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quinta-feira, 20 de novembro de 2025

NOTÍCIA: QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - INPE.PRODES - COM GABARITO

 Notícia: Questões socioambientais e desenvolvimento sustentável

        A extração de madeira, a expansão de áreas destinadas à agropecuária, a urbanização e a construção de rodovias e estradas são as principais causas da devastação da Floresta Amazônica. Nos últimos 50 anos, a floresta perdeu cerca de 20% de sua área original, o que corresponde a uma porção três vezes maior que a do estado de São Paulo.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbKALLXj9bD715U5VRDE1ePxz9TYJkyaSiLCQ1RwZNxSxR7XsO0w5ehReGQiPDNI0jML3oaJpfx9FjsDFULNwE-cX6FmGsPxmg6Eto-LxxVucHw7DqfJvqUfi4A6m3u5EZTmLhY3EdvcJIXF8acEs9YPonDcQEPnaaeR7bdTfqzOX2nNnK3EspLNxEnes/s320/Madeira-ilegal-da-Amazonia-maranhense-no-Territorio-Arariboia-Foto-Arquivos-CIMI-MA-1024x768.jpg


        A Floresta Amazônica destaca-se pelo número de espécies de seres vivos que abriga. No entanto, essa imensa reserva de biodiversidade se encontra ameaçada pela exploração predatória, que, além de reduzir a vegetação e destruir o habitat de diversas espécies animais, acarreta uma série de problemas sociais que atingem populações quilombolas e indígenas que sobrevivem dos recursos da floresta.

        O desmatamento

        Historicamente, o desmatamento da Amazônia é considerado elevado. Embora tenha sido mais intenso em décadas passadas, nos últimos anos a velocidade do desmatamento voltou a aumentar. Diversas medidas públicas têm sido tomadas para evitar o avanço da extração ilegal da madeira ou a abertura de novos campos de pecuária ou de cultivo que não obedeçam à legislação de preservação florestal: leis mais rigorosas, aumento da fiscalização e monitoramento da floresta por satélite. No entanto, essas medidas não têm sido suficientes para conter a devastação da mata nativa, pois nem sempre as leis são cumpridas de forma eficaz.

        Arco do desmatamento

        Os maiores índices de desmatamento da Amazônia concentram-se nas margens sul e leste da Amazônia Legal, do Maranhão ao Acre, no chamado arco do desmatamento. A agropecuária tem avançado em direção ao norte do estado do Amazonas, onde se encontram grandes áreas intactas de floresta.

        Extração de madeira

        Para explorar madeira da floresta, as madeireiras precisam de licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Contudo, muitas delas atuam sem licença ou qualquer outro tipo de permissão legal. Devido ao alto valor das espécies consideradas nobres nos mercados brasileiro e internacional (como o mogno e o cedro, usados na produção de móveis), o lucro obtido com a venda da madeira derrubada ilegalmente é grande.

      Até a década de 1980, a exploração de madeira se concentrava em áreas próximas às rodovias e aos rios, que permitem rápido escoamento da madeira extraída. No entanto, essa atividade passou a ocorrer em áreas cada vez mais interiores da floresta, alcançadas por estradas abertas pelos madeireiros.

        Expansão agropecuária

        Parte da Floresta Amazônica foi devastada para abrir espaço para as atividades agropecuárias, principalmente para os pastos destinados à criação extensiva de gado.

        Os rebanhos bovinos na Amazônia Legal se concentram predominantemente na mesma faixa do arco do desmatamento. Isso ocorre porque o solo amazônico não é fértil para a atividade agrícola e, para realizar essa prática, depende muitas vezes do apoio da biotecnologia e de técnicas agrícolas avançadas para trazer resultados interessantes ao agronegócio.

        Queimadas

        A queimada consiste na prática rudimentar de queima da cobertura do solo, a fim de facilitar a limpeza da área para abrir um campo de cultivo de pastagem. É comum em áreas já desmatadas, com o objetivo de limpar campos destinados a replantio ou pastos, e até hoje é praticada em larga escala, provocando extensos danos ambientais.

        Além do risco de se transformar em vastos incêndios florestais, a queimada causa poluição atmosférica e degrada o solo, matando organismos responsáveis pela fertilização e expondo-o a processos erosivos. Ela também contribui para o aumento do gás carbônico na atmosfera.

