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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

SONETO: MEU SER EVAPOREI NA LIDA INSANA - M.M.BARBOSA DU BOCAGE - COM GABARITO

 Soneto: Meu ser evaporei na lida insana

             M. M. Barbosa du Bocage

Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava.
Ah! Cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMEU_JvcdWl3MRYrive6sz0ox9YBXpn15XMvgRa3NJejOvzOXFxiudYUO9gwkX11Mj0bNbf5FWlud8sBEokzPoJmqNGrGswOkrKG9T2wut7kjCFxJKHGBbdCxodac_YhhlGHWqhESD-WIMRkHCz3fc-ZhDbg7W78lAJSsyKWtNPU3LFTV1H89quGJUzGg/s320/BOCAGE.jpg


De que inúmeros sóis a mente ufana
Existência falaz me não dourava!
Mas eis sucumbe a Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua origem dana.

Prazeres, sócios meus e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si não coube,
No abismo vos sumiu dos desenganos.

Deus, oh Deus!… Quando a morte a luz me roube,
Ganhe num momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver não soube.

BOCAGE, M. M. Barbosa du. Sonetos. Lisboa: Livraria Bertrand, s/d.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 384.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a principal temática abordada por Bocage nesse soneto?

      O soneto de Bocage explora a efemeridade da vida, a luta contra as paixões e o arrependimento diante da morte. O eu lírico reflete sobre a vaidade das ambições mundanas e a busca incessante por prazeres que, no final, se revelam ilusórios.

02 – Que figura de linguagem é predominante no soneto? E qual o seu efeito?

      A metáfora é a figura de linguagem mais evidente no soneto. Bocage utiliza diversas metáforas para expressar seus sentimentos e ideias, como "Meu ser evaporei na lida insana", comparando sua vida ao vapor que se dissipa. O efeito dessas metáforas é intensificar a expressão dos sentimentos do eu lírico e criar imagens mais vívidas para o leitor.

03 – Qual a importância da natureza no contexto do soneto?

      A natureza é representada como uma força poderosa e implacável que subjuga o homem. A "Natureza escrava" simboliza a condição humana, subjugada pelas paixões e pelos males da vida. A natureza, portanto, representa um contraponto à vaidade humana e à busca por imortalidade.

04 – Qual o papel da religião no soneto?

      A religião aparece no soneto como uma busca por consolo e salvação diante da morte. O eu lírico invoca Deus, expressando um desejo de redenção e de que, após a morte, possa compensar os erros cometidos durante a vida.

05 – Qual o tom geral do soneto? E como ele se relaciona com a temática abordada?

      O tom geral do soneto é melancólico e reflexivo. O eu lírico demonstra arrependimento pelas escolhas feitas e pela vida levada, expressando um sentimento de angústia diante da finitude da existência. Esse tom melancólico reforça a temática da efemeridade da vida e da necessidade de refletir sobre as nossas ações.

 

 

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