Música(Atividades): Triste, Louca ou Má
Juliana Strassacapa
Triste, louca ou má
Será qualificada ela
Quem recusar
Seguir receita tal.
A receita cultural
Do marido, da família
Cuida, cuida da rotina.
Só mesmo rejeita
Bem conhecida receita
Quem, não sem dores
Aceita que tudo deve mudar.
Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar.
Um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar.
Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver só.
Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver só.
Eu não me vejo na palavra
Fêmea: Alvo de caça
Conformada vítima.
Prefiro queimar o mapa
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
E a vida reinventar.
E um homem não me define
Minha casa não me define
Minha carne não me define
Eu sou meu próprio lar.
E um homem não me define
Minha casa não me define
Minha carne não me define
Eu sou meu próprio lar.
Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver só.
Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver só.
Ela desatinou (e um homem não me define)
Desatou nós (minha casa não me define)
Vai viver só (minha carne não me define)
Eu sou meu próprio lar.
Ela desatinou (e um homem não me define)
Desatou nós (minha casa não me define)
Vai viver (minha carne não me define)
Eu sou meu próprio lar.
Composição: Sebástian Piracés -
Ugarte / Rafael Gomes / Mateo Piracés - Ugarte / Andrei Martinez Kozyreff /
Juliana Strassacapa.
Entendendo a canção:
01 – A alternativa que
melhor interpreta esta canção, da banda “Francisco, El Hombre”, é:
a)
“Triste”, “louca” e “má” são qualificações
sempre atribuídas a mulheres que não se inserem em famílias tradicionais e
rompem com preceitos sociais atuais.
b)
A “receita cultural”, por ser “do marido, da
família”, está no âmbito do familiar, portanto não se refere à sociedade. Dessa
forma, rompe com essa receita é algo indolor, como afirmar os versos “Quem não
sem dores / Aceita que tudo deve mudar”.
c)
Nos versos 13 e 14, os termos
“casa” e “carne” são metáforas que representam os papéis sociais atribuídas às
mulheres.
d)
A construção “ela desatinou” é paradoxal em
relação à canção, já que o eu lírico critica a mulher que rompe com essa
“receita” por perder o juízo.
e)
A expressão “Desatou nós” é polissêmica,
assim como a expressão “queimar o mapa”, e ambas podem ser lidas, inclusive, de
modo denotativo na canção.
02 – Que crítica há na
canção?
A canção critica
o fato de que, às mulheres, são atribuídos certos papéis sociais, e a
problematização da ideia de normatização de certos comportamentos sociais.
03 – Considera-se a letra
dessa canção, na qualidade de poesia moderna com que tipo de texto?
Um texto que
narra o processo de emancipação e a busca por direitos iguais das mulheres.
04 – Como é a mulher citada
na canção?
Ela não quer ter
filhos, deseja viver sozinha, não pretende ter uma vida que se resume
basicamente em limpar a casa, cuidar dos filhos e servir seu marido, que
acredita ter um empoderamento sobre ela.
05 – Por que a mulher da
canção é vista como triste, louca e má?
Por ela rejeitar a figura masculina.
06 – A expressão “A receita
cultural”, que as mulheres não devem seguir, citada na canção, é imposta por
quem?
É imposta por uma
ideologia na sociedade.
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