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terça-feira, 18 de março de 2025

ROMANCE: ANA EM VENEZA - FRAGMENTO - JOÃO SILVÉRIO TREVISAN - COM GABARITO

 Romance: Ana em Veneza – Fragmento

                João Silvério Trevisan:

        Estavam agora diante de uma bandeja de queijos variados.

        — Ah, o Brasil, essa imensa ilha… — dizia o conde Basuccello, entretido em cortar um pedaço de sbrinz dos Alpes.

        — De fato — aparteou Nepomuceno — estamos muito isolados na América. A língua mas também…

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0d_wZn4-Hpe-5sHLSpBOAjDy3wpkZPp4XclAq5ZCbSYQRDjchzG-8nWeCUo7dK6WbzVCxA7h1VEQZ3MHm4LwT9NzjW2msSgrmdHft8YZAlbaTH_modPYqrz8wNL6GeGKstiHY1tH8Yp_sgNAJ3vU8PoKMz7DKoR33wgEMs5YG12z0yrw2sxnLB0ap0GM/s320/ANA.jpg


        — Oh, não. Não me refiro a isso, que não deixa de ser verdadeiro — retrucou o conde, acabando de mastigar. — Falo de uma dessas ilhas utópicas cuja lenda se perde na noite dos tempos. Os senhores talvez não saibam, mas o nome Brasil em geografia já existe desde o período medieval.

        — Mas o Brasil só foi descoberto bem depois… Não é mesmo, Herr Nepo? — admirou-se Júlia, entretida com um delicioso queijo stracchino lombardo.

        — Sim, mas antes do atual Brasil já existia na Idade Média uma ilha chamada Brasil — asseverou Basuccello. — Bem existiam muitas ilhas míticas imaginadas pelos povos de então. Todas representavam o paraíso terrestre, onde não haveria discórdia nem velhice nem doenças ou morte. Eram tão perfeitas que seus habitantes não precisavam sequer trabalhar para comer. Numa dessas ilhas, imaginem, as frutas caíam do pé pontualmente às nove horas, para poupar os homens do trabalho de colhê-las.

João Silvério Trevisan. Ana em Veneza. 2. ed. São Paulo, Best Seller, (1994). p. 465-6.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 44.

Entendendo o romance:

01 – Qual o contexto da conversa entre os personagens?

      Os personagens estão em Veneza, apreciando queijos variados, e a conversa gira em torno do Brasil e sua história.

02 – Qual a visão do conde Basuccello sobre o Brasil?

      O conde Basuccello vê o Brasil como uma "ilha utópica", um lugar lendário que existiria desde a Idade Média, um paraíso terrestre onde não haveria sofrimento.

03 – Qual a surpresa de Júlia em relação à fala do conde?

      Júlia se surpreende ao ouvir que o nome "Brasil" já existia na Idade Média, questionando se isso seria possível, já que o Brasil "atual" só foi descoberto depois.

04 – O que o conde Basuccello afirma sobre a origem do nome "Brasil"?

      O conde afirma que, antes do Brasil que conhecemos, existia na Idade Média uma ilha mítica chamada Brasil, um paraíso terrestre imaginado pelos povos da época.

05 – Quais as características das ilhas míticas mencionadas pelo conde?

      As ilhas míticas eram vistas como paraísos terrestres, onde não havia discórdia, velhice, doenças ou morte. Seus habitantes não precisavam trabalhar, e a natureza lhes provia tudo o que precisavam.

06 – Qual o significado da expressão "ilha utópica" utilizada pelo conde?

      A expressão "ilha utópica" se refere a um lugar idealizado, perfeito, que não existe na realidade. O conde usa essa expressão para descrever o Brasil como um lugar lendário, que transcende a realidade histórica.

07 – Como a conversa sobre o Brasil se relaciona com o contexto da narrativa?

      A conversa sobre o Brasil em Veneza cria um contraste entre a realidade histórica e a idealização do país como um lugar mítico. Essa reflexão pode estar relacionada com a busca dos personagens por um ideal de perfeição ou com a própria natureza da narrativa, que mistura realidade e fantasia.

 

 

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