Reportagem: As viúvas do sertão
Leonardo Sakamoto – 01/06/99
Visita, em maio de 1998, às cidades que
convivem com o drama das “viúvas de marido vivo”. O jequitinhonha expulsa
homens, deixando mulheres sozinhas contra a realidade do nordeste de Minas.
Rosto sulcado pelo tempo, como os
leitos dos rios fantasmas que assombram a região. Pele e corpo ressecados,
feito a terra, outrora fértil que hoje se desfaz em areia levada pelo vento.
Olhar profundo e vazio, o mesmo vazio a que está acostumado o prato do
sertanejo. A baixa estatura quase não deixa sombra. Também, pudera! O sol a
pino fica a caçoar de sua cabeça e, se não ofusca diretamente, cintila em todo
o chão até onde a vista alcança. Resta proteger a moleira, então em um passe de
mágica balde d’água vira cartola. E assim como surgiu, lenta e pacientemente, desaparece
por entre galhos retorcidos, vacas magras e ossudas, morros brancos e poeira da
estrada.
Aos 72 anos, Maria José é uma mulher de
sorte. Afinal de contas, apesar de caminhar mais de 10 quilômetros em busca de
água, sabe que não é sozinha. Maria José possui um companheiro que estará lá
quando ela voltar, brigando com a terra na luta pelo sustento.
Infelizmente, ela é a exceção, não a
regra. O chão, há vários meses, não vê chuva que dê para o cultivo. A seca que
atinge todo o Nordeste expulsou maridos, pais e filhos do Vale do
Jequitinhonha, em Minas Gerais. Para sobreviver foram obrigados a migrar,
principalmente para o interior do Estado de São Paulo, servindo como
mão-de-obra barata às usinas no corte da cana-de-açúcar.
Como os homens passam a maior parte do
tempo trabalhando fora, as “viúvas de marido vivo” – como são chamadas a
contragosto suas esposas – acabam se tornando a duras penas chefes de família. Esse
fenômeno ocorre com mais frequência na região do médio Jequitinhonha –
compreendendo cidades como Araçuaí, Itinga, Coronel Murta, Chapada do Norte e
Virgem da Lapa, além de uma série de povoados e vilarejos sertão adentro.
Cidades como Itinga apresentam, de
acordo com o censo 1996 do IBGE, 70% de sua população dispersa pela área rural.
São empregados de grandes fazendas ou pequenos proprietários de terra em seus
sítios de alguns alqueires.
Quando chove, é possível arrumar um
emprego na lavoura ou plantar a sua própria roça. Isso, quando acontece, é próximo
ao mês de dezembro. Contudo, com a estiagem, a terra não consegue segurar o
trabalhador no campo. E a busca na cidade é quase inútil. Não há vagas, nem no
pequeno comércio local, nem na prefeitura – que muitas vezes já dedica mais
verba do que é permitido por lei à folha de pagamentos dos funcionários.
A solução aparece na forma dos ônibus
mandados pela indústria canavieira paulista ou matogrossense. Em cidades como
Sertãozinho, Bauru e Ribeirão Preto estão espalhadas as gentes do Jequitinhonha.
E o processo de vai-e-vém não é recente, como a seca também não é. Tanto que,
não raro, as pessoas rompem a corda desse iô-iô humano e acabam ficando no sul.
“Tenho três filhos em São Paulo. Um foi
há pouco tempo. E esse sei que volta. Agora, dois deles já estão morando lá com
família e tudo”, conta Joaquim, que ganha a vida apanhando lenha e vendendo às
padarias e fornos de barro. Com nove filhos no currículo e muito trabalho nas
roças, ele e Geralda, sua mulher, moram em uma casa do Mutirão.
De
passagem
Construído com a ajuda da prefeitura,
em parceria com as associações religiosas e de moradores, esse conjunto de 20
casas coloridas à beira da BR-367 tem uma história peculiar. De acordo com
Helena, da Associação das Mulheres do Bairro Porto Alegre (AMBAPA), em Itinga,
o Mutirão foi erguido para abrigar as viúvas que ficavam sozinhas no campo
enquanto seus maridos migravam.
Hoje, boa parte dos homens está de
volta – mas por pouco tempo. Emanuel está de passagem. Espera o pouco dinheiro
que conseguiu juntar acabar para poder retomar o seu rumo em direção sul.
