Poema: Vem
Marina
Ruivo
Do mar, a lua se ergue cheia e convida,
Suave convite ao doce que vem e vai.
Mas o mar, menino, é só para te deitares,
Em preclaro cuidado, longe do abismo.
As placas vermelhas desenham o perigo,
Tu não podes morrer, não até voltar o sol,
Não até me tirar deste medo-menina
Cuja cura deposito nas conchas,
As que recolheste da areia.
Eu já vi um afogado, menino.
A onda subia corpulenta, sugando,
O homem era só um pontinho no mar.
[...]
Não vás, menino, volta para a areia,
O mar está escuro, não te vejo direito.
Vem, morrer afogado é muito triste.
A lua está linda, não vês?
Quer abraçar teu cansaço,
Salvar tua vida,
Curar-te.
Me ouves, menino?
Estou com frio, não posso avançar,
O mar avermelha-se de espuma.
Vem, minhas pernas se molharam,
Estou gelada, volta,
O Cruzeiro do Sul nos alumia,
Vem, vem...
RUIVO, Marina. Nossa
barca. São Paulo: Editora Patuá, 2019, p. 28.
Entendendo o poema:
01
– Qual é o tema principal do poema "Vem"?
O tema principal
do poema "Vem" é a tentativa de dissuadir alguém de entrar no mar
perigoso, onde a morte por afogamento é uma ameaça real. O poema traz à tona
sentimentos de cuidado, medo e proteção.
02
– Como a lua é representada no poema?
A lua é representada
como uma figura protetora e tranquilizadora, que convida suavemente o menino a
descansar e a se afastar do perigo, simbolizando um refúgio seguro longe do mar
ameaçador.
03
– O que simbolizam as "placas vermelhas" no poema?
As "placas
vermelhas" simbolizam o perigo iminente. Elas são um aviso claro de que o
mar é perigoso e que o menino não deve se aproximar, sugerindo que ele deve
preservar sua vida.
04
– Qual é a importância das conchas mencionadas no poema?
As conchas
simbolizam a esperança e a cura. A figura que fala no poema deposita sua fé e
esperança na segurança das conchas recolhidas da areia, vendo nelas um símbolo
de proteção contra o medo e o perigo do mar.
05
– Como o poema retrata a relação entre o mar e o menino?
O poema retrata o
mar como uma força perigosa e atraente, ao mesmo tempo que o menino é visto
como vulnerável. A relação é marcada pelo cuidado e pela proteção, com o apelo
constante para que o menino não se entregue ao mar, que é escuro e ameaçador.
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