Mensagem: CARIDADE TRANSFERIDA
DIVALDO FRANCO PELO ESPÍRITO
JOANNA DE ÂNGELIS
Ninguém objeta quanto à qualidade dos
elevados propósitos.
Não se faz qualquer restrição à nobreza
de tais sentimentos.
A caridade é sempre uma luz acesa
vencendo trevas.
Por isso mesmo não é lícito eximir-se
alguém de clarificar-se com a luminescência que dela emana.
Quem conduz uma luz beneficia-se
primeiro.
Generaliza-se uma prática que, embora
edificante, tem assumido um caráter passadista.
Pessoas generosas, que desejam
auxiliar, sempre se eximem de fazê-lo, justificando-se falta de tempo, de
saúde, poucas possibilidades econômicas… E encaminham os necessitados que lhe
buscam o concurso a outras que lhes parecem bem aquinhoadas, valorosas, sem
problemas…Mas que os têm, igualmente, só que se não queixam, fomentando o
comércio do desânimo e da insensatez.
São criaturas bem formadas, sem dúvida,
as que assim procedem, no entanto, se recusam a alegria de servir, a bênção de
socorrer, a felicidade de amar.
Claro que ante à impossibilidade real
de fazer-se o bem, a atitude encaminhar o aflito a uma fonte abençoada é
correta.
Não, porém, como um hábito constante,
transferindo-se a caridade de domicílio e de mãos…
*
Quando alguém te chegar em sofrimento,
sempre poderás auxiliar, se o quiseres.
Não mensurando tempo nem examinando
valores, deves repartir dádivas e repartir-te no ministério da caridade com
Jesus.
Caridade transferida ¾ socorro tardio.
*
Conhecendo alguém que se afadiga no
labor santificante da caridade, corre em seu auxílio, ao invés de o
sobrecarregares com novas incumbências e maior soma de responsabilidades.
Detendo-te a meditar na Parábola do Bom
Samaritano, compreenderás a necessidade de fazeres, tu mesmo, a caridade.
Não mandes outrem realizá-la em teu
lugar.
Não postergues o teu momento de
felicidade.
Jesus jamais se poupava, transferindo
labores. Inclusive na cruz, quando solicitado pelo atormentado bandido, que Lhe
rogava ajuda, distendeu-lhe a mão generosa da esperança, em nome da excelsa
caridade de Nosso Pai.
(De Oferenda, de
Divaldo P. Franco Joanna de Ângelis)
Mensagens
Espírita: O livro dos Espíritos
ALLAN KARDEC –
Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas
e respostas
Livro Segundo
MUNDO
ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
Capítulo I
SOBRE OS ESPÍRITOS
ANJOS
E DEMÔNIOS
128 – Os seres que
chamamos de anjos, arcanjos e serafins formam uma categoria especial, de uma
natureza da dos outros Espíritos?
-- Não, eles são os Espíritos puros:
aqueles que estão no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições.
A palavra anjo geralmente revela a ideia
da perfeição moral; entretanto, é frequentemente aplicada a todos os seres bons
e maus que estão fora da humanidade. Diz-se: o anjo bom e o mau; o anjo de luz
e o anjo das trevas. Nesse caso, ele é sinônimo de Espírito ou de gênio. Aqui,
nós a usamos no seu sentido positivo.
129 – Os anjos passaram
por todos os graus?
-- Percorreram todos os graus, mas, como
dissemos, alguns aceitaram sua missão sem reclamar, e chegaram mais depressa;
outros levaram um tempo mais ou menos longo para chegar à perfeição.
130 – Se a opinião que
admite seres criados perfeitos e superiores a todas as outras criaturas é
errônea, como se explica que ela apareça na tradição de quase todos os povos?
-- Deves saber que teu mundo não existe
desde sempre e que, muito tempo antes de ele existir, já havia Espíritos que
tinham alcançado o grau supremo. Os homens então acreditaram que eles sempre
foram assim.
131 – Há demônios, no
sentido que é atribuído a essa palavra?
-- Se houvesse
demônios, eles seriam obra de Deus. E Deus seria justo e bom se tivesse criado
seres eternamente votados ao mal e desgraçados? Se há demônios, eles residem no
teu mundo inferior ou em outros semelhantes. São estes homens hipócritas que
fazem de um Deus justo um Deus maldoso e vingativo, e que julgam ser-lhe
agradáveis pelas abominações que cometem em Seu nome.
