele caso, quem tinha razão era ele, a ingrata era ela e, já que não chegavam a um acordo, teriam que chamar um juiz para decidir a contenda.

        A onça concordou.

        O primeiro a passar ali foi um tatu, logo chamado para intervir na questão e julgar as partes contrárias. O tatu ouviu os argumentos dos dois e depois decidiu:

        -- Não posso fazer um julgamento perfeitamente justo se não souber exatamente como é que a onça estava antes de ser solta. Por favor senhora onça, queira voltar a sua posição na armadilha.

        A onça, distraída caiu no logro. Voltou a armadilha e tornou-se novamente prisioneira.

        -- Vamos embora – Disse o esperto tatu ao homem. – Ela que suplique agora aos caçadores e aprenda que o bem não se paga com o mal.

Rosane Pamplona. Almanaque bichos do Brasil. São Paulo: Moderna, 2014.

Fonte: livro – Língua portuguesa – Buriti mais português – 4° ano – ensino fundamental – Anos iniciais – 1ª edição, São Paulo, 2017. Moderna. p. 24-9.

Entendendo o conto:

01 – Converse com os colegas.

a)   Quando aconteceu essa história?

A autora diz ironicamente que a história se passou “no tempo em que os animais falavam”. Não há definição precisa de quando tudo aconteceu.

b)   Se você fosse o lenhador, teria soltado a onça? Explique.

Resposta pessoal do aluno.

c)   Você acha que o leitor pode aprender algo com essa história? Explique.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, porque ela ensina que não se paga o bem praticando o mal.

02 – Releia o início do conto.

        “No tempo em que os animais falavam (mas nem todos se entendiam, como veremos...) [...]”.

·        Por que o trecho sublinhado está entre parênteses?

Porque é uma observação do narrador que não tem relação direta com o acontecimento da história; foi feita apenas para tornar o conto divertido.

03 – Releia este trecho.

        “Mas a onça jurou por todas suas pintas que não, imaginem, jamais faria algo contra seu próprio benfeitor. [...]”.

a)   Por que a onça jurou pelas suas pintas?

Porque as pintas são o que ela tem de mais precioso.

b)   Por que a palavra imaginem foi usada no trecho?

(   ) Porque a onça quer que o lenhador se imagine sendo devorado por ela.

(X) Porque a onça quer demonstrar indignação com a ideia de fazer mal a seu benfeitor.

04 – Sublinhe a palavra desta fala da onça que demostra ironia “-- Sinto muito, amigo, mas estou faminta e você será meu almoço!”

·        Por que o uso dessa palavra é irônica?

Porque, se a onça realmente considerasse o lenhador seu amigo, não o comeria no almoço.

05 – Nesse conto, há duas personagens protagonistas e uma antagonista.

a)   Quem são as protagonistas? Quem é o antagonista?

Protagonistas: o lenhador e o tatu; Antagonista: a onça.

b)   Que personagem foi a mais esperta?

Foi o tatu.

c)   Qual foi a esperteza desse personagem?

Pedir à onça que voltasse à sua posição na armadilha.

d)   Que outro personagem mostrou esperteza no conto?

A onça.

e)   Qual foi a esperteza dela?

Enganou o lenhador, dizendo que não o devoraria se ele a soltasse.

06 – Relacione cada personagem à ação praticada na história.

A – Tatu.

B – Onça.

C – Lenhador.

(C) Desconfiou, mas ajudou assim mesmo.

(A) Foi chamado para ajudar.

(B) Suplicou por ajuda.

07 – Que argumentos a onça usou para justificar seu desejo de devorar o lenhador mesmo após ele soltá-la da armadilha?

      Ela disse que era um animal que comia carne e que estava apenas seguindo seus instintos.

08 – Que argumento o lenhador usou para não ser devorado?

      Ele disse que a onça era ingrata e que, já que não chegavam a um acordo, teriam que chamar um juiz para decidir a contenda.

09 – Assinale a frase que demonstra a esperteza do tatu para convencer a onça a voltar para a armadilha.

(X) O tatu ouviu com atenção a onça e o lenhador e falou com seriedade que a onça deveria voltar para o lugar onde ela estava.

(   ) O tatu não deu muita atenção à onça e ao lenhador e foi logo chegando a uma conclusão.

10 – Qual é o desfecho da História?

      A onça cai na esperteza do tatu e volta para a armadilha, tornando-se novamente uma prisioneira.

11 – Releia este trecho.

        “[...] Se ele a soltasse ela, ela lhe seria eternamente agradecida, eternamente reconhecida, eternamente sua devedora, e tanto falou que acabou convencendo o homem.”.

a)   Copie a palavra que se repete.

Eternamente.

b)   Qual foi a intenção do autor ao repetir essa palavra?

O autor usou a palavra três vezes com a intenção de mostrar que a onça falou muito e insistiu bastante até convencer o lenhador de que não o devoraria.

12 – Releia o trecho.

        “A onça, distraída, caiu no logro.”. Marque a alternativa que indica o significado da palavra logro.

(   ) Habilidade para não se deixar enganar.

(X) Artifício ou manobra com que se engana ou ilude alguém.

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