LENDA: O
PÁSSARO DO POENTE
Esta lenda, acontecida muito tempo atrás, começa numa
manhã de inverno, quando um jovem socorre uma cegonha que havia sido atingida
por uma flecha. Sendo humilde, bom e trabalhador, fica comovido com o profundo
olhar de gratidão que recebe da cegonha antes de ela alçar voo para os
ares.
Dias depois, já a avançadas horas da noite, alguém
bate à sua porta.
Uma linda e delicada moça, que havia se perdido no caminho
devido ao mau tempo, vem lhe solicitar abrigo por apenas uma noite.
Imediatamente acolhida pelo bondoso rapaz, ela vai
se aquecer ao pé do fogo que crepitava alegremente na lareira. E como o inverno
era muito rigoroso, a moça foi ficando.
Conversando muito, um se sentindo alegre na companhia do outro,
acabaram se apaixonando. E resolveram se casar.
Quando chega a primavera, a jovem esposa faz um
pedido ao marido: – Gostaria de possuir um tear. Você poderia vender na cidade
os tecidos que eu fizesse. Com prontidão, seu pedido foi atendido. Construído o
quarto do tear, a mulher avisa que se trancaria durante três dias para realizar
sua tarefa e impõe uma condição ao marido:
– Jamais você deverá olhar enquanto eu estiver tecendo.
Curiosíssimo, o marido esperou os três dias passarem e ficou
maravilhado com o tecido que a mulher trazia nas mãos. A delicadeza das
estampas e a leveza do pano imediatamente atraíram um comprador, que por ele
pagou várias moedas de ouro.
O homem voltou correndo para casa, trazendo as boas novas para a
esposa, que prometeu tecer outro pano no dia seguinte.
Repetindo a recomendação de jamais poder ser observada enquanto
tecia, a mulher trancou-se novamente no quarto.
Quando saiu, com um trabalho ainda mais deslumbrante que o
primeiro, estava pálida e abatida. O marido nada percebeu, ansioso que estava
pelo tilintar das moedas de ouro em seu bolso.
Pela terceira vez ela se trancou no quarto, repetindo a mesma
recomendação. Mas, desta vez, o marido não resistiu.
A curiosidade dominou seu coração e ele foi espiar pelo buraco da
fechadura, tratando de aquietar sua consciência:
– Que mal poderá fazer uma olhadinha apenas?
Assim pensou e assim fez. Lá dentro viu uma cegonha frente ao tear,
arrancando suas próprias penas para entremeá-las aos fios e compor os
desenhos.
Ao final do terceiro dia, trazendo nas mãos o tecido acabado, a mulher
disse, com muita tristeza nos olhos e na voz:
– Sou aquela cegonha salva por você na neve. Voltei, transformada em
mulher, para agradecer aquele seu ato de amor espontâneo e desinteressado.
Agora que você já sabe de tudo, não posso continuar vivendo aqui.
As súplicas e rogos do marido de nada adiantaram. Ele viu, por
entre as lágrimas, uma cegonha magra e já quase sem penas voando em linha reta,
com muita determinação, em direção ao poente.
Adaptação
de Sylvia Manzano
Entendendo
a lenda:
01 – Com que
intenção a cegonha transformou-se numa bondosa mulher?
a) Ser
reconhecida como a melhor de todas as tecelãs daquela região.
b) Casar-se
com um generoso e humilde trabalhador.
c)
Proteger-se do inverno rigoroso que enfrentava naquele ano.
d) Agradecer
o ato de amor desinteressado realizado pelo homem.
e)
Enriquecer às custas do bondoso homem que salvara sua vida.
A cegonha
transformou-se numa bondosa mulher porque queria agradecer o ato de amor
desinteressado realizado pelo homem. Resposta: D
02 – A única
condição que a mulher impunha ao marido para tecer era: Jamais você deverá
olhar enquanto eu estiver tecendo. • Ela impôs essa condição porque
a) queria
que o marido ganhasse muito dinheiro com a venda dos belos tecidos que fazia.
b) não
queria que o marido descobrisse que ela era uma famosa tecelã, vinda de terras
distantes.
c) queria
guardar segredo sobre a estampa que faria no tecido.
d) não
queria que ele descobrisse que ela, na verdade, era a cegonha que ele um dia
havia salvo e que usava suas próprias penas para tecer os fios que compunham os
desenhos dos tecidos.
e) tinha
vergonha do trabalho simples que fazia.
Ao impor a
condição de que o marido jamais poderia olhá-la enquanto tecia, a mulher não
queria que ele descobrisse que ela, na verdade, era a cegonha que ele um dia
havia salvo e que usava suas próprias penas para tecer os fios que compunham os
desenhos dos tecidos. Resposta: D
3) No trecho
Lá dentro viu uma cegonha frente ao tear, arrancando suas próprias penas para
entremeá-las aos fios e compor os desenhos, o termo destacado refere-se
a) aos
desenhos.
b) às
cegonhas.
c) às
penas.
d) aos
teares.
e) a um
termo que não está expresso no período.
No trecho
Lá dentro viu uma cegonha frente ao tear, arrancando suas próprias penas para
entremeá-las aos fios e compor os desenhos, o termo destacado refere-se às
penas. Resposta: C
4)Em Uma
linda e delicada moça, que havia se perdido no caminho devido ao mau tempo, vem
lhe solicitar abrigo por apenas uma noite, o termo destacado significa
a)
oferecer.
b) pedir.
c)
proibir
d)
cobrar.
e)
emprestar.
Em Uma
linda e delicada moça, que havia se perdido no caminho devido ao mau tempo, vem
lhe solicitar abrigo por apenas uma noite, o termo destacado significa pedir.
Resposta: B
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