A palavra demônio está ligada à ideia de
Espírito mau apenas em sua acepção moderna, pois a palavra grega daimôn, a
partir da qual é formada, significa gênio, inteligência, e foi aplicada a seres
incorpóreos, bons ou maus, sem distinção.
A ideia dos demônios, na acepção vulgar da palavra, supõe
seres essencialmente malfeitores; como todas as coisas, seriam criação de Deus.
Ora, Deus, que é soberanamente justo e bom, não pode ter criado seres
naturalmente propensos ao mal e eternamente condenados. Se não fossem obra de
Deus, seriam eternos como Ele, e então haveria diversas forças soberanas.
A primeira
condição de toda doutrina é ser lógica. Ora, a dos demônios, no sentido
absoluto, falha nesse ponto essencial. Que na crença de povos atrasados, que
não conhecem os atributos de Deus, admita-se a
existência de divindades malfeitoras, ou também demônios, é compreensível; mas
para todo aquele que faz da bondade de Deus um atributo por excelência, é
ilógico e contraditório supor que Ele possa ter criado seres voltados ao mal e
destinados a praticá-lo perpetuamente, pois seria negar a Sua bondade. Os
partidários dos demônios se apoiam nas palavras do Cristo; certamente não
seremos nós quem contestaremos a autoridade de seu ensinamento, que gostaríamos
de ver mais nos corações que nas bocas dos homens. Mas será que se está bem
certo do sentido que ele atribuía à palavra demônio? Não se sabe que a forma
alegórica é umas das marcas distintivas de sua linguagem, e que tudo o que está
no Evangelho não deve ser levado ao pé da letra? Não precisamos de outra prova
além desta passagem:
“Logo após esses dias de aflição, o sol
escurecerá e a lua não mais derramará a sua luz, as estrelas cairão do céu e as
forças celestes serão abaladas. Em verdade vos digo que esta geração não
passará antes que todas essas coisas se cumpram.”
Não vimos a forma
do texto bíblico ser contradita pela Ciência, no que diz respeito à criação e
ao movimento da Terra? Não poderia ocorrer o mesmo com certas figuras
empregadas pelo Cristo, que deveria falar de acordo com seu tempo e região?
Cristo não poderia ter conscientemente dito uma falsidade. Portanto, se em suas
palavras há coisas que parecem chocar a razão, é porque não as compreendemos ou
as interpretamos mal.
Os homens fizeram dos demônios o mesmo
que fizeram dos anjos. Da mesma forma que acreditaram na existência de seres
perfeitos desde sempre, tomaram os Espíritos inferiores por seres perpetuamente
maus. A palavra demônio deve ser entendida, portanto, como relativa aos
Espíritos impuros, que frequentemente não são melhores que aqueles designados
com o nome de demônios, mas com a diferença de que seu estado é apenas
transitório. São os Espíritos imperfeitos que reclamam das provações que sofrem
e que, por isso mesmo, as sofrem por mais tempo, mas que chegarão por sua vez à
perfeição, quando tiverem essa vontade. Portanto, poder-se-ia aceitar a palavra
demônio com essa restrição; mas como agora ela é entendida num sentido
exclusivo, isso poderia induzir ao erro, levando a acreditar na existência de
seres especiais criados para o mal.
Quanto a Satanás,
ele é evidentemente a personificação do mal sob uma forma alegórica, pois não
se poderia admitir um ser mau lutando de igual poder contra a Divindade, e cuja
única preocupação fosse contrariar os desígnios divinos. Como o homem precisa
de figuras e imagens para impressionar sua imaginação, representou os seres
incorpóreos sob uma forma material, com atributos que lembram suas qualidades
ou defeitos. Foi assim que os antigos, na tentativa d personificar o tempo,
representaram-no sob a figura de um ancião com uma foice e uma ampulheta; a
figura de um jovem teria sido um contrassenso. O mesmo se deu com as alegorias
da fortuna, da verdade, etc. Os modernos representam os anjos ou Espíritos
puros sob uma figura radiante, com asas brancas, símbolo da pureza; Satanás com
chifres, garras e os atributos da bestialidade, símbolos das paixões vis. O
ignorante, que toma as coisas ao pé da letra, viu nesses símbolos
individualidades reais, como outrora tinha visto Saturno na alegoria do Tempo.
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