Reclama que, apesar da carteira assinada, não consegue obter o salário
desemprego. “As usinas não dão os papéis de que eu preciso. E o governo disse
que sem os papéis nada feito.” Os papéis a que ele se refere é a rescisão do
contrato de trabalho. Muitas empresas não emitem toda a documentação, burlando
assim o fisco e pagando menos impostos. O que, é óbvio, afunda ainda mais o
cortador de cana na lama, ou melhor, na areia seca do sertão.
Durante o tempo em que estão fora, os
homens mandam o pouco que recebem para a família. Três, cinco, sete têm que se
virar às vezes com 80, 120 por mês. Francisca, mãe de dois filhos e com um
terceiro no ventre, é uma privilegiada. Não tem que dar de comer a muitos com
seus R$ 80,00.
Mesma sorte não tem Pedro Maroto. Alto,
voz de barítono, como um chefe de clã fala com orgulho de sua propriedade – um
pequeno sítio próximo ao vilarejo de Teixeirinha. Apesar de não ser uma viúva,
pena como tal. A sua aposentadoria e de sua mulher (uns R$ 250,00 no total) é
responsável pela sobrevivência de 12 pessoas. Produção quase não há. O córrego
que cortava sua terra secou há tempos. O jeito foi improvisar, através da
solução mais comum na região: sangrar o leito seco até alcançar água. Contudo,
até as cacimbas estão secando. “A gente vai cavando, cavando e cavando, cada
vez mais fundo para achar água. Se fizesse um poço, teria água aqui. Mas com
que dinheiro?” Se é que se pode chamar de água o caldo amarelo retirado dos
buracos no chão. “E eu ainda tenho sorte. Moro em um vale de um rio, dá para
cavar cacimbas. Tá vendo o sítio no alto daquela montanha? E eles, como é que
ficam? Têm que descer até aqui e pegar água comigo. Caminhar muito.” Se não
bastasse, Pedro Maroto ainda divide o parco caldo com os animais da
propriedade.
Apesar da aridez da paisagem é fácil
identificar onde estão os leitos secos. É só seguir a estreita linha verde que
vai fazendo seu caminhar sinuoso pelos vales. As cidades, por enquanto, não
sofrem de falta de água. Em Itinga, o perene córrego Água Fria – que, diga-se
de passagem, não é grande coisa – abastece a zona urbana. A pobreza, que se faz
presente no campo, também encontra aqui lugar para crescer e se multiplicar. Se
a seca bate forte em todo o Jequitinhonha, o desemprego é o problema que mais
preocupa os moradores.
Os efeitos da estabilização econômica
do Governo Federal têm gerado uma desestabilidade emocional nos habitantes.
Para fugir da realidade da miséria, vários se entregam à bebida. São muitos os
casos de alcoolismo e, portanto, não raro as mortes por cirrose hepática. E em
se tratando de doenças, o Vale está bem servido. As constantes pressões a que
são submetidos os trabalhadores do corte da cana, aliadas às condições
insalubres e às longas jornadas, têm provocado o aparecimento de uma doença até
então reservada às metrópoles. A hipertensão atacou os maridos de Maria, Rosa,
Geralda, Joana e os de um sem número de mulheres, que agora se entopem de
medicamentos.
Riqueza em minérios
O Vale do Jequitinhonha é uma das
regiões mais ricas em minérios em todo o Brasil. Berilo, cassiterita,
feldspato, lítio, água-marinha, nióbio, turmalina, ouro, diamante. Cidades com
nomes de pedras é que não faltam em todo o Vale: Topázio, Turmalina, Berilo,
Carbonita, Pedra Azul, Diamantina.
E como não poderia deixar de ser,
empresas mineradoras também não, como a Arqueana e a Sandspar. A mineração é
outro grande empregador da região, mas também uma grande fonte de problemas. De
acordo com Joaquim, médico em Itinga, a incidência da silicose em Taquaral é de
15%. A doença, causada pelo pó do interior das minas, literalmente destrói os
pulmões. Este é o caso de Roberto – que teve que vir a São Paulo para se tratar
de uma insuficiência respiratória que ganhou como recompensa por trabalhar nas
minas. Isso sem contar a contaminação do rio por mercúrio – usado para separar
o joio do trigo na mineração.
