Texto: O indivíduo e a História
“O que apelidamos grande homem é sempre alguém que tem a ventura de transfigurar a fraqueza individual, compondo-a com as forças infinitas da Humanidade”
Euclides da Cunha
Cada indivíduo possui suas
características próprias que o distinguem do outro. Como pessoa, pensa, vive
integrado a uma família e à sociedade, está sujeito a um governo (embora nem
sempre participe de sua escolha) e está sujeito às leis. Para sobreviver
executa um trabalho (embora alguns vivam da exploração do trabalho alheio) e,
segundo a sua situação econômica, engaja-se em um determinado grupo social.
Enfim, cada indivíduo luta pelos seus próprios fins, pela sua existência e pela
existência dos que lhe são próximos, constrói sua própria história. Ao mesmo
tempo ocorre um movimento conjunto, resultado da ação de todos os homens, que
denominamos de história do gênero humano. Portanto, a história não é estática,
mas é um processo dinâmico, dialético, em que as contradições geradas pela luta
entre as classes sociais conduzem às grandes transformações da sociedade. Nesse
sentido, podemos afirmar que na história não há o acaso e que todas as
transformações são fruto da ação dos homens e não de alguns homens apenas, os
“grandes homens”, os “heróis”. Acreditar que só os “grandes homens” transformam
a estrutura da sociedade e fazem a história é negar a própria história.
De um modo geral temos a tendência ao
comodismo. Esperamos que apareçam os “grandes homens”, os “heróis” que façam o
que precisa ser feito e esquecemos que a história é um processo do qual
participamos, quer queiramos ou não. Refugiar-se na neutralidade é uma atitude
covarde e, em si, já é uma opção. Demonstra medo de enfrentar as “forças de
permanência”, isto é, aqueles que, enquanto se agarram aos privilégios
econômicos e políticos, pretendem manter, a qualquer custo, o seu poder de
decisão, não hesitando em desumanizar, oprimir e violentar a grande maioria,
reduzindo-a à condição de objeto.
O grande desafio que a história coloca diante
de nós é a luta contra as forças de permanência que pretendem deter as forças
de transformação.
Paulo Cosiuc -
Professor de história - Escola Comunitária, Campinas.
Fonte: Livro –
Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed.
Moderna, 2005 – p. 123/4.
Entendendo o texto:
01 – Depois de reler o
texto, procure no dicionário o significado das palavras relacionadas,
escrevendo-as em seu caderno. Em seguida, escolha três delas e forme três
frases, dentro do contexto estudado.
a)
Ventura: felicidade.
b)
Dinâmico: objetivos.
c)
Fins: ativo.
d)
Geradas: produzidas.
e)
Opção: livre escolha.
Resposta pessoal do aluno.
02 – O que significa construir
a sua história?
Toda pessoa faz a
sua vida.
03 – Dê o significado dos
adjetivos destacados, em seu caderno:
a)
Fraqueza individual
– pessoal.
b)
Forças infinitas
– incalculável.
c)
Características próprias – pessoais.
d)
Trabalho alheio
– dos outros.
e)
Situação econômica
– financeira.
04 – O que é ser um grande homem?
Resposta pessoal
do aluno.
05 – As palavras destacadas
têm sentido conotativo (figurado).
Explique-os em seu caderno. E, com cada um deles, forme uma frase.
a)
Dos que lhe são próximos...
Todo o povo.
b)
Acreditar que só os grandes homens...
Homens que se destacam por seus feitos.
c)
Enfrentar as forças de permanência...
Os opressores.
06 – Que tipo de história
fazem os brasileiros?
Resposta pessoal
do aluno. Sugestão: O brasileiro está acordando de sua neutralidade. Começa a
lutar por seus direitos.
07 – “Refugiar-se na
neutralidade” é uma atitude covarde. Por quê?
Porque, quer
queiramos ou não, participamos do processo de transformação. E ficar em cima do
muro não parece uma atitude corajosa.
08 – Você conhece homens
reduzidos à condição de objeto? Comente.
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: São
homens que se deixam manipular pelos opressores.
09 – Quem impede o protesto do povo? Só os governantes
autoritários? Ou, por vezes, a família, a escola, a Igreja também o fazem?
O próprio
sistema; a sociedade de um modo geral.
10 – Todos somos participantes da história.
a)
Como podemos lutar contra as forças de permanência?
Resposta pessoal do aluno.
b)
E nossa comunidade? Vai sair à luta, vai se
arriscar, vai participar da história fugindo do comodismo e da neutralidade?
Por quê? O que se faz no lugar em que você vive?
Resposta pessoal do aluno.
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