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sexta-feira, 31 de março de 2017

POEMA : MORTE E VIDA SEVERINA(FRAGMENTO) - JOÃO CABRAL DE MELO NETO - COM GABARITO

POEMA: MORTE E VIDA SEVERINA(FRAGMENTO) – ENEM (2011)
                            João Cabral de Melo Neto

TEXTO I
O meu nome é Severino,
Não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
Que é santo de romaria,
Deram então de me chamar
Severino de Maria;
Como há muitos Severinos
Com mães chamadas Maria,
Fiquei sendo o da Maria
Do finado Zacarias,
Mas isso ainda diz pouco:
Há muitos na freguesia,
Por causa de um coronel
Que se chamou Zacarias
E que foi o mais antigo
Senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
Ora a Vossas Senhorias?

    MELO NETO, João Cabral. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.


TEXTO II
          João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A auto apresentação da personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços biográficos são sempre partilhados por outros homens.
                              SECCHIN, Antônio Carlos. João Cabral: a poesia do menos.
                                                                            Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.

          Com base no trecho de Morte e vida Severina (texto I) e na análise crítica (texto II), observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala/ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da:
a)     Descrição minuciosa dos traços biológicos da personagem narrador.
b)    Construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua condição.
c)     Representação, na figura da personagem narrador, de outros Severinos que compartilham sua condição.
d)    Apresentação da personagem narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise existencial.
e)     Descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.


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