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domingo, 9 de junho de 2019

POEMA: SONETO DE CONTRIÇÃO - VINÍCIUS DE MORAIS - COM GABARITO

Poema: SONETO DE CONTRIÇÃO

        Vinícius de Morais

Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.

                Vinícius de Morais. Obra poética. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1968. p. 203.

Entendendo o soneto:

01 – A linguagem empregada no texto é figurada afetiva construída a partir de imagens:
a)   Na 1ª estrofe do poema coloca-se em evidência o amor e a dor. Qual é a consequência de amar tanto Maria?
A consequência de amar tanto Maria é uma dor que parece uma doença, e que só faz com que ele fique mais encantado, mais apaixonado por ela.

b)   Que circunstancia esse fato exprime em relação a alma do eu lírico?
A circunstância que esse fato exprime em relação à alma do eu lírico é a de que ele é escravo do amor de Maria. A pesar da dor ele continua amando cada vez mais. A dor só torna o amor maior ainda. Ele vive numa situação de dependência afetiva e se submete ao sofrimento para poder continuar admirando aquela mulher.

02 – Nas demais estrofes, são empregadas algumas comparações. A que é comparado o coração do eu lírico?
É comparado com a alma.

03 – O que é melhor: a ausência ou a presença da mulher amada? justifique sua resposta.
      Segundo o poema, a saudade, ou seja, a ausência da mulher amada é melhor, porque se ela estivesse perto, o amor não seria tão divino. Amar aquela mulher é uma coisa divina, intocável, uma coisa santa, pura, que deve ficar numa espécie de altar. Estar longe desse amor sublime é algo que traz calma ao coração do eu-lírico, mas esse amor é tão humilde que só quer dar, não precisa receber, na verdade nem quer receber amor de volta para não tirar a divindade do ser amado.

04 – Há nesse poema, quatro estrofes, isto é, quatro grupo de versos separados por um espaço em branco. Cada uma das estrofes apresenta um grupo de versos, ou seja, de linhas poéticas. Quantos versos há na primeira estrofe? E na quarta estrofe?
      1ª estrofe possui 04 versos.
      4ª estrofe possui 03 versos.

05 – Ao ler o poema, provavelmente você fez uma pausa no final de cada linha ou verso. Essa pausa se acentua pela semelhança sonora que há no final dos versos, como ocorre em tanto e encanto. Que outros pares de palavras apresentam o mesmo tipo de sonoridade?
      Canto / acalanto; Suspensa / imensa; Alma / calma.

06 – Não se emprega, nesse poema, uma linguagem comum, que tenha apenas a finalidade de declarar publicamente o amor do eu lírico por Maria ou dar a ela essa informação.

a)   Na 1ª estrofe, o eu lírico afirma “O meu peito me dói como em doença”. Que sentido conotativo tem a palavra peito?
O sentido conotativo é o coração.

b)   Na 2ª estrofe, o eu lírico emprega um neologismo, isto é, uma palavra nova – berçando. De acordo com o contexto, qual é o significado dessa palavra?
Significa embalando, mimando, acarinhando. Tem característica de lugar seguro, aconchegante.

07 – Nas duas últimas estrofes, o eu lírico diz que sente, em amar, uma calma feita de humildade.
a)   Que tipo de relação há entre o eu lírico e a mulher amada?
·        Distanciamento.
·        Encantamento.
·        Submissão.
·        Medo.

b)   Nos dois últimos versos, o eu lírico confessa que, se Maria lhe pertencesse, “Menos seria eterno em tua vida”. Que tipo de sentimento em relação ao amor o eu lírico expressa?
·        Dor.
·        Desânimo.
·        Medo.
·        Paciência. 


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