Poesia: Lágrimas na cadeira do dentista
Renata
Pallottini
Não, não é o dente que dói.
Não, o motor não incomoda.
Não me doem os dentes
mas quem morde.
Nunca o que dói é o aparente
senão o outro, de outra ordem
o oculto na cárie da vida, o tártaro
dos ossos,
na intempérie incisiva da dentadura mole.
Nunca o que dói, doutor,
é o que fazem as máquinas,
senão
o humano dessas brocas
os buracos
da alma.
Ponha ouro, doutor,
e seja lá o que possa
morder o dente, ávido de amor,
a conta, ao fim, é nossa.
Renata
Pallottini, poetisa brasileira. Outono de 2004.
Entendendo a poesia:
01 – Qual é o tema central da
poesia "Lágrimas na cadeira do dentista"?
O tema central da
poesia é a dor emocional e a angústia que a autora associa à visita ao
dentista, em contraste com a dor física.
02 – Qual é a visão da autora
em relação à dor de dente na poesia?
A autora sugere
que a dor de dente não é a principal fonte de sofrimento, mas sim as emoções e
relações humanas.
03 – O que a autora diz sobre
o motor e as máquinas usadas pelo dentista na poesia?
A autora afirma
que o motor e as máquinas não são os que causam o sofrimento, mas sim o
"humano dessas brocas," ou seja, as ações e relações humanas.
04 – Qual é a metáfora usada
pela autora ao mencionar "o humano dessas brocas"?
A metáfora
refere-se à ação humana, como se as brocas do dentista representassem a
intrusão nas emoções e na alma.
05 – O que a autora pede ao
dentista no poema?
A autora pede ao
dentista que coloque ouro em seu dente, sugerindo que o verdadeiro desejo do
dente é o amor, e o custo final é "nossa" responsabilidade.
06 – Como a autora descreve a
"cárie da vida" na poesia?
A "cárie da
vida" é descrita como o "oculto na cárie da vida, o tártaro dos ossos,"
referindo-se às questões mais profundas e ocultas que afetam a vida e a alma.
07 – Qual é a emoção
predominante na poesia "Lágrimas na cadeira do dentista"?
A emoção
predominante na poesia é a melancolia, a angústia e a reflexão sobre a natureza
da dor e do sofrimento humano.
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