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sábado, 26 de setembro de 2020

REPORTAGEM: NARRADORES DE UM BRASIL PERDIDO - C. MESQUITA - COM GABARITO

 Reportagem: Narradores de um Brasil perdido

                     C. Mesquita

    Durante a filmagem de “Kenoma”, seu primeiro longa-metragem, em 1997, a cineasta paulista Eliane Caffé esteve em Diamantina (MG), onde foi apresentada ao livro “O artesão da memória do Vale do Jequitinhonha”, de Vera Lúcia Felício Pereira. Neste estudo sobre os contadores de histórias do Jequitinhonha (MG), Caffé conheceu a história de Pedro Cordeiro Braga, agente dos Correios de Vau, lugarejo situado entre Diamantina e o Serro, Nordeste de Minas. Ameaçado de perder o emprego e de ver o posto fechado pelo lento movimento de correspondências na região, Pedro Cordeiro Braga começou, certo dia, a escrever cartas aos que conhecia ou de quem já ouvira falar. Velhos moradores da região, viajantes que um dia passaram pelo Vau, todos se tornaram destinatários possíveis das cartas escritas cuidadosamente – em prosa ou em versos – pelo agente dos Correios, conhecido na região como excelente contador de casos. Escrevendo religiosamente, muitas vezes relatando a ilustres desconhecidos as histórias de seu lugar, Braga manteve vivo e ativo o fluxo de correspondências do posto de Vau, único canal de comunicação entre o lugarejo e o mundo lá fora.

        “Achei incrível essa história”, diz Eliane Caffé, que passou, ela mesma, ase corresponder com Braga. Enviou e recebeu várias cartas. Em novembro passado, depois de quase dois anos de correspondência, Caffé esteve em Vau para conhecer Pedro Cordeiro Braga, acompanhada de uma equipe de pesquisa. A história do agente dos Correios de Vau inspirou a composição do personagem Antônio Biá, figura-chave do segundo longa-metragem de Caffé, “Os narradores do Vale de Javé”. Com argumento e roteiro de Eliane Caffé e Luiz Alberto de Abreu (também parceiros no roteiro de “Kenoma”), o projeto terá captação de recursos e pré-produção em 99, com previsão de filmagem no primeiro semestre do ano 2000 e lançamento no ano seguinte.

                                                        MESQUITA, C. Narradores de um Brasil Perdido. Página, Editora da Palavra, Belo Horizonte, p. 46, 1998. 

          Fonte: Língua Portuguesa. Linguagens no Século XXI. 5ª série. Heloísa Harue Takazaki. Ed. IBEP. 1ª edição, 2002. p. 44-5.

Entendendo a reportagem:

01 – Em alguns lugares do Brasil, a única forma de se comunicar com familiares e amigos ainda é a carta. Que trecho do texto comprova isso?

      O posto dos Correios de Vau é o único canal de comunicação entre o lugarejo e o mundo lá fora.

02 – Esse texto é trecho de reportagem. Verifique em que veiculo o texto foi publicado. Você conhece essa publicação?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – O texto fala sobre filme inspirado em história real.

a)   Cite o nome do filme a que esse trecho se refere.

“Narradores do Vale” do Javé.

b)   Quando o texto foi escrito, o filme já tinha sido lançado? Explique.

Não, a reportagem anuncia que o filme está para ser lançado e conta parte do enredo.

c)   Quem é o diretor do filme?

Eliane Caffé.

d)   Quem é a pessoal real que inspira esse filme? Cite o nome, a profissão, o estado e a cidade do Brasil onde mora?

Pedro Cordeiro Braga – agente dos Correios de Vau.

e)   Como essa história real chegou ao conhecimento do diretor de cinema?

Eliane Caffé leu um livro de Vera Lúcia Felício Pereira no qual estava a história de Pedro.

04 – O que motivou Pedro a escrever cartas?

      A possibilidade de perder o emprego na agência dos Correios.

05 – Atente para o lugar de onde saiu a carta de Pedro, e qual foi sua função?

      Saiu da cidade de Vau, segundo o texto, é muito pequena, isolada do “mundo lá fora”. A função de comunicar-se com o mundo.

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