E não para por aí. De acordo com
Josimar, professor em Itinga, a mineração tem sido responsável pelo
assoreamento do rio Jequitinhonha. Dragas lavram a terra em busca de minérios,
atirando o cascalho no seu leito. Com isso, ele vai se tornando cada vez mais
raso e largo – processo semelhante ao que ocorre nos rios Pinheiros e Tietê na
cidade de São Paulo que, periodicamente, têm que passar por uma limpeza de suas
calhas para que não transbordem. Segundo Josimar, previsões apontam para uma
morte do Jequitinhonha em 20 anos se o despejo continuar.
Porém a pior doença não é causada pelo
ar, água ou trabalho e sim pela distância. As mulheres veem seus maridos irem
embora e, apesar da tristeza, enchem-se de esperança. A esperança de que eles
voltem bem e rápido para os seus braços. Dedicam-se então a criação da prole –
grande na maioria das vezes, impossível de ser contada em mão só. Cartas são
quase sempre o único meio de comunicação entre o casal por anos a fio.
E o peito começa a apertar quando o
número de páginas vai se escasseando, a frequência diminuindo, quando a saudade
escrita já não convence. O coração fica mirradinho, mirradinho. Não são poucos
os homens que, longe de casa, arrumam uma outra mulher.
O marido de Ritinha foi trabalhar em
São Paulo. No princípio ela foi junto, acompanhá-lo. Antes unidos nas
dificuldades, do que separados. Pouco depois, ele a mandou de volta. Com o
passar do tempo descobriu-se que tinha outra. Ficou arrasada. Inconstante, o
homem mandou essa outra embora também. Justiça ou coincidência, adoeceu em
seguida. Agora, está pedindo para voltar. A princípio Ritinha não queria. Mas,
agora, repensa a possibilidade. “É difícil criar os filhos sozinha”, completa
sua irmã.
Sozinha com Deus
E as novidades não ficam apenas em uma
nova cama. Às vezes se estendem também para uma nova casa, novos filhos. Enfim,
uma nova vida. Eliane passou por poucas e boas para ficar com o homem que
amava. Com a família de seu marido a detestando, casaram-se. Como via de regra,
ele foi obrigado a trabalhar no corte da cana no Mato Grosso. Veio a primeira
filha e ele estava longe. No começo, ficava um tempão fora, mas voltava. Um dia
foi e não voltou. Passaram-se meses, anos. No começo as cartas chegavam. Depois
foram desaparecendo. O dinheiro idem. Eliane passava dificuldades, mas aguentava
na esperança de rever o marido.
De repente reapareceu. Fez um filho e
sumiu de novo. Ela, cansada arranjou um companheiro. Pouco depois começou a
frequentar a igreja evangélica. E então fizeram-na escolher: ou seu companheiro
ou Deus, pois ela, uma mulher casada nos laços sagrados do matrimônio, não
poderia viver em pecado com seu esposo ainda vivo. Ficou sozinha com Deus.
O marido reapareceu mais uma vez e
disse que desta vez seria para sempre. Eliane não quis – afinal de contas não
era nenhuma palhaça –, mas devido a insistência da filha, voltou. Um tempo
depois ele confessou que formou família em São Paulo, com outra filha e tudo.
Ela enraiveceu, mas como, segundo ele, tudo tinha acabado, perdoou. As coisas
apertaram e ele voltou às usinas de cana.
Então Ritinha soube da notícia que o
marido havia morrido de ataque cardíaco. Hoje, trabalhando como empregada, não
sabe mais o que fazer para sustentar os quatro filhos, além das constantes
crises de depressão da mais velha. Pensão, nem pensar. Provavelmente a outra
família de seu marido é que a está recebendo do governo. Eliane tentou entrar
na Justiça, mas não conseguiu. Faltam documentos que estavam com ele e
“magicamente” desapareceram.
A seca destrói a vida de todos. Contudo
a natureza não pode ser a única a sentar no banco dos réus. Os governos têm uma
grande parcela de culpa nessa história. Ao contrário de outras regiões do país
em que se espera grandes projetos de transposição de águas para viabilizar a
agricultura, no Vale seria necessário menos do que se imagina. O rio
Jequitinhonha tem água em abundância, o local possui uma das melhores terras
para o plantio de frutas no Brasil. A solução estaria em um programa decente de
irrigação. Tanto é que nas pequenas áreas que possuem água para o plantio,
florescem mangas, canas, melancias, uvas, amendoins, verduras, legumes.
