Poema: Cartão de Natal
João Cabral de Melo Neto
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:
Que desta vez não perca esse caderno
sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
Texto extraído do livro "João Cabral de
Melo Neto - Obra Completa", Editora Nova Aguilar, 1994.
Entendendo o poema:
01 – No poema, João Cabral:
a)
Critica o egoísmo, e manifesta o desejo de
que na passagem do Natal as pessoas se tornem generosas e façam o sim comer o
não.
b)
Demonstra a sua aversão às festividades
natalinas, pois nestes dias a aventura parece em ponto de voo, mas depois a
rotina segue como sempre.
c)
Critica a atração núbil para o dente daqueles
que transformam o Natal em uma apologia ao consumo e se esquecem do seu caráter
religioso.
d)
Observa com otimismo que o Natal é um momento
de renovação em que os homens se transformam para melhor e fazem o ferro comer
a ferrugem.
e)
Manifesta a esperança de que o
Natal traga, de fato, uma transformação, e que, ao contrário de outros natais,
seja possível começar novo caderno.
02 – É CORRETO perceber no poema uma equivalência entre:
a)
Ferrugem e aventura.
b)
Dente e entusiasmo.
c)
Caderno e vida.
d)
Sementes e pão do dia.
e)
Ferro e atração núbil.
03 – “Pois que reinaugurando essa criança...”. O segmento grifado
acima pode ser substituído, no contexto, por:
a)
Mesmo que estejam.
b)
Apesar de estarem.
c)
Ainda que estejam.
d)
Como estão.
e)
Mas estão.
04 – “... que desta vez não
perca esse caderno...”. Com a frase acima, o poeta:
a)
Alude a uma impossibilidade.
b)
Exprime um desejo.
c)
Demonstra estar confuso.
d)
Revela sua hesitação.
e)
Manifesta desconfiança.
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