Texto: “Também” exige próclise – em Portugal e no Brasil, em textos formais e informais
Todo brasileiro e todo português sabe
que uma das principais diferenças entre as variantes atuais do português
brasileiro e do português lusitano diz respeito à colocação pronominal:
enquanto na Idade Média havia grande fluidez e portugueses ora usavam o pronome
átono antes do verbo, ora depois, a situação acabou se definindo ao longo dos
séculos, mas de modo diferente nos dois países: em Portugal usa-se aproximadamente
em 50% dos casos o pronome depois do verbo, mas deve vir obrigatoriamente antes
do verbo (“também se manteve”) quando há na frase advérbios, conjunções, etc.
Já no Brasil, em situações naturais, o pronome vem sempre antes do
verbo.
Assim, todo brasileiro diz “Me dá”,
“Nos vimos”, “Me queixei”, enquanto os portugueses dizem “Dá-me”, “Vimo-nos”,
“Queixei-me”. Desde o século passado, nossos melhores cronistas, poetas,
músicos, etc. usam próclises (pronomes antes do verbo), à brasileira (e que, na
metade dos casos, coincidem com a forma “certa” em Portugal).
[...]
O mesmo ocorre com orações com a
palavra “que”, ou “onde”, entre outras: a gramática portuguesa tradicional
obriga, nesses casos, que se use o pronome antes do verbo (igual a como fazemos
sempre no Brasil); todo português sempre falará e escreverá
“que se deu”, “onde se viu”; mas alguns brasileiros, querendo
escrever difícil, acabam inventando construções erradas como “que
deu-se”, “onde viu-se” – erradas segundo toda e qualquer gramática portuguesa.
Em outras palavras: se não quiser
passar vergonha, na dúvida, não invente; escreva do modo que lhe soar mais
natural, do jeito que falaria. Quase sempre, estará certo.
DICIONÁRIOEGRAMÁTICA.COM.
“Também” exige próclise – em Portugal e no Brasil, em textos formais e
informais. Disponível em: https://bit.ly/2FOmnGY.
Acesso em: 29 set. 2018.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º
ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 228-9.
Entendendo o texto:
01 – Conforme o que se afirma no primeiro parágrafo, que diferenças são
notadas nas variantes atuais do português brasileiro e do português lusitano em
relação à colocação pronominal?
No Brasil, em situações de comunicação, o pronome
vem sempre antes do verbo (próclises); em Portugal, usa-se aproximadamente em
50% dos casos o pronome depois do verbo, mas deve vir obrigatoriamente antes do
verbo (“também se manteve”) quando há na frase advérbios, conjunções, etc.
02 – O que podemos deduzir sobre a colocação dos pronomes na língua
portuguesa com base nessa afirmação?
É possível deduzir que, em relação à
colocação pronominal, os portugueses se preocupam mais em seguir as regras
propostas pela gramática da norma-padrão que os brasileiros, os quais optam
pela liberdade de empregar com maior frequência o pronome antes do verbo
(próclise) em situações cotidianas, ou seja, não formais de comunicação.
03 – Dê sua opinião sobre o que se coloca abaixo:
“Assim,
todo brasileiro diz “Me dá”, “Nos vimos”, “Me queixei”, enquanto os portugueses
dizem “Dá-me”, “Vimo-nos”, “Queixei-me”. Desde o século passado, nossos
melhores cronistas, poetas, músicos, etc. usam próclises (pronomes antes do
verbo), à brasileira (e que, na metade dos casos, coincidem com a forma “certa”
em Portugal).”
Resposta pessoal
do aluno.
04 – Qual crítica o autor do
texto faz quanto ao emprego das palavras “que” e “onde” por alguns brasileiros?
Ele critica
alguns brasileiros que, ao querer mostrar que sabem “escrever difícil”, acabam
por inventar construções erradas, infringindo as regras gramaticais que definem
a norma-padrão.
05 – Leia esta conclusão do
autor do texto:
“Em
outras palavras: se não quiser passar vergonha, na dúvida, não invente; escreva
do modo que lhe soar mais natural, do jeito que falaria. Quase sempre, estará
certo.”. Como você se posiciona diante dessa conclusão?
Resposta pessoal do aluno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário