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domingo, 9 de junho de 2024

CRÔNICA: O PAI DOS BURROS AGORA É ELETRÔNICO - FRAGMENTO - DEONÍSIO DA SILVA - COM GABARITO

 Crônica: O pai dos burros agora é eletrônico – Fragmento

               Deonísio da Silva

        Ela ia passando na Rua 1º de Março, no centro do Rio, quando, um dicionário, jogado lá do alto, estalou na calçada, pertinho dela. A mulher registrou queixa na secretaria do edifício.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDyvXsPAILThV8g9M9vcIYUqUu3oe6mdeTvC2-qAUZ0aaq_i6cLPmv1V6TBj0XN6uS9Lc6TUZiu4vtT5vVepJoh1CUKRcUswcTwW4GhiaSFYsSH0XvoDM-AaVRuErZnxBaqbY9_Lq-rcwnNiMZVTjgZMm1C_OnSUnIt3VL4sbDxITRHT8QmTHe0QehuaA/s320/PrimeirodeMar%C3%A7o-FF-350.jpg


        Depois do Acordo Ortográfico, os dicionários estão na ordem do dia. Fiz uma crônica sobre o assunto, e Rogério Frota Melzi, diretor de Operações da Estácio, com sempre irônico e bem-humorado (bem--humorado não perdeu o hífen), lembrou que o estrago seria menor se a edição atirada pela janela fosse eletrônica. De fato, faz diferença receber um cedê ou um volume de milhares de páginas na cabeça. Disse a ele que era um bom mote para uma nova crônica. Afinal, o pai dos burros perdeu os dois hifens e agora é também eletrônico. E hífen, no singular, tem acento, mas hifens, no plural, não!

        [...].

SILVA, Deonísio da. Publicado em: 8 fev. 2011. Disponível em: http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2011/02/08/o-pai-dos-burros-agora-e-eletronico/. Acesso em: 20 out. 2015. (Fragmento).

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 346.

Entendendo a crônica:

01 – Pai dos burros é uma expressão informal usada no Brasil. a que ela se refere?

      Refere-se ao dicionário.

02 – Segundo o texto, o pai dos burros passou por duas importantes mudanças. Quais são elas?

      O dicionário passou a registrar palavras escritas conforme novas regras e sofreu uma mudança de formato ao ser convertido em eletrônico.

03 – Além do assunto, o que mais faz dessa crônica um texto metalinguístico?

      A metalinguagem também é visível nos comentários sobre a ortografia das palavras empregadas, como a questão do hífen e dos acentos.

04 – Qual foi a intenção do cronista ao empregar, no primeiro parágrafo, uma onomatopeia?

      A onomatopeia (plaft) torna a cena mais viva e está relacionada com a palavra estalou, também indicativa de ruído.

05 – Uma das palavras do texto foi aportuguesada pelo cronista. Explique a formação dela.

      Trata-se da palavra cedê, que se forma pela transformação em sílabas das letras da sigla CD, referente à expressão inglesa compact disc.

06 – Você já sabia que hífen tem acento e hifens não? Como essa acentuação se justifica? Para responder, compare a palavra hífen com líquen, jovem e nuvem.

      Hífen é uma palavra paroxítona terminada em -n e, como líquen, recebe acento, no singular, mas no plural não. As paroxítonas terminadas em -m também não são acentuadas, nem seus plurais, formados com -ns.

07 – Que palavra do texto equivale a “consequências da queda do dicionário”? Mencione o processo de formação do vocábulo.

      A palavra estrago, formada por derivação regressiva.

08 – Por que essa palavra evidencia uma avaliação do evento que nomeia e não uma descrição objetiva?

      Estrago indica que a ação é necessariamente ruim, porque envolve a ideia de dano.

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