Notícia: Para IBGE, envelhecimento tende a aumentar
Pesquisa revelou que pessoas
com 60 anos ou mais representam 8,7% da população
Roberta Jansen
RIO – O número absoluto de idosos no
Brasil já é um dos maiores do mundo: 13,5 milhões. De acordo com a pesquisa
Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas com 60 anos ou mais representam 8,7%
da população do País.

Em países desenvolvidos, esse
porcentual é, em média, superior a 15%. O estudo mostra, no entanto, que a
tendência de envelhecimento da população brasileira é irreversível e tende a
aumentar cada vez mais.
Projeção do IBGE aponta que, em 2020, o
número de pessoas com 60 anos ou mais deve dobrar, chegando a 27 milhões. “Isso
muda não só o perfil da previdência, mas também o da saúde”, afirmou o diretor
do Departamento de Pesquisas do IBGE, Luiz Antônio Oliveira, um dos
organizadores da pesquisa. A redução das taxas de mortalidade e fecundidade e o
consequente aumento da expectativa de vida são os principais responsáveis pela
alteração da estrutura etária da população, segundo análise dos técnicos do IBGE.
Enquanto na década de 70 a média de
filhos por mulher era de 5,76, em 1996 esse número caiu para 2,24. Quanto menos
instruídas, maior o número de filhos que as mulheres têm.
Queda –
entre as de escolaridade mais baixa, a média é de 3,4 crianças, contra 1,7 para
as mais instruídas. Há diferenças também por regiões. No Nordeste, a média
chega a 3 filhos ao passo que, no Sudeste, não passa de 2. A disparidade, no
entanto, diminuiu muito. Nos anos 70, a média no Nordeste era de 7,5, ante 4,5
no Sudeste.
“A queda é generaliza em todas as
classes e regiões”, constatou Oliveira. “E a tendência é irreversível”. A taxa
de mortalidade infantil, por sua vez, também caiu muito. Na década de 80, para
cada mil crianças nascidas no País, cerca de 75 morriam antes de completar um
ano de vida. Em 1996, o número de mortes era de 37 em mil. A diferença entre as
regiões, no entanto, permanece muito alta. Em alguns Estados do Nordeste, como
Alagoas e Paraíba, os indicadores revelam uma mortalidade próxima à da década
de 80: 70 por mil.
A disparidade pode ser explicada não só
pela pobreza da região, mas também pela desigualdade no acesso aos serviços de
saúde, a má qualidade do atendimento médico e carências de saneamento básico.
Em média, a expectativa de vida do
brasileiro é de 67 anos e oito meses. As mulheres, no entanto, vivem bem mais
que os homens: elas atingem em média 71 anos e sete meses, ante 64 anos e um
mês do contingente masculino. Na região Sudeste, essa diferença é ainda maior:
73 anos e sete meses para as mulheres e 64 anos e seis meses para os homens. A
razão para isso, segundo os técnicos, é a violência urbana, que vitima mais
pessoas do sexo masculino.
A pesquisa mostra ainda que a grande
maioria dos idosos (85%) vive com algum parente e apenas uma pequena parcela
(11,6%) mora sozinha ou com pessoas com as quais não tem nenhum laço de
parentesco.
JANSEN, Roberta. O
Estado de S. Paulo, 11/3/99. p. A9.
Fonte: livro Português:
Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª
edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 203-204.
Entendendo a notícia:
01 – Qual é o número absoluto
de idosos no Brasil e qual porcentual da população eles representam, de acordo
com a pesquisa do IBGE?
O Brasil possui
13,5 milhões de idosos, o que representa 8,7% da população do país.
02 – O que o estudo do IBGE
revela sobre a tendência de envelhecimento da população brasileira?
O estudo mostra
que a tendência de envelhecimento da população brasileira é irreversível e
tende a aumentar cada vez mais.
03 – Qual é a projeção do IBGE
para o número de pessoas com 60 anos ou mais em 2020?
A projeção do
IBGE é que o número de pessoas com 60 anos ou mais dobre até 2020, chegando a
27 milhões.
04 – Quais são os principais
fatores responsáveis pela alteração da estrutura etária da população
brasileira, segundo o IBGE?
Os principais
fatores são a redução das taxas de mortalidade e fecundidade, e o consequente
aumento da expectativa de vida.
05 – Como a taxa de
fecundidade no Brasil se alterou ao longo do tempo e qual é a relação entre o
nível de instrução e o número de filhos?
A taxa de
fecundidade no Brasil diminuiu de 5,76 filhos por mulher na década de 70 para
2,24 em 1996. Quanto menor o nível de instrução da mulher, maior o número de
filhos, com uma média de 3,4 filhos para mulheres com baixa escolaridade e 1,7
para mulheres com alta escolaridade.
06 – Qual é a média de filhos
por mulher nas diferentes regiões do Brasil e como essa disparidade evoluiu ao
longo do tempo?
A média de filhos
por mulher é de 3 no Nordeste e 2 no Sudeste. Essa disparidade diminuiu ao
longo do tempo, já que nos anos 70 a média era de 7,5 filhos no Nordeste e 4,5
no Sudeste.
07 – Qual é a expectativa de
vida média do brasileiro e como ela se diferencia entre homens e mulheres e
entre as regiões do país?
A expectativa de
vida média do brasileiro é de 67 anos e oito meses. As mulheres vivem mais do
que os homens, com uma média de 71 anos e sete meses, enquanto os homens vivem
em média 64 anos e um mês. No Sudeste, essa diferença é ainda maior, com as
mulheres vivendo em média 73 anos e sete meses e os homens 64 anos e seis
meses, devido à violência urbana que afeta mais o sexo masculino.
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