        Hidrelétricas

        Com o objetivo de ampliar a produção de energia no país e promover o desenvolvimento da Região Norte, nas últimas décadas foram construídas hidrelétricas nos rios da Bacia do Amazonas. Entretanto, essas obras foram alvo de críticas em razão dos impactos socioambientais decorrentes de sua implantação.

        O relevo da Amazônia é formado predominantemente por terrenos de baixas altitudes, geralmente planos, o que indica baixo potencial para a construção de hidrelétricas. Por essas características, para abastecê-las, é necessário o alagamento de extensas áreas, em muitas das quais vivem comunidades ribeirinhas e grupos indígenas. As populações residentes nesses lugares são removidas e realocadas. Desrespeitando sua ligação com o espaço onde vivem, seu modo de vida e suas atividades de sustento.

        Preservação dos recursos naturais

        O chamado desenvolvimento sustentável representa uma alternativa para o modelo econômico vigente nos dias atuais. Busca reduzir os impactos socioambientais ao explorar recursos de modo controlado, não interferindo na reprodução das espécies nem afetando a biodiversidade. Além disso, também objetiva respeitar as comunidades tradicionais e aproveitar seus conhecimentos.

        Projetos de êxito

        Atualmente, muitas empresas, institutos e organizações não governamentais estão implantando projetos de desenvolvimento sustentável que envolvem o reflorestamento e a agricultura de espécies nativas, como o açaí.

        Um exemplo desse tipo de iniciativa é o projeto Reca (Reflorestamento Econômico Concentrado e Adensado), implantado no distrito de Nova Califórnia, em Porto Velho (Rondônia). Idealizado por pequenos agricultores, o projeto consiste em reflorestar áreas devastadas por meio do plantio de diversas espécies vegetais nativas, recriando florestas para exploração sustentável de seus recursos.

        Mais de 40 espécies frutíferas estão sendo exploradas economicamente nessas áreas reflorestadas. A qualidade é prioridade para os agricultores que vivem da comercialização das frutas.

        Os grupos indígenas da Região Norte

        Entre as regiões brasileiras, a Região Norte é a que possui a maior população indígena. Na Amazônia Legal, estão localizados 98,5% das Terras Indígenas do país, distribuídas em 422 reservas, que, juntas, ocupam 111401207 hectares – área que corresponde a aproximadamente 22% de toda a Amazônia Legal.

        Muitas terras ainda não foram demarcadas devido a interesses econômicos de fazendeiros, madeireiros e mineradores que querem explorá-las comercialmente. Calcula-se que em mais de 100 Terras Indígenas não demarcadas existam minas de ouro e outros minérios com alto valor comercial, daí a pressão das mineradoras para a não demarcação desses territórios.

        Os povos indígenas que vivem na floresta dependem dos rios para sobreviver. Um dos objetivos do desenvolvimento sustentável é garantir que essa população tenha seus direitos respeitados, o que nem sempre ocorre. A relação entre indígenas e não indígenas tem sido conflituosa, pois ainda são constantes as invasões, até mesmo das Terras Indígenas demarcadas. A saúde indígena é um desafio para as políticas indigenistas brasileiras. Vulnerável a enfermidades levadas para as aldeias por pessoas não indígenas, essa população apresenta altas taxas de mortalidade infantil.

        As reservas extrativistas

        Para preservar os recursos da Floresta Amazônica foram criadas reservas extrativistas – áreas pertencentes à União, nas quais é permitida a exploração comercial por um número restrito de famílias.

        As primeiras reservas extrativistas datam de 1990, quando o governo federal delimitou terras da Região Norte para serem utilizadas por castanheiros e seringueiros para sustento próprio e de suas famílias. Nessas reservas são proibidas a transferência de posse e a prática do extrativismo predatório.

        A criação das reservas extrativistas ajudou a demonstrar que atividades como a extração do látex e a coleta do açaí e da castanha podem ser praticadas de modo sustentável. Ela foi resultado de lutas empreendidas pelas comunidades tradicionais da floresta.

        No Acre, Chico Mendes se destacou por seu intenso trabalho em defesa da mata e dos seringueiros, tornando-se uma figura conhecida mundialmente. Suas ideias, porém, ameaçavam os proprietários e demais interessados em terras da região, dando origem a muitos conflitos. Em 1988, Chico foi assassinado pelo filho de um seringalista.

