Texto: Garoto foi encontrado no lixo
Lúcia Nagib
Charles Chaplin olhou para Jackie,
lembrou-se de sua própria infância pobre, como ator de teatro na Inglaterra, e
decidiu: “Vou fazer um filme com esse menino”.
Foi assim que surgiu “O Garoto”, filme
que está em todas as locadoras de vídeo e que faz a gente morrer de rir e, às
vezes, chorar.
Charles Chaplin, o maior diretor e ator
cômico de todos os tempos, conhecido no Brasil como Carlitos, era moço naquela
época.
Vagabundo
Ele já divertia muita gente com filmes
curtos, fazendo o papel de um vagabundo maltrapilho que não perdia o jeito de
gente fina, sempre de cartola, casaca e bengala. “O Garoto” fez ainda mais
sucesso. Foi o primeiro filme longo de Carlitos, que desta vez resolveu
temperar as piadas com lágrimas.
A história em si não tem nada de
engraçado: Carlitos encontra um bebê, abandonado junto a uma lata de lixo.
Embora pobre de dar dó, Carlitos se vira muito bem para cuidar do bebê.
Usa um bule como mamadeira e recorta
seu lençol para fazer fraldinhas! Cinco anos mais tarde, ele e seu guri,
batizado de John, formam a melhor dupla de malandros da vizinhança.
Malandros
John se especializa em quebrar vidraças
e sair correndo, para Carlitos chegar logo em seguida, como se não soubesse de
nada, oferecer seu serviço de vidraceiro e ganhar um dinheirinho.
Tudo muito engraçado, até que as
autoridades aparecem para levar o menino para um orfanato. John apronta um
berreiro e Carlitos fica desesperado atrás do filho adotivo. Depois de mil
peripécias, os dois encontram a mãe verdadeira do menino e tudo acaba bem.
Foi assim, trabalhando com Jackie, que
dizem ser o melhor ator infantil de todos os tempos, que Chaplin virou sucesso
no mundo inteiro. Depois, não parou de fazer filmes importantes, como “A Corrida
do Ouro”, “Tempos Modernos”, “Luzes da Cidade”, “O Grande Ditador”.
Música
feita na hora
Quando a gente assiste a Carlitos se
diverte tanto que até esquece que é cinema mudo. Sim, porque até o final dos
anos 20 os filmes não tinham som. Os diálogos eram escritos em letreiros
colocados entre as imagens, e a música era tocada por uma orquestra ou um piano
no cinema, durante a projeção. As músicas eram muitas vezes improvisadas na
hora. Mas Chaplin, perfeccionista, também compunha a música de seus filmes. “O
Garoto”, como assistimos hoje em vídeo, é acompanhado da música original,
composta por seu diretor.
Efeitos
especiais eram diferentes
A técnica no tempo de Charles Chaplin
não permitia as trucagens que há hoje nos filmes americanos. Isso não quer
dizer que os cineastas não gostassem de efeitos especiais. Em “O Garoto”,
Carlitos adormece e sonha com o paraíso. Ele e o garoto, como seus vizinhos e
até um cachorro, aparecem de asas, voando!
Filmes
exibidos em barraquinhas
Na origem, os filmes eram um passatempo
de parque de diversões, uma espécie de mágica exibida em barraquinhas. O
francês Mélies, um dos primeiros cineastas, mostrava corpos cortados, cujas
cabeças falavam e andavam. Ele fez um foguete se enterrar no olho da Lua!
16
fotografias por segundo
Hoje, quando a gente vê filmes mudos,
tem a impressão de que os movimentos estão mais rápidos. A razão é que um filme
é feito de fotos, uma seguida da outra, projetadas em velocidade para dar a
impressão de movimento. No cinema mudo, projetavam-se cerca de 16 fotografias,
ou quadros, por segundo. Hoje os projetores de filme sonoro passam 24 quadros
por segundo.
Fonte:
Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates
– Ed. Moderna, 2005 – p. 221/2-224.
Entendendo o texto:
01 – Quem foram Jackie
Coogan e Charles Chaplin? O que houve de comum entre os dois?
Os quatro
primeiros parágrafos do texto.
02 – O que houve com John (o
nome dado ao menino)? O que fazia ele? E por quê? Onde foi parar o caso? Como
se resolve o caso?
John se especializou em quebrar vidraças
e sair correndo. Parágrafos 8 e 9.
03 – Como é o cinema de
Chaplin? A fala fazia falta em seus filmes?
Filmes divertidos, mudos, porém não se
sentia falta da fala. Os diálogos eram escritos e os letreiros colocados entre
as cenas.
04 – Como tudo se arranjou
para que naquela época houvesse música durante as sessões? Fale.
As músicas,
muitas vezes improvisadas, eram tocadas por uma orquestra ou piano, durante as
projeções.
05 – Fale sobre os efeitos
especiais da época. Eram diferentes dos de agora?
Sim, pois a
técnica não permitia as trucagens de hoje.
06 – O que eram os filmes
exibidos em barraquinhas?
Eram os filmes exibidos nos parques de
diversões.
07 – Qual a diferença da
montagem dos filmes mudos de hoje com o cinema mudo daquela época?
No cinema mudo,
projetavam-se cerca de 16 fotografias, ou quadros, por segundo. Hoje os
projetores de filme sonoro passam 24 quadros por segundo.
08 – O que são folhetins? Pesquise.
Resposta pessoal
do aluno.
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