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sábado, 5 de novembro de 2022

TEXTO: O ATOR E A REPRESENTAÇÃO - (FRAGMENTO SOBRE ARTES CÊNICAS) - COM GABARITO

 Texto: O ator e a representação

            Fragmento sobre Artes Cênicas

        O ator é, antes de tudo, um privilegiado. Pode ser qualquer um, incorporar outra persona de corpo e alma para em seguida voltar a ser ele mesmo. Para isso, vale-se de exercícios de preparação e conscientização corporal de modo que seu eu se torne invisível. Aos olhos encantados da sua audiência, só o personagem existe.

        Ao emprestar seu corpo, o ator torna-se veículo da arte. E tudo acontece ao vivo, diferentemente de outras artes – escultura, pintura, escrita –, cujo fazer não é mostrado ao público no momento em que acontece.

        Por isso o ator necessita tanto do ensaio, porque aos outros artistas basta o livre fazer e desfazer, para só depois apresentar o resultado à sua audiência. Já o ator precisa elaborar seu trabalho tendo em conta que o apresentará por uma quantidade determinada de vezes e nenhuma apresentação será exatamente igual a outra. Sua habilidade está em superar essa contingência sem desfigurar a obra, e isso somente é possível pela construção sólida do personagem e por ensaios exaustivos.

        Ser alguém por um momento e voltar a ser você mesmo em outro, aliar a vida imaginada e a vivida não é tarefa simples, exige técnica, imaginação criadora e livre trânsito pelo espaço cênico. Uma linha tênue, sutil separa o convencimento da incredulidade. Uma atuação convincente alcança certo grau de veracidade que desprende o espectador do real para o lúdico sem que essa transição seja percebida. Por meio de diferentes técnicas, modelos e sistemas, de Stanislavski, passando por Anton Tchekhov (1860-1904), Bertold Brecht (1898-1956). Antonin Artaud (1896-1948), Jerzy Grotowshi (1933-1999), Peter Brook (1925-) e tantos outros, o ator busca abrir a janela para o infinito interior e, a partir de poucos elementos simbólicos, retratar a alma humana.  

Caderno de Artes Cênicas. São Paulo: Sesi-SP, 2012. v. 1, p. 54.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga nas linguagens – Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias – Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2020 – Moderna – p. 63-4.

Entendendo o texto:

01 – Releia o primeiro parágrafo.

a)   No contexto da representação, o que significa “se tornar invisível”?

“Tornar-se invisível” significa incorporar integralmente o personagem.

b)   Na sua opinião, a ideia de “invisibilidade” invalida a opção da diretora Duda Maia para a encenação das atrizes de Elza? Justifique.

Resposta pessoal do aluno.

02 – Ao mostrar certas particularidades da representação diante de outros fazeres artísticos, o produtor do texto afirma: “Sua habilidade está em superar essa contingência sem desfigurar a obra”.

a)   A que ele se refere com o termo contingência?

No contexto, contingência refere-se às particularidades ou eventualidades de cada apresentação.

b)   Qual é a “desfiguração” que o ator precisa evitar?

A desfiguração da obra, já que as representações são diferentes a cada vez, inclusive devido às particularidades de recepção do público.

03 – A peça Romeu e Julieta teve inúmeras montagens, produzidas tanto por profissionais quanto por amadores, em situações despretensiosas. Considere o que foi dito sobre a representação e a relação com o público e responda: quais são os prováveis limites de uma peça não profissional?

      Segundo o texto, a representação pressupõe “exercícios de preparação e conscientização corporal” e muitos ensaios para uma “construção sólida do personagem”. Sem isso, torna-se difícil conseguir uma “atuação convincente”.

04 – A proposta do Caderno de artes cênicas é, segundo os produtores da coleção em que se insere, contribuir para que o público entenda melhor a expressão artística teatral. O trecho lido acrescentou algo ao seu conhecimento sobre a arte da representação?

      Resposta pessoal do aluno.

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