Fonte: INPE. PRODES estima 7989 km2 de desmatamento por corte raso na Amazônia em 2016. Disponível em: www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=4344. Acesso em: 11 abr. 2019.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 436-442.

Entendendo a notícia:

01 – Quais são as quatro principais causas da devastação da Floresta Amazônica mencionadas no texto?

      As principais causas são a extração de madeira, a expansão de áreas destinadas à agropecuária, a urbanização e a construção de rodovias e estradas.

02 – Em termos de área, qual é o impacto da devastação da Amazônia nos últimos 50 anos, e quais são os dois principais problemas decorrentes dessa exploração predatória?

      A floresta perdeu cerca de 20% de sua área original, o que corresponde a uma porção três vezes maior que a do estado de São Paulo. Os problemas decorrentes são a redução da vegetação e destruição do habitat de espécies animais, e os problemas sociais que atingem populações quilombolas e indígenas.

03 – Onde se concentra o chamado "arco do desmatamento" na Amazônia Legal e qual atividade tem avançado em direção ao norte do estado do Amazonas?

      O "arco do desmatamento" concentra-se nas margens sul e leste da Amazônia Legal, abrangendo do Maranhão ao Acre. A agropecuária tem avançado em direção ao norte do estado do Amazonas.

04 – Qual é o órgão federal que deve licenciar a exploração de madeira na Amazônia, e quais são os dois exemplos de espécies consideradas nobres citados no texto?

      O órgão responsável é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). As espécies nobres citadas são o mogno e o cedro.

05 – Qual é a principal atividade agropecuária que devastou parte da Floresta Amazônica e por que a agricultura na região depende de biotecnologia e técnicas avançadas?

      A principal atividade é a abertura de espaço para os pastos destinados à criação extensiva de gado. A agricultura depende de técnicas avançadas porque o solo amazônico não é naturalmente fértil para essa prática.

06 – O que são as "queimadas" e quais são os três principais danos ambientais que essa prática causa, além do risco de incêndios?

      A queimada é a prática rudimentar de queima da cobertura do solo para facilitar a limpeza da área. Os danos são a poluição atmosférica, a degradação do solo (matando organismos de fertilização e expondo-o à erosão) e a contribuição para o aumento do gás carbônico na atmosfera.

07 – Por que a construção de hidrelétricas na Bacia do Amazonas é alvo de críticas e quais grupos sociais são diretamente afetados pela necessidade de alagamento de extensas áreas?

      A construção é criticada porque o relevo de baixas altitudes da Amazônia exige o alagamento de extensas áreas para abastecê-las, causando impactos socioambientais. Isso afeta diretamente comunidades ribeirinhas e grupos indígenas, que são removidos e realocados.

08 – Qual é o conceito central de Desenvolvimento Sustentável e quais são seus dois objetivos principais em relação aos recursos e às comunidades?

      O desenvolvimento sustentável busca reduzir os impactos socioambientais ao explorar recursos de modo controlado, não interferindo na reprodução das espécies nem afetando a biodiversidade. Além disso, objetiva respeitar as comunidades tradicionais e aproveitar seus conhecimentos.

09 – Descreva o Projeto Reca, citado como um projeto de êxito em desenvolvimento sustentável, e qual é seu foco de exploração econômica?

      O Projeto Reca (Reflorestamento Econômico Concentrado e Adensado), em Rondônia, consiste em reflorestar áreas devastadas por meio do plantio de diversas espécies vegetais nativas (como o açaí), recriando florestas para a exploração sustentável de seus recursos. Seu foco econômico é a comercialização de espécies frutíferas.

10 – Qual interesse econômico de um grupo específico é o principal fator que atrasa a demarcação de mais de 100 Terras Indígenas na Amazônia Legal, e o que são as reservas extrativistas?

      O interesse econômico das mineradoras é o fator, devido à presença de minas de ouro e outros minérios com alto valor comercial nessas terras. Reservas extrativistas são áreas da União onde é permitida a exploração comercial controlada por um número restrito de famílias, com o objetivo de preservar os recursos e incentivar o extrativismo sustentável.

 

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