Verdadeiros oásis no meio do sertão.
É
paradoxal: como famílias inteiras passam fome, como esse Vale pode ser pobre se
sua terra é tão fértil? Ou mais, se uma artéria a céu aberto rasga a região? É
absurdo pensar que Maria José tenha que andar tanto em busca de água se não
muito longe de sua casa o Jequi corre em direção ao mar. Projetos até existem,
mas faltam dinheiro e boa vontade política.
E a ajuda nunca vem. Por que, afinal de
contas, olhar para o Vale do Jequitinhonha? Apesar da grande extensão
territorial os votos não são tantos assim. É mais negócio concentrar esforços
para agradar eleitores do Triângulo Mineiro, região da Grande Belo Horizonte ou
Sul de Minas. A relação custo-benefício é mais vantajosa.
E maridos, pais e filhos continuarão
sendo retirados à força de suas terras para trabalhos insalubres. Esposas,
filhas e irmãs continuarão a amargar a solidão da seca. Ao invés de fazer com
que o trabalhador permaneça nas suas origens, gerando emprego, fazemos com que
ele acabe vindo às grandes cidades do Sul e ser mais um nos bolsões de pobreza
que salpicam as capitais.
O futuro é incerto. Marias, Geraldas,
Ritinhas, Elianes, Helenas, Rosas, Emílias, Joanas são várias e na verdade são
uma ao mesmo tempo. Não precisam de sobrenome. Você as encontra ao longo de
todo o Vale. As histórias são as mesmas, o sofrimento igual, as incertezas
idem. Certo mesmo é o rio, que continuará a correr embalando a fome e a seca em
suas águas num ciclo interminável na direção do mar.
Baixinha, tranqüila, de fala
calma e sossegada. Assim é Emília, coordenadora da Associação das Mulheres de
Itinga (AMAI) que por onde passa é saudada. Na verdade, abordada. Emília ajuda
a promover a distribuição das cestas básicas que chegam à cidade por intermédio
do governo e de doações destinadas à seca. “As cestas não vem em número
suficiente e é impossível servir a todos. Uma vez temos que ir à zona rural,
outra, distribuir à cidade. Sabemos que passam fome mas não dá para fazer
muito”. Enquanto fala em frente aos mantimentos, desaparece em meio à multidão
que a cerca. “Esse trabalho assistencialista não é o ideal. O certo seria um
jeito de dar emprego a essa gente”.
Se ainda não encontrou a saída
para os seus problemas, Itinga já deu um grande passo na mobilização de suas
mulheres. As duas associações possuem padarias, oficinas de costura, aulas de
alfabetização e supletivo, fabriquetas de absorventes e fraldas descartáveis.
Além das hortas comunitárias, divididas igualmente entre as famílias, com
irrigação artificial. “Por enquanto tudo isso é insuficiente para garantir o
sustento, mas todos estão vendo que é possível melhorar a situação”, completa
Emília.
Itinga era conhecida como a
cidade das viúvas, tamanho o número de incidências desse tipo. A prefeitura e a
Igreja Católica têm realizado mudanças nas áreas de moradia popular, saneamento
básico, saúde e cultura. A participação política dessa cidade mudou
radicalmente. Com o segundo mandato consecutivo em vigor, o PT abriu um espaço
maior para a discussão dos problemas. Para se ter uma idéia, os orçamentos da
prefeitura e da câmara dos vereadores são pintados todos os anos nas fachadas
desses prédios.
A eleição de um partido de
esquerda tirou do poder as “famílias” que até então mandavam na política da
cidade: os Murta, os Gusmão, os Evangelista, entre outros. Atualmente, a cidade
vizinha, Araçuaí, também possui um governo do PT.
Ao longo do rio, a arte brota
da seca
Ao longo da BR-367, no povoado de
Pasmado, estendem-se fileiras de vasos, jarros, cumbucas, panelas e outras
peças de barro feitos pelas mulheres da região. As “poteiras”, como são
chamadas, moldam com as próprias mãos sem a ajuda de tornos. Os homens,
dedicam-se à fabricação de artefatos de madeira. Infelizmente até nisso o povo
da região é sacrificado: são obrigados a comprar o barro de uma propriedade
particular.
