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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

MENSAGEM ESPÍRITA: ESFORÇO E DEDICAÇÃO - O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ESCALA ESPÍRITA - PARA REFLEXÃO


Mensagem: Esforço e dedicação


 De maneira clara, percebemos que a tecnologia vem, a passos largos, diminuindo o tempo para se fazer muitas coisas.
  

      Analisemos quanto tempo gastávamos na cozinha, quando não se dispunha de tecnologia para processar alimentos.
        Se havia carne na refeição, era porque o abate fora feito no quintal da própria casa, e as verduras vinham da horta plantada ao fundo.
        Quanto tempo levávamos para nos comunicar com alguém distante?
        Era o tempo de escrever o texto manualmente, refazê-lo algumas vezes, quando encontrávamos algo grafado errado, postar a carta nos correios, e esperar o longo tempo de entrega ao destinatário.
        E quando desejávamos uma informação, um dado qualquer, um texto informativo para o trabalho profissional ou escolar?
        A busca da fonte segura, em alguma biblioteca especializada, levava o tempo do deslocamento, a dificuldade em se obter cópia das informações, longo tempo de transcrição.
        Hoje, a velocidade necessária para essas e tantas outras atividades tornou-se muito pequena, e temos a impressão de que tudo pode se obter de maneira rápida, imediata, quase que instantânea.
        Assim, não é de se estranhar que, aqueles que nasceram a partir da década de noventa, que já contavam com os computadores pessoais incorporados ao seu cotidiano, tenham, algumas vezes, a falsa impressão de que tudo é rápido, fácil, sem dificuldades.
        Criaram a ilusão de que a velocidade da tecnologia atinge a tudo, e também a todos.
        Esquecem eles, e quase todos nós, que a tecnologia avançou e nos ofereceu conforto, diminuindo as velocidades externas.
        Iludidos com a capacidade tecnológica do mundo, esquecemos que as velocidades internas permanecem as mesmas e que ainda é necessário o esforço pessoal para as conquistas da mente e do coração.
        Não raros são os que imaginam ser possível dispensar horas de estudo, esforço e dedicação para o aprendizado escolar.
        Creem, falsamente, que os capazes, os inteligentes, os sábios, têm apenas um dom natural, e nenhum esforço a mais.
        Acreditam que as horas de reflexão e análise, o exercício intelectual contínuo, ao longo dos anos, o sacrifício das longas horas dedicadas ao estudo, tudo isso é desnecessário.
        Não se recordam que os grandes inventos são fruto do esforço pessoal; que o virtuosismo é a consequência de perseverantes horas de dedicação e estudo; que a beleza das apresentações artísticas requer intensos treinamentos e renúncias.
        Portanto, se a tecnologia nos facilita e acelera as atividades cotidianas, as nossas conquistas permanecem sendo fruto do nosso esforço.
        Assim, não nos iludamos que tudo seja fácil como o toque de um botão, e que o esforço e dedicação são virtudes hoje dispensáveis.
        A velocidade de nossa mente e de nosso coração permanecem as mesmas, intocadas pela tecnologia.
        E ainda aguardam, mente e coração, o empenho de cada um de nós para que se desenvolvam, ganhando amplitudes nos potenciais que guardamos em gérmen dentro de nós mesmos.

                                   Redação do Momento Espírita. Em 31.8.2013.

Mensagens Espírita: O livro dos Espíritos

ALLAN KARDEC – Tradução Matheus R. Camargo
Perguntas e respostas
                      Livro Segundo
MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
                       Capítulo I
        SOBRE OS ESPÍRITOS

ESCALA ESPÍRITA

100 – Observações preliminares. A classificação dos Espíritos é baseada no grau de seu adiantamento, nas qualidades que adquiriam e nas imperfeições das quais ainda precisam livrar-se. Essa classificação, contudo, nada tem de absoluta; se considerada em seu conjunto, cada categoria representa um caráter bem definido. Porém, a transição é imperceptível de um grau a outro, e, nos limites, a nuança se apaga, como acontece nos reinos da Natureza, nas cores do arco-íris ou ainda nos diferentes períodos da vida do homem. Pode-se, portanto, formar um maior ou menor número de ordens conforme o ponto de vista sob o qual a questão é considerada. Ocorre aqui o mesmo que em todos os sistemas de classificações científicas: esses sistemas podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos à inteligência; mas seja como for, nada alteram na essência da Ciência. Portanto, os Espíritos interrogados sobre essa questão podem ter variado no número de categorias, sem que isso tenha maiores consequências. Alguns detiveram-se nesta aparente contradição, sem pensar que os Espíritos não dão a menor importância ao que é meramente convencional. Pra eles, o pensamento é tudo: deixam conosco a forma, a escolha dos termos, as classificações; numa palavra, os sistemas.
        Acrescentemos ainda esta consideração, que nunca se deve perder de vista: a de que entre os Espíritos, assim como entre os homens, há grandes ignorantes, e nunca será demais se prevenir contra a tendência de acreditar que, por serem Espíritos, devem saber tudo. Toda classificação exige método, análise e profundo conhecimento do assunto. Ora, no mundo dos Espíritos, aqueles que têm conhecimentos limitados são, como os ignorantes deste mundo, incapazes de apreender um todo e formular um sistema. Eles só conhecem ou compreendem uma classificação qualquer de uma maneira imperfeita. Para eles, todos os Espíritos que lhes são superiores são da primeira ordem, sem que consigam apreciar as nuanças de saber, de capacidade e de moralidade que os distinguem, da mesma forma que, entre nós, um homem rude considera os homens civilizados. Mesmo aqueles que são capazes de apreender um todo e formular um sistema podem variar nas classificações, conforme seu ponto de vista, sobretudo quando uma divisão nada tem de absoluta. Lineu, Jussieu e Tournefort tiveram cada um o seu método, e nem por isso a Botânica mudou, pois não foram eles que inventaram as plantas nem suas características; observaram as analogias, a partir das quais formaram os grupos ou ordens. Foi assim que procedemos; não inventamos os Espíritos nem seus caracteres. Vimos e observamos; julgamo-los por suas palavras e seus atos; depois os classificamos pelas semelhanças, baseando-nos nos dados que eles forneceram.
        Os Espíritos admitem, geralmente, três categorias principais ou três grandes divisões. Na última, a que fica na base da escala, estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o espírito e pela propensão ao mal. Os da segunda são caracterizados pela predominância do espírito sobre a matéria e pelo desejo do bem: São os Espíritos bons. A primeira, enfim, compreende os Espíritos puros, os que atingiram o grau supremo de perfeição.
        Essa divisão nos parece perfeitamente racional e apresenta caracteres bem definidos; restou-nos apenas ressaltar, com um número suficiente de subdivisões, as principais nuanças do conjunto. Foi o que fizemos com a cooperação dos Espíritos, cujas instruções benevolentes nunca nos faltaram.
        Com a ajuda desse panorama, será fácil determinar a ordem e o grau de superioridade ou de inferioridade dos Espíritos com os quais podemos relacionar-nos e, por consequência, o grau de confiança e a estima que merecem. Esta é, de certa forma, a chave da Ciência Espírita, pois só ela pode dar conta das anomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos sobre as desigualdades intelectuais e morais dos Espíritos. Chamaremos a atenção, no entanto, para o fato de que os Espíritos nem sempre pertencem exclusivamente a esta ou àquela ordem. Seu progresso só se faz gradualmente, e muitas vezes mais num sentido que em outro; podem reunir características de diversas categorias, o que é fácil perceber por sua linguagem e seus atos.

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