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sábado, 23 de junho de 2018

RESENHA: CONTAS DA SELVA - HORÁCIO QUIROGA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Resenha: Quiroga escreve para crianças de forma inusitada 
                          Michel Laub

        A ficção infanto-juvenil costuma ser avaliada com certa condescendência, mais comprometida com a formação do cidadão que com a do leitor. 
        Não é difícil perceber os resultados desse paternalismo: histórias politicamente corretas, com temas que tentam aproximar a literatura da "realidade cotidiana" ou despertar a consciência para a diversidade social, étnica e religiosa do mundo, frequentemente ganham elogios e adoções em escolas na mesma medida em que sua estética insossa é ignorada. 
        Diante de um cenário assim, é promissor o lançamento de uma coletânea como "Contos da Selva" (1918), do uruguaio Horacio Quiroga (1878-1937). Anunciado como infanto-juvenil, mas talvez mais próximo das narrativas para crianças, o livro chama atenção por abdicar de um caráter utilitário, que emprestaria às suas histórias uma pregação ecológica ou um sentido moral. 
        Quiroga obtém esse resultado, quase sempre, experimentando com as convenções da fábula e do causo. No primeiro caso, em textos como "O Papagaio Pelado", cujo protagonista se vinga de uma onça que o atacou indicando seu paradeiro a um caçador, tem-se os bichos que falam e agem como humanos, mas não a lição edificante no desfecho. No segundo, a verossimilhança e coerência narrativa do causo são abandonadas em textos como "As Meias dos Flamingos", talvez a mais inusitada de todas, em que pássaros entram fantasiados num baile de cobras e passam o resto da vida pagando pelo erro. 
        Resta saber se ambas as soluções, cuja originalidade é louvável, mas externa à fruição estética das histórias, são suficientes para garantir o valor literário de "Contos da Selva". A resposta é difícil, até porque há contos que fogem à regra aqui descrita, como "A Abelhinha Malandra", fábula tradicional e previsível, ou "A Tartaruga Gigante", sem a densidade que transforma o relato em literatura. 
        Por outro lado, há qualidades inegáveis na prosa de Quiroga: o classicismo elegante, que ficaria bem num texto contemporâneo, e a generosidade descritiva, que torna acessível o mundo então pouco explorado de bichos e plantas das províncias argentinas -lugares onde o autor viveu muitos anos. 
        Somada a isso, a capacidade de comover em construções simples como "A Gama Cega", sobre um veado salvo por um caçador, ou "História de Dois Filhotes de Quati e de Dois Filhotes de Homem", que mostra uma convivência terna entre as espécies, dão ao livro um balanço positivo. Não para transformá-lo num clássico, mas o bastante para ser lido com interesse quase um século depois de sua publicação. 

Disponível em: 

Entendendo a Resenha:
01 – A respeito da resenha, responda: 
a)   Qual é a obra resenhada? 
O livro Contos da Selva.

b)   Quem é o autor dessa obra? 
O uruguaiano Horacio Quiroga.

c)   A que público ela se destina?
A obra é dirigida ao público infanto-juvenil, mas o autor da resenha a considera mais voltada para o infantil.

d)   Quem é o autor da resenha? 
Michel Laub.

02 – Segundo o autor da resenha, a ficção infanto-juvenil tem sido avaliada por um único ângulo. 
a)   Qual é o principal critério de avaliação da ficção infanto-juvenil?
O critério didático, moralizador.

b)   Segundo esse critério, como seria um bom livro infanto-juvenil? 
Seria aquele composto de "histórias politicamente corretas, com temas que tentam aproximar a literatura da 'realidade cotidiana' ou despertar a consciência para a diversidade social, étnica e religiosa do mundo".

c)   O autor da resenha considera esse um bom critério? Por quê? 
Não. Ele considera que há muita condescendência e paternalismo nesse critério; o autor o considera limitador.

03 – A obra resenhada pode ser considerada um exemplo do que comumente se avalia como boa ficção infanto-juvenil? Explique sua resposta. 
      Não, pelo contrário, a obra resenhada abre mão da pregação ecológica ou de apresentar um sentido moral.

04 – Além de comentar o conteúdo normalmente presente na ficção infanto-juvenil, o autor da resenha também avalia a estética que predomina nesses livros. Qual é a opinião dele sobre isso? 
      Segundo o autor, a ficção infanto-juvenil em geral uma "estética insossa".

05 – No quarto parágrafo, o resenhista afirma que o escritor obtém certo resultado "experimentando com as convenções da fábula e do causo". 
a)   O que é convencional no gênero fábula? E no gênero causo? 
Convenções da fábula: animais que falam, desfecho moralizante, narrativa curta.
Convenções do causo: presença de humor, transmissão oral, criação popular, possibilidade de estar baseado no fato real.

b)   Se um autor "faz experimentos" com essas convenções, o que, na prática, ele deve estar fazendo?" 
O escritor provavelmente está mexendo no que é característico daquele gênero, alterando um pouco sua estrutura, mas não a ponto de o gênero deixar de ser reconhecido.

06 – A que o autor se refere ao empregar as expressões indicadas a seguir? 
a)   "No primeiro caso" e "No segundo" (quarto parágrafo) 
Ao experimentar com as convenções da fábula;
Ao experimentar com as convenções do causo.

b)   "ambas as soluções" (quinto parágrafo) 
A experimentação com as convenções da fábula e com as do causo.

07 – No quinto parágrafo, o autor afirma que as soluções são originais, mas que essa originalidade é "externa à fruição estética das histórias". Qual das alternativas a seguir explica o que se deve entender por isso?
I. Que os textos (apesar do conteúdo surpreendente) não foram escritos de modo a chamar a atenção pela beleza de sua forma. 

II. Que as criações originais que o contista pensou para as histórias tiveram de ser explicadas fora do texto. 
08 – O autor da resenha afirma que o livro não tem qualidades para ser considerado um clássico. Que livros clássicos para o público infanto-juvenil você conhece? 
      Alguns clássicos infanto-juvenis: A volta ao mundo em 80 dias, de Júlio Verne; Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; As aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain; Caninos brancos, de Jack London; Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, entre outros.

09 – Escolha a declaração que reflete, de modo geral, a avaliação do autor. 
I. Não recomenda a obra, apontando exclusivamente seus pontos fracos. 
II. Recomenda a obra, apontando apenas seus pontos fortes. 
III. Recomenda a obra, apontando seus pontos fortes e fracos. 


20 comentários:

  1. Consegui fazer meu trabalho de português eu dei grassas a Deus por conseguir a achar

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  2. Muito bom, consegui entregar meu trabalho! Graças á Deus e a vcs! Um forte abraço🤗

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  3. Muito legal ter achado eu consegui fazer o exercício muito obg✌️😊

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  4. chama no xesquedele familia consegui fazer a licao

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  5. Mt obrigada, não sabia nem por onde começar o meu trabalho

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  6. Obgda vcs me ajudaram muito merecem nota 1000

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  7. Graças a vcs consegui fazer minha tarefa de português ♥️muito obrigada vcs ajudaram muito!💖

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  8. Obrigadaaa consegui terminar a tarefa antes de ir pra escola na segunda eu não ia conseguir

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  9. obrigada consegui fazer minha tarefa

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  10. Valeu muito obrigado precisava para amanhã 👍🏿 .

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  11. mds muito obg me salvou trabalho é pra hj

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  12. Está mim ajudando muito na atividade que eu estou precisando de notas

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