Soneto: Solemnia verba
Antero de Quental
Disse ao meu coração: «Olha por quantos
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhykWkoWN_84tcQWw_nFOKno8YOIi7SAKGZDTrBATfJoqjLkCY3NDaFYhCn__Ht94tde5EWkiiAL5zaIRQlf_Aw76q6t_W_xtUmqIwEoj-9N0mL54m7iEcmJekyx9k6cuc31QjAkROBzRuJjyQYiUIVwmxCQEhQcwqjUsWwGDUBL0NBWfR7sfs_ijczZ58/s1600/CORA%C3%87%C3%83O.jpgPó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E noite, onde foi luz de Primavera!
Olha a teus pés o Mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!»
Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do penar tornado crente,
Respondeu: «Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se é isto a vida,
Nem foi de mais o desengano e a dor.»
Entendendo
o texto
01. Qual é
a reflexão central apresentada no soneto "Solemnia verba" de Antero
de Quental?
A reflexão central é sobre a
experiência da vida, marcada por caminhos vãos, desilusões, e a contemplação
das consequências dessas experiências.
02. Quem é o interlocutor do poema e o que ele diz ao
coração?
O interlocutor do poema é o eu lírico,
que se dirige ao próprio coração. Ele diz ao coração para observar os caminhos
percorridos, as desilusões enfrentadas e a desolação resultante.
03. Como o eu lírico descreve a atual situação, a
partir da "altura fria e austera"?
O eu lírico descreve a atual situação
como erma e austera, destacando os lugares que foram regados pelos prantos,
transformados em pó e cinzas, onde antes havia flores e encantos.
04. Qual é a resposta do coração diante da perspectiva
desoladora apresentada pelo eu lírico?
O coração responde de maneira valente, evidenciando que, mesmo diante
das desilusões e do sofrimento, a vida não foi em vão. O coração destaca que vê
o Amor dessa altura, sugerindo uma perspectiva mais positiva.
05. Que elementos poéticos, como metáforas ou imagens,
são utilizados para expressar a condição do eu lírico?
O poema
utiliza metáforas como "caminhos vãos," "erros que regaram
nossos prantos," e "pó e cinzas onde houve flor e encantos" para
expressar a condição do eu lírico, destacando a jornada marcada por desilusões
e transformações.
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