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quarta-feira, 2 de maio de 2018

TEXTO: HERÓIS DESCONHECIDOS - CORIOLANO GATTO - COM GABARITO

Texto: HERÓIS DESCONHECIDOS

          DURANTE MUITOS ANOS, Roberto Carlos era chamado por um número: 374, sua inscrição no prontuário da Febem. Após 131 fugas, era tido como irrecuperável. Menino de rua e analfabeto, seu caminho parecia ter uma única direção, a da marginalidade. Mas ele mudou o curso.
          Filho caçula de uma família de dez crianças, nasceu na região pobre de Belo Horizonte, Minas Gerais. Aos seis anos, o pai desempregado o internou na Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem), anunciada na época como uma espécie de colégio para crianças carentes. Só podia ser visitado uma vez por mês. Em dois anos, o pequeno Roberto Carlos já contabilizava doze fugas.
        A cada fuga acreditava poder encontrar uma família.
        [...]
        Aos 13 anos, após sair do camburão, ainda na sala de triagem, dando a sua 132ª entrada na Febem, o rapaz chama atenção da pedagoga francesa Marguerit Duvas, em visita à casa de menores. Os funcionários disseram que se tratava de um caso irrecuperável. Revoltada, Marguerit decide leva-lo para casa. Não acreditava que, aos 13 anos, uma criança poderia ser irrecuperável. Ela estava certa.
        A pedagoga ensina Roberto Carlos a ler e o leva para a França. Depois da adolescência no exterior, o rapaz volta ao pais para estudar pedagogia na Universidade Federal de Minas Gerais. Faz questão de estagiar na Febem, causando surpresa entre os funcionários. “Provei que não era irrecuperável.” Começa a dar aulas na própria instituição, onde revela sua grande vocação para contar histórias, arte que aprendeu tentando fazer amigos, na França.  É então chamado para lecionar em escolas particulares passando, mais tarde, a dar palestras em empresas. Em 1986, adota Alexandre, menino de 9 anos, outro caso irrecuperável da Febem, o primeiro de 13 ex-internos da instituição que hoje vivem em sua companhia.
        [...]
         Coriolano Gatto. Heróis desconhecidos. In: 100 brasileiros. Secretaria
                     De Comunicação Social da Presidência da República/Fundação
                                                                              Biblioteca Nacional, 2004.

Entendendo o texto:
01 – No texto que você leu são apresentados fatos relevantes da vida de Roberto Carlos. Que fatos são esses?
        Foram apresentados dados de sua infância, seu internamento na Febem e suas diversas fugas; a mudança em sua vida quando foi adotado pela pedagoga francesa a sua mudança para a França; o início como professor na Febem.

02 – Os fatos são marcados pelo próprio Roberto Carlos ou por outra pessoa? Como você chegou a essa conclusão?
         Os fatos foram narrados por outra pessoa que teve acesso a informações sobre a vida de Roberto Carlos. A biografia está em 3ª pessoa.

03 – A biografia de Roberto Carlos Ramos foi publicada no livro 100 brasileiros, no capítulo “Heróis desconhecidos”.
     a) Por que o biografado foi considerado um herói?
      Porque Roberto Carlos Ramos teve algumas atitudes que justificam essa denominação, como superação, coragem, ousadia, além de passar a promover o bem para muitas pessoas após sua recuperação.

     b) O que o título escolhido para o capítulo do livro sugere?
      O título sugere que Roberto Carlos é um herói da vida real que ainda não tem tanta fama, mas que merece ser mais conhecido pelo seu valor.

04 – As informações apresentadas nos dois primeiros parágrafos da biografia tratam da triste realidade de uma criança que vive na rua.
Além de apresentar esse fato, que outras razões podem ter motivado a publicação da história da vida de Roberto Carlos?
      Roberto Carlos foi considerado um garoto irrecuperável, mas conseguiu se recuperar, fazer um curso superior e ter uma profissão, sendo, dessa maneira, um exemplo de superação.

05 – Roberto Carlos tinha um dom para ser contador de histórias. Em que circunstâncias esse dom se manifestou?
      Quando ele percebeu que essa era uma forma de fazer amigos, no período em que morou na França.

06 – Depois que Roberto mudou de vida e estudou, ele quis fazer estágio na Febem. O que justificaria essa sua atitude?
       Ele queria mostrar que não era um caso irrecuperável e que é necessário criar oportunidades para que cada pessoa tenha uma vida digna.

07 – A cada fuga, Roberto Carlos tinha a esperança de encontrar uma família. Em sua opinião, porque isso era importante para ele?
       Porque ele certamente sentia falta de pessoas que pudessem cuidar dele, dar-lhe atenção, carinho, amor e segurança, que são essenciais para a boa formação humana.




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