Poema: Letra
para uma valsa romântica
Manuel Bandeira
A tarde agoniza
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro.
Morro sem consolo.
Se não vens, Elisa!
Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!
Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente,
Tão indiferente,
Desumana Elisa!
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro.
Morro sem consolo.
Se não vens, Elisa!
Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!
Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente,
Tão indiferente,
Desumana Elisa!
Manuel Bandeira. Letra para
uma valsa romântica. In: Poesia completa e prosa. 2. ed. Rio de Janeiro. José
Aguilar. 1967. p. 326.
Entendendo o poema:
01 – Quantas estrofes e quantos versos tem o poema?
Três estrofes de seis versos cada uma.
02 – Além da função poética,
que outras funções da linguagem aparecem com evidência no texto?
A emotiva (verbos
e pronomes em primeira pessoa) e a conativa (imperativos na última estrofe).
03 – O objetivo do poeta é
retratar o mundo exterior ou exprimir seus sentimentos e suas emoções?
A segunda alternativa.
04 – Que elemento do mundo
exterior aparece como extensão do sofrimento do poeta?
A tarde que
agoniza.
05 – “... E eu, que também morro...”. Na
biografia de Manuel Bandeira, autor desse poema, não consta que ele tenha amado
uma mulher chamada Elisa. Portanto, o eu que aparece nesse texto é o chamado
“eu-lírico”, que não coincide necessariamente com a pessoa do poeta. No poema
lido, o eu lírico vivencia um amor correspondido?
Não. O sentimento do eu lírico não é
correspondido.
06 – Embora o sentimento do
eu lírico não seja correspondido, ele idealiza a mulher, colocando-a num
pedestal. Que versos traduzem esse comportamento?
“Do amante que pede
Suplicantemente
Mais te diviniza.”
07 – O eu lírico não só
aceita a superioridade da mulher, como também deseja ser menosprezado por ela.
Justifique essa afirmativa, transcrevendo um verso do poema em que ocorre a
função conativa da linguagem.
“Ri, desdenha, pisa!”
A tarde, ao agonizar, conta com um consolo, um alívio: a brisa. Já para eu lírico, o alívio estaria condicionado à ocorrência de um fato. Qual?
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