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segunda-feira, 10 de maio de 2021

FÁBULA: BURRICE - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 FÁBULA: BURRICE

              Monteiro Lobato

Caminhavam dois burros, um com carga de açúcar, outro com carga de esponjas.

Dizia o primeiro:

— Caminhemos com cuidado, porque a estrada é perigosa.

O outro redarguiu*:

— Onde está o perigo? Basta andarmos pelo rastro dos que hoje passaram por aqui.

— Nem sempre é assim. Onde passa um, pode não passar outro.

— Que burrice! Eu sei viver, gabo-me disso, e minha ciência toda se resume em só imitar o que os outros fazem.

— Nem sempre é assim, nem sempre é assim… continuou a filosofar o primeiro.

Nisto alcançaram o rio, cuja ponte caíra na véspera.

— E agora?

— Agora é passar a vau*.

O burro do açúcar meteu-se na correnteza e, como a carga se ia dissolvendo ao contato da água, conseguiu sem dificuldade pôr pé na margem oposta.

O burro da esponja, fiel às suas ideias, pensou consigo:

— Se ele passou, passarei também — e lançou-se ao rio.

(Mas sua carga, em vez de esvair-se como a do primeiro, cresceu de peso a tal ponto que o pobre tolo foi ao fundo.)

— Bem dizia eu! Não basta querer imitar, é preciso poder imitar — comentou o outro.

MONTEIRO, Lobato. Burrice. Em ______. Fábulas. São Paulo:

Universo dos Livros, 2019.

Fonte: Livro - APROVA BRASIL - Língua Portuguesa, 7º ano, 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2019, p.42-3.


Glossário

* redarguiu: respondeu argumentando.

* vau: parte rasa do rio.

1. A fábula “Burrice” tem como tema principal

( A ) os perigos encontrados na estrada pela qual os burros precisavam passar.

( B ) a teimosia de um dos burros, que acreditava poder sempre imitar os outros.

( C ) o fato de o açúcar se dissolver quando entra em contato com a água.

( D ) o fato de as esponjas aumentarem de peso quando estão cheias de água.

2. No trecho “Nem sempre é assim. Onde passa um, pode não passar outro.”, o termo destacado indica

( A ) lugar.

( B ) tempo.

( C ) modo.

( D ) causa.

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