Poesia: INVERNO
Renata
Pallottini
Parece de metal a noite destas ruas.
Os homens estão quietos nos portais.
A luz corta. A esperança não desperta.
Esqueceram acesa a lâmpada da porta.
Donos cobrem de lanças os espaços,
de espadas os desvãos e de lama
os jornais.
Amanhã com certeza os bancos se abrirão.
Por que não? Será um dia como os outros
cheio de transversais e comerciais.
Apagou-se a fogueira dos choferes.
A madrugada roxa parte o coração
dos pombos
dos meninos
das mulheres.
Onde é que toda essa gente se banha?
Que será deles todos?
Para qual
deles alguma vida se fará?
Para quem se abrirá alguma fresta?
Folhas de vidro as árvores.
E eu
estou voltando de uma grande festa.
Merda! Só isso.
Estou voltando
de uma grande festa.
Renata Pallottini.
Entendendo a poesia:
01 – Como a noite é descrita
no início da poesia?
A noite é
descrita como "de metal" nas ruas.
02 – O que os homens estão
fazendo nos portais durante a noite descrita na poesia?
Os homens estão quietos nos portais.
03 – O que aconteceu com a
lâmpada da porta mencionada na poesia?
A lâmpada da porta foi esquecida acesa,
não foi apagada.
04 – Como os donos cobrem os
espaços e desvãos?
Os donos cobrem
os espaços com lanças e os desvãos com espadas.
05 – O que a autora sugere
sobre o futuro no poema?
A autora sugere
que os bancos se abrirão no dia seguinte, como em qualquer outro dia, cheio de
atividades comerciais.
06 – O que a madrugada roxa
faz no poema?
A madrugada roxa
parte o coração dos pombos, dos meninos e das mulheres.
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