O artesanato em barro e madeira,
característico da região, já alcançou renome internacional através de das mãos
do artesão Ulisses, em Itinga.
De acordo com Sebastião Rocha,
pesquisador de cultura popular do Vale, o “artesanato local retrata, de um
lado, a identidade cultural de sua diversificada população, dividida entre o
sonho e a luta, o anseio de dias melhores e o fatalismo histórico da pobreza,
da esperança e a submissão, à espera da vinda do Messias e busca armada pelos
direitos humanos”.
As tradições, a cultura e o folclore do
vale do Jequitinhonha podem ser vistos no 18° Festival e, que deve acontecer
entre os dias 22 a 26 de julho, em Itinga.
Vale do Jequitinhonha,
junho de 1999.
Entendendo a reportagem:
01 – Quem é o autor da
reportagem e qual é a data de publicação?
Autor: Leonardo
Sakamoto. Data de publicação: 01/06/99
02 – Qual é o tema principal
abordado na reportagem?
O tema principal
é a situação das "viúvas de marido vivo" no Vale do Jequitinhonha,
Minas Gerais, que enfrentam as consequências da seca e da migração dos homens
para trabalhar nas usinas de cana-de-açúcar em São Paulo.
03 – Como a seca afeta as
comunidades do Vale do Jequitinhonha?
A seca no Vale do
Jequitinhonha expulsa homens das comunidades, que migram em busca de trabalho
nas usinas de cana-de-açúcar, deixando as mulheres conhecidas como "viúvas
de marido vivo" para lidar com os desafios da falta de chuva e sustento.
04 – Quais são as condições de
vida descritas na reportagem para as famílias afetadas pela seca?
A falta de chuva
impede o cultivo, levando à escassez de empregos na agricultura. Muitos homens
são obrigados a migrar para o trabalho nas usinas, deixando as mulheres como
chefes de família. A falta de empregos nas cidades agrava a situação, levando a
condições de pobreza, desemprego e problemas de saúde.
05 – Como as mulheres lidam
com a ausência dos homens na região?
As mulheres enfrentam a solidão devido à
migração dos homens em busca de trabalho. Elas muitas vezes se tornam chefes de
família e enfrentam dificuldades econômicas, emocionais e sociais, enquanto
aguardam o retorno de seus maridos.
06 – Quais são os impactos da
mineração na região do Vale do Jequitinhonha?
A mineração na
região é descrita como uma fonte de emprego, mas também é associada a problemas
de saúde, como a incidência da silicose causada pelo pó das minas. Além disso,
a atividade mineradora contribui para o assoreamento do rio Jequitinhonha.
07 – Como as mulheres tentam
melhorar a situação em meio à seca e à migração dos homens?
As mulheres
participam de associações que buscam soluções para os desafios enfrentados,
como a criação de projetos de geração de renda, como padarias, oficinas de
costura, e hortas comunitárias. Essas iniciativas visam melhorar as condições
de vida das comunidades.
08 – Qual é a atuação política
destacada na reportagem?
O Partido dos
Trabalhadores (PT) é mencionado como tendo assumido o governo em algumas
cidades da região, trazendo mudanças políticas e sociais. A participação
política das mulheres é destacada, especialmente em associações que buscam
melhorar as condições de vida.
09 – Como a falta de recursos
e a falta de vontade política são apontadas como obstáculos para solucionar os
problemas na região?
Projetos de
transposição de águas e programas de irrigação são citados como soluções
viáveis para enfrentar a seca, mas a falta de recursos financeiros e o foco
político em regiões mais populosas tornam essas iniciativas difíceis de serem
implementadas.
10 – O que a reportagem
destaca sobre a cultura e o artesanato na região do Vale do Jequitinhonha?
A reportagem
menciona a produção de artesanato em barro e madeira, destacando a identidade
cultural da região. Também destaca a fama internacional alcançada pelo artesão
Ulisses de Itinga. O 18º Festival que acontecerá em Itinga é citado como uma
oportunidade de mostrar as tradições, cultura e folclore local.
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