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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

TEXTO: A CARREGADORA DE PEDRAS - SÔNIA BIONDO - COM GABARITO

 TEXTO: A CARREGADORA DE PEDRAS

                                     Sônia Biondo


     Desde que conquistou o direito à jornada dupla de trabalho, a chamada mulher moderna ainda parece estar longe de conseguir desfazer o mal-entendido que provocou a briga pela igualdade profissional com os homens. Não era bem isso o que desejava. Mas, no afã de se liberar de outras opressões, ela acabou partindo para o mercado de trabalho como se ele fosse a solução de todos os problemas financeiros, conjugais, maternais e muitos outros “ais”. E pagou o preço da precipitação, claro. 

            Agora não adianta chorar sobre o leite derramado – até porque a maior parte das vezes continua sendo ela que vai limpar, ah, ah! Falando sério, todas nós sabemos que há muito a fazer para promover alguns ajustes e atualizações nessa relação de direitos e deveres de homens e mulheres. Como falar sobre isso ajuda, vamos lá.

           Em primeiro lugar, a questão do tempo livre. Que não existe, de fato. Aquele ditado “descansa carregando pedras” foi feito para ela. Trabalhando fora ou dentro de casa, a mulher dificilmente se livra da carga das tarefas domésticas, mesmo que não se envolva pessoalmente. Costuma ser dela a responsabilidade pela arregimentação das empregadas, faxineiras, babás, jardineiros, lavadeiras, passadeiras, prestadores de serviço em geral, sem falar no abastecimento da casa. (...)

     Depois, com o desaparecimento gradual da parceria patroa/empregada doméstica, homens e mulheres terão, mais cedo do que se pensam, que lidar com a administração do caos doméstico. Sem privilégios. E a primeira providência para esse futuro cor-de-rosa começa com a educação progressista dos filhos, os novos maridos e esposas que contarão com uma boa ajuda de um arsenal de maravilhas eletrônicas – entre elas, a de empregada-robô. Que não enguiça. Porque, se enguiçar, já sabem quem vai mandar consertar. Ou não?

 ENTENDENDO O TEXTO

 1)   O tema do texto é

a)   a conquista da dupla jornada de trabalho das mulheres.

b)   o desaparecimento gradual da parceria patroa/empregada.

c)   a sobrecarga de trabalho da mulher moderna.

d)   a briga da mulher moderna pela igualdade profissional.

 

2)   A partir da leitura do texto podemos afirmar que a chamada mulher moderna

a)   apesar  de conquistar a igualdade profissional não solucionou seus problemas.

b)   conquistou igualdade profissional com os homens e se livrou das tarefas domésticas.

c)   descansa nos horários de folga, e se livra do doce organograma do lar.

d)   partiu para o mercado de trabalho para resolver todos os seus problemas.

    

3)   No texto, a expressão “...não adianta chorar sobre o leite derramado” tem o sentido de

a)   se o leite, literalmente, for derramado às mulheres que irão limpar.

b)   que o direito de igualdade foi adquirido, porém foi mal-entendido.

c)   que as mulheres podem reclamar o cumprimento dos seus direitos adquiridos.

d)   que a solicitação feita pelas mulheres foi atendida e não há como mudá-la.




 

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